História A choice - Cap 47

PoV’s Josie

Abro meus olhos com dificuldade, sentindo uma forte luz sobre eles. Olho ao redor piscando várias vezes para tentar me acostumar com a luminosidade... viro meu rosto lentamente conseguindo enxergar um vulto que estava sentado ao meu lado, e em pura adrenalina, me levanto rapidamente sentido uma tontura me atingir

- Não precisa ter medo Josie - aquela voz fez meu corpo se arrepiar, mas dessa vez a raiva que sentia foi ainda maior - pelo visto está irritada - zombou e sinto meu corpo ferver

-Onde estou? - era tudo que consegui pronunciar quando olhei para os lados vendo que estava novamente na mesma floresta do meu sonho

-Você está desmaiada, e acredito que de resto você imagina o que aconteceu- Com essas palavras sinto minha cabeça doer e flashbacks começarem a passar pela minha cabeça, me ajoelho no chão sentindo lagrimas descerem pelos meus olhos - Devo confessar que você me surpreendeu, não achei que conseguiria tomar o controle de seu corpo novamente - sinto meus olhos arderem de raiva e a olho, ela estava com as mesmas roupas pretas que realçavam seus olhos negros, enquanto brincava com algumas flores que se murchavam ficando pretas a cada toque que seus dedos davam

-Desgraçada... eu... eu quase machuquei minha família.... meus amigos, minha Hope - sussurrou a última parte sentindo seu corpo se arrepiar só de lembrar o que poderia ter feito com Hope se não tivesse conseguido tomar o controle de seu corpo.

-Mas não machucou – deu de ombros desinteressada – sabe... você é realmente mais forte do que imaginei, você não percebe que juntas, seu poder poderá ser incrivelmente avassalador – Sinto seus olhos pousarem em mim e fecho meus punhos

-Nunca me juntaria a você, não da forma que você imagina – vejo sua sobrancelha se levantar e acabo sorrindo com uma ideia – Você nunca mais irá tomar o controle, porque a partir de agora você irá me obedecer... se deseja tanto que sejamos uma só, então será do meu jeito – Escuto sua risada preencher o local

-Você só pode estar me zoando, acha mesmo que pode controlar a magia negra – Seu tom era zombeteiro e levanto uma sobrancelha em desafio – você não pode estar falando sério, é impossível dominar a escuridão...

-Eu consegui impedir você não foi? eu pude sentir sua surpresa quando consegui controlar meu corpo por alguns segundos novamente – Dark Josie me olhou intensamente e só pelo seu silencio sabia que tinha a atingido com minhas palavras – você está dentro de mim, você sabe que não importa o que você tente, eu nunca machucaria Hope ou minha família, eu não sou uma assassina

-Será mesmo? – dou um passo para trás quando a mesma se levanta largando a flor morta no chão – você queria matar aqueles homens eu podia sentir, afinal foi graças a sua mágica interligada com a minha, que explodimos os corpos de todos com um simples estralo – Ela estralou seus dedos sorrindo e começo a negar com a cabeça

-Não... nunca quis chegar naquele ponto, foi você que...

-Não me culpe, eu sou uma parte de você Josie, meu sarcasmo, minha vontade de matar e de ter ainda mais poder, isso tudo remete o que você tenta esconder de todos, principalmente de você mesma – Ela começou a se aproximar e automaticamente sinto meus pês dar passos para trás – O desejo de mata-los era seu Josie, eu apenas cumpri com suas vontades – Riu sarcasticamente e logo começo a balançar minha cabeça em negação, não podia ser verdade, eu nunca quis aquilo eu...

 – Não pense demais Josie, você terá coisas mais importantes para se preocupar quando acordar – deu de ombros, começo a sentir minha cabeça doer e vejo a floresta começar a sumir

-Não... espera... eu preciso saber como consegui controlar, aquilo não era normal... você.... você sabe disso, a magia que matou aquelas pessoas não era normal era incrivelmente poderosa – Parecia uma pergunta idiota, mas minha curiosidade de saber o porquê me sentir tão poderosa era ainda maior, já que pelos livros que li, aquilo era incrivelmente impossível

Dark Josie me olhou e sorriu – Teremos muito tempo para discutir isso e acredito que você logo irá descobrir... aproveite enquanto pode, porque quando você se descontrolar, eu estarei pronta para tomar o controle e dessa vez não terá volta – Sorriu maleficamente caminhando em direção a floresta, antes que possa falar, sinto meu corpo cair no chão e tudo ficar escuro.

Abro meus olhos assustada me arrependendo logo em seguida quando sinto uma dor forte me invadir, vejo diversas manchas de sangue pelo meu corpo e logo imaginei que seriam dos vampiros que matei, porem sentia meu corpo doer e constatei que na verdade aquele sangue era meu, já que quando levei minhas mãos amarradas em meu rosto senti uma quantia de sangue parecer em meus dedos, aqueles desgraçados haviam me cortado. Tentei mexer as minhas mãos, mas ambas estavam amarradas por uma corrente incrivelmente resistente, olho ao redor percebendo que estava presa em um calabouço, havia apenas uma cama enquanto o lugar era iluminado por uma pequena fresta na parede. Quando penso em me levantar escuto passos e logo a porta de aço é aberta, sinto meus olhos arderem pela claridade e vejo uma silhueta se aproximar e por intuição me encolho sentada na cama  

-Olha só, a gatinha acordou chefe – Vejo um vampiro parado em minha frente, ele era alto e tinha uma barba bem feita, porem seu rosto era coberto por cicatrizes e como se percebesse meu olhar sobre si, o mesmo se aproxima segurando meu rosto com força – Pelo visto reparou na cicatriz que sua namoradinha fez em mim, minha vontade é de acabar com você, mas irei adorar esperar sua namorada aparecer e matar você bem na frente dela...

-Chega – Uma voz grave se fez presente e logo o vampiro se afasta fazendo uma reverencia – Eu avisei que não era pra falar com nossa prisioneira

-Me perdeu, Senhor Henry – Então aquele líder desgraçado se chama Henry

-Saia daqui antes que eu mesmo termine de destruir seu rosto – Com isso o vampiro se curva e se retira do local, não antes de me olhar enraivecido – Desculpe os modos dos meus homens, sabe como é, difícil ter carne fresca aqui e não poder degustar – Seu tom era zombeteiro, queria soca-lo só por ter machucado minha mãe, mas não tinha nem ao menos forças para me levantar

-Sabe... você fez algo realmente impressionante lá, por que não me diz como fez aquilo? – Seu semblante ficou irritado quando não o respondi – ME RESPONDA – sinto um soco sendo direciona em meu rosto me fazendo cuspir sangue, apenas riu negando

-Não vou falar nada pra você, seu desgraçado – Sabia que estava brincando com fogo, mas não podia simplesmente contar a ele sobre a magia negra, seria perigoso demais

Ele riu sarcasticamente e me olhou sério – tenho minhas maneiras de fazer você falar princesa – proferiu tocando em meu rosto e logo me afasto de seus toques, ele deu um sorriso malicioso e se levantou em seguida – Mas hoje é seu dia de sorte, tenho muitos compromissos então acho melhor você pensar bem, porque a próxima vez que perguntar e você não me dizer... esse seu lindo rosto ficara perfeito em minha coleção – Senti meu corpo tremer e o mesmo sorriu satisfeito – coma isso, preciso que fique viva ate meu chefe aparecer aqui – Disse enquanto jogava um saquinho de sangue em minha direção antes de fechar a porta, lagrimas começam a descerem por meus olhos quando me sinto sozinha novamente no local

-Hope... – Sussurro sendo inundada por memorias, me encolho colocando minhas mãos em volta de meu corpo, respiro fundo olhando para minhas mãos, comecei a sentir um sentimento de pânico, saudade e medo me invadir, acabo me assustando pois no fundo sabia que aquelas não eram minhas emoções – o que está acontecendo comigo – coloco minhas mãos em minha cabeça, aquelas sensações estavam cada vez mais fortes, era como se estivesse sentindo as sensações e sentimentos de outra pessoa.

 – Preciso sair daqui – penso em pânico, mas por conta do intenso uso de magia usado mais cedo, sinto meu corpo cair na cama, tento lutar contra o sono, mas logo meus olhos se fecharam em um sono profundo

(...)

Se passou uma semana que estava presa naquele lugar, as sensações que tive continuaram a todo vapor, ficando até mais fortes. Estava em meu limite, não tinha forças pra nada, o medo e a angustia era tudo que me restava, assim como meus pensamentos mais profundos começaram a se fazer presentes, as palavras de Dark Josie voltaram a rondar meus pensamentos, cada palavra, cada insinuação daquelas palavras estava me deixando doida. Essas inseguranças ficaram ainda piores quando comecei a imaginar que eles haviam desistido de mim, assim como Dark Josie disse, eu só fui usada até não precisarem mais de mim... me sentia a beira da loucura, da depressão, da ansiedade, ate minha claustrofobia que antes não me incomodava naquele lugar, resolveu aparecer.

Passei uma semana me sentindo assim, até que, tudo mudou quando descobri que Hope estava atras de mim e que não havia desistido. Me senti ainda mais leve por ouvir aquilo, ela não havia desistido... era o que ficou rondando minha cabeça por horas.

Comecei a agradecer as rondas dos vampiros pela minha cela, já que foi por causa disso que os ouvi falando sobre vários vampiros que estavam sumindo por conta de uma tri-hibrida que estava atrás de informação e matando os que não a ajudavam, por conta desses acontecimentos, a segurança de meu “quarto” foi reforçada e pelos meus cálculos a cada 10 minutos dois vampiros rondam minha cela. Devo admitir que não era só por causa de Hope que comecei a ter mais vigias.

Flashback On

Era meu segundo dia naquele calabouço escuro e sombrio, comecei a traçar meu plano de fuga já que o chefe dos vampiros tinha viajado e aproveitaria que ainda tinha energias o suficiente para me mover e comecei a esperar a oportunidade perfeita, até que em um determinado momento um único vampiro veio me trazer a “comida”. Comecei a tossir freneticamente atraindo sua atenção

-Mas que merda – O vampiro pareceu ficar irritado e entrou dentro da cela vindo em minha direção – Que merda você ta.... – Não o deixei terminar e acerto minha cabeça na sua, fazendo o mesmo cair desmaiado no chão

-Isso parecia menos doido nos filmes – resmungo, procuro por alguma chave em seu bolso e acabo sorrindo quando a encontro, tiro as correstes e de alguma forma me senti mais leve, como se minhas forças tivessem voltado para o meu corpo – Com certeza, Supergirl diria que essas correntes teriam Kryptonita – balanço a cabeça rindo e saio o mais rápido possível do calabouço

-Merda.... – Penso quando vejo que estava dentro de um enorme túnel, havia varias celas igual a minha, porem em algumas tinham pessoas mortas, com seus corpos entrando em decomposição, enquanto outras havia monstros e pessoas implorando por ajuda.

Alguns pediam ajuda, outros pediam para salvar ou ver como estavam suas famílias que também se encontravam presas ali. Senti meu coração apertar, queria ajudá-las, mas se eu não saísse dali rapidamente os soldados provavelmente iriam me encontrar. Mesmo sentindo um aperto no coração comecei a correr em direção a suposta saída, não havia nenhum vigia, então o caminho foi tranquilo, ate que senti uma mão segurar meu pulso enquanto corria entre as celas, olho para as mãos que seguravam meu pulso e sinto meu corpo arrepiar, lentamente levanto meu rosto e vejo a pessoa que eu nunca imaginaria encontrar novamente

-Mg... – Minha voz saiu fraca, quando vi aquele que um dia foi meu melhor amigo, ele estava acabado, tinha sangue por todo o corpo e estava muito magro

Ele sorriu fraco em minha direção – Pelo visto, nem você conseguiu escapar dele...

-Ele? Quem é ele? – pergunto atordoada, e o mesmo apenas nega assustado quando ouviu um barulho vindo do outro lado do túnel

-Ele... é seu pior pesadelo – sussurrou e antes que possa falar alguma coisa, sinto algo ser acertado em minha perna e grito de dor, logo apareceu três vampiros me puxando de volta para minha cela, olho para a cela e vejo Mg voltar a se deitar em sua cama enquanto um sorriso brincava em seus lábios, desgraçado, ele sabia que alguém estava se aproximando.

Depois de alguns segundos sinto meu corpo ser jogado em cima da cama e minhas mãos foram novamente presas, antes que possa raciocinar, vários socos são distribuídos pelo meu rosto e corpo. Podia sentir o sangue sair de meu nariz assim como minha boca

-Se tentar fugir novamente, será ainda pior pra você, vagabunda – Indagou o vampiro acertando mais um soco em meu rosto, enquanto outro retirava a estaca em minha perna com tudo, me fazendo gritar de dor, os três vampiros se retiraram me deixando sozinha, sinto lagrimas descerem por meu rosto e me encolho na cama. Meu ultimo pensamento antes de apagar foi nos momentos que tive com Hope, já que aqueles pensamentos, eram as únicas coisas que me mantinham lucida e viva naquele buraco.

 Flashback Off

A partir desse dia, não trouxeram mais nenhum sangue, estava ficando cada dia mais magra... minha pele estava mais pálida que o normal, sentia que não duraria por tanto tempo. E nesse mesmo dia, acordo sentindo meu corpo ainda dolorido por conta das correntes e pela fraqueza que não sumia do meu corpo, me viro na cama e vejo um vulto sentado em um canto escuro do calabouço, levanto meu corpo rapidamente me sentando, sinto meu corpo doer com o súbito ato e gemo de dor

-São algemas feitas de verbena, criadas especialmente para vampiros – A voz grave me fez se encolher, por algum motivo aquela voz era familiar, mas não sabia de onde o conhecia

-Que-m... é... você – sussurro sentindo minha boca ficar seca, o homem não respondeu apenas jogou um pacote de sangue em minha direção e sem pensar muito começo a toma-lo, me sentia inútil por me entregar tão facilmente, mas minha fome estava falando mais alto

-Sabe, fiquei impressionado com o que Henry me contou sobre você... e agora descubro que no seu segundo dia, conseguiu fugir da cela – seu tão parecia orgulhoso ou surpreso? Devo estar imaginando coisas... – Você me deu muita dor de cabeça sabia? Por sua causa e de sua família inútil, perdi muitos homens... e ainda por cima eles não me trazem quem eu realmente queria

-Onde... esta Hen-ry... – Mesmo não vendo seu rosto, podia ver suas mãos cheias de sangue

-Digamos que ele não cumpriu com o combinado então seus serviços foram dispensados – Sinto um arrepio passar por meu corpo com sua fala, não havia nenhum arrependimento, na verdade, seu tom saiu de uma forma debochada e divertida – Ate pensei em acabar com você de uma vez, mas Henry falou algo muito útil, antes de você sabe.... morrer – zombou – sabe o que foi que ele me disse?

Nego devagar quando vejo o mesmo se levantar brincando com uma estaca em suas mãos – Que Hope não medira esforços para te encontrar, e devo concordar, já que aquela vadia matou metade de meus homens em menos de uma semana – Sua voz saiu alterada e logo seu corpo apareceu de frente para o meu, olho para seu rosto e sinto meu corpo travar, estava chocada, assustada e principalmente com medo – É essa reação que esperava de você, muito bom – brincou e acertou a estaca em meu ombro me fazendo gritar, antes que possa me defender, ele tira a estaca a enfiando em minha perna

-ahhh.... des-graçado.... – Grunhi quando ele tirou a estaca e se afastou me olhando de forma divertida

-Desculpe meus modos... digamos que hoje não estou nos melhores dias – zombou, olho para seu rosto novamente sentindo meu corpo tremer em raiva – Pelo visto se lembrou de mim – sorriu se afastando, jogou mais um saquinho de sangue em minha direção e foi em direção à porta – Ainda preciso de você viva, então beba tudo – disse sarcasticamente antes de sair me deixando sozinha novamente naquele quarto. Começo a gritar, me sentia frustrada, surpresa e principalmente irritada. Minha vontade era de matar aquele desgraçado, acho que no final das contas, Dark Josie não estava tão errada assim.

NARRADOR

Enquanto Josie lutava para se manter firme e viva, do outro lado, Hope estava andando de um lado para o outro, estava estressada, preocupada e principalmente com saudades da pessoa que iluminava seus dias. Hope sentia que seus dias coloridos se transformaram em cinzas, ela não comia, não falava direito, sua mente vagava em saber como Josie estava ou em como queria matar todos os desgraçados que a levaram bem diante de seus olhos. Todos da família estavam preocupados com Josie e principalmente com Hope que não estava em seu juízo normal. Tudo o que faziam a uma semana inteira era procurar por Josie com a ajuda do vampiro que depois de algum tempo descobriram que se chamava Lucas.

Uma semana, era o que passava em sua cabeça enquanto olhava para as estrelas, que as lembravam Josie, além de lembrar da conversa que teve com a mesma a meses atrás, bem no período que começou a ter sentimentos pela mesma.

Flashback On

“Josie se encostou no banco e viu de relance que Hope agora era quem estava cansada, já que estava quase dormindo no banco, Josie sorriu e puxou a mesma para meus braços a abraçando fortemente, Hope se sentia feliz e sem pensar muito colocou seu rosto entre o pescoço de Josie, mas logo uma dúvida surgiu em sua cabeça e desviou seus olhos para os dela

-Você não me respondeu mais cedo – falou do nada, fazendo a morena se afastar e a olhar nos olhos – de onde saiu o apelido estrelinha? – completa sorrindo, fazendo Josie corar

-Digamos que gosto de olhar para as estrelas e você me lembra elas – Hope a olhou sorrindo estava prestes a falar algo porem Josie a interrompe - Quando olho para as estrelas eu penso em você e isso me faz flutuar, eu me sinto possível de alcançar as nuvens, até mesmo tocar as estrelas, e pesando bem... tendo você aqui do meu lado, posso ter certeza que consegui toca-las – Josie divaga e se assusta com um soluço e volta seu olhar para Hope e vê lagrimas caírem de seus olhos, Josie sorri as limpando

-Eu amo você Josie – diz ainda com lagrimas caindo pelos seus olhos, fazendo Josie ficar surpresa com suas palavras, já que a mesma não achava que ela falaria isso agora.

-Eu também amo você – falou sorrindo a abraçando enquanto lagrimas caiam de seus olhos, Hope sorriu ainda mais, ambas se abraçaram e dormiram sobe a luz do luar e as diversas estrelas que presenciaram o amor das duas renascer.”

Flashback Off

Hope limpou suas intensas lagrimas que começaram a surgir com a lembrança. Ela se sentia impotente... sentia como se uma parte de sua alma tivesse sumido deixando somente um vazio gigantesco em sua alma

- Hope! – A ruiva olha para a dona da mão em seu ombro assustada, mas relaxa quando viu Lizzie – Desculpe... te chamei varias vezes, mas você não respondia... então resolvi me aproximar – Hope apenas balança a cabeça concordando, nenhum sorriso ou palavra, era assim que a mesma estava a uma semana. Lizzie apenas senta ao seu lado e começa a olhar as estrelas, ambas ficaram em um silencio confortável, onde ambas dividiam a mesma dor.

Lizzie não estava diferente, assim como Hope, ela sentia que uma parte de sua alma havia sumido e tudo piorava quando sentia dores, como se Josie estivesse machucada, todos da família ficaram preocupados, Caroline assim como Alaric começaram a procurar por Josie dia e noite. Freya assim como seus irmãos procuraram por Josie pela cidade inteira, mas infelizmente o feitiço de localização não estava funcionando com Josie, como se alguém estivesse bloqueando a tentativa das bruxas.

-Meninas, vocês precisam comer, por favor – Penelope e Clarke apareceram atraindo a atenção de ambas

-Estou sem fome... acho que vou falar com alguns amigos para me ajudarem na procura.... - Hope é cortada por Penelope que segurou em seus ombros, deixando todos surpresos

-Não... por favor, coma primeiro, Hope você não come a dias – acusou e Hope abaixou a cabeça desanimada – Precisamos que todos estejam 100% para salvar Josie, você sabe... que ela não gostaria de te ver assim – Completou e Hope a olhou irritada

-Não fale como se ela estivesse aqui.... – Acusou – ela... ela está com medo, esta machucada em algum lugar e eu não... não consigo acha-la, eu... eu sou uma inútil... eu – Hope começou a chorar, Penelope a abraçou apertado sentindo suas lagrimas caírem, a mesma estava a uma semana tentando ser forte por todas, mas ver Hope assim, ver ela jogar as verdades em sua cara fez com que suas barreiras caíssem em segundos

-Eu... eu também sinto falta dela... todos os dias..., mas não vamos conseguir a encontrar se não formos fortes... então por favor coma algo – Tentou pela ultima vez e acabou deixando um sorriso escapar quando viu Hope concordar lentamente, Penelope se virou para Clarke que chorava e logo o mesmo a entregou o prato de comida, se afastou de Hope entregando o prato que foi pego de forma relutante – vamos acha-la, e acabar com todos que tentarem nos parar no caminho – Falou de forma firme e Hope assentiu, Penelope sentiu um aperto em seu peito quando viu os olhos vazios e sem vida de Hope. Lizzie apertou a mão de Penelope que a olhou sem entender, e logo viram os olhos de Clarke vidrados em Hope, ambas entendendo o que estava acontecendo pediram licença e foram para dentro da casa, ajudar o resto do pessoal com a magia de localização

Clarke olhava atentamente para Hope que agora estava sentada enquanto comia lentamente, respirando fundo se aproximou sentando ao seu lado, Hope não precisou se virar para saber quem era então apenas continuou comendo enquanto olhava para as estrelas

-Eu... sinto falta dela – Clarke confessou olhando para as estrelas assim como Hope – Ela... ela foi a primeira pessoa que me acolheu, que me estendeu a mão quando ninguém mais acreditava em mim... – Hope sentia suas lágrimas voltarem, porem continuou ouvindo, ela sabia que Clarke sofria tanto quanto ela, já que ambos eram melhores amigos e irmãos de famílias diferentes – Sinto muito falar essas coisas pra você... e que... não aguento mais ficar sentado sem saber o que fazer – Clarke não aguentou e começou a chorar, Hope que agora havia terminado de comer se virou para Clarke e o puxou para um abraço apertado que foi correspondido de imediato, ambos ficaram chorando, ate serem abraçados por Lizzie e Penelope que apareceram logo em seguida, os quatro choravam abraçados como nunca choraram em toda suas vidas. E tudo se resumia por causa de uma única pessoa, Josie.

No outro dia, Hope sentiu alguém a balançar e chamar pelo seu nome, abriu os olhos lentamente constatando que havia dormido em cima de diversos mapas, olhou para o lado e viu Lizzie a olhar de forma estranha

-O que aconteceu, porque está com essa cara? – Perguntou confusa se afastando dos diversos livros e mapas a sua frente – vocês a acharam? – indagou de forma esperançosa, porém Lizzie negou, mas acabou sorrindo, fazendo Hope a olhar confusa – O que...

Antes de falar a porta da biblioteca foi aberta e uma pessoa muito conhecida entrou fazendo Hope a olhar surpresa – Bonnie? Quando você...

A mesma acenou e se aproximou sorrindo, cortando Hope de seus devaneios– Caroline me ligou contando sobre a situação e não pensei duas vezes em vir ajudar... – Hope a olhou surpresa, mas não teve tempo de perguntar já que a mesma pareceu ler sua mente - eu cheguei ontem anoite e fiquei ate hoje de manha ajudando a procurar por Josie – Hope concordou lentamente, mas os sorrisos de ambas não sumiram o que a deixou confusa

-Porque estão sorrindo?

-Nos... – Lizzie olhou para Bonnie sorrindo e a mesma retribuiu – nos achamos uma pista de onde Josie pode estar.... o vampiro que trouxemos, conversou com um amigo seu confiável que conhecia sobre o tal líder, o mesmo nos deu uma dica importante e viemos te chamar pois precisamos de todas as bruxas possíveis para fazer o feitiço... – Hope se levantou apressada cortando as falas de Lizzie

-Então o que estamos esperando, deveriam ter me acordado antes – ambas sorriram para uma Hope que começou a arrumar o cabelo de forma apressada e puxar ambas para a sala onde encontrou todos reunidos – O que precisamos fazer?

Todos deram pequenos sorrisos, era a primeira vez que viam Hope com brilho nos olhos. Freya tomou a frente e chamou a vampiro que entrou de forma relutante – Conte para eles o que você contou para mim

-Bom... não sei quem é o chefe já que nunca o vi pessoalmente, mas sempre ouvíamos boatos sobre ele... e um deles era que ele precisa de Hope para um feitiço.... ou ritual, não sei ao certo... – Todos concordaram o olhando seriamente, fazendo o mesmo tossir nervoso – Meu amigo que já trabalhou com pessoas próximas a ele... disse que o mesmo tem diversas bruxas poderosas que o ajudam, mas... a um período de tempo que as bruxas precisam refazer a magia para que o feitiço não se desfaça sozinho...

-Então você quer dizer que em determinado tempo a magia que elas fazem para bloquear o feitiço de localização, precisa ser refeito para não acabar sendo desfeito sozinho? – Hope perguntou confusa e o mesmo concordou freneticamente – E que horas normalmente esse feitiço se desfaz...

O vampiro olha para o relógio na parede e suspira – daqui a cinco minutos e depois disso, não demora nem segundos para elas refazerem ele – Hope o olha assustada e volta seu olhar para sua tia que continuava neutra e logo entendeu

-Temos as bruxas mais poderosas em um único lugar e temos cinco minutos para fazer esse feitiço dar certo – Freya proferiu olhando para todos – Esse feitiço irá requerer muita magia e preciso que todas tenham certeza que farão – todas concordaram rapidamente, sem pensar duas vezes – Ótimo, vamos começar – Todas seguiram Freya, menos os vampiros que ficaram de olho em Lucas que se mantinha sentado, no fundo ele sabia que fez a coisa certa em contar

-Esse é o mapa que Josie usava, achamos em seu quarto... e isso será a areia que usaremos para encontra-la, essa areia Bonnie trouxe, já que é muito rara de se achar – Davina comentou e todos concordaram olhando os objetos, Freya pegou o mapa e colocou no meio do quarto que se encontrava vazio, sem móveis – Agora todas sentem em volta do mapa e deem as mãos, todas as cinco mulheres se sentaram enquanto davam as mãos, Freya que ainda se mantinha em pé, pegou a areia e se sentou do lado de Davina e Hope

-Irei colocar a areia no meio do mapa e quero que repitam o feitiço três vezes – todas concordaram, e Freya colocou a areia no meio do mapa e deu suas mãos com Hope e Davina, formando assim, um círculo entre o mapa.

“Ce che vous, pro la busque. Ce che vous, pro la busque. Ce che vous, pro la busque.” Pronunciaram juntas e sentiram as janelas começarem a bater e um vento entrar pelo quarto

“Ce che vous, pro la busque. Ce che vous, pro la busque. Ce che vous, pro la busque.” Na segunda vez, o vento entrou com força jogando as poucas coisas que haviam no quarto no chão, todas se mantiveram firmes, tendo como único objetivo em encontrar Josie.

“Ce che vous, pro la busque. Ce che vous, pro la busque. Ce che vous, pro la busque.” – Pronunciaram e abriram os olhos quando sentiram que o vento havia sessado e a areia no mapa começou a se mexer parando em um lugar deserto

-E aqui? – Lizzie perguntou confusa, pois pelo mapa, daria em direção a uma floresta

-Sim... – Bonnie sussurrou feliz – Eu conheço esse lugar, não é só uma floresta.... era onde os antigos reis, colocavam seus prisioneiros – Todos olharam em sua direção supressos – E um calabouço...

-Ótimo... vamos então, temos que correr contra o tempo a partir de agora – Freya indagou e todos concordaram saindo do quarto, menos Hope que continuava a olhar para o mapa

-Estamos chegando meu amor – Sussurrou se levantando e saindo logo em seguida.