História A Clínica - Lee e Gaara: Parte 4

Rock Lee:

Depois que saímos do cinema, Temari teve a ideia de irmos em um parque de diversões, Gaara não gostou muito da ideia, já que o local estava muito cheio, e ele não gostava de multidões, no entanto, depois de muita insistência por parte da loira, ele acabou cedendo e nos dirigimos todos à nosso novo destino.

Passamos em alguns brinquedos e realmente estava sendo divertido, até o momento em que a Sabaku mais velha decidiu que iríamos em uma roda-gigante. Percebi os dois irmãos mais novos se entreolharem receosos, parecendo nervosos, para ao final acabarem aceitando.

A loira então fez minha irmã sentar em uma cabine com o irmão dela, enquanto eu entrava em outra com o ruivinho, que mesmo receoso acabou aceitando. No começo eu achei que fosse apenas mais um brinquedo como os outros, mas logo percebi que alguma coisa aquela garota planejava, assim que notei o olhar e sorriso maliciosos dela, um pouco antes de entrarmos, felizmente ou não, acho que fui o único a notar isso, assim como também fui o único a notar que ela entregou alguma coisa ao homem que cuidava do brinquedo.

Tudo ocorreu normalmente na primeira volta, o problema foi a segunda, quando o brinquedo do nada parou e assim ficou, não voltando a se mover. Percebi Gaara se mover desconfortável e olhar para todos os lados, me preocupando um pouco.

- Gaara... você está bem? – perguntei, ele me olhou aflito, e eu percebi que havia alguma coisa errada ali.

- Eu... por que esse brinquedo parou? – falou nervoso, olhando para todos os lados, como se procurasse alguma coisa.

- Calma, daqui a pouco ele volta a andar, não precisa ficar com medo. – ele me olhou com uma cara emburrada muito fofa.

- Quem disse que eu estou com medo? – suspirou, desmanchando aquele beiço emburrado – Estou preocupado com meu irmão, ele tem fobia de altura.

- Sério? Então por que ele aceitou vir? – perguntei sem nem acreditar no que havia acabado de ouvir.

- Acho que foi pela insistência da Temari. – respondeu com uma expressão preocupada, instintivamente peguei em sua mão, o fazendo rapidamente recolher esta e se retrair contra o vidro do brinquedo. Espero que as coisas não piorem.

(...)

Tenten:

Percebi o garoto ao meu lado ficar mais tenso do que já estava assim que o brinquedo parou. Vi também os olhos dele se expandirem e suas mãos começarem a tremer, o que me estranhou, afinal não era para tanto, daqui a pouco o brinquedo voltava a andar.

Do nada ele começou a gritar e pedir para fazerem a roda-gigante andar, mesmo era óbvio que ninguém além de mim iria ouvi-lo, até porque as cabines são todas fechadas.

Do nada ele parou de gritar e voltou a se sentar, passando as mãos trêmulas nervosamente pelo rosto, ali eu comecei a ficar preocupada, ele suava e respirava com dificuldade, aquilo não era normal.

Me aproximei mais e o abracei, tentando fazê-lo se acalmar, senti ele corresponder e envolver os braços em mim também, seu corpo todo tremia, e senti uma angústia muito grande no peito quando o ouvi chorar e tive certeza, aquilo não era normal.

Passei uma de minhas mãos por seus cabelos, acariciando-os, percebendo este se acalmar um pouco, mesmo não totalmente, e resolvi fazer algo que talvez me arrependesse depois, mas eu precisava acalmá-lo de alguma forma, então fiz a única coisa que me veio a mente, o beijei.

(...)

Rock Lee:

Gaara parecia assustado, me encarando desconfiado, com os olhos marejados e as mãos levemente trêmulas, suspirei e sorri, tentando pensar em alguma forma de acabar com esse receio todo dele comigo, eu queria que ele confiasse em mim, queria que ele gostasse de mim da mesma forma que eu também gosto dele.

Nem pensei direito e acabei agindo por impulso, me aproximei mais de seu corpo, que acabou encurralado, e segurando em seu rosto, juntei nossos lábios. Ele resistiu um pouco e tentou me empurrar, mas eu não permiti e ao final ele acabou correspondendo. Pedi passagem com a língua e ele concedeu, suas mãos trêmulas, envolvendo meu pescoço. Explorei todos os cantos de sua boca, sentindo o gosto que era melhor do que eu imaginava, sentindo uma vontade quase incontrolável de avançar ainda mais, porém sabia que não podia fazer isso, eu preciso ir com calma com ele, para não assustá-lo.

Nos separamos depois de algum tempo pela falta de ar e ele abaixou a cabeça, com o rosto corado. Um pouco receoso, peguei em uma de suas mãos trêmulas e a beijei, sentindo-o tencionar, enquanto seu rosto se tornava ainda mais rubro, ainda assim ele não recuou, não me soltou, e eu sorri satisfeito com isso.

- Gaara... só quero que saiba que eu gosto muito de você e que eu nunca te faria mal, nunca te machucaria. Eu vou te esperar, até que você esteja pronto para mim, para me aceitar. – vi o ruivo virar o rosto para o outro lado, admirando a paisagem pelo vidro e percebi quando ele passou a mão pelo rosto, limpando as lágrimas que haviam caído.Gaara não me respondeu nada, mas o simples gesto que ele fez, me fez sorrir feliz e ter certeza que eu esperaria o tempo que fosse por ele, porque um dia com certeza me corresponderia, afinal ele próprio havia tomado a atitude de entrelaçar os nossos dedos.

(...)

Tenten:

Após cerca de trinta minutos, o brinquedo finalmente voltou a andar e acabei pegando na mão do castanho para ajudá-lo a descer, já que este ainda estava um pouco trêmulo e zonzo.

Temari nos olhou com um sorriso malicioso e nos fez ir comer alguma coisa, foi aí, enquanto comíamos, que eu pude perceber os olhares de meu irmão para Gaara. Eu já tinha notado que Lee estava gostando do ruivinho, mas agora era diferente, o olhar dele estava diferente, os olhos brilhavam e podia-se perceber a admiração e o encantamento dele para com o menor, que parecia constrangido e muito corado, desviando o olhar a todo momento, o que me fazia pensar que alguma coisa havia acontecido naquele brinquedo.

Deixei os pensamento de lado, resolvendo que iria perguntar o que havia acontecido quando chegássemos em casa e terminei de comer o meu lanche, sentindo um olhar sobre mim, percebendo Kankuro me olhar com um sorriso, o que me fez corresponder, sentindo meu rosto esquentar, provavelmente estava corada, mas não importava, afinal ele também estava.

Saímos da lanchonete e resolvemos voltar para casa, antes disso porém, eu resolvi ir ao banheiro para lavar as mãos e quando saí, senti alguém me puxar e me levar para um canto, só notando depois quem era, quando o castanho já estava com os lábios pressionados aos meus, me beijando.

Ele pediu passagem com a língua, que eu concedi na mesma hora e envolvi meus braços em seu pescoço, sentindo ele envolver os seus em minha cintura, aprofundando mais o beijo, explorando toda a minha boca, antes de nos afastarmos quando o ar se fez necessário.

- Obrigado por me ajudar. – ele falou sorrindo, levemente corado, passando uma de suas mãos por meu rosto, enquanto a outra ainda segurava minha cintura, sorri, lhe deixando um selinho.

- Disponha. – respondi, antes de sairmos de lá, sendo recepcionados por olhares maliciosos por parte da loira e de meu irmão, que nos deixaram vermelhos, envergonhados. Ao final, nos despedimos dos dois irmãos maiores e fomos embora com o menor, de volta à casa, aquele dia havia sido movimentado, mas com certeza, um dos melhores de toda a minha vida.