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História A Clínica - Shukaku


Escrita por: MSabaku0206

Notas do Autor


Oi!

Boa leitura!

Capítulo 62 - Shukaku


Fanfic / Fanfiction A Clínica - Shukaku

Rock Lee:

 

O caminho até a mansão foi em completo silêncio, o único som presente eram os soluços audíveis do pequeno loirinho agarrado ao pescoço do meu namorado, esse último perdido em seus próprios pensamentos. Já eu tinha medo de descobrir o que tanto se passava por sua cabeça, que ele tivesse uma recaída e seus traumas voltassem com força, até porquê a última vez que isso havia acontecido havia sido justamente por causa desse garotinho o qual não sabíamos nada.

Chegamos, Gaara apertou a campainha, já que estava com os braços ocupados segurando o menininho e por isso não poderia pegar a chave em sua mochila. Passaram-se cerca de dez minutos antes que a porta fosse finalmente aberta, revelando uma loira irritada, já de pijama, pronta para dormir.

 

- Gaara, por que você não... – Temari se interrompeu no momento em que fixou os olhos no pequeno corpo no colo do ruivo, as orbes verdes, mais escuras que as de meu namorado, dobradas de tamanho pela surpresa – O que é isso? Quem é essa criança?

- Sem perguntas agora Temari, ele está com frio e fome. – o ruivo ignorou completamente a irmã, se afastando em direção ao seu quarto, onde separou uma roupa dele, que obviamente ficaria enorme para o garotinho, levando-o para o banheiro dele, enchendo uma banheira. Acompanhei tudo com os olhos, sem saber o que fazer, assustando-me quando o garotinho começou a gritar e se debater assim que o ruivo tentou tirar sua roupa, Gaara se sobressaltou e afastou-se ligeiramente do pequeno, respirando fundo antes de voltar a se aproximar e segurar levemente os braços do pequeno, ajoelhando à sua frente – Ei pequeno, não precisa se preocupar, eu não vou te machucar, só vou te dar um banho antes de te colocar uma roupa limpa para podermos comer, está bem?

- C-comer? – o menininho perguntou com os olhinhos dourados cheios d'água e o ruivo assentiu, o garotinho pareceu receoso, mas no final acabou concordando e permitindo que meu namorado tirasse sua roupa, meus olhos abriram-se como pratos ao fitar o corpinho pequeno coberto de marcas, que independente de como houvessem sido feitas com certeza não haviam sido nada agradáveis para ele. Gaara sorriu para a criança, passando com cuidado a esponja com espuma em seu corpinho, tirando com o chuveirinho, que conforme a água caía podia perceber a mesma suja, deveria fazer bastante tempo desde a última vez que ele deveria ter tomado banho. O menino de início parecia amedrontado, porém ao final do banho ele já parecia mais confortável com relação ao ruivo, logo que terminou, o Sabaku levantou-o, secando-o com cuidado, colocando apenas uma camiseta sua, que havia ficado um vestido para o pequeno, o qual não se incomodou, apenas levantou os bracinhos para ajudar o ruivo e depois sorriu já vestido, cheirando a camiseta em seu corpo – É bom. – referiu-se ao cheiro nas roupas do ruivo, que sorriu em concordância, pegando-o pela mão e levando-o à cozinha, onde pegou um prato congelado de ramen e entregou ao menino, que encarou-o em dúvida.

- Não vai comer? – meu namorado perguntou, o menino olhou-o receoso.

- E-eu posso? – perguntou, parecendo assustado, o ruivo assentiu, logo vendo o garotinho devorar em poucos segundos todo o alimento, tão rápido que nem Naruto conseguiria acompanhá-lo.

- Quer mais? – o menino não falou nada, apenas corou envergonhado, o que poderia ser traduzido como um sim. Meu namorado sorriu e voltou-se novamente para a geladeira, tirando mais um prato daqueles congelado, o preparando para o garotinho, que comeu tudo rapidamente – Acho que agora é melhor você não comer mais nada, ou vai passar mal. – o ruivo falou, arregalando os olhos surpreso quando o menino levantou-se da cadeira e correu até o mesmo, abraçando suas pernas.

- Obrigado, tio. – os olhinhos do garotinho brilhavam, o ruivo sorriu, afagando seus cabelos.

- Gaara, meu nome é Gaara. E ele é o Lee. – apontou para mim – E você é? – o menino ficou alguns segundos calado, parecendo pensativo, porém logo falou, finalmente apresentando-se e tirando mais um sorriso de meu namorado.

- Sou o Shukaku.

 

(...)

 

O clima estava tenso, após Shukaku comer, meu namorado o colocou na cama, no quarto ao lado do seu no qual eu costumava ficar quando dormia lá, o ruivo contou uma história para o loirinho, que logo pegou no sono, eu só fiquei observando de longe, e quando descemos as escadas, encontramos meus cunhados já sentados em um dos sofás, esperando-nos com rostos sem expressão.

 

- Gaara, Temari me falou que você trouxe uma criança para casa... – Kankuro foi o primeiro a se pronunciar, o ruivo suspirou, sentando-se no sofá à frente dos irmãos, sentei-me a seu lado, pegando em sua mão, eu queria que ele soubesse que eu estava ao seu lado, independente de concordar ou não com suas escolhas. O ruivo explicou tudo aos mais velhos, que pareciam incrédulos diante das atitudes inesperadas de seu caçula.

- Você enlouqueceu? O que você tem na cabeça, Gaara? – Temari estava estarrecida, levantando-se do sofá e andando nervosamente em círculos pela sala.

- Eu sei exatamente o que estou fazendo. – a loira parou de andar, encarando-o com os olhos estreitos.

- Sabe o que está fazendo? Você sabe por um acaso de onde esse menino saiu? Quem são os pais dele? O que ele fazia na rua quando você o encontrou? – o menor revirou os olhos.

- Do jeito que você fala parece até que se trata de um criminoso, ele é só uma criança, Temari. – a garota bufou.

- Sim, ele é só uma criança, mas e a família dele? E as pessoas com quem ele vive? Você não faz ideia de como essa criança foi criada meu irmão, ele pode ser filho de criminosos, e se for assim e vierem atrás dele, o que acha que podem fazer com você? – a loira estava irritada, meu cunhado, que até então só os ouvia levantou-se, tentando acalmá-la.

- Gaa, eu entendo que queira ajudá-lo, mas o que Temari quer dizer é que estamos preocupados com o que essa sua atitude pode resultar. Você não pode simplesmente trazer uma criança para casa, sem nem saber nada sobre ela, se os pais desse menino descobrem podem acabar te denunciando. – Kankuro parecia o mais calmo dos três, o garoto ao meu lado suspirou.

- Eu sei, eu sei de tudo isso, acham que não pensei nisso? Mas... ele parecia tão assustado, eu não consegui... vocês não entendem. – a mais velha fitou-o sem paciência.

- Não entendemos? Não entendemos o que? Nos explique então. – meu namorado abaixou os olhos.

- Eu... quando olhei para aquele menino... eu me vi nele. Ele parecia tão assustado... vocês não viram as marcas no corpo dele... – a loira paralisou ao ouvir a confissão, sua expressão agora mudando de irritação para melancolia. Percebi meu namorado fungar, seus olhos ainda baixos lacrimejando, o puxei para os meus braços.

- Gaa... – Temari  o encarava sem jeito.

- Eu só quero ajudá-lo. – a garota suspirou, afagando os fios vermelhos do caçula.

- Ok meu irmão, se é isso o que você quer, então nós vamos ajudá-lo. – a loira falou vencida, o mais novo desvencilhou-se de meus braços, fitando-a com um sorriso.

- Verdade? – perguntou com os olhos brilhando, a garota assentiu.

- Sim, mas só se você me prometer que não vai fazer nenhuma besteira. – ele balançou a cabeça positivamente, levantando-se e a abraçando.

- Obrigado, Temari. – a garota apenas assentiu, correspondendo o abraço.

 

(...)

 

Depois da tensa conversa entre os três irmãos, em que no final todos acabaram se acertando, meus cunhados foram cada qual para seu quarto, e eu subi com o ruivo ao seu, me sentando ao seu lado na cama macia. Ainda não sabia o que dizer, era muita novidade para mim e eu ainda tinha um pressentimento ruim a respeito desse menino, porém não podia negar que aquela cena no banheiro, onde pude testemunhar o seu desespero e as marcas do pequeno corpo, mexeu comigo. Gaara encarava o chão do quarto, como se fosse a coisa mais interessante do mundo e eu não estava muito diferente, apertava meus joelhos com as mãos, pensando no que dizer, mas nenhuma palavra saía de meus lábios.

 

- Lee... – Gaara foi o primeiro a quebrar o silêncio. – Você acha que eu... estou errado?

- Pensei que estivesse convicto do que estava fazendo. – brinquei, posteriormente tomando uma postura séria ao perceber que sua expressão hesitante continuava a mesma – Eu... na verdade não sei. Para falar a verdade também fiquei mexido com o que vi... aqueles machucados... – apertei mais os joelhos com as mãos – Mas ainda assim, eu não consigo deixar de me preocupar com você. Se alguma coisa te acontecer eu...

- Não vai me acontecer nada. – o menor pousou uma mão sobre uma das minhas.

- Você não tem como ter certeza, como Temari disse, não sabemos de onde ele veio, nem quem é a família dele. Mas se isso é tão importante para você, então eu vou te apoiar, independente de concordar ou não. – o mais novo sorriu, levando uma mão à meu rosto, depositando um selinho em meus lábios.

- Eu te amo, obrigado por estar comigo, nos bons e maus momentos, por me fazer enxergar que eu podia ser muito mais do que eu era. – sorri.

- Você é o que eu mais amo, sempre vai poder contar comigo. – foi o último que respondi, antes de me aproximar mais e selar nossos lábios, pedindo passagem com a língua, que ele logo concedeu, tornando o beijo mais intenso. Senti suas mãos irem aos meus cabelos, puxando-me mais para ele e acabei deitando na cama, em cima dele, aprofundando mais o beijo, que foi cortado assim que a porta se abriu e uma pequena figura entrou chorosa, fazendo-nos afastar abruptamente.

- Tio Gaara... – Shukaku chamou chorando, encarando amedrontado o ruivo, que se levantou, indo até o pequeno e abaixando-se à sua altura.

- O que foi pequeno? – meu namorado perguntou, o loirinho pareceu receoso em falar – Pode falar, ninguém aqui vai brigar com você, não é Lee?

- Ah, claro. Até porquê o tio Gaara vive chorando nos meus ouvidos também. – brinquei, apertando os lábios assim que o ruivo estreitou os olhos em minha direção.

- Não liga para esse sobrancelhudo bobo, até porquê ele é o chorão daqui. – meu namorado sussurrou para o pequeno, como se fosse um segredo e o loirinho acabou sorrindo, parecendo mais confiante – Então, o que aconteceu?

- E-eu tive um pesadelo. – o garotinho confessou, corando – E... a-acabei molhando a cama. – ele apertou os olhos com força, como se esperasse receber um castigo, mas a única coisa que meu namorado fez foi sorrir e afagar os seus fios loiros.

- Não precisa se preocupar com isso pequeno, acontece. Vou te contar um segredo, eu mesmo na sua idade fazia muito isso. – o pequeno sorriu abertamente.

- Verdade? – o ruivo assentiu, pegando em sua mão.

- Sim. Mas agora eu acho melhor você tomar outro banho, não vai poder dormir assim, não é? – o menor assentiu, seguindo-o para o banheiro. Gaara banhou-o mais uma vez e colocou uma roupa limpa no corpo pequeno, tomando um ele próprio em seguida, eu fui o último e quando cheguei novamente no quarto os dois estavam deitados na cama do meu ruivinho, com o pequeno dormindo agarrado a ele, que fitou-me com um sorriso fraco – Desculpe. – pediu, eu sorri.

- Tudo bem. – respondi, depositando um beijo em seus lábios e puxando os dois corpos menores para mim, sentindo-me ainda mais metido nessa confusão que meu ruivinho criou, ainda assim por algum motivo pela primeira vez eu não acho isso ruim. 


Notas Finais


Continua...


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