História A Concubina - Capítulo VI: A Futura Rainha

~I~

            Rukia dormia sentada no chão enquanto segurava a mão do imperador, lentamente ela foi acordando. – Que dor nas costas – reclamou baixinho e logo olhou para o homem que ainda dormia como se estivesse morto. Rukia se assustou e se aproximou mais dele, aliviou-se ao constatar a respiração tranquila do homem, entretanto sua temperatura não parecia normal. – Acho melhor chamar otousan – ela se afastou e saiu dos aposentos reais.

            Ichigo abriu os olhos, seu estômago doía e sentia-se fraco. Contudo o que mais lhe incomodou foi acordar e se ver sozinho naquele quarto. Ele suspirou cansado e com um pouco de dificuldade tentou sair da cama.

- Você deve descansar! – disse Rukia que acabara de entrar no quarto junto de seu pai. Ela se aproximou dele. – Como se sente? – perguntou preocupada. Ichigo estava surpreso não esperava tanta preocupação por parte dela.

- Estou melhor, só sinto dor de estômago – ele se sentou na cama.

- Vossa majestade deve tomar cuidado – disse Juushiro depositando uma bandeja numa pequena mesa. Ele se aproximou verificando a temperatura do jovem.

- Desculpe – disse Ichigo.

- Rukia peça para trazerem a refeição matinal para o imperador. Algo leve, diga que ele não está muito bem devido ter tomado muito álcool ontem à noite – pediu o mais velho.

- Tudo bem – sem demora ela saiu do quarto.

- Ichigo-kun eu sei que você tem resistência a venenos, mas não deveria brincar com a sorte desse jeito – Juushiro macerava algumas ervas num pequeno recipiente.

- Aquilo foi um aviso – Ichigo cruzou as mãos pensativo.

- Aviso?

- Sim. Mas por alguma razão aquilo foi direcionado à princesa – ele tocou a testa, sua cabeça estava latejando.

            Juushiro estava calado, sabia que sua filha corria perigo ali, infelizmente seu nome carregava muito ressentimento. – Obrigado por salvar minha filha – ele entregou um copo – Tome um gole, é chá de ervas.

- Não precisa agradecer, tenho uma grande divida com você – ele sorriu e bebeu o chá num só gole fazendo careta – Isso é horrível.

- Já deveria ter se acostumado a esse gosto - Juushiro sorriu gentilmente.

- Ichigo! – chamou Grimmjow entrando no quarto afobado. – Você está bem?

- Estou vivo – ele sorriu.

- Que bom – respirou aliviado o general.

- Como sempre você é dramático – comentou Ulquiorra adentrando o local. – O que vai fazer majestade? – perguntou sem muita expressão.

- Não permitam que mais ninguém saiba do ocorrido. Seria um escândalo e o governador Kyoraku teria problemas. Minha prioridade é unir as tribos, precisamos fortalecer o reino e criar problemas desnecessários está fora de cogitação. – Ichigo falava seriamente. – Mas fiquem atentos. Ah Grimmjow peça que Abarai Renji fique a cargo de proteger a princesa. – ordenou.

- Será feita sua vontade majestade – Grimmjow acatou a ordem do imperador com um reverencia de respeito.

- Descanse por hoje, ficarei no encargo de suas obrigações por hoje – disse Ulquiorra.

- Tudo bem – Ichigo novamente deitou na cama.

- Vamos deixar vossa majestade descansar – disse Juushiro e assim todos saíram e Ichigo novamente dormiu.

            ~II~

Rukia havia sido avisada que o imperador havia voltado a dormir, ela sentia-se um tanto cabisbaixa. – O que será que ele quis dizer com “Para alguém como eu, não faz muito efeito...” – lembrou-se sobre o momento que Ichigo estava sobre efeito do veneno. Rukia sabia que só uma pessoa podia lhe esclarecer naquele momento. Ela foi até a sala do herborista real. – Otousan? – ela entrou na sala que estava em silencio.

- Ah Rukia? – Juushiro saiu do deposito de medicamentos naturais. – Algum problema? Se estiver preocupada sobre a saúde do imperador, não se preocupe. Ele ficara bem – o mais velho sorriu gentilmente.

 - Otousan o que o imperador quis dizer quando disse que aquele veneno não fazia muito efeito nele?

Juushiro observou a filha única ela realmente parecia preocupada com o imperador, tanto que não notara que ela tinha sido o alvo do atentado. – Filha ser da família real nem sempre é fácil – ele buscou em uma das prateleiras um grosso livro. – Não deveria expor isso a ninguém além daqueles envolvidos com a saúde do imperador, então não diga a ninguém. Este é o prontuário medico de vossa alteza – ele entregou o livro à filha que o pegou calada. – Vou fazer alguns remédios, qualquer coisa pode me chamar – disse e se afastou deixando Rukia a sós. Ela começou a folhear o livro, era muito bem detalhada, cada doença, resfriado, machucado... Tudo estava registrado ali. Mas o que mais chamou a atenção da moça foi às inúmeras vezes que Ichigo havia sido envenenado. – “Primeiro quadro de envenenamento... idade sete anos... substancia venenos ricina {...}” – Rukia estava abismada com o que lia – Como uma criança de sete anos sobreviveu a isso?

- Porque eu estava aqui – disse Juushiro com um olhar triste. – Desde muito jovem ele vem sofrendo vários atentados, mas ele sempre consegue sobreviver. Com certeza ele é imperador escolhido pelos deuses.

- Então todo esse tempo ele vem passando por essas coisas? – Rukia sentiu seus olhos encherem-se lágrimas.

- Sim. Estive todos esses anos cuidando da saúde do imperador – o mais velho se aproximou da filha e a abraçou. – Como pai, não consigo nem imaginar algo assim acontecendo com você. Graças aos deuses você está bem! – disse aliviado.

- Sim – ela chorava, havia finalmente percebido que o imperador lhe tinha salvado a vida.

            ~III~

            Os conselheiros reais Aizen Sousuke e Urahara Kisuke caminhavam calmamente em direção ao escritório real. Uma semana havia passado da indisposição do imperador.

- Aizen-san acha que o imperador vai acatar nosso pedido? – perguntou Urahara, este era um homem em seus 40 e poucos anos, era um gênio da ciência e havia muito cedo conseguido o patamar de conselheiro real. Ele usava um simples kimono verde e usava uma bengala, seu cabelo loiro um pouco curto lhe dava um ar mais jovial.

- Ele precisa aceitar. Isso se ele quiser realmente unificar o reino – disse calmamente o homem. Ele possuía os cabelos castanhos curtos e ondulados, seu olhar era firme e seu sorriso gentil. Seu kimono branco era elegante e mostrava sua alto patente na corte. – Vossa majestade não terá como dizer não. – ele soltou um singelo sorriso.

{...}

            Ichigo lia uma pilha de novas leis e decretos, sua visão já estava cansada daquilo. Sua vontade era fugir pela janela e encontrar Rukia, esta que ele já não encontrava desde seu incidente. Ele suspirou entediado.

- Nada de moleza vossa alteza – disse Ulquiorra lhe entregando mais um documento.

- Ah eu não aguento mais! – disse o ruivo jogando para cima alguns papeis.

- Vossa majestade – disse um guarda chamando a atenção do ruivo.

- Sim?

- Os conselheiros reais desejam uma reunião com o imperador. – disse o jovem curvado como forma de respeito.

- Diga para entrarem – disse Ulquiorra.

- Sim! – o jovem guarda saiu rapidamente e logo os conselheiros adentraram o local.

- É bom ver Ichigo-kun bem disposto – Urahara disse um tanto irônico.

- Mais respeito com o imperador Urahara-san – disse Ulquiorra em tom ameaçador.

- Que medo Ulquiorra-kun! Se continuar com a carranca do seu pai, não vai conseguir nenhuma namoradinha – ele escondeu o sorriso por trás do leque florido que tinha em mãos.

- Tenho certeza que vocês não vieram aqui apenas para implicar com meu secretário – disse Ichigo sério cruzando os braços sobre a mesa de madeira nobre.

- Com sempre apressadinho não é vossa alteza? – comentou Aizen. – Então vamos ser objetivos. O imperador precisa de uma esposa!

Ichigo se assustou e Ulquiorra se engasgou. Estavam surpresos. – Como é? – Ichigo estava de pé com as mãos espalmadas na mesa. – Isso é um absurdo!

- Não, não é. O imperador está na idade de casa e ter herdeiros. Mesmo que a princesa Kuchiki esteja no harém real isso não a faz rainha – falou Urahara que sorria.

- Se deseja realmente unificar as tribos, a presença de uma rainha melhorará sua imagem – Aizen falava calmamente. – Já temos uma forte candidata, então se prepare.

- Eu escolherei minha rainha – disse um Ichigo sério.

- Três dias. Se em três dias não conseguir sua rainha, casará com alguém de nossa escolha. – Aizen falou firme. Ichigo respirou fundo, simplesmente não podia ir contra eles.

- Ok. Em três dias lhes daria uma rainha! – falou Ichigo confiante, ou nem tanto assim. Os anciões apenas concordaram e saíram satisfeitos do local, deixando um jovem imperador abismado para trás.

 - Isso me pegou de surpresa – comentou Ulquiorra. – O que vai fazer? A Kuchiki-hime acha que você é gay.

- Então só preciso provar para ela o contrário! – Ichigo estava determinado a fazer de Kuchiki Rukia sua futura rainha.

Continua...