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História A Consciência Além do Tempo - (Reescrevendo) - Promessas ou mentiras


Escrita por: Melousa

Notas do Autor


Yeah, pessoinhas, eu sei que devo-lhes uma explicação por não ter postado semana passada. É simples: Faculdade. Como o fim do semestre tá na porta, eu fiquei cheia de trabalho para fazer. Daí, apesar de já ter uma parte do capítulo escrita, faltava o finalzinho, que eu não tive tempo de ajeitar.
Eu até postei outra história mas tinha escrito semanas atrás quando estava com insônia... Enfim...
Desculpem, foi muito sem querer mesmo. 😥
Fiquem com o novo capítulo💚

Capítulo 51 - Promessas ou mentiras


Draco estava segurando o espelho, tentando falar com Hermione. Achava que se usasse magia, conseguisse melhores resultados, entretanto, sua varinha havia sido confiscada. Tudo o que conseguia era fazer o reflexo reluzir às vezes mas nada muito significativo.

– Ei, garoto! – Avery entrou no quarto, carregando uma bandeja e assustando o Malfoy. Riu levemente com o pulo que o jovem loiro deu na cama. – Trouxe comida.

Instantâneamente Draco largou o espelho em cima do colchão e ficou encarando o moreno entusiasmado.

Se fosse depender do Potter, eu morreria de fome! 

Albert se sentou na cama, e estendeu a bandeja que carregava. Havia se dado ao trabalho de pegar torradas e maçãs cortadas com mel no salão principal. Encheu um copo com suco de laranja e levou tudo para o pirralho loiro, trancafiado no quarto.

Era divertido ver o garoto comer. Apesar de claramente estar faminto, ele não perdia a compostura e comia como se pertencesse à nobreza. Mastigava tudo com cuidado e parecia querer agradecer a Avery sempre que o olhava.

– Eu vou trazer algo para o almoço também, não se preocupe. – afirmou o moreno enquanto  o loiro concordava contente  – dependendo de mim, você não passa fome...

– Mas também depende do Riddle... – sussurrou depois de engolir a comida que tinha na boca.

O mero pensamento em Voldemort o atormentava. Sequer tinha sua varinha para se defender. Instintivamente, levou o olhar até o bolso da calça de Avery, onde o maior mantinha-a.

Draco percebeu o olhar do maior se escurecer um pouco. As linhas de expressão do rosto formaram rugas. Era visível que Albert estava preocupado com alguma coisa.

- O Riddle não vai implicar com você... ele está ocupado. Uma pessoa precisa da atenção dele no momento.

Malfoy lutou contra a sensação de revirar os olhos. Ele falava de Harry, certo? Draco não entendia o quanto o moreno tinha sido burro o suficiente para acreditar que conseguiria forçar uma amizade com Riddle. 

Entretanto, o loiro percebeu que Albert não se dava bem com o Potter. Ele agiu com frieza e irritação quando estava perto do menino, não fazia sentido a preocupação na face. Então lembrou:

- O dono dessa cama...? – falou depois de comer uma torrada. – Christopher Lestrange, certo?

Avery concordou tristemente. Ficou surpreso pelo jovem se lembrar do nome, já que só havia mencionado Chris uma vez. 

- Um imbecil da grifinória o fez parar na ala hospitalar... e agora ele vai morrer...!

Draco parou de mastigar e ficou olhando perplexo para o moreno. Em seu tempo, havia conhecido a figura de Christopher Lestrange. Sua tia Bellatrix era a nora que ele sempre desejou e o loiro teve o desprazer de conhecê-lo quando seu avô ainda estava vivo. Diferente de sua família, os Lestrange admitiram que seguiam Voldemort porque queriam e concordavam com os seus ideais. Todos foram presos, menos o Patriarca Christopher Lestrange. Ele era muito velho para Azkaban. O ministério retirou sua varinha e por algum tempo, o homem ficou na casa de Draco. Até que seu avô morreu de varíola de dragão. O velho Lestrange faleceu duas semanas depois.

E então, com o aparecimento do cicatriz, aquele velho repugnante se torna apenas um adolescente moribundo? O quanto o Potter mexeu no tempo?! Rodolphus não vai nascer?! Minha tia continuará sendo uma Black?! O que vai ser dessa realidade?

– Que pena... – foi tudo que o loiro conseguiu dizer. Sua cabeça doía um pouco.

– Nos disseram que ele talvez não aguente mais do que um mês... – Avery abaixou o olhar, perdido em pensamentos – Ele é meu melhor amigo...

Draco suspirou. Ele também havia conhecido Albert no futuro. O moreno havia tido um filho, que estudou em Hogwarts por volta da mesma época de seu pai e padrinho. Entretanto, só tivera duas netas. Mulheres. O nome da família não seria mais passado adiante. O que irritava o moreno, ele fez as moças estudarem bem longe da Europa. Mandava dinheiro, porém se recusava a se aproximar das duas.

Draco não o conheceu muito bem, mas pelo que se lembrava, não era alguém gentil e muito menos preocupado. Contudo, ali estava o moreno, lembrando de alimentá-lo e lamentando a possível morte do amigo. Era algo tão surreal e penoso, que quase desejou que Albert gritasse, apenas para não sentir que estava enlouquecendo.

Mas nenhum grito veio. O loiro mordeu o lábio inferior tentando se convencer a não fazer o que sua mente mandava.

Mas Avery de certa forma, estava cuidando dele.

- Não há nada que se possa fazer...? – Albert negou – Bom... então eu tenho uma coisa que pode ajudar...

Avery apenas arqueou a sobrancelha, não acreditando nenhum pouco naquilo, entretanto, achando gentil da parte de Draco em se preocupar.

- Garoto, não me leve a mal, mas você nem de longe poderia ajudar.

Draco revirou os olhos. Dava um desconto ao maior por este não saber sobre o fato de ter vindo futuro. Colocou a mão no bolso e pegou um pequeno frasco.

- Tome. Dê ao Harry. Diz que a Hermione que fez. É uma poção de cura. Ele saberá o que fazer.

O moreno ficou olhando para o vidrinho com alguma poção suspeita por tanto tempo, que o loiro que teve de puxar a sua mão para colocar o objeto sobre ela.

- Nós já tentamos todas as poções de cura que foram inventadas. Isso não vai funcionar!

Que cara teimoso!

- Bom, então se não funcionar é só mais uma tentativa falha. – Draco fechou a poção na mão do outro. – vai funcionar. Digamos que... ela não foi inventada ainda.

O moreno via a confiança nos olhos do jovem. Ele parecia saber do que falava. Porém, não queria criar esperanças à toa. O que aquele pirralho poderia saber?

– O que quer dizer com isso?

Draco recuou percebendo que falara demais. Piscou duas vezes, elaborando uma desculpa rápida.

- Ela foi desenvolvida em segredo. Então as pessoas não sabem da existência dessa poção. Eu trouxe um pouco, para o caso do Harry precisar. Só que como ele está bem... – o loiro deu de ombros ao ver que aquela mentira havia sido o suficiente para Albert. – Confie em mim... Pode ser a única chance do seu amigo...

Algo no olhar do menor fazia Avery acreditar que era possível que ele estivesse sendo sincero. Até porque não tinha motivos para o loiro querer envenenar Chris... Certo?

- Não tem nada aí que possa matá-lo, né garoto? – Draco prontamente negou e respondeu que todos os ingredientes eram conhecidos. Albert suspirou... – Bom, então, acho que posso pensar em dar isso a ele...

- Dar isso o quê?

Os dois rapazes se viraram para ver um Tom Riddle parado na porta, com a sobrancelha direita arqueada. O rapaz fechou a entrada do quarto com o braço bom e se aproximou dos dois.

- Draco acha que isso pode ajudar o Chris – Albert estendeu o frasco para Tom que o pegou com pressa – bom, não custa nada tentar...

- Não custa?! E se esse troço matar o Chris mais rápido?! 

Riddle jogou o frasco com força no corpo do loiro, que o pegou com dificuldade.

- É uma poção de cura! Eu não tenho motivos para – Tom segurou o menino pelo colarinho. Mesmo com um único braço, era forte o suficiente para imobilizar Malfoy e fazer o garoto se tremer de medo. - m-me solta...!

- Eu não confio em você!  Não é exatamente amigo do Harry como diz! – o moreno se virou para Albert que havia ficado de pé – ele é nosso refém, não é pra confiar nele!

Avery arqueou uma sobrancelha. “Refém” era uma palavra um pouco forte para a situação. Mais uma vez sentiu pena do loiro por ter caído no território de Riddle. A face do menor estampava pavor pelas possíveis ações de Tom.

- E você acha que eu viria até aqui, se não fosse...? M-me arriscaria desse jeito por nada...?

Riddle balançou a cabeça irritado. O menino insistia em mentir bem na sua cara. Talvez fosse a presença de Albert. Avery não sabia que o loiro vinha do futuro. Assim como Harry.

Mas isso não justificava nada para Tom. Se alguém insistia em lhe mentir, deveria pagar. Se aborreceu ainda mais por estar sem magia.

Teria que ser do modo trouxa mesmo.

- Riddle, para! Ele já está assustado! – Albert gritou. Tom havia erguido o punho na direção do rosto de Draco, entretanto o outro moreno segurou seu pulso. Por pouco.

Muito pouco.

- Desde quando você se importa?! – gritou de volta, soltando-se do outro. – por que defende esse pirralho?! Você nunca defende ninguém!

Albert se questionou sobre isso. Nunca se preocupava se Tom mataria alguém, e no entanto, impedia Draco de se machucar nas mãos dele. Um menino que mal conhecia.

- Não sei. Mas isso não vai resolver nada...

Tom já ia se preparando para dar outro soco quando Albert se colocou entre os dois. Não conseguia deixar de pensar, que quando Harry apareceu, os morenos estavam nos papéis opostos.

Avery esticou uma mão para frente, na tentativa de pedir a Riddle que bastasse daquela violência e se virou para o loiro:

- Você está bem? Ele chegou a acertar em... – Albert se interrompeu ao ver o jovem se contorcer na cama, atrás de si. O menino segurava a própria cabeça desesperado. Sentia dor. 

Avery tentou acudir como podia o jovem, apoiando-o em si. Tom observava a cena incrédulo.

- Meus parabéns, pirralho, você sabe atuar.

- Riddle, ele está mal de verdade! – Albert tentou levantar a cabeça de Draco, para que este lhe olhasse – onde dói?

O loiro tentou falar, porém a dor que sentia não lhe permitiu. As contorções o fizeram cair da cama e se debater no chão. Parecia que sua mente estava derretendo como ácido que escorria por todo o resto de seu corpo. Aos poucos, seu esôfago, estômago, braços e pernas também pareciam derreter. Sequer conseguia gritar.

Avery conseguiu chamar atenção de Tom para mostrar que Draco não estava fingindo. Os morenos tentaram se aproximar, contudo, o medo e a sensação dolorosa faziam o menor recuar. Albert já havia pego sua varinha para lançar um feitiço sedativo no menino.

Mas Draco parou de se contorcer. Voltou a se sentar, encarando as próprias mãos.

Tom revirou os olhos:

- Tá vendo, merda? Era mentira!

- Você está bem? – perguntou o outro moreno ignorando Riddle. Esticou uma mão para o loiro, contudo, este se afastou como se nunca o tivesse visto antes – Ei, estou tentando te ajudar...

- Albert, para! Ele estava fingindo!

- Riddle, nem você finge tão bem!

- Bom, parece que ele chega perto! Como pode ter tanta certeza de que essa cena ridícula foi de verdade?!

- Porque enganou até você, idiota!

Tom e Avery aumentaram as vozes, discutindo. Riddle dizia que deixaria Albert inconsciente outra vez pelo xingamento, enquanto que este, por sua vez, falava que seria covardia considerando que demoraria meses para ele se recuperar e Christopher não tinha muito tempo.

Draco aproveitou a discussão para rodar os olhos pelo quarto. Sua respiração ofegante. Sua visão parou no bolso de Albert, na varinha. Olhou  dos morenos para o objeto, e do objeto para os morenos. Ficou semi-levantado, um pouco receoso.

Esticou a mão e recuperou a varinha. Saiu do dormitório correndo, tentando passar despercebido pelos outros estudantes.

E Tom e Avery pararam de discutir.

Se sentiam idiotas. Estavam boquiabertos.

 

Harry segurava a mão de Chris e tentava manter uma conversa agradável com o castanho, que puxava assunto como podia desde que acordara.

- Harry... Como... – o rapaz puxou o ar antes de continuar – como está a sua... situação nas aulas...?

Harry sorriu. Lestrange estava com dor, com medo, em uma cama da ala hospitalar e mesmo assim se preocupava era com ele. E com algo tão banal naquele momento.

- Enquanto você estava dormindo, Dippet veio te visitar e conversou comigo... falou que eu perdi muitas aulas por ter ficado aqui. E como eu já tinha faltado algumas vezes por causa da situação do Avery... – o menor deu de ombros, um pouco triste. Queria ter frequentado as aulas de Dumbledore pelo menos. Queria ter conseguido se tornar um animago. – Bom, eu perdi esse ano. Ele falou que eu até posso tentar recuperar nas férias, mas...

Se interrompeu. Quase revelava que talvez estivesse em casa nas férias. No futuro.

- Eu... nem quero saber... da minha situação... – tentou esboçar um sorriso. – mas... nem faz diferença... eu sei que vou morrer logo...

- Não diga isso! – ordenou o moreno. Se recusava a perder as esperanças, mesmo que fosse difícil acreditar que havia solução. – Vamos dar um jeito, eu sei que vamos!

- n-ninguém... quer isso mais do que eu... – sussurrou – mas... Harry... eu não consigo ver salvação alguma...

- Chris...

- Eu tenho muito medo... de morrer. S-sempre que fecho... Os olhos... me apavoro, achando que não vou mais acordar...

- Isso não acontecer. Você vai melhorar...! E vai me ajudar a fazer outro bolo...! – disse tentando entusiasmar o castanho. Chris sorriu.

- agradeço... por finalmente aceitar a minha ajuda... – o jovem deitado se lembrou desse dia, contente. Foi a única conversa decente que havia tido com o menor antes de seu pesadelo. Harry não confiava em si na época, e não era à toa, antes daquilo haviam discutido no campo de quadribol. Lestrange desfez o sorriso ao se recordar da ocasião – desculpa... antes... eu te acusei de ter mexido nas coisas do Tom. Acho que... N-nunca te pedi desculpas... Por esse dia...

Potter piscou algumas vezes, se lembrando. Havia lançado um patrono no castanho, em Avery e em Malfoy. Tentavam diminui-lo por conta de uma fofoca de Albert.

- Esqueça. Eu já tinha esquecido.

- Fiquei tão impressionado, Harry... – disse apertando a mão do outro. O menino de óculos se aproximou mais... – Hoje, posso falar... Sem remorso algum... que tenho muito orgulho de você.

- Por que está falando desse jeito...?

Harry não gostava do modo como Chris estava levando o rumo daquela conversa. Relembrando de coisas antigas...

- Sabe, Harry... você é muito importante para mim agora... você... – sussurrou, derrubando uma lágrima solitária – você é o pirralho... que invadiu meu dormitório... Me humilhou com um patrono perfeito... que não sabe cozinhar... E que me salvou...!

A voz levemente sarcástica, mesclada com carinho e gratidão de Christopher, fez Harry se sentir confortável, mas ao mesmo tempo confuso.

- Você não me deve nada...

- Sabe... se eu tivesse mais tempo... não ia permitir que voltasse para rua... para os seguidores de Grindelwald... Ou para onde quer que o ministério te mande... – sussurrava fracamente.  – Oh, Harry... Eu cuidaria... De você. Retribuiria tudo o que fez por mim... te levando pra casa...

Potter se levantou da poltrona que estava e se ajoelhou no chão, perto da cabeça do castanho.

- Isso teria sido... muito maravilhoso, Chris...

- Eu deixaria você ficar... Com o quarto que quisesse. E te ajudaria a decorar... Seríamos família, afinal... – Lestrange teve dificuldade em falar. Harry afagou a cabeça dele – você seria meu irmãozinho...

Potter se lembrou de quando conversou com o rapaz na sala precisa. A história de Credence ainda devia de perturbar o castanho. Talvez necessitasse de alguém para ocupar o vazio fraternal que ele sentia. E Tom recusou sua amizade por vários anos, provavelmente  era mais complicado tentar esse tipo de relação com o outro sonserino. Chris era a segunda pessoa no passado a dizer que Harry seria como família.

 E isso significava que se Chris de fato tivesse uma minúscula chance de sobreviver, Harry também o abandonaria quando voltasse para casa. E isso seria extremamente covarde.

Assim como foi com Tom, havia permitido que Christopher se apegasse demais a si.

- Harry... quando eu me for...

- Isso vai demorar. – Tem que dem​orar, pensava.

Chris queria ter aquele senso forçado de otimismo. Porém, já não tinha mais forças.

 - Por favor... não torne isso mais difícil... – falou calmamente. Respirou fundo antes de continuar – me prometa... vai ficar sempre ao lado do Tom... quando a hora chegar...

- Mas por que está...

- Me prometa... Vocês vão ficar juntos... na vida... E na causa. – Chris observou quando o moreno estreitou as sobrancelhas. – eu preciso saber... que vai ser o braço direito dele... vai assumir o meu lugar... vai segui-lo... vai lutar pela pureza do mundo bruxo...

- Eu não posso prometer isso. – Harry sentiu uma discussão interna se apoderar de si. Sentiu vontade de revelar tudo para o castanho naquele momento mesmo sabendo que seria uma tremenda burrice. Decidiu apenas falar uma parte, que não comprometeria-o tanto – Olha, eu não gosto nem um pouco da causa. Eu só estou nela porque tenho um acordo com o Tom...! Pronto, essa é a verdade!

Chris abriu um meio sorriso irônico e ergueu a sobrancelha:

- Eu sei... – respondeu. Harry arregalou os olhos com espanto. Lestrange se apressou em continuar – não sei qual foi o acordo, não se preocupe... mas é óbvio... Pelo menos, para mim... que ele existe. Eu já reparei... você sente repulsa pelos nossos... nobres objetivos...

Christopher segurou mais a mão de Harry. Com a surpresa das palavras do rapaz, o menino parou o carinho na cabeça do amigo. O castanho balançou a cabeça, como que pedindo para que o afago voltasse.

- Eu não consigo compartilhar dos ideais de vocês. Por favor, não me odeie...

- Jamais...! – falou o castanho. – Nunca...! Sou incapaz de sentir algo... Negativo... sobre você! Apenas... Sei que tem muito pra aprender...

- Eu realmente não...

- O Tom vai... Se encarregar... de te ensinar tudo. Com o tempo... você vai aprender... a respeitar e defender... a causa. – Chris falava suplicando. Sua voz carregava esperança da única coisa que ainda acreditava. – Faça o que... não poderei fazer...! Me prometa... prometa que ficará ao lado do Tom...! Prometa, Harry...

Se tinha algo que Harry não queria nem um pouco ter que prometer era aquilo. Primeiro: ia contra seus próprios ideais. E segundo: indo para casa, abandonaria Tom. E Chris. E a causa. Em compensação sabia que o pedido de Christopher só foi feito por conta do estado tão fragilizado que piorava a saúde do castanho a cada segundo. Sentia uma mistura de asco e simpatia nas palavras de Chris. O que aconteceria se recusasse?

Harry não sabia. Mas tinha consciência de que seria catastrófico.

- Prometo. – disse engolindo o seu orgulho. Não queria ter que mentir.

- Harry... – Chris abriu um sorriso de felicidade. Não sorria daquele jeito desde que havia sido sequestrado. Seu rosto inteiro doeu com o gesto, entretanto estava feliz. Feliz de verdade. – muito obrigado...! Vai ser melhor pra você, confie em mim...

- Eu sei... – mas Harry não sabia. Não entendia e nunca iria entender como aquilo seria melhor para si.

- Já posso morrer em paz... – sussurrou encarando o teto. – Sabendo que... vocês dois estarão bem...

O moreno abriu a boca para retrucar, entretanto a fechou. Lestrange havia dito que ver  o menino tendo esperanças tornava tudo mais difícil. Mas também era difícil para o Potter ouvir aquilo.

- Por favor... – disse o ex-grifinório, deixando uma lágrima escorrer. Nem sabia exatamente o que queria com aquelas palavras.

- Não chore... – Chris esticou a mão, quase desistindo assim que parou de apoiá-la na cama, para enxugar a lágrima da bochecha de Harry. – Quero lembrar de você sorrindo...

O castanho também já não chorava. Soltou a mão de Harry, apoiando-a na cama outra vez. Ficaram em silêncio por um tempo, o que foi desconfortável para Harry depois do que prometera. 

Entretanto, assim que voltou a se sentir sonolento, Chis quebrou aquele silêncio:

- Harry... quero pedir mais uma coisa... – falou com seriedade. – pode conjurar um pergaminho, uma pena e um tinteiro...?

- Claro – Não pode ser pior do que a outra promessa mesmo...

Chris olhou um longo tempo para o jovem Potter depois que este invocou as coisas que foram pedidas. Harry não entendia o motivo, e era confuso ver Christopher olhando-o com tanta expectativa. A seriedade no olhar abatido de Lestrange aguçava a curiosidade do outro. O castanho temia pela reação do menor.

- Quero que escreva... meu testamento.

Potter arregalou os olhos. Então, é por isso que ele relembrou tantas coisas...! Está tentando aliviar as pendências, pensou.  Balançou a cabeça, negando. Aquilo seria como desistir completamente de Christopher. Largou as coisas no colchão.

- É uma decisão boba e precipitada...!

- Harry, não seja egoísta... – falou, ainda sério. Não tinha a intenção de irritar ou manipular o menor, apenas de ressaltar o que sentia. – Você não sabe o que estou sentindo... é doloroso. Tanta... Incerteza... enquanto que a única coisa certa... É a morte. Antes que ela venha... preciso fazer isso. Fazer esse testamento... Harry... pensa que... quem mais sente as consequências disso sou eu... A morte vai ser minha...!

Potter se sentiu envergonhado. De fato, a dor de Chris vinha antes da dele. Derrubou mais lágrimas enquanto apoiava os materiais em seu colo outra vez. Suas mãos tremiam. Limpou o choro, antes de molhar a pena na tinta.

Olhou para Chris indicando que ele já poderia começar a ditar:

- “ Eu, Christopher Rodolphus Lestrange... herdeiro da família Lestrange... estando em perfeito juízo e em pleno gozo de minhas faculdades mentais, declaro... na presença e intermédio de Harry...” – Chris teve que se interromper para perguntar o nome do meio do moreno. Sorriu para o menino que ainda  tinha os olhos molhados antes de continuar – Harry James Foxworth... à minha última vontade... livre de coerção ou induzimento... a posse de...

Um estrondo na sala. A porta foi aberta, e um garoto loiro entrou afobado. Parecia fugir de alguma coisa, preocupado, ao mesmo tempo que procurava por algo. Chris se irritou pelo rapaz interrompê-lo, contudo Harry sentiu-se aliviado por ter um motivo para largar a pena em seu colo outra vez.

- Harry! – disse o loiro correndo até si, e abraçando-o com força quase derrubando-o no chão. Sorria aliviado.

- Draco, o que deu em você...?

Lestrange conseguiu olhar para o jovem ao ouvir o nome dele. Então aquele era o tal Draco... Chris achava que já tinham se visto. Ele desviou a visão para a porta, vendo que Riddle seguiu o garoto.

- Como você se atreve, pirralho?! 

Draco olhava para Tom sem entender sua raiva. Apenas sorriu outra vez para Harry, agradecido por ter encontrado-o.

Potter estava achando tudo muito estranho. Enquanto Riddle se aproximava, o menino de óculos observava as feições do loiro a sua frente. O sorriso era bondoso e aliviado na face de Malfoy, algo raro, já que sempre que sorria para Harry era com escárnio. Apesar disso, era familiar. O modo como os olhos se estreitaram diante das palavras que Tom falava também não parecia desconhecido. E tinha também a forma como segurava a varinha discretamente, alerta, caso Riddle o atacasse. Draco costumava ser impulsivo, apontaria a varinha para o moreno ao invés de fingir estar com a guarda baixa. Ele não era muito inteligente.

Então se tocou. Só havia uma explicação.

Não pode ser!

Já sabia de onde vinha aqueles traços tão familiares:

- Hermione?


Notas Finais


Yo, moçoilas e moçoilos 💗

* O nome do meio de Chris seria o nome do pai dele, que consequentemente, se ele viver vai homenagear o homem dando o mesmo nome ao filho.

Comenteeeem. Vejo visualizações, mas poucos comentários. Por favor falem o que estão achando.

P.S: eu escrevi mais uma história de Harry Potter recentemente. Ela não tem ligação alguma com essa é é uma Draco x Gina ( sim, provavelmente você desconhece esse Shipp 😝 ) mas enfim, deem um olhadinha, sim?

Link: https://www.spiritfanfiction.com/historia/me-prove-13271947

Beijinhos de luz 💗💚💗💚


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