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História A Cor Púrpura De Teus Cabelos - Sentindo-se Amada


Escrita por: thecolorpurple

Capítulo 38 - Sentindo-se Amada


   Lola ficou atônita por alguns segundos, tentando recuperar o dom da fala.

 - Vim buscar a minha mochila mas já estou indo embora...

 - Você ficou me espiando? - perguntou horrorizada.

- Não se preocupe, eu já estou indo embora. Nunca mais voltarei a te perturbar.

 - Não! Espere!

 Lola estava dando meia volta e indo em direção a sala quando a frase dita por Miranda a fez parar e acelerou seu coração.

 - O que você quer comigo?

 - Me espere na sala. Quero conversar com você.

 A professora pegou uma toalha que estava próxima e cobriu o corpo nu. Levantou da banheira e fechou a porta novamente.

 Lola resolveu obedecê-lá e resolveu esperar para ver o que ela tinha para lhe falar e então a aguardou na sala.

 Depois de ver Miranda quase  nua a fez mudar de ideia com relação a esquecê-lá. Por pior que as circunstâncias parecessem era melhor ter Miranda como apenas uma amiga do que não tê-lá jamais por perto. Ao vê-lá na banheira, percebeu que a queria por perto de qualquer maneira. Somente ao olhar para a professora a fazia se sentir melhor. Fazia com que se sentisse protegida na presença dela. Então a jovem seguiu seu coração novamente e sentou no sofá da sala de Miranda enquanto aguardava-a ansiosamente.

*****

 Não demorou muito e Miranda surgiu na sala onde Lola a aguardava.

 Miranda havia colocado um vestido florido na altura dos joelhos e seus cabelos ainda estavam molhados.

 - Lola, nós devemos conversar sobre...

 - Eu sei, eu sei. Estava completamente errada em entrar em sua casa sem ter me anunciado e ainda por cima abrir a porta do seu banheiro e ficar te espionando.

 Miranda arregalou os olhos devido a sinceridade de Lola.

 - Olha, eu já entendi que você não me quer por perto e eu...

 Miranda levou o seu dedo indicador aos lábios fazendo um sinal para que ela se calasse. Lola ficou boquiaberta e interpretou mal o gesto da professora e então, resolveu levantar do sofá com raiva e decidiu ir embora mas ao fazer isto foi surpreendida por Miranda a segurando pelo braço a impedindo de ir embora.

 - Onde você pensa que vai?

 Lola ficou parada sem reação alguma e sentiu seus pêlos do braço se arrepiarem pelo toque da professora.

 - Temos que conversar. Sente-se! - pediu a mulher.

 Lola engoliu em seco o orgulho e se submeteu às ordens dela.

 - Olha, me desculpa. Eu não fiz por mal...

 - Calma, Lola. Eu já a compreendi e a perdôo.

 - Me perdoa de verdade?

- Sim, é claro.

  - Eu não voltarei a fazer aquilo, eu sei que foi...

 - Lola, respira! Eu já entendi que está arrependida de ter me espionado.

 Lola arregalou os olhos ao ouvir tais palavras.

 - Sério mesmo? Porquê as pessoas não costumam me perdoar, sabe... Tipo o meu pai.

 - Mas eu não sou como essas pessoas e seu pai é um caso à parte. Ele é o seu pai, oras. Ele só quer o seu bem.

 - Se você vai ficar defendendo o meu pai, é melhor eu ir embora.

 - Esse é o seu problema.

 Lola estava se levantando novamente do sofá quando desistiu de ir embora novamente por ter sido surpreendida por tal frase dita por Miranda.

 - Qual é o meu problema, posso saber? - Lola disse arqueando uma das sobrancelhas.

 - Você foge da verdade. Na realidade você gosta de jogar a verdade nas pessoas mas quando ocorre o oposto você fica muito brava.

 Lola abriu a boca em forma de "O".

 - É sério que você pediu para que eu ficasse aqui para me dar lição de moral? - disse cruzando os braços.

 Miranda soltou um suspiro longo.

 - Não estamos realmente nos entendendo...

 Lola revirou os olhos como sempre fazia.

- Eu quero que saiba que a única coisa que o meu coração anseia é cuidar de você, por isso eu entendo o lado de seu pai.

 Tal frase atingiu Lola em cheio e o coração da pobre menina se acelerou ao ouvir tais palavras e foi difícil acreditar que seus ouvidos haviam captado tais palavras.

 - O problema é que eu não estou acostumada com alguém cuidando de mim e se preocupando de verdade comigo. - desabafou a jovem.

 a confissão de Lola atingiu Miranda em cheio. Ela sentiu seu coração amolescer e sua garganta ficar seca. Ela sabia que apesar dos problemas que teve com a menina, ainda assim ela conseguia ver  a bondade no interior da garota. Apesar de saver que uma reaproximação das duas, seria algo arriscado ela se arriscaria pois ao se deparar com uma Lola indefesa e sincera e criando espinhos em seu exterior, sabia que no seu interior existiam belas flores ansioando para serem descobertas para desabrochar . Bastava  alguém para ajudar a regar tais flores com carinho e atenção mas antes teria uma missão árdua de atravessar os espinhos para chegar em seu anterior.

 Ao perceber que a professora tinha ficado muda, Lola perguntou:

 - O quê houve?

 Miranda não encontrava palavras para dizer, então resolveu mostrar o que sentia por gesto.

 Se aproximou da menina e a abraçou. Ela por sua vez ficou sem entender nada mas resolveu retribuir o abraço.

 Quando Lola iria retribuir o carinho de Miranda dizendo algumas palavras, algo a impediu. Enquanto as duas estavam abraçadas um barulho as alarmou. Era a porta sendo aberta por alguém.

 - Olha quem chegou mais cedo...

 Era Henrique, marido de Miranda.


Notas Finais


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