- Responda Shawn. - Digo calmo e ele tenta se livrar de meus braços.
- Eu... Logan eu não fiz nada. - Ele diz e eu o solto rapidamente. Ele cambaleia para trás e me olha. - Eu juro, não fiz nada e nem farei nada para com a sua irmã. - Diz e eu dou dois passos em sua direção o fazendo recuar.
- Não foi o que eu te perguntei Shawn. - Cruzo os braços. - Quero saber o que quer com ela? - Estreito os olhos.
- E-Eu n-nada... - Ele gagueja.
- Então você é o tipo de garoto que descarta as garotas que pega? - Dou mais um passo em sua direção.
- Não Logan, e-eu nunca faria isso. - Levanta as mãos.
- Então o que Shawn? Me explica que tipo de pessoa você é? - Ele acaba batendo na parede e fica literalmente encurralado.
- Eu... - Respira rápido. - P-Por que essa pergunta? - Estreito novamente os olhos. - Okay, eu respondo a pergunta. Mas por favor, para de me olhar como se eu fosse levar uma surra. - Reviro os olhos para cima.
- Só me diz Shawn. - Suspiro. - Gosta dela não é? - Ele olha para o chão. - Não responda. Só essa sua olhada para o chão já respondeu. - Me viro e coço minha nuca incomodado.
- Eu... Eu não quero problemas Logan. Jamais faria qualquer coisa ruim para ela. - Ele diz e eu assinto sem o olhar. - De qualquer forma, ela não gosta de mim. - Diz e eu rio.
- Acho que temos algo em comum Shawn. - O olho. - Não percebemos rapidamente os sentimentos que nos cercam. - Rio.
- Como assim? - Ele parece abalado. Triste.
- Não quis te assustar. Desculpe pelo surto do "irmão mais velho super protetor". - Reviro os olhos diante do nome que acabo de inventar. - Apenas fiz o que ela me pediu. - Dou de ombros.
- Ela pediu para me imobilizar e me traumatizar? - Ele pergunta e ri. Sorrio de lado e balanço a cabeça.
- Stephanie é uma caixinha de surpresas Shawn. - Me sento encostado em uma das pilastras e ele se senta à minha frente. - Quando a conheci foi difícil conseguir desvendar seus mistérios. De certa forma, ela e eu nos parecemos. Somos mistériosos e não mostramos nada de bandeja.
- E o que eu devo fazer? - Ele parece atento e realmente interessado.
- Vou te dizer o que não fazer. - Suspiro. - Não vai colocá-la em perigo de forma alguma. - Ele assente. - E em hipótese alguma, vai partir o coração dela. Ou eu parto você ao meio sem medir esforços. - Ele assente novamente não parecendo afetado pelo que acabo de dizer.
- E o que eu faço para não deixar isso acontecer? - Sorrio de lado.
- Mostre que vale a pena Shawn. - Balanço a cabeça. - Mostre que estará lá quando ela precisar, que será seu porto seguro, seu apoio. - Sorrio. - Tudo o que precisa é estar lá com ela e não deixá-la. - Ele assente.
- Eu prometo. - Sorri de leve.
- Espero que esteja me dizendo a verdade. - Suspiro. - Faz bastante tempo que não atiro em ninguém e sinceramente adoraria treinar minha mira. - Ele engole em seco. - Estou brincando com você Shawn. - Ele ri. - O sindicato não permite isso. - Rio de sua expressão. - Vamos. - Me levanto.
- Logan? - Ele para na minha frente.
- Sim? - Levanto a sobrancelha.
- Me ensina a atirar como você? - Pede timidamente.
Sorrio de lado. Ninguém jamais me pediu isso.
Acho que existe certo medo.
- Ensino. - Gesticulo com a cabeça para irmos até o arsenal onde tem o painel para atirar.
(...)
~ P.O.V Kendall ~
Pego meu violão e minhas chaves.
Hoje farei uma coisa que literalmente pode mudar o meu destino.
Sigo para o elevador após trancar a porta e sigo para o lobby.
Pego meu celular rapidamente e olho as horas. É, ele sai mais ou menos esse horário.
Pego um táxi e sigo para o local onde sei que ele estará.
Aproveito para acrescentar uma nota mental para mim mesmo.
*Preciso comprar um carro. Urgentemente*
Não posso depender para sempre de táxi, Uber ou qualquer outro meio público de transporte.
Olho para meu celular novamente e percebo que ele já deve estar saindo ou provavelmente já saiu do trabalho. Mas não custa arriscar.
O carro para e eu pago o taxista indo diretamente para a porta.
Ela se abre e lá está ele mexendo no celular.
- Kendall? Que surpresa. - Levanta as sobrancelhas. - Tenho visto muitas pessoas conhecidas aqui, não sei se isso é lá muito bom. - Ri.
- Era com você mesmo que eu queria falar Logan, preciso da sua ajuda. - Ele franze as sobrancelhas.
- O que você aprontou? - Anda um pouco e eu o sigo até sua moto.
- Não é nada que envolve o lado policial okay? Envolve mais o lado normal mesmo. - Rio de sua expressão. - É importante.
- Okay, acho que entendi onde quer chegar já que está com o seu violão e sabe que eu toco piano desde os 8 anos. - Olha para a moto. - Quer uma carona até o Palace? - Aponta com a cabeça para a mesma.
- Claro. - Dou de ombros e ele pega outro capacete na parte de trás. - Mas você sabe pilotar isso não é? Eu gosto muito do meu violão e não quero perder ele em algum acidente. - Ele se senta na moto e a liga. O motor quase grita em um barulho forte.
- Prefere ir de táxi? - Abaixa a viseira do capacete.
Olho para a rua e não vejo nenhum táxi a vista.
Droga.
- É, eu vou arriscar. - Coloco o capacete. - Uma vida sem emoção é uma vida não vivida. - Suspiro.
- Continue repetindo esse ditado. - Acelera a moto com ela ainda parada. - Quem sabe um dia ele pega. - Então arranca com a moto.
É.
Eu odeio motos.
(...)
Já no elevador ainda sinto o efeito da adrenalina.
Ele meio que acelerou demais na minha opinião.
Demais mesmo.
- Eu não estou nada bem. - Digo fechando os olhos.
- Kendall, aquela era a velocidade mínima. Se eu fosse mais devagar, seria multado por ir devagar demais. - Ele diz. - Respira. Logo passa. - Diz calmamente.
- Eu sou músico, não motorista de rachas. - Respiro fundo. - E você é louco Henderson. - Rio.
- É, você não é o primeiro a dizer isso e nem será o último. - O olho e ele dá de ombros. - Mas me fala mais, o que te levou a delegacia hoje? - Põe as mãos nos bolsos.
- A necessidade de ajuda de alguém que escreveu uma música incrível? - Ele ri. - E também, uma ideia para um... Dueto. - Ele levanta a sobrancelha.
- Não sou cantor Kendall. - As portas se abrem e ele me aguarda.
- A música que a Nick tem gravada diz outra coisa. - Debato.
- Não é a mesma coisa. - Balança a cabeça. - Aquela música é pessoal, minha para ela. Eu fiz... Porque quis mostrar o sentia Kendall, você quer que eu cante uma música que... Não tem nada haver comigo.
- E quem disse? - Desafio. - Você ainda nem ouviu minha proposta e já está negando. - Rio.
- Não estou negando. Estou dizendo sutilmente que... Devia pensar em outra pessoa. - Levanta as mãos.
- Você é o único que eu conheço que toca piano com perfeição. - O olho com tédio.
- James também sabe tocar piano muito bem. - Pega as chaves e abre a porta me dando passagem.
- Sim, mas eu te conheço a mais tempo. - Driblo mais uma de suas desculpas. - Vai, por favor Logan! Pelos velhos tempos. - Peço unindo as mãos. - Se eu tiver que pedir de joelhos vai ser muita humilhação. - Ele ri.
- Okay, você venceu. - Levanta as mãos.
- Eu ouvi vozes. - Uma voz diz nas escadas. - Kendall, que bom te ver. - Nick diz e eu sorrio a dando um leve abraço. - O que vai aprontar? - Me olha.
- Você e ele tem sempre o mesmo repertório de perguntas? - Rio. - Quero convencer esse cabeça dura que você chama de marido a cantar uma música comigo.
- Sério? Ah, que ótima ideia. - Dá um beijo na bochecha do mesmo que revira os olhos. - E você vai cantar certo? - O olha.
- Estava pensando seriamente em recusar o pedido. Mas ele ameaçou pedir de joelhos e eu quis evitar a humilhação extrema. - Ri. - Mas eu nunca disse que ia cantar. Concordei em tocar o piano. - Levanta a mão.
- Você vai cantar. - Ela diz.
- Ah vou? - Ele a olha. - Já estamos naquela parte do casamento onde um acaba falando ao outro o que deve ou não fazer é? - Levanta a sobrancelha.
- Sim. Mas eu que dito o que você faz. - Ela diz e eu pigarreio os lembrando da minha presença.
- Ainda estou aqui gente. - Mexo na alça do case de meu violão olhando para o outro lado. - Ainda aqui parado olhando para o casal mais meloso de Seattle. - Pigarreio novamente.
- Desculpa. - Ela diz. - É que ele é teimoso já de nascença. - Sussurra rindo.
- E ela é mandona desde sempre. - Ele debate arregaçando as mangas da camisa cinza. - Então? O que tem em mente Schmidt? - Me olha.
- Escrever uma música, que não seja banal como qualquer outra. Que tenha um pouco de mim e do que eu sinto. - Digo e ele assente.
- Só me promete uma coisa e eu topo o que está querendo. - Ele cruza os braços. Levanto as sobrancelhas esperando o que ele vai dizer. - Nada de música de término ou uma música chiclete que vai me deixar louco pelos próximos meses ou anos. - Diz e eu rio junto a Nicole.
- Tem minha palavra. - Estendo a mão e ele a aperta. - Então vamos Henderson? - Ele suspira.
- Vamos né? São dois contra um, e tenho certeza de que se Alice estivesse aqui em baixo, também votaria para eu cantar com você. - Dá de ombros.
- Por isso eu amo a sua filha. Ela tem um ótimo gosto musical tão nova... - Digo e ele revira os olhos indo para o banco do piano. - Ele me odeia. - Rio olhando para Nick e ela ri.
- É, mas ele te odeia de um modo bom. - Dá dois tapinhas em meu ombro.
(...)
- Okay, é essa nota? - Logan aperta as teclas de marfim. - Ou essa? - Toca outra nota.
- Nem uma e nem a outra. - Digo rindo. - É essa. - Toco no violão. - A nota entre as duas que você tocou bobão. - Ele dá de ombros e toca a nota certa. - Isso.
- Okay, tem um início para a sua música Kendall. Mas nenhuma letra ainda? - Se vira para mim.
- Nada ainda. - Suspiro. - Quanto tempo levou para escrever aquela música? - Ele ri.
- Quer mesmo saber? - Me olha e eu assinto. - Duas semanas. - Morde o lábio. - Foram as duas semanas mais longas de toda a minha vida. - Ri novamente.
- Mas é uma música ótima. - Sorrio.
- Não sei, eu apenas converti tudo o que queria dizer em palavras para uma música que deixasse para ela quando eu fosse embora. - Dá de ombros. - Quem diria que essa música fosse o meio de nos juntar novamente não é? - Ri.
- Entendo perfeitamente o que está dizendo. - Sorrio.
- Então o que acha de escrever isso? - Levanta as sobrancelhas. - Não existe música melhor do que aquela que tem um sentimento real e não algo sobre uma... Cartolina molhada. - Faz careta.
- Uma... Cartolina molhada? - Rio de seu exemplo.
- Sim, algo que não tem o menor nexo. - Ri e se levanta. - Escreva com o coração e não com a mente. E depois volte aqui com a letra já legível para montarmos o resto. - Assinto.
- Obrigado oficial. - Estendo a mão.
- De nada idiota. - Ri e fazemos nosso comprimento. - Quer carona de volta para casa?
- Odeio recusar caronas, mas vou ter que te deixar em casa para aproveitar sua linda família. - Sorrio. - Eu pego um táxi. - Dou de ombros. - Até amanhã. - Aceno com a mão.
- Até amanhã então cantor. - Acena com a mão e me acompanha até a porta.
~ P.O.V James ~
Observo Lili e Phillip dormindo calmamente e ouço um riso baixo ao meu lado.
Emilly me olha e eu sorrio.
- Eles não vão sair daí. Pelo menos não até os 18. - Brinca.
- Espero que não passe rápido como dizem que passa. - Fecho a porta lentamente.
- Acredite James, em breve vamos é implorar para passar rápido. - Ri e eu acabo rindo rápido. - E depois vamos querer voltar no tempo para ter eles de volta.
- Estamos em controvérsia. - Rio.
- É. Sempre ficamos. - Dá de ombros. - E o caso do Logan? O garoto? - Suspiro.
- Não temos muito. - Me sento e ela se senta ao meu lado. - Carlos está responsável pelo caso, mas eu tenho ajudado também.
- E o Logan? - Me olha.
- O mesmo irritadinho de sempre. - Rio. - Acho que o aprendiz dele está sendo uma boa ideia. Eu o vi treinando o garoto e tenho que admitir que ele leva jeito para a coisa.
Ainda que Logan tenha sempre um pé atrás com qualquer um que tente se aproximar, ele precisa admitir que o que ele sabe deve ser passado à diante.
O problema é que depois de tudo o que aconteceu, ele reuniu sua confiança em poucas pessoas.
E não será um novato que mudará isso assim rápido...
Bom... Será?
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