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História A culpa é sua! - Chensung ABO - Capítulo 8 - Mix de sentimentos


Escrita por: Gabiridin

Capítulo 8 - Capítulo 8 - Mix de sentimentos


Bom, chegamos ao terceiro mês, o que dizer sobre o caos que foi esse mês?

Vamos começar pelo início: Assim que ele começou, fui à minha consulta de rotina com o Doyoung hyung, mas essa não era uma consulta normal, nós descobriríamos o sexo do bebê.

Como estávamos ocupados de mais com a escola, optamos por não fazer um chá de revelação, então saberíamos o sexo no ultrassom mesmo. Vocês conhecem meus amigos e família ao ponto de saberem que o caos reinaria naquele hospital de parto (uma curiosidade: hospitais de parto deixaram de se chamar maternidades desde que o sistema ABO foi implantado, pois não eram apenas mulheres que davam à luz agora).

Começando com o fato de que depois da aula todos os meninos foram comigo até o hospital, onde nos encontramos com meu omma e os pais do Sung. Estávamos todos aglomerados na recepção e enquanto o Hyuk anotava as apostas de todos (eles fizeram um bolão, Jaemin, Jeno, Xiaojun e o tio Jae chutaram que seria uma menina e o resto chutou menino), Doyoung apareceu para me levar à sala do exame.

- Só posso permitir um acompanhante, a sala é muito pequena – Doyoung disse e pude ouvir várias reclamações baixas – Queria muito deixar todo mundo vir, mas a sala é pequena. Quem vem?

- Acho que não estamos abertos a discussões, é um momento muito marcante e todos concordamos quando dizemos que o Jisung tem que ir – Meu omma disse sorrindo sem mostrar os dentes.

- Tente não desmaiar, Park – Jaemin provocou e Jisung mostrou a língua – Super maduro da sua parte, pai de família.

Antes que Jisung pudesse responder, Doyoung nos chamou novamente e fomos direcionados à pequena sala, onde eu já fui levantando minha blusa e deitando na maca. Minha barriga já estava bem visível quando eu usava roupas mais apertadas, então roubei uns moletons do Jisung e ia para a escola com eles.

Doyoung passou o gel em minha barriga (continua estranho, não me acostumei) e usou aquele aparelhinho para tentar encontrar o bebê. Agora eu já estava mais familiarizado com aquele desenho preto esquisito na tela então tentava prestar muita atenção para entender alguma coisa.

- Consegui encontrar – Doyoung disse animado – O que vocês acham que será?

- Eu queria que fosse uma menininha, mas tô feliz com o que vier – Jisung, que já estava segurando uma das minhas mãos, foi em busca da outra e a segurou também.

- Meu omma disse que minha barriga tá bem pontuda e que isso só acontece quando é um menino, então acho que vai ser um alfinha – Eu respondi – Mas diz logo que eu tô ansioso, hyung.

- Meus parabéns, papais, vocês terão um menininho! – Doyoung soltou, empolgado – Aqui está a cabecinha, aqui os pezinhos e aqui vocês podem ver o pênis – Apontou na pequena telinha – E agora uma pequena surpresa: Vocês estão preparados para ouvir o coraçãozinho?

Eu e Jisung, como belos pais que somos, já estávamos com lágrimas nos olhos, então me contive em apenas acenar positivamente. Sem parar de apertar o controle em minha barriga, Doyoung apertou um pequeno botão ao lado do teclado e a sala foi inundada por um som alto do coraçãozinho do meu filhote.

Levei um pequeno susto, porque a velocidade das batidas era muito mais rápida que o normal, mas Doyoung me garantiu que isso é normal. Não consegui conter minhas lágrimas, era a primeira vez que ouvia o coração do meu bebê e foi a primeira vez que senti uma alegria tão grande como essa. É uma coisa de louco mesmo, uma experiência indescritível que vocês só saberão quando chegar a vez de vocês.

Olhei para Jisung que estava em prantos, tentando secar as lágrimas que não paravam de cair, e sorri bobo. Essa foi a primeira alegria intensa que meu filhote me fez passar.

Nós estávamos tão entretidos com o som que nem notamos que o médico estava gravando toda a nossa reação nesse momento, então só quando ele desligou o som e limpou minha barriga, que notei que ele observava a gravação no celular.

- Seu omma pediu para que eu gravasse – Doyoung sorriu – Ele sabia que era possível ouvir o coraçãozinho desde a sexta semana (um mês e meio), mas me pediu para te mostrar isso hoje.

- Ele gosta de nos fazer chorar – Eu ri enquanto limpava algumas lágrimas em baixo do olho – Vamos ter um menininho – Eu dei um selinho rápido no Jisung – E vai ser um alfinha lúpus.

- Não tem como eu estar mais feliz – Jisung me respondeu, dando outro selinho rápido – Você pode nos mandar esse vídeo, hyung?

- Claro, seu omma queria a gravação para mostrar para os amigos de vocês e para recordação – Doyoung respondeu e enviou o vídeo para meu omma – Na próxima consulta vamos checar a evolução desse meninão e pelo que parece, sua barriga já vai estar bem maior. Atualmente ela já está com o tamanho de uma gestação de quatro meses para bebês comuns, então mês que vem ela já vai estar bem maior.

- Muito obrigado pela consulta Dodo hyung, foi muito especial – Eu disse e Jisung concordou – Até o próximo mês.

- Até! se precisarem de alguma coisa, vocês têm meu número – Doyoung acenou e nós saímos pela porta.

E é claro que um pandemônio estava instaurado ao lado de fora, e quando eu digo “lado de fora” é no sentido literal, eles tinham sido expulsos da recepção por fazerem barulho demais (certeza que era coisa do Donghyuk). Chegamos no estacionamento, imediatamente todos pararam de falar e nos encararam.

- Vão falar nada não? – Hyuk disse.

- Jisung tá com cara de choro – Yangyang comentou com um sorriso travesso – Chorou né, safado?

- Sinto em dizer, mas os Nomin, Dejun e o tio Jae nos devem umas pizzas – Eu disse – Vamos ter um menino.

Preciso dizer que todos começaram a falar ao mesmo tempo? Uns dizendo que já sabiam, outros dizendo que querem pizza, meu omma contando sobre a barriga pontuda e etc. Nessa hora me bateu uma vontade imensa de tomar suco de limão sem açúcar nenhum, então fiz o que todo ômega grávido faria: Cutuquei o appa da criança.

- Manda essa galera calar a boca e faz alguém me trazer um suco de limão? – Eu pedi, juntando as mãos – E precisa ser sem açúcar. – Engoli em seco, só de imaginar o sabor do suco, minha boca se enchia d’água.

Era estranho porque eu nunca tinha desejado tanto um alimento quanto eu queria aquele suco, então eu percebi: Estava tendo meu primeiro desejo.

Jisung ainda deu uma lerdada, olhando para o nada, então eu o cutuquei de novo.

 - Quer que seu filho nasça com cara de limão azedo? – Lancei meu melhor olhar de raiva, enquanto acariciava a barriga de leve (eu tinha aprendido a controlar minha raiva e a soltar quando quisesse, então não foi uma tarefa muito difícil deixar meus olhos lilases e usar um pouco mais de força ao apertar a mão do alfa). Jisung apenas negou com a cabeça em um movimento desesperado e foi atrás do meu suco.

Fiquei conversando com os outros enquanto esperava, Yangyang estava tão feliz que dava pulinhos, dizendo que quer muito mimar a criança. Sorri com a cena, mas acabei pensando em meu omma. Eu era muito sortudo por ter todas essas pessoas se importando comigo e querendo meu bem, nem consigo imaginar como foi para meu pai passar por tudo isso sozinho.

Estávamos indo em bora e nada do alfa voltar com o bendito suco, estava ficando preocupado já.

- O Jisung ainda não voltou da lanchonete – Disse ao meu omma – Vou atrás dele.

Antes eu tivesse ficado com todo mundo! Encontrei Jisung conversando com um ômega da nossa escola (acho que era Kevin o nome dele) e ele estava praticamente se jogando em cima do lerdo do Park que não fez nada, repito N-A-D-A. Achei uma falta de respeito com o grávido aqui.

- Oi Sung, ainda não conseguiu meu suco? – Cheguei o abraçando e dei um selinho.

- Tem uma beta que comanda a cozinha, ela foi fazer um natural para você – Ele disse sem me soltar, o que achei ótimo, aquele ômega precisa ver que o alfa tem dono – Aí eu fiquei aqui conversando com o Kevin.

- Vim comprar um lanche, tô esperando o Jacob ganhar alta – Kevin respondeu e eu senti minhas bochechas queimarem. Jacob era o líder do time de basquete dos alfas (tinha até tentado recrutar o Jisung) e já tinha um rolo com Kevin há um tempão – Ele machucou no treino de hoje, mas e vocês, o que fazem aqui?

- Vim para um exame e o Sung veio me acompanhar – Respondi sorrindo amarelo, não queria contar para ele sobre o bebê. Ainda bem que o universo resolveu me ajudar pelo menos uma vez e meu suco chegou assim que terminei a fala – Obrigado! Thau Kevin, deseje melhoras ao Jacob por favor – Disse e nós saímos.

- Aquilo foi ciúmes, Zhong Chenle? – Jisung perguntou quando nos afastamos um pouco, só de olhar aquele sorriso travesso do alfa, eu tinha vontade de soca-lo e beijá-lo.

- Cala a boca Park, nada aconteceu – Respondi após tomar um belo gole do suco de limão. Garanto a vocês que era o melhor suco que eu tomei na vida, super azedo.

Chegamos no local em que nossos pais e amigos estavam, mas alguns já tinham ido para casa, apenas Mark e Hyuk se encontravam no local, junto com meu omma e os pais do Jisung.

- Me dá um gole do suco, Lele? – Hyuk perguntou e veio na direção do copo.

- NÃO – Eu gritei e virei de costas (Jisung disse que eu parecia aquelas crianças mimadas).

- Minha nossa, tá bom então – Ele estava com uma cara de assustado que me faria rir se eu não estivesse com raiva.

- Então meu genro já teve o primeiro desejo – Taeyong disse – E posso saber o que é?

- Suco de limão sem açúcar – Jisung respondeu, fazendo uma careta de nojo para o meu manjar dos deuses.

Taeyong olhou para meu omma e sorriu. Porque eu sinto que estão me escondendo alguma coisa?

Depois dessa cena fomos em bora, deixamos os Markhyuk na casa vizinha e começamos os preparativos para dormir. Geralmente o Sung dormia aqui nas sextas feiras e passava o fim de semana.

Eu estava deitado na cama depois do banho e esperava o alfa sair para podermos dormir.

- Eu estava pensando em nomes, gosto muito de Jeongwoo e Jihoon – O Park disse após sair do banheiro e se deitar ao meu lado. Eu estava de barriga para cima, encarando o teto, então senti aquela mãozona encostar em minha barriga, fazendo um carinho leve – Para meninas eu só tinha pensado em Yeji, mas achava que você ia brigar comigo porque é o nome da irmã do Hyunjin.

- Não gostei muito desses nomes, não – Eu disse sem tirar os olhos do teto – Gosto de Xinlong ou Minghui.

- Definitivamente temos muito o que conversar sobre nomes ainda – Jisung disse, se virando de lado, em minha direção – Mas agora vamos dormir que eu tô morto.

Me encaixei em seu abraço, mas comecei a rir que nem um idiota logo depois.

- O que foi, Lele? – Jisung me olhava confuso.

- É que eu deitei e senti minha barriga encostar no colchão, mas eu tô de lado – Eu disse – Isso nunca tinha acontecido antes.

- É que você já tá ficando barrigudinho – Jisung se aproximou de me deu um selinho – E é um barrigudinho lindo, mas agora eu tenho que dormir e você vai fazer o mesmo.

Ele me puxou para dentro da conchinha e colocou as duas mãos em minha barriga.

- Boa noite bebês – Ele selou minha nuca.

- Boa noite Sung.

 

<<...>>

 

Uma semana depois, fui experimentar o terno que eu usaria no casamento dos hyungs. Estava meio nervoso e inseguro com meu corpo, porque a barriga estava bem visível se eu usasse qualquer coisa que não o moletom do Jisung e isso atraía os olhares julgando um ômega adolescente grávido. Eu tentava fingir que estava tudo bem e que essas coisas não me abalavam, mas no fundo os olhares de desprezo machucavam um pouco.

Fui com Bambam, meu omma e o Jisung até uma loja de ternos no centro da cidade e fomos recebidos por uma beta super fofa (me deu uma aliviada, não acho que uma moça tão gentil iria me fazer algum mal. Só que eu ainda estava com um moletom que disfarçava a barriga, então nunca se sabe), que descobri se chamar Wendy e ela nos mandou a uma sala nos fundos, que era onde tiravam nossas medidas.

O local era bem amplo e tinha um círculo elevado de madeira em frente a um espelho grande (parecia um palquinho), também havia uma porta na esquerda que dava a outra sala igual a essa. Uma alfa baixinha se aproximou de nós e cumprimentou a todos.

- Quem é o noivo? – Perguntou, olhando para meu omma e Bambam hyung. O último levantou a mão e a alfa continou, se dirigindo a ele – Sou a Seulgi e vou atendê-los hoje, que tipo de terno você procura?

- Na verdade estamos aqui para experimentar e ajustar os ternos dos porta-alianças – Bambam respondeu sorrindo pequeno – Eu estive aqui na semana passada com meu noivo e nós já escolhemos.

- Claro! vou busca-los – A alfa se virou e foi para a sala ao lado. Quando ela voltou, percebi que teríamos problemas.

O terno do Jisung caberia perfeitamente nele, parecia ser feito sob medida só de olhar, mas o meu...

Acho que eles devem ter usado uma forma de ômega padrão para fabricar aquele terno, creio que ficaria apertado até no Renjun, e olha que ele é o menor de nós. E eu estava grávido de três meses de um alfa lúpus. Aquela merda não ia entrar nem fodendo!

Eu olhei para o Bambam hyung em pânico e ele já entendeu tudo, era impossível usar aquilo. Ainda bem que estávamos aqui para fazer ajustes.

- Com licença, eu tinha especificado para fazerem um terno maior para o ômega – Bambam disse – Tenho certeza de que esse não vai servir.

- Nós aumentamos o tamanho da fôrma de ômegas de 16 anos, não é o suficiente? – A alfa perguntou – Geralmente os ômegas dessa idade são naturalmente menores.

Mas os ômegas dessa idade não estão GRAVIDOS de um ALFA LÚPUS! (Foi o que eu pensei, mas não externalizei no momento e apertei a mão do Jisung para externalizar a raiva).

- Vamos experimentar e ver quanto teremos que aumentar, você é o ômega? – Ela olhou para mim e eu assenti – Realmente não vai servir. Suba aqui e tire a roupa, e você alfa, experimente o seu naquele provador. Eu preciso que os outros dois me aguardem lá fora, por favor.

Eu subi no palquinho e olhei para meu omma, eu definitivamente não queria tirar minha roupa ali, mas antes de sair, ele me olhou e disse “tá tudo bem” inaudível, que me deu um pouquinho mais de confiança. Aproveitei que a alfa tinha ido ajudar o Jisung e tirei a roupa, ficando apenas de cueca na frente do espelho.

Eu me sentia muito estranho fazendo isso em público, em casa eu passava um bom tempo me admirando no espelho e passando a mão na barriga, que estava cada dia mais visível, mas agora eu estava muito apreensivo a respeito da reação da mulher.

A prova do Jisung acabou logo e ele foi se juntar aos outros na sala de espera.

- Ok, do alfa serviu, agora vamos ao ômeg- A mulher cortou a fala e me encarou – Quantos anos você tem mesmo, menino? – Caminhou em minha direção e eu só queria sumir.

- 16, mas faço 17 em dois meses – Falei fraco, tentando em vão, esconder minha barriga.

- Então é por isso que meu terno não serve em você – A alfa me olhou com aquela expressão de nojo e meus olhos se encheram d’água. Queria muito sair dali, mas não queria desapontar o hyung, então me forcei a ficar – Mal começou a ter cios e já foi se esfregando em um alfa, já não fazem mais ômegas como antigamente – Ela dizia enquanto arrumava o kit de costura – Veste essa calça e vê se essa blusa fecha.

Me entregou os tecidos e eu continuei calado, tentando não olhar para ela enquanto vestia. A blusa havia deixado minha barriga um pouco marcada, mas tenho certeza de que não serviria daqui a um mês.

- O blazer vai estourar se eu tentar colocá-lo aí, vou tirar suas medidas para fazer um novo – Ok, já estava se tornando um exagero, minha barriga nem tava tão grande assim – Você pelo menos sabe quem é o pai? – Ela me perguntou enquanto passava uma fita métrica pela minha cintura e eu apenas assenti – Se eu fosse ele, nem iria assumir, perder o resto da minha vida por causa de uma criança que talvez nem seja minha mesmo? Passo.

Vocês devem estar se perguntando: “Por que você, um ômega tão bem resolvido e ativo na luta pelos direitos ômegas, aceitou ouvir aquilo tudo?” eu vos respondo, meus caros: Eu tava sensível, cara! Nos últimos dias eu estava sentindo mais esse “efeito lúpus” que me fazia sentir tudo em excesso. A mulher me fez sentir muito mal, agora multiplica por três, e sem contar que eu tava com medo dela, é de uma alfa que estamos falando.

- Vou fazer duas vezes maior do que as medidas que eu tirei, aí vamos ver se encaixa – A alfa disse sem olhar para mim – Você tem que voltar aqui uma semana antes do casamento para ver se vai ficar bom – Eu assenti, lutando para que uma lágrima teimosa não caísse – Se vista enquanto eu falo com o noivo.

Assim que ela saiu, eu corri até minhas roupas e as vesti o mais rápido possível, não pude evitar algumas lágrimas, mas tudo bem agora que eu estava sozinho. Fui até o espelho, tentando melhorar minha cara antes de sair, mas deixei de lado quando comecei a ouvir uma discussão seguida de rosnados ao lado de fora.

Coloquei a cabeça para ver o que estava acontecendo e vi uma cena que eu não estava nem um pouco acostumado.

Jisung estava com os olhos vermelhos, tentando se segurar no balcão para não voar na alfa em sua frente e meu omma, repito: meu OMMA, Qian Kun, estava com os olhos lilás azulados, sendo segurando pelo Bambam, para evitar que ele perdesse completamente o controle.

- Você dobre essa língua para falar do meu filho! – Meu omma gritou – Ele já passou por tanta coisa, não precisa escutar gente como você!

- Então você foi o pai irresponsável que deixou seu filho sair dando para qualquer um? É isso que dá não ter um alfa em casa – A alfa deu um sorriso sínico, faltava apenas mais um pouco para que meu pai perdesse o controle e percebi que era tudo o que ela queria. Se ele encostasse um dedo nela, perderia toda a razão (e o direito de processo), então eu apareci de corpo inteiro na porta e todos os olhares caíram em minha direção.

- Não vale a pena brigar, omma – Eu disse, me aproximando do meu pai – Ela quer exatamente isso e não precisamos dar esse gostinho a ela.

Fico imaginando o que essa mulher disse a eles para deixá-los naquele estado, Bambam hyung estava quase desistindo de segurar a fera (vulgo meu pai), Jisung tentando se controlar (uma cena completamente nova para mim, já que da última vez ele bateu no meu amigo. Não que o Jeno não merecesse, mas vocês entenderam) e em minha cabeça, meu pai era o ser mais pacífico do mundo.

Ele se soltou de Bambam e me abraçou forte. Aqueles abraços quentinhos e acolhedores que só o senhor Qian sabia me dar e eu (sensível) quase comecei a chorar ali mesmo, mas mantive a pose de durão.

- Nós nunca mais voltamos nesse lugar – Kun me puxou pela mão em direção à saída – E saiba que o processo por difamação vem.

De fora da loja eu pude ouvir o Jisung rosnar (alguns ômegas que passavam pela frente se encolheram um pouco, mais pelo susto do que pelo rosnado em si), logo depois ele e Bambam saem do local.

Os passos apressados do meu omma aumentavam cada vez mais o ritmo, até chegarmos no estacionamento e foi só então que eu percebi que ele estava chorando. Meu pai se apoiou em nosso carro, tentando secar as lágrimas que não paravam de cair.

- O que aquela idiota fez para você ficar tão mal? – Perguntei, preocupado e o abracei, sem conter minhas lágrimas que finalmente foram liberadas – Não gosto nada de te ver assim.

- É só que me lembrou muito o que eu ouvia quando estava grávido de você – Ele disse quando se acalmou um pouco – Eu quero que você saiba que, seja lá o que essa mulher te falou, é mentira. Eu e seus hyungs estamos aqui para o que você precisar e te amamos muito, tenho certeza de que isso se estende aos seus amigos e ao Jisung também.

- Mesmo tentando não ligar muito, eu ainda fico um pouco mal com o que ela disse, mas é só porque eu tô sensível – Eu ri, limpando algumas lágrimas – Não tenho dúvidas de que eu e o bebê somos muito amados por todos ao nosso redor e eu peço por favor: não fique tão nervoso por causa dos outros, gosto do meu omma pacífico e não da versão de guerra – Nós dois rimos.

- Só você pra me fazer rir em uma hora dessas – Ele finalmente parou de chorar – Essa não vai ser a última a fazer comentários ruins ou te olhar torto, então saiba que pode desabafar conosco e eu prometo tentar não bater em todo mundo – Segurou meus ombros e me encarou – As vezes eu tenho vontade de te colocar dentro de mim de novo, assim eu consigo te proteger melhor. Você vai entender isso daqui a alguns meses.

Sim meus queridos, eu entendi perfeitamente o que meu omma quis dizer nessa hora devido a uns acontecimentos futuros, mas depois falamos disso.

Não demorou muito até que Jisung surgisse com Bambam hyung ao lado do carro, então entramos em silêncio e meu omma nos guiou até em casa. No caminho, Bambam recebeu uma ligação e colocou no viva voz para que todos ouvíssemos.

- Olá, eu sou a Wendy, trabalho na loja de ternos, falo com Bambam?

- Sou eu mesmo, depois eu volto para terminarmos de resolver o problema, no momento só precisamos de um tempo.

- Gostaria de informa-los que a alfa que os atendeu hoje não trabalha conosco mais, nossa chefe estava na sala ao lado da secretaria e ouviu tudo. Irene unnie não tolera essas coisas, então peço desculpas em nome de toda a companhia.

- Tudo bem, mas eu não posso permitir que o meu porta alianças volte aí, esse é um assunto bem delicado e não quero expor meus amigos a isso novamente.

- Como pedido oficial de desculpas, faremos os dois ternos por conta da casa e os entregaremos no dia do casamento.

- Ficamos felizes por isso, muito obrigado.

- É o mínimo, depois de toda essa confusão. De novo, peço desculpas e boa sorte com o casamento.

- Obrigado.

E assim se encerrou aquele diálogo. Eu não sei o porquê, mas eu me senti um pouco mal pela alfa, ela já tem esses pensamentos errados e ainda perdeu o emprego. Sei lá, o universo não foi tão legal com ela, mas espero que isso sirva para ela repensar os atos e se tornar uma pessoa melhor.

Deitei minha cabeça no ombro do Jisung que tinha ficado estranhamente calado desde os acontecimentos (resolvi não perguntar nada agora, melhor esperar a poeira abaixar) e nem percebi quando adormeci. Dia intenso esse, hein?

Acordei quando paramos na casa do Bambam hyung, que desceu do carro e se apoiou de leve na janela.

- Desculpa por tudo isso, gente – Ele sorria amarelo – Realmente não pensei que isso poderia acontecer e querendo ou não, é culpa minha.

- Pode ir parando aí, hyung – Eu disse com uma voz meio sonolenta – Você não teve culpa de nada, a mulher que foi babaca.

- Não sei, se eu tivesse olhado melhor as lojas de terno, isso não teria acontecido – Ele abaixou a cabeça e eu fiz um sinal negativo com a minha – Mas em fim, não esquece o ensaio com os padrinhos agora a tarde, Kunnie – Ele se dirigiu ao meu omma que assentiu.

Voltamos para casa e meu omma foi fazer o almoço. Subi com Jisung em direção ao meu quarto, onde me joguei na cama, puxando o alfa comigo. Ele estava calado e com uma cara emburrada desde que saímos do shopping e eu já estava ficando preocupado.

Me levantei e fechei a porta, quero privacidade para falar com meu alfinha nervoso. Jisung estava deitado de barriga para cima e com os braços cruzados, então me sentei com cuidado em sua barriga e o encarei.

- Desembucha, o que rolou? – Perguntei e não obtive resposta – Anda logo, Park, me responde que eu tô preocupado.

- É que eu tô com raiva de mim mesmo por não ter metido a porrada naquela alfa idiota – Ele fez um bico fofo e eu me inclinei, dando um selinho demorado – Me senti um péssimo quase namorado e pai.

- Você é um quase namorado perfeito e um pai melhor ainda – Eu sorri – Não vou mentir que aqueles comentários me afetaram um pouco, mas eu sei que o que ela disse era mentira, então tento não me importar. E se você batesse nela, não teríamos como processar.

- Eu não quero que você se sinta desconfortável em nenhum momento, não precisa esconder a barriguinha do Jihoon e se alguém vier te olhar torto, eu te defendo, ok? – Ele disse e tirou meu moletom (me apossei mesmo) – Essa barriguinha é a coisa mais linda que eu já vi, depois de você é claro – passou a mão pela minha (não tão) pequena elevação.

- Eu vou tentar não esconder tanto a barriguinha do Minghui – Sorri pela provocação do nome e me levantei, pois ouvi meu omma chamar para o almoço.

- Se você não quer Jihoon, pode ser Jeongwoo – Jisung disse, me seguindo para fora do quarto.

- Prefiro Xinlong – Descemos as escadas e encontramos senhor Kun escorado no balcão.

- O que eu disse sobre fechar a porta do quarto, Zhong Chenle? – Ele cruzou os braços.

- O que pode acontecer? Nós transarmos e eu engravidar? – Debochei e ele soltou ar pelo nariz.

- Chenle! – Jisung gritou horrorizado e com as bochechas queimando.

- Já desisti de tentar, Jisung, esse aí não tem salvação – Meu omma pegou um prato e foi se servir – Comam logo que daqui a pouco eu tenho que sair.

E assim fizemos, a comida estava ótima, como de costume. Tinha virado meio que uma tradição ter uma jarra de suco de limão sem açúcar para mim durante as refeições e eu sempre tomava tudo.

Jisung convenceu meu omma a deixa-lo ficar comigo durante a tarde, com a desculpa que queria se certificar que ficaria tudo bem comigo e com o bebê. Ligou para o Sungchan e avisou que chegaria tarde em casa, este que respondeu que sairia com Shotaro para o cinema.

Passamos o resto da tarde no sofá assistindo filmes clichês e trocando beijinhos (o que eu me tornei?) até que umas 19 horas a porta foi aberta e meu omma passou por ela dando leves suspiros e sorrindo bobo.

Eu, como uma criatura feita para tentar tirá-lo do sério, o segui até a cozinha.

- O que faze senhor Qian Kun suspirar dessa maneira? – Perguntei com um sorriso de lado.

- Te conto se me contar o que você e o Jisung fizeram aqui a tarde toda – Ele disse depois de virar um copo d’água. O que meu omma achou que nós estávamos fazendo? Que horror! Até parece que eu não sou um santinho.

- Vimos filmes clichês o dia todo, mas me fala o nome do sortudo ou sortuda?

Ele caminhou até a sala e cutucou Jisung.

- O que vocês fizeram hoje?

- Ficamos vendo aqueles filmes que o Lele gosta o dia todo – Jisung respondeu sonolento.

- Ok, você venceu Chenle – Me arrastou de volta à cozinha – O amigo beta dos seus hyungs, Moon Taeil, ficou me “cortejando” – fez aspas com os dedos – o dia todo e ele é muito gentil.

Muito pelo fato de que meu omma me teve jovem, fez com que criássemos uma relação extremamente amigável, então diálogos como esse aconteciam com frequência.

- Quero conhecer o sujeito antes de dar minha bênção – Eu ri.

- Não dei minha bênção para você se atracar com o Jisung, mas você fez mesmo assim – Meu pai me deu um tapa leve.

- Mas você já conhecia ele! – Eu respondi indignado.

- Você vai conhecer o Taeil no dia do casamento – Ele disse – Eu só o conheci hoje também, não tá rolando nada. Se rolar, eu te falo.

- Veremos se vai falar mesmo, senhor Qian – Disse e voltei à sala, onde continuei a ver o filme três de “Para todos os garotos”. Me aconcheguei melhor nos braços de Jisung, que instintivamente colocou a mão em minha barriga e nem percebi quando adormeci.


Notas Finais


Oiee
Me empolguei um pouco nesse e escrevi horrores kkkkk
Tava pensando em fazer um mês por capítulo, mas acho que alguns podem ficar muito grandes (caso isso aconteça eu vou partir em dois), então o próximo já é o casamento.
Muito obrigada a aqueles que leram, favoritaram e gastaram um tempinho para me deixar um comentário, me deixa muito feliz e motivada a escrever😁
Beijos e até o próximo


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