Lá foi Regina caminhando em direção ao porto, seus pés de cinderela doíam e o sol já estava fritando seus miolos.
— Mas que sol do inferno! — Exclamou a mesma balançando a sacola.
Virou a esquina e se assustou com um tipo de protesto que ocupava cinco ruas, no meio havia um fusca azul e de dentro seu motorista gritava.
— GREVE DOS FUSQUEIROS! QUEREMOS PNEUS MAIS BARATOS! DIGAM NÃO AO GOVERNO SAFADO!
Logo, como uma pessoa inteligente, Regina deu meia volta e começou a andar depressa para ficar longe daquele pessoal mas foi interrompida por um grito de longe.
— EI VELHA BARRIGUDA! VOCÊ MESMA AÍ COM UM SACO NA MÃO E VESTIDO DE CORTINA!
— DO QUE VOCÊ ME CHAMOU? — Regina se virou enraivecida com a deselegância do motorista que estava aos berros. — VOCÊ QUER MORRER SEU URUBU? — Catou o saco de pão e adentrou a multidão indo em direção ao motorista, que por sinal, tinha uma boa vista já que viu Regina tentando fugir da greve outra hora.
Não deu outra, bateu - lhe com o saco de pão na cabeça e logo o motorista estava estirado no chão com um corte na testa, não tinha idéia do que um pão duro podia fazer.
Com dificuldade a mulher correu de volta para fora do protesto passando por diversos fuscas e pessoas revoltadas.
Estava novamente caminhando em direção ao porto, ao navio Netuno.
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