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História A Dama e o Vagabundo - Once upon a time


Escrita por: Sweet19

Notas do Autor


Olá leitores, tudo bem? Espero que gostem desse capítulo.
Boa leitura!! ❤️

Capítulo 65 - Once upon a time


Fanfic / Fanfiction A Dama e o Vagabundo - Once upon a time

 

   Saio daquela casa bufando de raiva. Como eu pude ser tão idiota? Ponho as mãos no bolço da calça apressando os paços, mas o jardim da casa da Emily era tão grande que demoraria até eu chegar na entrada.

– Fred, espera– reconheço sua voz me chamar. Viro para trás e a vejo correndo em minha direção– Custava você se controlar? Pelo menos um pouco?

– Agora você vai jogar na minha cara também a burrada que fiz?– paro de andar e olho para ela irritado– Você achou que eu fiz aquilo de propósito?

– Claro que não, mas você não precisava ter falado sobre eu não querer ir para Harvard, isso é problema meu...  

   Olho para ela que parecia uma boneca de porcelana de tão frágil. Talvez se eu não tivesse comentado sobre a Emily querer fazer outra coisa, o jantar não teria acabado de forma tão desastrosa. Porém, eu não aguentei escutar a avó dela falar cheia de orgulho o que a loirinha iria fazer e não perceber o como ela não queria aquilo. 

– O seu problema é meu também dama!– afirmo fazendo os olhos dela encherem d’água. 

– Agora você entende o motivo deu não querer contar para minha vó sobre nós?– confirmo com a cabeça– Eu sabia que ela iria agir exatamente assim ou até pior. Agora ela vai falar todo dia que eu devo terminar com você– ela da um suspiro triste e ajeita uma mecha do seu cabelo para trás da orelha– Poxa vagabundo, você sabia que o Ed iria te provocar e você fez exatamente o que ele queria!

– Eu sei– falo me sentindo culpado– Mas na hora eu não raciocinei o que estava fazendo. Por que não me falou que vocês namoravam?– ela me olha surpresa. Tento permanecer sério, mas a imagem dele a beijando e passando a mão pelo seu corpo fez meu sangue ferver. 

– Ele te contou isso?

– Obviamente!– afirmo aumento meu tom de voz.

– Está no passado Fred, não importa agora.

– Não? Jura? Pois pra mim parece que você não desapegou do passado. Ainda fica usando os presentinhos dele– aponto para seu colar fazendo Emily segurar o mesmo e corar.

– Isso... isso não quer dizer nada, eu...

– Não quer disser nada? Você me pareceu bem feliz ao relembrar seus momentos com seu ex!– minha raiva estava voltando– Ainda sente falta dele?– pergunto com medo da resposta. 

– Não, claro que não– ela nega franzindo a sobrancelha– Eu terminei com ele justamente por não sentir absolutamente nada. Eu não o amava.

– E você me ama?– disparo sem pensar. Emily abre a boca e a fecha de novo. Seus olhos me encontram e ela parecia estar tentando falar alguma coisa, mas nenhum som saía de seus lábios. Perecia que tinham colocado uma tonelada de pedras em meu ombro– Eu sabia...

   Dou as costas para ela acelerando meus passos. Quero ir embora dali! 

– Fred, espera– a Emily segura minha mão me forçando a olhar pra ela– O que eu sinto por você, eu nunca senti por ninguém e é tudo muito novo para mim. Eu ainda estou aprendendo a lhe dar com todos esses sentimentos– ela segura minha mão com mais força– Eu sei que é com você que eu quero ficar, não com o Ed nem com qualquer outra pessoa... 

    Meu coração acelera ao escutá-la falar isso, mas eu lembro dela rindo na mesa de jantar das coisas que o Ed falava e ao recordar das viagens deles. Eu me senti completamente deslocado da conversa e ela parecia ter esquecido que eu estava lá. Por isso, o que ela tinha acabado de me falar parecia ser dito apenas da boca para fora e não que ela realmente sentisse aquilo.

– A gente se vê na escola– digo frio dando as costas para ela.

– Vagabundo espera, deixa eu ao menos falar com meu motorista para...

– Eu não preciso do seu motorista nem de outras coisas caras suas, tenho condições de pagar um ônibus ou um táxi– falo irritado sem olhar para ela. 

      Emily fala mais alguma coisa, mas já deixei de prestar atenção. Estava cansado dos olhares superiores da vó dela sobre mim como se eu fosse um rato de rua, cansado desse mundo cheio de regras e normas de etiquetas para seguir. A cima de tudo estava com raiva, eu estava indo embora e o Ed tinha ficado, não duvido nada que a Sra. Collins o convide para dormir lá e a imagem dele entrando no quarto da Emily durante a noite não sai da minha cabeça fazendo meu sangue ferver. 

    E se ela perceber que sentiu falta dele e das coisas caras que ele pode lhe dar? E se ela perceber que eu não passei de um erro? 

   Talvez eu seja mesmo um erro na vida dela.

 

P.O.V- Emily

     Vejo Fred partir com meus olhos enchendo d’água. O jantar não podia dar mais errado. Que droga! Giro o corpo caminhando até minha casa abraçando meus braços com força. Eu não esqueci que o Fred estava ali, nem por um segundo. Mas o Ed estava conversando sobre um assunto que eu amo e eu não poderia simplesmente ignorá-lo. Ou poderia? 

     Ponho a mão na maçaneta da porta, respiro fundo e entro em casa. Ed estava sentado no sofá com um um pouco de gelo em sua boca inchada. Minha vó olhava para ele preocupada e ao me vê entrar ela levanta do sofá furiosa.

– Viu isso? Viu o que aquele marginal fez no rosto do Edward? 

– Está tudo bem– ele diz fazendo um expressão de dor– Já era de se esperar isso dele.

– Sinto muito por isso ter acontecido– minha vó pede fazendo meu sangue ferver de raiva– Se você quiser dormir aqui essa noite...

   Ed da um sorriso e olha para mim.

– Não!– respondo antes que ele possa falar qualquer coisa– Não há necessidade para ele dormir aqui. A casa dele não fica nem a 10 minutos da nossa, então...– abro a porta de casa deixando ainda mais claro o que eu queria.   

    O loiro põe o gelo na mesa agradecendo o convite para o jantar. Ele se aproxima de mim com um pequeno sorriso nos lábios e eu desvio o olhar do dele.

– Foi um prazer relembrar da época que namorávamos– ele da um beijo demorado em minha bochecha, fazendo eu me afastar mais dele– Te vejo na escola.

     Mal espero ele sair direito e já fecho a porta dando um suspiro exausta. Olho para minha vó que estava com um pequeno sorriso olhando o Ed sair pela janela.

– Ele é um rapaz de ouro! 

    Queria gritar com ela e lembra-lá que o motivo desse jantar era para a mesma conhecer mais sobre o Fred, não para ela trazer o meu ex e ficar fazendo elogios a ele.

– O que achou do Fred?– arrisco perguntar, já suspeitando da resposta. 

– Só confirmou o que eu já sabia...– ela desvia a atenção da janela e olha para mim– Ele não é para você! 

– Não era para a senhora ter convidado o Ed, foi...

– Eu tinha que ter feito isso. Só assim para tentar abrir os seus olhos– ela se aproxima de mim aumentando o tom de voz– Você não percebeu a diferença entre os dois? É gritante! O Edward possui cultura, inteligência, é um rapaz educado e que sabe se comportar a mesa– os olhos dela chegavam a brilhar quando falava dele– Já o Fred nunca nem viajou, mal sabe comer uma comida requintada. Obviamente você percebeu o quão excluído ele ficou nesse jantar? 

    Mordo meu lábio inferior, eu não tinha percebido. Se eu tivesse, teria mudado de assunto, falaria sobre outras coisas que sei que meu vagabundo gosta. Como eu fui burra! 

– Agora imagine se você tem algum evento ou jantar formal– minha vó continua– Você levaria ele?– ela pergunta com desdém– Responda com sinceridade!

 – Claro que eu o levaria– afirmo depois de um tempo– Ele é meu namorado. 

– Ele não sabe se comportar...

– Eu o ensinaria.

– Você pode dar aulas de etiquetas para ele, ensiná-lo como agir e a falar, mas você nunca vai mudar o que ele é! Um pobre e mexicano que não tem onde cair morto! 

   Ao escutá-la falar isso fez meu coração se partir em mil pedaços. Como ela consegue disser isso com tanta raiva e rancor? Não é possível que minha vó seja tão preconceituosa assim. Mas ela é. E eu cresci achando que isso era normal e que fosse certo tratar as pessoas que não tivessem as mesmas condições que eu como inferiores. Como eu pude fazer tudo aquilo? 

– Já ficou mais do que claro que aquele garoto não pertence a esse mundo– ela gesticula– Não pertence ao nosso mundo. Ele não se encaixa! 

– Mas eu gosto dele, não me interessa se ele se encaixa ou não! 

– Seria uma vergonha levá-lo aos eventos do seu pai. Imagina o que as pessoas vão falar...

– Eu não me importo. Já cansei de me incomodar com a opinião dos outros, nunca vou conseguir agradar todo mundo mesmo. 

   Passo por ela dando fim a essa conversa. Quando estava no meio das escadas a escuto dizer alto o suficiente para ter a certeza de que eu ouvi.

– Já lhe dei motivos suficientes para terminar com ele. E se você continuar negando, não passa de uma tola! 

 

P.O.V– Fred 

    Chego a casa me sentindo pior do que já estava. Eu não deveria ter sido grosso com a Emily, ela pode usar as joias que quiser, mesmo sendo um ex namorado que deu. Mas na hora eu já estava irritado com o Ed e a vó dela e acabei falando sem pensar. 

    Abro a porta de casa, tudo o que eu queria agora era deitar na minha cama e esquecer o dia de hoje. Ao entrar, escuto sussurros vindo da cozinha, reconheço ser a voz dos meus pais ficando mais nítidas conforme eu me aproximava do aposento. 

– Eu já procurei em tudo que é lugar Dany– meu pai diz parecendo cansando– Não estão me aceitando! 

– Eu vou tentar fazer mais casas então, Lara toma conta da Naya e da Maria para mim, pelo menos até o Fred chegar do trabalho...

   Paro de andar e continuo escutando a conversa deles. Sei que não deveria estar fazendo isso, mas se for algum problema...

– Não, você já está trabalhando muito, vai acabar ficando doente assim. Eu vou achar algum emprego. Eu posso falar com o...

   Meu pé esbarra na pequena mesa de madeira da sala e me odeio por isso. Meus pais levantam da mesa onde estavam sentados, olhando para mim surpresos.

– Fred! Achei que você não iria dormir em casa essa noite...– a voz do meu pai quase não sai.

– Você foi demitido?– pergunto o olhando preocupado. Ele olha para minha mãe, em seguida olha para mim com os ombros caídos e uma tristeza profunda no olhar. Ele não precisa responder. Eu já sei a resposta– Pai, por que não me contou?

– Não queria te preocupar.  

– E como isso aconteceu? Tem quanto tempo?– sento na mesa junto à eles. 

– Algumas semanas. Meu chefe apenas disse que não precisava mais de meus serviços.

– Como assim? Pai, você sempre foi um excelente funcionário, nunca chegou atrasado e sempre fez todas as entregas. 

– Eu sei. Talvez eles querem alguém mais novo e mais experiente. 

– Ela disse que seu pai não se encaixa nos padrões da empresa– minha mãe nega com a cabeça rindo de nervoso– Seu pai, que trabalha lá há anos! 

    Minha barriga gela e olho para minha mãe com os olhos arregalados.

– Ela? Que ela? 

– Os caminhões que seu pai trabalha é específico de uma certa empresa.

– Meu chefe estava seguindo ordens de seus superiores. Eles que reclamaram de uma entrega que eu fiz, mas eu conferi e estava tudo certo. 

– Qual o nome dessa empresa? 

– P&C commerce!

   Meu coração acelera. Era o nome da empresa do pai da Emily. Não é possível, eles não seriam capazes de demitir meu pai por causa do meu namoro com a filha deles. Isso é inadmissível. Pode não ter sido eles a terem feito, talvez não tenha sido a avó da Emily.

– Como você sabe que é ela?– pergunto olhando para minha mãe. 

– Eu fui conversar com ela, tentar saber o motivo de terem demitido seu pai. Por isso soube da entrega feita errada e que ele não se “encaixa nos padrões” da empresa. A senhora disse tudo isso para mim. 

   Lembro que de alguma forma a Sra. Collins parecia saber o que meus pais faziam, mas ela não seria tão baixa a esse nível.

– Como ela era?– pergunto com meu coração acelerando.

– Uma senhora de idade, deveria ter uns 60 anos.

– Cabelos curtos prateados e olhos verdes?– pergunto com medo da resposta. Minha mãe me olha surpresa.

– Exatamente.

   Levanto da cadeira em um pulo bufando de raiva. Ela não foi capaz disso. Cerro os punhos sentindo meu rosto pegar fogo.

– Fred, fica calmo. O que foi?– minha mãe pergunta preocupada com meu estado. 

– Foi ela, aquela velha maldita!– exclamo entre os dentes– Foi ela quem demitiu meu pai!

– Como você sabe?

– No jantar ela fez perguntas sobre o trabalho de vocês e ela parecia já saber. Ainda comentou que seria coincidência se meu pai trabalhasse pra eles. Que ódio– tenho que me controlar para não bater na parede.

– Se estressar não vai adiantar– meu pai aconselha.

– Não tem como não me estressar pai– grito– Ela demitiu você por eu estar namorando a neta dela e isso não é justo. 

   Meus pais se olham e ficam em silêncio. Sabia que eles concordavam comigo. Minha vontade era de voltar agora para a casa da Emily e tirar satisfações com a velha. Falar tudo o que fiquei com vontade de falar no jantar e não tive oportunidade. Caminho em direção a porta decidido, mas minha mãe segura meu pulso.

– Não vale a pena fazer nada de cabeça quente– ela diz me olhando com ternura. 

– Ela precisa ouvir umas verdades...

– Fred, não devíamos nem perder o nosso tempo discutindo com pessoas que acham que estão com a razão– meus ombros relaxam enquanto minha raiva diminui aos poucos.

– E eu vou arranjar um emprego. Já passamos por tanta coisa pior que isso– meu pai se levanta da mesa vindo até nós. Ele põe a mão no ombro de minha mão e ela segura a mesma olhando para ele. Mesmo passando por tantas dificuldades, meus pais nunca se separaram. O amor deles sempre foi mais forte que tudo– Não vai ser isso que vai nos derrubar.

– Vocês tem razão– admito por fim. 

– E como foi o jantar?– meu pai pergunta mudando de assunto. Dou um suspiro cansado.

– Um verdadeiro desastre– respondo sincero. Eles percebem que eu não estava com vontade de falar mais nada, então eles não fizeram mais perguntas– Eu vou dormir, a noite foi longa. 

   Dou um beijo deles e vou quase me arrastado para o meu quarto. Porém antes de chegar no mesmo escuto minha mãe me chamar.

– Fred– olho para ela, só agora reparei em seus olhos cansados– Promete que não vai falar nada com ela, nem com a Emily? 

   Demoro a responder, mas por fim confirmo com a cabeça. Sei que não adiantaria em nada comentar isso com a Emily, afinal o que ela poderia fazer? Já sei que a relação dela com a família não é a das melhores e eu não quero piorar ainda mais. 

   Entro no quarto depois de ter tomado um banho e ter trocado de roupa. Talvez tenha sido melhor meu pai ter sido demitido, dessa forma ele pode procurar empregos melhores do que o que tinha e bem longe das garras daquele velha. 

  Levo um pequeno susto quando a Maria me chama de sua cama.

– Maria, não sabia que estava acordada...– sussurro.

– Tive um pesadelo– ela choraminga coçando os olhos– Me conta uma história?

   Dou um pequeno sorriso e deito na cama ao seu lado. Trago seu pequeno corpo magrelo para perto de mim e dou um leve beijo em seus cabelos.

– Era uma vez...


Notas Finais


Então o que acharam? Comentem, AMO ler as opiniões e comentários de vcs. Fantasminhas comentem também.
Mudando de assunto, alguém assistiu a Liga da Justiça? Eu adorei o filme.
Bjs. ❤️


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