Ao caminhar no caminho não reconhecido por mim, deixando que meus olhos parem em um grande navio que eu conhecia muito bem. Avisto Minho sentado o que me arranca um sorriso.
O mesmo vem até mim e me abraça.
— Thomas, você está bem?
— Só um pouco tonto...
[...]
Depois de ouvir todo o discurso e ver que estávamos finalmente a salvo, sinto Minho me cutucar.
— Err...Thomas...tem algo que eu tenho que te contar...
Me viro, deixando que meus olhos encontrem o seus.
— só fala cara...
Digo com um sorriso fraco formado em meu rosto.
Vejo o mesmo suspirar, parecia nervoso, algo me dizia que não era uma boa notícia.
— quando você foi atrás da Teresa...a Brenda...
Ele abaixa a cabeça e minha expressão antes sorridente, agora preocupada.
— o que houve?
Ele respira fundo e me encara.
— ela...ela salvou o Newt...
Tudo para.
Uma confusão se instala em minha cabeça.
— N-newt?...e-ele está...ele está vivo?
— Thomas!
Brenda se senta ao nosso lado sorridente, mas ao seu olhar encontrar o meu, uma expressão preocupada se forma.
— Thomas? o que houve?
— Newt....e-ele está vivo?...
Ela olha para Minho, que se levanta saindo dali.
— Thomas...quando você foi atrás da Teresa...eu...peguei todo o soro e o resto de sangue que ainda tinha...o seu sangue.Então...eu, eu dei ao Newt e cuidei da...da facada.
— Ele está vivo?...
— Ele...
— Só me diga se ele está vivo ou não!
Exclamo.
Não percebendo que apertava o braço da mesma.
— ele estava com a gente quando te salvamos...ele...ele está vivo.
Aquelas palavras. Aquelas simples palavras fizeram meu coração acelerar, não sei se de felicidade, de preocupação ou de vontade de o abraçar.
— onde ele está?
Já havia me colocado de pé, só aguardando a informação e na esperança de abraçar a pessoa mais importante na minha vida.
— Tommy...
Aquela voz, eu conhecia aquela voz.
Nessa hora lembranças passaram em minha mente sem parar.
“Por favor Tommy, por favor...”
Newt.
Ao me virar com rapidez e ver o corpo magro e fios dourados bagunçados em minha frente, não hesitei.
Fui até o mesmo como se dependesse daquilo, e dependia.
O envolvi em meus braços e escutei alguns grunhidos de dor.
— T-tommy...sentiu tanta saudades assim?...
Sua voz saiu falha, ao me afastar pude perceber que o mesmo tinha uma faixa de curativo atravessada no peito.
— N-newt...
— Thomas...
Sinto a mão de Brenda em meu ombro, e a mesma logo me chama com a cabeça.
Logo me puxa para um canto.
— Thomas! me deixe falar!
Ela respirou fundo.
— Newt não está 100% bem Thomas...
Ele apresenta sinais de agressividade e mudança de humor...
Não sabemos ainda se o vírus ainda está no corpo dele, só peço para ter paciência.
Com a cabeça abaixada, ouvi atentamente.
O que importa? meu newt está vivo...
— Thomas...você me ouviu?
— sim, sim....eu ouvi.
Ela então se afasta.
Começo a sentir pontadas da cabeça levando minha mão até o local.
Lembranças, elas voltam como flashes.
Tudo gira.
— Thomas?
Newt, Teresa...C.R.U.E.L...
— Thomas!
Teresa...Newt...
Repetia essas palavras sem parar em minha cabeça.
— Newt...Teresa...
Eu disse sentindo minha cabeça doer cada vez mais.
Sinto Newt, Minho e Caçarola se aproximando.
— Teresa...
A última palavra que sai de meus lábios, até que vejo Newt saindo dali as pressas.
Foi aí que a dor cessou.
Ver aquela silhueta magra se afastando.
— Thomas...o que você fez? depois de tudo? você ainda pensa nela?...
Minho me encara e então meu olhar encontra o seu.
— cara, do que está falando?
— Newt está vivo! E a única coisa que você pensa, é na Teresa?...
Sinto o mesmo muito perto, como se estivesse me desafiando.
— sinceramente Thomas...quando vai parar de ser cego pela Teresa e ver quem sempre esteve do seu lado!
A raiva era perceptível em sua face.
Caçarola tenta acalma-lo, o afastando de mim.
Apenas recebo um olhar descontente de Brenda.
O que aconteceu?
Por que todos estão assim? O que aconteceu com a Teresa?...Não consigo me lembrar.
[...]
{Newt}
— Teresa...Teresa...Teresa...
Repetia esse nome diversas vezes enquanto encarava o céu.
Quando Thomas vai esquecer aquela garota?...
Minhas mãos vão até meus fios, se embrenhando ali.
Acaricio tentando me acalmar.
— Teresa...ah Teresa!...
Me vejo vencido pela raiva.
Sinto uma mão em meu ombro e me viro em um movimento rápido, fazendo que quem seja aquela pessoa, caia no chão.
— Newt! calma...sou eu...Minho....
Minha respiração estava descompensada, sentia a raiva por completo em meu corpo.
— calma...eu não vou fazer nada.
— Minho...
— Isso. Agora se acalma.
Minha respiração foi se ajustando e eu me afasto de Minho, que ainda se encontrava no chão.
— me desculpa...eu só...me desculpa...
O mesmo levanta rapidamente se aproximando.
— tudo bem, nem machucou...você continua mais fraco que eu.
Rio acompanhado do mesmo que se senta, e eu faço o mesmo.
— Thomas é um idiota...
Comenta me fazendo o olhar.
— ele pode agir sem pensar muitas das vezes, mas ele não é um idiota!
Silêncio.
— incrível...
— o que?
— mesmo depois de tudo, você ainda defende ele.
O silêncio, que antes era como meu maior refúgio, parecia horrível aos meus olhos.
— Você gosta dele, não é?
Meu coração acelera, fazendo com que eu aperte meus dedos entre minhas mãos.
— eu...
— Você não é bom em esconder sentimentos Newt...apenas o Thomas que é lerdo demais para perceber.
Era incrível como Minho tinha tanta razão.
Apenas um toque em meu ombro antes de se retirar, fez com que eu começasse a pensar.
o que aconteceria se eu finalmente dissesse a Thomas? contasse sobre todos os meus sentimentos por ele...
Minhas mãos novamente vão para meus fios os bagunçando ainda mais.
Confusão, medo...mas eu estava disposto.
Disposto a contar o que eu sinto.
E eu iria fazer.
Só faltava a coisa que já foi meu grande desafio um dia...
A coragem.
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