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História A Dona - Ciúmes-parte 2:"Não me faça sentir isso..."


Escrita por: ncmedeiross

Notas do Autor


Segue a parte 2 como prometi...Boa leitura !

Capítulo 14 - Ciúmes-parte 2:"Não me faça sentir isso..."


Residência de Julieta Sampaio

 

Ao chegar em casa, a empresária subiu direto para seus aposentos. Quando chegou ao seu quarto, sentou-se em sua poltrona, e sozinha refletiu sobre seu comportamento perante o viúvo. Ela sabia que havia agido de forma tola, parecendo uma mulher fragilizada que clamava por uma explicação ao homem que amava. Mas Julieta não era assim, ela não poderia se tornar tão fraca. Aurélio não a tornaria impotente.

Chorando, a empresária começava a entender as consequências do sentimento que Aurélio despertou nela. Julieta sentia o que mais temia em vida, o amor, e, consequentemente, o ciúme acompanhado pela sensação de perda pareceu-a naquele momento insuportável. Saber que Josephine um dia, deu a Aurélio algo que ela não seria capaz de dá, a atormentou até o sono, por fim atingi-la.

 

 

Logo pela manhã, ao fim do desjejum, Darcy e Julieta, foram surpreendidos pela chegada de Aurélio e Brandão. Os dois haviam levado notícias que deixariam os sócios alegres. O dono da fazenda que seria de grande importância para os negócios da Rainha do Café e do engenheiro havia concordo em vendê-la para eles. Além disso, os outros pequenos produtores que haviam acreditado nas falsas promessas de Xavier fechariam negócios com a empresária. Diante das boas notícias, o grupo reuniu para comemorar. Foi através das risadas, que os olhares de Julieta e Aurélio encontraram-se fazendo com que o momento fosse partilhado pela dupla, como se não existissem os outros.

 

Julieta e Aurélio reaproximavam cada vez mais após diversas cenas de enfrentamentos, e, principalmente, depois da aparição de Josephine. Durante os momentos que conversaram sobre assuntos banais, o viúvo acabou dizendo que estava residindo por um tempo na casa do coronel. Notícia que deixou Julieta aflita, o fato do viúvo morar com Brandão era uma oportunidade para Josephine encontrar com Aurélio sempre que quisesse.

Ao perceber a cara da amada, Aurélio acalmou a morena. Disse que não deveria preocupar-se, pois não havia chance de ocorrer algo entre os ex-namorados. Que em outra época não resistiria ao charme da loira, pois era apaixonada por ela. Naquele tempo, Aurélio era novo e imaturo, havia acabado de perder a esposa e só queria esquecer as dores da perda e as responsabilidades que enfrentaria como pai.

No momento em que resolviam suas dúvidas, foram interrompidos pela chegada de Susana, que trazia novas informações:

   ---Olá, meus queridos. Desculpe interromper a conversa, mas trago mais notícias que são favoráveis a nós. Acabo de fechar um contrato com um grande fazendeiro da região. Então, isso é ou não motivo para comemorarmos?!

 

Julieta saltou do lado de Aurélio radiante com a notícia, o viúvo a acompanhou e resolveu dá um palpite para comemorar a conquista:

   ---Que tal uma festa para comemorar o feito. Assim, Julieta aproveita para estreitar ainda mais sua relação com o povo do Vale?

 

Susana achou aquela uma péssima ideia, diferente de Julieta que considerou uma boa estratégia, mesmo sendo contrária a festividades:

  ---Bom, não sou fã de bailes, mas admito que minhas negociações com a população daqui esteja sendo mais complicada do que as outras. Vamos tentar do seu jeito Aurélio.

 

Feliz pelo voto de confiança de Julieta, ele decidiu que era o momento de começarem a organizar a comemoração, e o primeiro passo seria convidar toda a população do Vale:

  ---Então, é melhor agilizarmos os preparativos. Que tal iniciarmos por convidar o pessoal?

 

Julieta ficou um tanto receosa pela ideia, pois na última vez que esteve frente a frente com a população, eles viam nela uma inimiga. Nesse momento, Aurélio declarou:

  ---Não se preocupe... Eles não irão fazer nada, eu estarei com você.

 

Casa de Chá de Dona Agatha

 

Após a tentativa de acalma-la, Aurélio, Julieta, Susana e Olegário partiram para o centro.  Parando diante do estabelecimento ao lado do grupo, Julieta recuou o passo e temeu ser hostilizada por parte dos clientes que ali se encontravam:

  ---Mas... E se essas pessoas não acreditarem em minhas palavras e me hostilizarem?! Quer dizer, eu não sou mulher de se intimidar. Vamos lá!

 

Ao entrar na Casa de Chá, Julieta virou o centro das atenções dos que estavam no local:

  ---Bom dia, senhoras e senhores. Gostaria de comunicar que toda população está convidada para um baile que será oferecido em minha residência amanhã. Espero que deixem o mal entendido ocorrido anteriormente de lado, e alegrem minha festa com suas presenças. E Dona Agatha, gostaria que ficasse responsável pela comida e bebida mais uma vez, pois pagarei muito bem.

 

Para dá mais ênfase nas palavras da amada, Aurélio proferiu:

  ---Sim, será um baile e tanto. Eu mesmo estarei lá.

 

Ao deixarem o local, o grupo deparou-se com a presença de uma mulher loira. Para estragar o humor da empresária, Josephine atravessou seu caminho e parou diante de Aurélio:

  ---Aurélio... Até que fim o encontrei. Faz alguns dias que não o vejo, eu sinto sua falta. O que houve para não vim ao meu encontro noite passada?!

 

Julieta não conseguiu conter o descaramento da loira, e a repreendeu:

  ---Me desculpe a observação, mas não fica bem para uma mulher correr atrás de quem não a quer.

 

Diante das palavras da amada, Aurélio tentou disfarçar as risadas que o tomou ao ver o comportamento da empresária. Tentando evitar um novo embate entre as duas, resolveu partir dali com a loira para resolverem suas questões pendentes:

   ---Tudo bem, nada de estresse aqui. Julieta eu preciso ir resolver alguns assuntos. Depois nos encontramos para conversarmos sobre o baile.

 

Não engolindo a desculpa do viúvo, optou por soar fria:

   ---Não se dê o trabalho de me ver antes do baile, não temos mais nada para conversarmos. Ao contrário de vocês, pelo que me parece tem bastante coisa, pois irá “resolver alguns assuntos” como bem disse. Passar bem!

 

Olhou os ex-namorados com despeito e partiu dali.

 

Residência de Julieta Sampaio

 

A noite já caía, já havia passado a hora do jantar. Julieta estava em seu escritório lendo um jornal e tomando uma xícara de café, quando foi interrompida por uma batida na porta:

  ---Quem é?

 

A voz que ouviu a seguir a deixou fora de sua leitura:

  ---Sou eu, Aurélio. Preciso falar com você!

 

Ela sabia que mais cedo quando a havia dito que precisavam conversar ele a procuraria ainda naquele dia, ele cumpria mais uma vez com sua palavra. Irritada, pois não queria vê-lo depois do episódio com a loira, mas feliz por tê-lo de volta sob seu olhar, resolveu por permitir sua entrada:

  ---Pode entrar!

 

Ao deparar-se com Julieta, quase perdeu a direção de seus pensamentos. Sua amada estava mais distante, mas possuía o mesmo charme que o atraía instintivamente a ela:

  ---Eu vim porque quero deixar as coisas claras de uma vez. Eu não suporto vê-la afastar-se de mim sempre que Josephine se posta a minha frente. Eu sei que nega, mas vejo como olha para ela, como a trata. Acredite em mim, quando digo que não há motivos para ficar assim. Não precisa usar de sua ironia para afasta-la de mim.

 

Poucas foram às vezes que alguém a deixou sem fala, e nunca ninguém ousou adverti-la duas vezes, nem mesmo uma. Mas ele não era ninguém, era o homem a deixava sem medir as ações, que a fazia sentir-se única, que despertou nela o sentimento de posse, de ciúmes, algo que nunca sentiu por nada nem ninguém:

   ---Se não quer que use de minha ironia, não teste minha paciência. Sua “amiga” faz questão de expor a relação que há entre vocês. Não sou muda, para aguentar suas provocações. Se ela não merece receber meus espinhos, não apareça com ela a minha frente.

Levantando-se e ficando de igual para igual com Aurélio, declarou sua perturbação dos últimos dias:

  ---Não me faça sentir isso, não me faça sentir ciúme toda vez que a vi ao seu lado... Eu não quero tornar-me dependente de seu carinho.

 

Diante daquela declaração, Aurélio aproximou-se de sua amada, segurou suas mãos nas deles e fez-lhe uma promessa:

  ---Não se sinta assim... Eu quero te fazer feliz, é o meu maior desejo. Nenhuma outra mulher será capaz de ter o que quero dá-lhe. Minha história com Josephine ficou no passado, o que tenho com você é meu presente, é ao seu lado que quero acordar todos os dias... Além disso, eu nunca pensei que fosse ciumenta a esse ponto... Você fica uma gracinha sabia.

 

Não conteve o sorriso ao ouvi-lo dizer aquela afirmação. Nem ela sabia que podia sentir algo dessa proporção, mas sabia que sua declaração era verdadeira, ele a olhava profundamente e prometia espera-la mesmo sem proferir as palavras. Aurélio começava a conquista-la irreversivelmente naquele momento.

 

  



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