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História A dor da vitória (Imagine - Kakeru Kurahara) - Chegada


Escrita por: ImaginesLand e ezreals

Notas do Autor


Meus denguinhos, chegamos ao fim dessa two shots LINDA que eu amo demais do meu NENÉM Kakeru AAAAAA sou mto xonadinha no meu corredor LINDO, perfeito, zero defeitos! E deixando a indicação: assistam kazetsuyo. Melhor anime de esportes da vida, meu favorito sem dúvida AAAAAAAAAA

obrigada aos nenéns que comentaram, eu juro que vou responder tudinho, vcs me deixam MUITO boba e feliz AFFFFF obrigada demais por isso <3

Capítulo 2 - Chegada


A sala de espera do hospital parecia tão pequena quanto o coração de Kakeru. A irmã de [Nome] era confortada por Haiji, que a mantinha num abraço cheio de conforto e consideração. Ali na cadeira, Kakeru apoiava os cotovelos nos joelhos. Em sua expressão, um misto de raiva e medo. Raiva por ter deixado que aquilo acontecesse e medo de que dali daquele quarto de hospital, [Nome] não saísse. 

Ninguém imaginava que seria tão grave assim. Quando caiu na linha de chegada, em tempo suficiente para ser qualificada, estava úmida de suor e de água, mas ainda havia sangue manchando os shorts e o interior das coxas. Kakeru sentiu pavor, questionando como ela conseguiu correr daquele jeito. A médica disse que não era possível ela ter conseguido andar e, se o fez, foi por pura determinação e teimosia. Agora ela estava pagando um preço alto demais, pelo que Kakeru mensurava. 

A irmã da moça perguntou o que tinha acontecido e, segundo a doutora, ela tinha um coágulo no útero que se rompeu. Disse que era até comum entre algumas mulheres, mas que ela deveria ter cuidado com hormônios, antes que chegasse naquele ponto. Precisou de um procedimento cirúrgico chamado curetagem. Levou menos de uma hora e agora ela estava bem, se recuperando da anestesia, o que queria dizer que só poderiam visitá-la quando acordasse. 

Kakeru não queria que ela tivesse sofrido tanto por conta da corrida. A culpa por ter permitido que isso ocorresse estava remoendo seu interior, geralmente implacável. Queria socar a parede, derrubar alguma coisa. O lanche que Haiji comprou para ele, Kakeru queria esmagar entre os dedos, mas a inércia do medo o segurou. 

— Kakeru, você não comeu — apontou Haiji, ainda abraçado com [Nome da irmã]. Ele parecia incrivelmente tranquilo. Talvez isso se deve ao fato de que precisava trazer conforto para a outra moça.

Kakeru sinceramente não queria comer nada. Não sentia fome, mesmo quando a última refeição tivesse ocorrido há pelo menos 7 horas. Sabia que era irresponsável não comer, mas como se alimentar quando a preocupação parecia sufocar? Ele balançou a cabeça outra vez, como da primeira vez quando Haiji trouxe o lanche. Ouvia passos e torcia para que fosse os da enfermeira, dizendo que poderia entrar e ver sua namorada. 

E tinha razão. A enfermeira disse que ela tinha acordado da anestesia e que precisava comer. Deixou que entrasse apenas um de cada vez e, quando Kakeru se colocou na frente para ir, quase discutiu com [Nome da irmã]. Era lógico que ela fosse a primeira a ir, mas Kakeru ainda insistiu, com as sobrancelhas unidas e uma voz autoritária. Ninguém podia culpá-lo, estava até o pescoço de aflição. 

Precisou esperar mais um tempo, com a agonia apenas crescendo dentro de si. Haiji ficou com ele nas poltronas, consolando-o da melhor forma que podia, afinal, ele sempre sabia o que dizer. Inconsolável, Kakeru só conseguiria respirar direito quando visse a namorada, quando tivesse a certeza de que ela ficaria bem. Até a mãe dele ligou para saber como estava, mas foi rude e, mais uma vez, ninguém podia culpá-lo, nem mesmo a mãe. 

***

[Nome] estava nauseada. A enfermeira disse que deveria comer antes de ir ao banheiro, pois se não o fizesse, a cefaléia pós anestesia a pegaria de jeito. Já estava com ânsia de vômito e dor de cabeça, por que seria pior? A irmã a fez comer, depois ajudou-a na hora de urinar. Repreendeu-a por ter corrido assim, logicamente sentindo uma parcela de culpa por não ter reparado que o caso da irmã caçula era tão complicado. No fim, chegaram ao assunto de seus motivos de ter feito aquilo. 

— Eu não podia não correr... Eu achava que a cólica estava suportável, mas quando senti que estava sangrando, percebi que tinha ido longe demais — ela explicou, abraçando o cobertor e suspirando. A cólica era chata, complicada, mas era totalmente mais suportável que aquela que sentiu na corrida. — Kakeru vai me matar. 

— Ah ele vai. — A irmã concordou, balançando a cabeça. Conhecia o cunhado e sabia que ele era cabeça quente. Por vezes presenciou junto da irmã como o rapaz quase partia para a agressão contra alguém, ignorando o diálogo e perdendo a cabeça. — Quase caímos na porrada porque ele queria vir primeiro. 

[Nome] deixou uma risada escapar. Rir causou uma pontada de dor, mas conseguiu se controlar. A irmã sorriu, aproximando-se para beijar sua cabeça. Deixou-a então para lidar com o namorado, torcendo para que ele fosse suave com [Nome]. Ela não merecia passar por nenhum estresse após aquela situação, e se perguntava se Kakeru teria tato para lidar com a questão. A resposta geralmente era não, mas ela torceu. 

Quando Kakeru entrou finalmente, parecia incrivelmente derrotado. Passou pela porta, vendo a namorada tão pálida e sonolenta, com um acesso venoso pendurado no antebraço esquerdo e os olhos baixinhos fitando a televisão, mais especificamente um filme que gostava: Duro de Matar. Ela virou a cabeça para ele, já com o discurso pronto do que diria. Estava na ponta da língua, mas o torpor da anestesia a fez se esquecer um pouco da compostura, e ela ficou calada. 

Kakeru se aproximou, a expressão marcada do que antes era misto de dor e medo, agora com uma carranca de alguém que parecia prestes a brigar. Ele não o fez, porém, preocupado com a expressão dela e como parecia tão amuada e cheia de dor. Ele conhecia aquela face de dor, via muito bem durante vários dias de cada mês. 

— Você comeu? — Ele perguntou, preocupado, usando todas as forças que tinha para mascarar qualquer indignação que a culpa acarretasse. Era ela em primeiro lugar, e ele queria cuidá-la. — A enfermeira disse que você tinha que comer antes de qualquer coisa.

— Comi — ela respondeu, não esperando que fosse aquela a primeira pergunta dele. Esperava muito por uma discussão e um esporro, se surpreendendo com o cuidado dele. Kakeru não era um monstro, ela sabia disso. — A médica disse que eu posso ir embora hoje a noite se estiver melhor. 

— Entendi. — Foi a única coisa que o rapaz pôde dizer. O alívio de vê-la bem começava a acalmar os nervos em fúria e, conforme percebia como ela parecia bem melhor que antes, começava a controlar a respiração. Sentou na beirada da cama dela, perto da cintura, e num gesto carinhoso e cheio de cautela, ele pousou a mão sobre a dela. — Por que você correu? 

A pergunta causou estranheza em [Nome]. Logo ele questionar o por quê ela decidiu correr? Ele que não desistia, mesmo que fosse uma situação atípica da qual ele nunca passou antes? Ela não soube responder imediatamente. Olhava a mão dele sobre a sua, tão morna em contraste com a dela, gelada.

— Porque eu queria continuar correndo. Não podia parar por causa disso. Não parecia tão... Ruim. 

— E se parecesse? Você ainda assim correria? — Ele rebateu, a voz soando um pouco acusadora pelo fato de que ele a conhecia muito bem. Não podia aceitar que ela correu daquele jeito e ele não impediu. — Podia ter acontecido algo pior, e você não estaria aqui! 

— Eu não sou burra — disse, abaixando os olhos para a barriga coberta, onde a cólica ainda a atiçava como ferro em brasa. Kakeru não estava sendo justo com aquela pergunta. — Eu sei a diferença de uma cólica menstrual para uma... Sei lá o quê. 

— Você não soube! — A voz de Kakeru saiu mais alta do que deveria. Percebeu isso por ver os olhos dela se voltarem para ele rapidamente em um susto. Novamente, algo o puxou de volta para a realidade, unindo as sobrancelhas como a única forma de tentar se controlar. — Até sua irmã disse que estava doendo mais do que o costume! Eu vi seu rosto, eu tentei te parar, mas você não me ouviu! 

— Foi a minha escolha! — Ela devolveu no mesmo tom que ele, sentindo um gosto amargo e a visão ficando turva outra vez. [Nome] não tinha ideia de que sentia tanto amor assim pelo atletismo, percebendo agora que Kakeru tinha razão naquelas palavras. Ela sabia que havia sido diferente daquela vez. — Eu quis correr, eu não podia deixar uma porra de um problema feminino, que toda mulher tem, me atrapalhar! 

— Toda mulher desmaia de tanto sangrar?! 

Kakeru não aguentava ouvir aquilo. Tudo o que ele queria era protegê-la, vê-la feliz e bem, não morrendo um pouquinho todo mês como ele já estava adaptado. No começo, tinha vergonha de falar do assunto, mas com o tempo de namoro, Kakeru já sabia qual a marca de absorvente ela gostava para comprar quando era preciso, o analgésico que ela costumava tomar e até mesmo o anticoncepcional de baixa dosagem que usava para controlar aquela situação. Ver que daquela vez foi muito mais grave e que ele não pôde fazer nada para impedi-la de sofrer daquele jeito doía.

Não se deu conta de que a respiração ficava mais pesada, nem que tinha se levantado num gesto involuntário para não assustá-la. Não foi o certo, pois percebeu como ela parecia destruída, com os olhos lacrimejando e as bochechas corando pela pressão. Kakeru não conseguia vê-la assim. 

— Você sabe o que o atletismo significa pra mim — ela choramingou, recolhendo a mão que ele antes segurava para secar as lágrimas. No peito, aquela sensação de que precisava correr, ainda mais junto com ele, parecia uma saudade imparável. Ela queria sentir... Queria ficar feliz outra vez correndo. — Eu só... Imaginei que se eu não corresse hoje, eu acabaria desistindo por conta da dor outras vezes. Eu... Aguentei até o fim. 

Ela chorou. Virou-se para o lado da parede, onde na janela o brilho do pôr do sol começava a desaparecer. Kakeru cuidava dela, ele sempre cuidou. Por conta disso, [Nome] sabia o que ele sentia e como se preocupava com ela. Kakeru era alguém difícil de lidar, mas tinha um coração enorme, pelo qual ela se apaixonou com o passar do tempo. 

Eles corriam juntos de manhã, ela assistia a todas as corridas dele. Quando ele correu na Hakone, ao passar a faixa para Haiji, correu como se não tivesse corrido naquele dia, para abraçá-la. Ele a entendia mais do que tudo quando se tratava do gosto por correr e, por essa razão, Kakeru ficou apavorado. 

Amar tanto assim correr, a ponto de ignorar a dor que sentia? Ela lembrava até mesmo Haiji. Kakeru sentiu o coração apertar outra vez, vendo-a desolada pela dor. A entendia melhor agora, não querendo desistir de correr por nada. Embora ele não aceitasse, agora notava que era por egoísmo. Ele não queria perdê-la, não quando ela não queria perder a corrida. 

— Você é forte. Ninguém mais correria daquele jeito. — Ele disse por fim, engolindo em seco. Pior do que vê-la cair ao chão como naquela manhã, foi agora ver que chorava porque não queria ser julgada. Ainda mais por ele, quem devia entender. Foi então que o rapaz moreno se aproximou da cama outra vez, abaixando o tronco para aproximar o rosto do dela. O braço passou pela frente dela, com cuidado para não machucar. — Eu não queria ver você sofrer. E não quero ver outra vez se eu não puder ajudar. 

— Eu sei. — Ela respondeu, fechando os olhos, sentindo a respiração dele próxima de sua bochecha. [Nome] queria mais que tudo o abraço dele, ser mimada como era quando estava naqueles dias sofrendo em casa. — Foi irresponsável, mas... Eu consegui. É estupidez ignorar minha saúde assim, não é? 

Kakeru sabia que ela entendia aquilo. Ele suspirou, apoiando o nariz na bochecha dela com carinho. Ele não era a pessoa mais doce e carinhosa do mundo. Na verdade, era bruto em muitos gestos. Naquele instante, deu tudo de si para deixá-la confortável e bem. Queria que soubesse que ele estava ali para ela. 

— Nesses dias de repouso, vou cuidar de você. — Ele garantiu, levando a mão livre até os cabelos dela, dando um afago que julgava ser leve e carinhoso. Recebeu um pequeno sorriso dela, e logo o silêncio que o sono começava a trazer ao corpo dela. — Dorme um pouco. Vou estar aqui quando acordar. 

— Obrigada, Kakeru — ela disse então, de olhos fechados, apreciando o carinho que ele fazia. A cólica era chata, complicada, mas estava começando a se adaptar à constância dela, especialmente no pós anestesia. O sono a pegava de leve, levando-a a reflexões sobre aquele dia e tudo o que ocorreu. Agora, só precisava compreender que a saúde vinha em primeiro lugar. — Você é o melhor. 

As bochechas de Kakeru queimaram com as palavras. Ele até levou o rosto mais para frente, como se procurasse os olhos dela para entender se aquilo era verdade mesmo. Ele sabia que não era o melhor namorado do mundo, nem o mais carinhoso, nem o mais gentil... Mas o que ele fazia, era feito de coração. 

— Você trás o melhor de mim... É por isso. 

[Nome] sorriu outra vez. Adormeceu com o carinho gentil nos cabelos. Kakeru não saiu de perto dela, comeu o lanche que Haiji trouxe ali perto. Era o mínimo que ele podia fazer por ela. [Nome] era sua namorada e ele se preocupava infinitamente com ela. Só precisava agora garantir que nunca mais a deixaria sofrer daquele jeito. Era uma promessa tão forte quanto seu espírito de corredor.


Notas Finais


EU SOFRI mas me apaixonei fazendo esse fluffangst como nomeou minha sis @Nanahoshi UAHEFUHAEFUAHEFUEAH
queria dedicar a minha caçulinha @Panxinha por me inspirar na irmã da minha personagem, que embora n tenha nome aí, ela sem dúvida é uma OC minha. Obrigada pelas ideias e pelos rpgzinhos eternos e cheios de amor, minha neném AAA

E novamente, obrigada a todes que leram, aos comentários e TODO o amor que estão dando para esse projeto tão perfeitinho AAAAAAAAAAA


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