Eu era feliz, durante uma parte da minha vida eu era feliz, mas essa felicidade escorregou aos poucos das minhas mãos.
Eu sempre achei que era amada, que era aceita e acolhida, mas quando a mamãe se foi e me pediu pra ser forte, eu senti meu coração quebrar e por ele se esvair grande parte do conforto; mas eu ainda ainda tinha o papai, e ele me amava, né?
Bem, era isso que eu pensava, mas ele foi ficando cada vez mais rude, frio e distante, e com tempo era quase um desconhecido, ele não conversava mais, não me conhecia mais, ele me afastava e não me dava brechas para uma aproximação; acho que ele deixou de me amar.
Depois disso, eu achei que cresceria sozinha, não tinha amigos, ninguém pra conversar, brincar ou dividir as coisas, mas aí ele chegou. Bem, eu sempre fui uma criança tímida e por conta disso eu só havia conseguido um amigo, ou era o que eu achava; ele sempre me tratou bem, e se ele não tivesse falado comigo eu acho que não teria ninguém. Ele era uma ótima pessoa e era por isso que eu continuava lá, por ele, sempre que podia e eu achava que era uma ótima amiga, mas mesmo assim, ele se foi, acho que não fui boa o suficiente, e ele também me deixou e doeu, doeu muito.
Eu já não tinha mais o papai e o Neji, bem, o Neji era o Neji e ele tem os motivos dele pra não gostar de mim, eu acho; o papai sempre disse que eu fazia tudo errado, então eu devo ter errado com ele também. Mesmo assim, eu gostaria de ter o seu carinho, pois o admiro muito, ele é a minha inspiração e não dá a mínima pra mim, por mais que eu tentasse ignorar, isso me deixava muito triste e doía bastante.
Então, parando pra pensar, toda a minha vida eu perdi as pessoas que amava e mesmo fazendo parte do ciclo eu não aguentei os efeitos colaterais, eu caí. Cada vez mais presa à solidão, eu fui caindo e caindo pela imensidão negra e eu tentei, juro que tentei, mas se eles não sentiam a minha falta, por que continuar forçando? Eu não sabia como suportar a dor de viver sozinha, então apenas me deixei ir e flutuar, perdendo cada parte de mim, cada resquício de sanidade que ainda me restava; eu perdi tudo.
E quando me apaixonei, sem ao menos trocar uma palavra com ele, um fio de esperanças surgiu em meu interior, tolo eu sei, mas acreditei que ali eu havia ganhado uma nova chance de fazer tudo diferente, tentar, mas se eu conseguia fazer todos me abandonarem, por que motivos ele ficaria? Eu fiz todos irem embora e não suportaria perder mais alguém.
Talvez um dia eu me arrependa de nunca ter tentado falar com ele, me aproximar, eu poderia ter conseguido uma vida diferente, tudo poderia ser diferente, mas não é, e as minhas forças estão esgotadas, minha mente grita, implora para eu acabar com essa dor latente que queima dentro de mim, e eu quero fazer ela parar, eu tenho que fazer ela parar.
Eu tentei ficar
Mas perdi meu chão
E tudo desaba
E só resta a solidão
E ela tirou tudo de mim
Aos poucos o que me restava
Meu sorriso sucumbiu
E hoje não existe mais nada
Mas quero que saiba que tentei
Mesmo caindo me debati
E quando a luz se tornava distante
Eu tentava resistir
Mas não tive escolhas
Não havia nada para ajudar
E as mãos sumiram com o tempo
Me deixando cair, devagar
Agora que cheguei ao fundo
Não tenho forças pra levantar
Eu precisava de ajuda
Mas não havia ninguém lá
Tudo era solidão
E a ela quis me entregar
Era um preço muito alto
Que eu tive que pagar
Se minha vida não valia
Eu não deveria ficar
Sempre estive sozinha
E não há como negar
Fui minha ruína
E hoje, nesta madrugada fria, eu encerro meu sofrimento e a dor que causo em outras pessoas, eu acabo com a tormenta e deixo livre aqueles que amo, do fardo que Hinata Hyuuga se tornou. Eu cansei de lutar, eu me entrego a escuridão, agora e para sempre; me desculpe mamãe, mas não estarei aqui quando você voltar, não fui forte o suficiente, eu me pedi. Adeus.
H.H
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