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História A Encomenda - Capítulo Único


Escrita por: Infiresmancc

Notas do Autor


Olá amiguinhossss

Capítulo 1 - Capítulo Único


Kim Namjoon nunca havia aguardado tanto tempo por uma encomenda. Ele já devia esperar por algo assim quando resolveu comprar um celular novo pela internet no black friday, mas duas semanas depois, quando o porteiro do prédio o interfonou dizendo que a encomenda havia chegado, ele quase já tinha esquecido que estava esperando alguma coisa. 

Durante os três anos em que morava sozinho naquele mesmo apartamento, ele não tinha tantas reclamações; claro, o barulho vindo do apartamento de cima o incomodava de vez em quando mas era só bater com uma vassoura no teto que o barulho parava. As vezes ele parecia um velho, ainda mais porque os moradores de cima eram três garotos que pareciam ter uns 14-no-máximo-16 anos, e ele se sentia meio mal por cortar o barato da galera jovem, e ele precisava de silêncio para trabalhar, mas tirando isso quase não havia problemas. Até animais de estimação eram permitidos -- Namjoon tinha um cachorro chamado Panqueca --, então ele estava muito satisfeito por morar onde morava. 

Isso é, até o dia em que o porteiro quase fez Namjoon ter um ataque do coração. 

Estava tudo bem, Namjoon desceu pelo elevador até o térreo e foi até a portaria buscar a encomenda. O porteiro (ele devia ter uns 130 anos no mínimo), deu umas palmadas nas costas de Namjoon e se virou para pegar a tal encomenda na prateleira, voltando com um pacote rosa bebê. 

"Hm, senhor Choi, tem certeza que essa é a minha encomenda?" ele perguntou, olhando o pacote com os olhos apertados. 

"Sétimo andar? Apartamento 71?" o senhor Choi olhou alguns papéis. 

"Sim?" Namjoon olhou desconfiado mais uma vez para aquela atrocidade rosa brilhante. "Deve ser por causa do black friday," ele murmurou para si mesmo e deu de ombros. Então ele pegou o pacote e voltou para o apartamento. 

Ele colocou o pacote em cima da mesa da cozinha, pegou uma xícara de café e então rasgou o papel rosa no meio.

De tudo o que ele havia passado na vida, nada havia o preparado para o que o esperava naquele momento. 

"Puta merda!" ele gritou, assustando Panqueca, e quase bateu a mão na xícara em cima da mesa. Ele tirou o óculos, esfregando os olhos. 

Alí, bem em cima da mesa de jantar de Kim Namjoon, envolto por uma bagunça de papel cor de rosa, estava uma caixa. Uma caixa média, também cor de rosa, com um vibrador da Sailor Moon estampado bem grande na frente. 

Puta. Que. Pariu. Que. Porra. É. Essa. 

Só podia ser uma pegadinha. Yoongi e Hoseok com certeza estavam fazendo uma pegadinha com ele. 

Com os dedos trêmulos, Namjoon pegou o celular no bolso e discou o número de Hoseok. 

"Alô?" era a voz de Yoongi. 

"Yoongi, cadê o Hoseok?" Namjoon perguntou tentando parecer o mais firme possível. 

"Não sei,"Yoongi murmurou. 

"Como assim não sabe?" Namjoon não estava histérico. Não, não, não. "Por deus, Yoongi, esse é o celular dele."

"Ah é?" Yoongi parecia distraído. "Eu pensei que era o meu, foi mal."

Namjoon rolou os olhos. "Só passa a porra do telefone pra ele."

"Eu não sei onde ele tá."

"Yoongi, é sério, se você levantar a bunda do sofá e ir procurar o Hoseok agora, eu juro que eu paro de telefonar de madrugada quando vocês estão. ." ele olhou para a caixa. "Em momentos íntimos."

"Olha só!" Yoongi disse de repente. "Ele acabou de aparecer! Hoseok, Namjoon quer falar com você."

"Coloca no viva-voz."

"Hoseok falando?" 

"Por favor..." Namjoon respirou fundo. "Por favor, me digam que esse... vibrador... é uma pegadinha."

Houve um silêncio. 

"Esse o quê?" Hoseok perguntou.

"Eu acabei de ir buscar uma encomenda na portaria e o porteiro me deu um vibrador!"

"Ele te deu o quê?!" dessa vez foi Yoongi.

"Um vibrador. Rosa. Da Sailor Moon."

Namjoon ouviu Hoseok respirar fundo duas vezes, e então ele começou a gargalhar tão alto que até Panqueca levantou a cabeça para saber de onde vinha o barulho. Yoongi começou a rir também, daquele jeito estranho; meio morrendo com falta de ar, e Namjoon não aguentou, começando a rir junto.

"Aw cara, qual é!" ele grunhiu, abaixando a cabeça na mesa. "O que eu vou fazer com um vibrador da Sailor Moon? Esse negócio tem asas, pelo amor de deus."

"Se você não quiser eu quero," Namjoon até conseguia imaginar Yoongi dando de ombros. 

"Não vou te dar," Namjoon respondeu. "Com certeza alguém comprou e mandou entregar no endereço errado."

"E como você vai devolver? Não tem um nome na embalagem ou algo do tipo?"

Namjoon pegou o papel rosa e tentou procurar alguma etiqueta, mas encontrou vários nadas. Ótimo. 

"Nada. Acho que vou ter que esperar e se ninguém aparecer..."

"Yoongi, não me olha assim!" Hoseok gritou do outro lado da linha. "Não, não, não. Não."

Namjoon desligou a chamada, já sabendo que era inútil tentar conversar direito com Yoongi e Hoseok. Se antes já era complicado, depois que os dois finalmente começaram a transar e então entraram no relacionamento mais wtf da história ficou praticamente impossível. 

"Bom, querido amigo," ele disse para a caixa. "Vamos esperar e ver se a sua mãe aparece."

Panqueca latiu. Namjoon olhou para ele e deu de ombros. 

Namjoon trabalhava em um jornal online. Ele passava a maioria do tempo sentado no sofá, tomando café e esperando um e-mail da redatora sobre o que ele deveria escrever naquele dia. Normalmente, ele fazia algumas matérias na coluna de política, refletindo e criticando. Não era o trabalho mais fácil do mundo mas também não era difícil. Era chato. 

Ele sabia, desde que resolveu estudar jornalismo e política na faculdade o faria terminar com um trabalho assim, mas na prática era pior do que ele esperava. Se ele tivessse companhia, alguém para discutir com ele sobre isso, talvez não fosse tão ruim, mas ele se sentia... solitário. 

Era só ele e Panqueca, no fim de tudo.

Hoseok e Yoongi apareciam só de vez em quando e Jackson estava fazendo um intercâmbio na Flórida. A mãe e o pai moravam em outra cidade, e a irmã de Namjoon ainda morava na faculdade, sem tempo de ir visita-lo. 

Por ficar a maior parte do tempo em casa, ele nunca conhecia pessoas novas, e por isso não tinha um relacionamento desde... Desde a faculdade. 

Não que ele fosse velho ou desinteressante, não. Namjoon tinha apenas vinte e três anos e havia se formado com excelência dois anos adiantados. Ele ganhava um dinheiro muito bom no jornal -- as matérias que ele escrevia sempre geravam discussões e discussões no Facebook --, e ele se achava um cara bonitão (Yoongi vivia dizendo que Namjoon era desajeitado demais para alguém poder acha-lo bonito, mas isso era só Yoongi sendo cuzão como sempre). Inclusive ele sempre tinha os papos mais interessantes ("não me vem com essa porcaria filosófica de novo, Kim Namjoon", "isso não é porcaria, Hoseok. Isso é o futuro"). 

Namjoon tinha certeza que ele nunca namorar ninguém era porque ele nunca saía de casa.

Panqueca latiu algumas vezes, chamando a atenção de Namjoon. 

"Ei, amigão," ele se levantou, colocando o laptop no sofá, e foi até a área de serviço pegar a ração. Ele deixou um pouco no pratinho de Panqueca e foi até a cozinha pegar um copo de água. Pelo canto de olho ele conseguia ver a caixa rosa, parecendo que piscava como um farol, chamando Namjoon. 

Você não vai me abrir?

Namjoon arregalou os olhos. A caixa estava falando com ele? 

É, você mesmo, bonitão. 

What the fuck?

Eu sei que você quer me abrir, por que não me abre logo pra eu poder te divertir?

"Vai pro inferno," ele murmurou sobre o copo de água. 

Aw, vem cá. Pode me abrir, eu não vou te morder, prometo. 

Namjoon se virou para a pia. Para a caixa. Para a pia. Deixou o copo de água sobre a pia e pegou a caixa na mão. 

"Se eu te abrir você cala a boca?"

Pode apostar que sim! 

Eles rasgou o lacre -- quase arrancando metade da caixa junto -- e puxou a aba.

E como se fosse combinado, os vizinhos de cima começaram a fazer barulho. 

Ele suspirou, deixando a caixa na mesa de novo, e pegou a vassoura para bater no teto. Não demorou até o silêncio reinar novamente. 

Santa vassoura.

Ele voltou a olhar para a caixa meio aberta, a caixa o olhando de volta, Panqueca alheio ao que estava acontecendo, e mandou o foda-se. Ele virou a caixa e deixou as coisas caírem sobre a mesa.

A primeira coisa que ele reparou foi que haviam duas pilhas gordinhas e rosas. A segunda, era que havia um papel, provavelmente um manual de instruções, e ele se perguntou por que diabos alguém precisaria de um manual de instruções para usar um vibrador. Não era só enfiar e pronto?

E então, ele viu. O tal vibrador. Ele estava em um saco de plástico bolha, mas mesmo asim reparou que o negócio era... Grande. Ele era grande.

"Como isso vai caber em alguém?" ele pensou em voz alta. Com cuidado para não quebrar, o que era bem inútil sendo que Namjoon sempre quebrava tudo, ele tirou o vibrador do plástico bolha e deu uma boa olhada. 

Ele era rosa e media uns vinte, vinte e cinco centímetros. Na parte de cima, havia uma bola rosa e uns detalheso dourados, imitando o cetro da Sailor Moon, mais para baixo havia um par de asas douradas, e descendo o olhar, ele reparou que o vibrador era um pouco aveludado. E mais para baixo, ele era exatamente da forma de um pênis. Um bem grande.

"Bom, isso não foi tão assustador," ele disse para Panqueca. Então ele se sentou e pegou o manual, lendo as instruções. Para colocar a pilha, ele deveria girar a parte de cima, então ele fez e colocou as pilhas. Para ligar, no meio das asas havia três botões; um para ligar e desligar, e outros dois para controlar a velocidade. 

Ele apertou o primeiro botão, e o vibrador ganhou vida. 

Namjoon quase engasgou com a própria saliva. 

Aquilo era inesperadamente (ou esperadamente)... bom. 

Se só na mão era bom, imagina no... 

A campainha tocou antes que Namjoon pudesse completar o raciocínio. 

Valeu, Deus.

Ele se levantou, colocou o vibrador dentro da caixa e a escondeu no primeiro lugar que achou: dentro do armário da cozinha. Então ele bateu a poeira imaginária da bermuda e tentou se recompor antes de abrir a porta. 

E pela enésima vez no dia, ele quase teve um ataque do coração. 

Ali, do outro lado, estava o vizinho do 72 (o apartamento da frente).

Namjoon o via de vez em quando, no elevador, na recepção, quando o vizinho voltava da corrida matinal todo suado e...

"Oi!" o vizinho abriu um sorriso para Namjoon. Lindo, lindo. "Eu sou Seokjin, seu vizinho da frente, e eu acho que nós trocamos de correspondencia."

Namjoon já podia sentir um ataque de pânico começando a surgir, porque o quê?

"O quê?"

"Bom," o vizinho, Seokjin, mordeu o lábio inferior e olhou para baixo. Ele segurava uma caixa de tamanho médio, com um celular estampado na frente. Ah não. "Eu cheguei do trabalho e o sr. Choi me deu isso. Eu achei que era minha encomenda até abrir e, digamos que eu não comprei um iPhone de última geração. Então eu voltei lá e ele me disse que ele tinha te entregado o pacote que era meu por engano, e, por favor, pelo amor de deus, me diz que você não abriu."

Namjoon estava prestes a ter um colapso.

"E-eu eu e-eu não--"

"Ah, merda," o vizinho agora estava corando até o pescoço. "Você abriu, não abriu?"

Namjoon sentiu o próprio rosto esquentando. "É, sim, desculpa."

"E você... ligou?" Seokjin voltou a olhar para baixo.

"É, sim, é bem legal, ele tem uns botões de velocidade e--"

"Só me devolve. Finge que isso nunca aconteceu, por favor."

Namjoon foi até o armário da cozinha, pegou a caixa maldita e voltou para a porta. Seokjin estava tão corado que ele estava da cor da caixa, totalmente rosa. Ele entregou o vibrador e pegou o celular, e Seokjin sumiu em dois segundos, murmurando um "obrigado" e desaparecendo no 72.

Namjoon fechou a porta e olhou para Panqueca. 

"Acho que eu estou apaixonado."

("Como assim era do vizinho? O vizinho? Aquele que parece um ator de dorama?" "Acho que eu vou chamar ele pra sair." "Boa sorte pra competir com um vibrador rosa e com asas." "Yoongi, cala a boca.")


Notas Finais


Cara JAHAUANSOSK
Yoongi melhor pessoa adeussssss


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