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História A Escolha - Parte 1 e 2 - Rotina


Escrita por: SofiaQuem

Capítulo 55 - Rotina


Fanfic / Fanfiction A Escolha - Parte 1 e 2 - Rotina

*Nathan POV*

Dia nove de Novembro. Essa foi a data do nosso grande dia. 

Depois da formatura e da residência eu e Amie tivemos tempo de organizar o casamento. A cerimônia e a festa foram em uma mini-fazenda em New Jersey, para duzentos convidados. Os padrinhos foram John, Peter e Steve e as madrinhas foram a Georgia, irmã da Amie, a Jackie e a Kim, uma prima da Amie.

Eu nunca vi meus pais chorarem tanto. Talvez por já estarem emocionados o bastante com a minha graduação e especialização em Ortopedia. Os pais da Amie também estavam muito emocionados e o pai dela já não queria mais me matar, pelo contrário, ele já me tratava como um filho, principalmente quando eu disse qual era a minha especialidade. Ele sabia que eu tinha escolhido a Ortopedia para cuidar dela.

Amelie Pinot Ledger. Esse é o novo nome dela. Amie era a noiva mais linda que eu já tinha visto na vida. Estava deslumbrante e visivelmente realizada e era bom fazer parte dessa realização dela. Tiramos muitas fotos, dançamos bastante e quase perdemos o vôo para a nossa lua-de-mel em Cancún, de tanto tempo que ficamos conversando com os amigos. 

Nem preciso dizer o quanto a lua-de-mel foi boa né? E se eu dissesse que conhecemos Cancún de verdade, estarei mentindo. Ficamos a maior parte do tempo no quarto e nós ainda nos perguntávamos: depois de tanto tempo juntos, como era possível ainda querer transar o dia todo? Ainda bem que nada disso mudou.

Depois de seis meses de casados eu e Amie abrimos a nossa clínica de Ortopedia em Manhattan. Nós tínhamos umas economias e, além disso, convidamos John e Peter para entrar na sociedade. Alugamos uma casa e montamos tudo. Amie e John ficaram responsáveis pela decoração e se eles não fossem médicos eu diria para seguirem a carreira de decoradores, com certeza.

Um pouco antes do casamento nossos pais nos deram um apartamento em Hoboken, um bairro de New Jersey, ao lado de Manhattan. Estávamos perto da casa deles e perto do trabalho, então as visitas para a família eram constantes, quer dizer, quando as nossas agendas tinham uma folga. Ganha-se muito dinheiro sendo médico, mas a vida pessoal fica um pouco de lado. Se a Amie também não fosse médica e não trabalhássemos no mesmo lugar eu provavelmente a veria muito pouco. 

O número de pacientes aumentava cada vez mais e a clínica começou a ganhar visibilidade. Eu, Amie e John fazíamos os atendimentos, enquanto Peter realizava atendimentos ligados à Fisioterapia. 

A nossa vida estava nos eixos, literalmente. A nossa rotina era trabalho e casa durante a semana e nos finais de semana gostávamos de caminhar pelo bairro ou ir até Nova Iorque para caminhar no Central Park. 

Sim, a nossa vida estava muito boa, até o David aparecer de novo. Sim, o meu ciúme seria eterno! O jeito que ele sempre olhou para a Amie nunca saiu da minha memória. Ele quer a minha mulher porra! 

David e Cloe nos convidaram para sermos padrinhos do casamento deles. Tanto homem no país e a Cloe decide se casar com o imbecil do David, que se achava a última bolacha do pacote por ter se tornado um Engenheiro renomado e cheio de prêmios. Bom, pelo menos aquele traste sabia trabalhar. 

A Amie dizia para eu parar de bobagem, mas eu não tinha sangue de barata e apesar da maturidade eu ainda era o mesmo Nathan e não ia deixar barato qualquer tipo de provocação da parte dele. 

- oi baby... o que está fazendo?

Amie interrompe meus pensamentos.

- estava olhando algumas fotos... 

Eram fotos do nosso casamento.

- hum, você estava lindo de terno.

Sorri com o comentário e a puxei para sentar no meu colo.

- você estava maravilhosa Amie.

- com quilos de maquiagem e penteado eu precisava ficar mesmo maravilhosa!

- ah pára com isso. Se você tivesse acordado e ido ao casamento estaria linda do mesmo jeito.

Ela sorriu encabulada e me deu um beijo de tirar o fôlego. Com esse tipo de beijo eu a levaria até o quarto, se não tivéssemos sido interrompidos pelo toque do celular.

- é o celular da clínica ou o pessoal? - perguntei

- é o pessoal. Estranho, não tem identificação... - ela respondeu

Fiquei observando ela atender e falar com a pessoa, mas quando eu vi quem era o tempo fechou.

- Amie, desliga! - pedi fazendo gestos

- ahm, poxa, legal, mas... quando?

Ela insistia em falar com o imbecil do David e eu já estava a ponto de arrancar o celular das mãos dela.

- estaremos lá. tchau!

 Cruzei os braços e esperei a bomba.

- que cara é essa Nathan?

- Amie, nós não vamos a lugar nenhum!

- Nate, pelo amor de Deus! é o almoço de pré-casamento deles!

- ah Amie, pelo amor de Deus digo eu! quem é que faz almoço de pré-casamento!?

- até parece que você não conhece a Cloe.

- e porque ele tem que te ligar?

- Nathan ele é o noivo oras! Ele deve estar ligando pra todos os convidados!

- ah claro! aposto que ele deve ter olhado a lista de convidados dizendo "deixa que pra Amelie eu faço questão de ligar!".

- como você é exagerado... - ela ria

Fui bufando até a cozinha e ela me seguiu.

- Nate, nós somos os padrinhos, então é óbvio que eles ligariam diretamente para nós.

- então ele que ligue diretamente pra mim!

Amie continuava rindo.

- Se eu fosse ciumenta como você, você estaria ferrado!

- eu não dou motivos.

- ah não? por acaso sou eu que tenho uma paciente chamada Emily Leto que vive inventando desculpas para ser atendida por você toda semana?

Não pude evitar o riso ao lembrar da minha paciente mais louca e mais assídua.

- coitada dela Amie...

- coitada!? tá bom. - bufou

- ela não faz por mal. Ela tem problemas psicológicos, está na cara!

- e desde quando você é Psiquiatra? - ela cruzou os braços levantando uma sobrancelha

Eu tinha que admitir que eu adorava as cenas de ciúmes da Amie. 

- você fica tão linda com ciúmes...

- não mude de assunto, doutor Ledger! Enquanto você der bola para a Emily, vamos participar de todos os eventos antes e depois do casamento do David.

Fechei a cara de novo. Esse cara era meu eterno pesadelo!

(...)

Tentei esquecer o assunto "David" no final de semana, afinal, eu não gostava de ficar trocando farpas com a minha esposa. 

Já na clínica e com muito trabalho pela frente, começamos a atender os primeiros pacientes da semana.

- Penélope, pode mandar entrar o próximo paciente, por favor. - pedi

Penélope é nossa secretária e está conosco desde o início da clínica. Ela é muito competente e já é uma senhora de cinquenta anos.

Depois do almoço e de atender algumas pessoas, começamos o segundo turno de atendimentos.

- boa tarde doutor!

Deus do céu! Era a Emily, minha paciente assídua.

- boa tarde senhorita Leto. O que lhe traz aqui?

- ahm, é que a dor no ciático ainda continua sabe...

- senhorita Leto eu já lhe disse que para essa dor no ciático é necessário marcar consulta com um Neurologista. 

- é, eu sei, mas o osso dói...

- osso? mas a dor não é no nervo ciático?

Minha nossa, ela não sabia nem mentir.

- é, também, mas a dor vai do nervo até o osso daqui ó...

Ela se deu o trabalho de levantar para virar de costas, levantar a blusa e abaixar um pouco a calça. 

- eu já vi Emily. Isso realmente é com o Neurologista.

Ela se recompôs e ficou visivelmente sem graça.

- ahm, eu também estou com uma dor aqui no osso da perna. 

- onde?

- aqui, entre as duas pernas, sabe?

Eu tive vontade de gargalhar, mas eu era profissional acima de tudo e precisava examinar.

- deixa-me ver.

Levantei e coloquei as luvas. Ela já estava com uma cara engraçada, mas eu não liguei.

- pode deitar na maca por favor? - pedi

Ela se deitou como quem se deita em uma cama de motel. 

- pode me indicar onde é a dor?

- aqui... - ela disse apontando entre as pernas

Fiz um toque rápido no osso da coxa dela, dos dois lados.

- uau... - ela disse

Tirei as minhas mãos dela imediatamente. 

- posso continuar? - perguntei sério querendo cortar qualquer gracinha adicional

- ahm, claro, desculpe.

- dói? - perguntei apertando o osso dela

- não.

- dói? 

- não.

- e aqui? dói?

- não.

- pode se levantar. - pedi tirando as luvas

Voltei para a minha mesa e ela se sentou na minha frente novamente.

- senhorita Leto, não há nada no osso da perna. Se há alguma dor pode ser alguma distensão muscular por algum movimento brusco. Observe a dor e volte aqui se realmente doer e não conseguir andar, okay? 

- tudo bem. - ela deu de ombros

- e quanto ao nervo ciático, procure um Neurologista.

- okay. Obrigada doutor, foi um prazer. - ela disse saindo da sala

Deus do céu! que maluca!

Antes de atender o próximo paciente, Amie entrou na minha sala.

- oi meu amor! - falei empolgado

- ela de novo Nathan?

- ué, mas o que eu posso fazer?

- mais uma visita dessa louca e eu dou uma injeção de Gardenal nela! 

Era engraçado ver a Amie nervosa.

- acho que ela não vem mais. 

- ah tá bom!

- eu tenho que atender Amie, não posso dizer que não vou atender!

- eu já sei como fazer ela desistir de uma vez de você.

- como? - perguntei curioso

- aguarde! - ela disse saindo da sala

(...)

Uma semana depois Amie entra de novo na minha sala com Penélope.

- oi! - falei

- Nate, nós contratamos mais uma funcionária. - disse Amie

- mais uma? porque? - perguntei sem entender

- Gloria será a sua assistente aqui na sala e vai sempre acompanhar você nos atendimentos. - ela respondeu

- mas porque isso agora? - perguntei ainda sem entender

- doutor Ledger, a Gloria é minha amiga pessoal e uma ótima profissional. Ela já foi assistente de muitos médicos renomados, inclusive de Ginecologistas renomados. - disse Penélope

Agora eu estava começando a entender.

- Nate, essa sua paciente louca pode ser uma oportunista e não custa nada ela dizer que você a assediou, então a Gloria vai acompanhar você em todos os atendimentos.

Sorri e agradeci mentalmente por ter uma esposa ciumenta e inteligente.

- ótimo, quando ela começa? - perguntei

- amanhã! - respondeu Penélope sorridente

Era engraçado ter uma assistente na minha sala. Na verdade, Gloria só estava na sala comigo quando entrava alguma paciente do sexo feminino e realmente eu me sentia mais a vontade, afinal, algumas das minhas pacientes eram bastante "empolgadas", mas claro, não mais que a Emily.

- doutor Ledger, sua próxima paciente chegou.

- ok. pode mandar entrar.

Gloria entrou na sala antes e eu agradeci pelo ótimo serviço prestado.

- bom dia doutor! - disse Emily ao entrar na sala

A cara dela quando viu a Gloria deveria ter sido filmada.

- ahm, ela vai ficar aqui?

- senhorita Leto, esta é Gloria, minha enfermeira assistente.

Ela olhou Gloria dos pés à cabeça e fez uma cara de decepção que deu pena.

Pois é. Emily não apareceu mais no consultório por um bom tempo, mas como a vida sempre nos pregava surpresas nós a encontramos de novo em um evento nada esperado por mim.

(...)

- temos mesmo que ir Amie?

- Nate, pára de reclamar! - ela disse enquanto se arrumava

Fomos para o tal do almoço pré-casamento. A casa dos pais do David estava lotada e eles gritaram ao me ver.

- Nathan! ai meu Deus! quanto tempo!

Tive pena da mãe do David, afinal, ela não fazia idéia que não éramos mais amigos desde a escola.

- olá senhora Lawrence, tudo bem?

- menino, você continua lindo e agora é médico também! que maravilha!

Sorri com o comentário dela.

- Amelie! Meu Deus! você está maravilhosa também! ainda tem a mesma carinha de dezoito!

Elas ficaram conversando e eu fui dar uma volta pela casa. Tudo continuava igual, menos a nossa amizade.

- aê! chegou meu padrinho preferido! 

Mas que cara de pau!

- oi David.

- e a Amie?

- ela não veio. - menti

- não!? porque? aconteceu alguma coisa?

Eu devia dar um soco na cara dele por tanta petulância.

- ela veio David. Está conversando com a sua mãe.

- ah, tá...

A cara dele de alívio era patética. Ele saiu atrás da Amie, claro, e eu o segui. 

- oi Amie!! - ele disse abraçando-a forte

Fiquei atrás deles, de braços cruzados só observando, enquanto a Amie me olhava sem graça.

- nossa David, parece que você não me vê há séculos! - ela diz

- vem! a Cloe está louca pra ver você! - ele disse e a arrastou para o jardim

- doutor Nathan Ledger!! 

Virei para trás para ver quem me chamava. Ah não! Isso só podia ser um pesadelo!

- Emily!?

- o que faz aqui? - ela perguntou

Os olhos dela estavam tão arregalados que me deu medo.

- eu vim para o almoço e você?

- você conhece o David? ele é meu primo!

Ah claro! só podia ser!

- ah é? 

- poxa que coincidência! está sozinho?

Eu sabia que ela ia perguntar isso.

- não. Estou com a minha esposa.

- ah você é casado!?

Meu Deus! Eu uso uma aliança enorme no dedo!

- sou.

- ahn... 

A cara de pau dela era exatamente igual a do primo.

- Nate, vem tomar alguma coisa e...

Amie me puxou, mas antes olhou para Emily surpresa.

- você? - Amie perguntou

- Amie, ela é prima do David. Olha que coincidência! 

Tentei amenizar o clima.

- doutora Amelie? você é esposa dele?

Amie cruzou os braços e por um segundo eu acho que ela esqueceu que era profissional.

- sou. porque?

- ahm, Amie, vamos tomar alguma coisa? estou com sede! 

Arrastei Amie dali, mas as coisas não melhoraram!

- eu não acredito que essa oferecida é prima do David!

- viu porque eu não queria vir?

- ah então você já sabia?

- claro que não Amie! Mas eu já sabia que dessa família não podia vir coisa boa!

Não teve jeito. Começamos a rir e as pessoas perceberam a nossa animação repentina.

- acho melhor nos contermos. - falei

- depois do almoço vamos embora. - disse Amie

- faço das suas as minhas palavras. 

Aquele dia ia demorar uma eternidade para passar. Disso eu tinha certeza.


Notas Finais


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