História A Escolha • Jikook • - I don't want cry.

Depois de corrermos e rimos bastante, começamos a andar calmamente pelas ruas. Eu envolvendo meu braço no seu e ele com as mãos do bolso.

Havíamos conversado pouco no caminho, ele ficava muito queito e distraído.

- Que tal irmos em algum lugar? - Disse ele.

- Acho melhor não Kookie, você não está muito bem. Acho bom você ir para casa e descansar. - Digo calmo.

- Um boa idéia!! Mas preciso me destrair mais. Não quero ficar sozinho agora. Vamos dar uma volta, que tal ir ao Rio Han? - Diz me olhando. Suspirei, como ele era teimoso.

- Ok, você me convenceu. - Digo rindo acompanhado dele.

Seguimos então para o Rio Han.

Jimin off

Jungkook on

Eu precisava disso, não queria ficar no meu quarto sozinho pensando nele. Mesmo que eu esteja bem esgotado, preciso esfriar a cabeça e pensar em como posso superar isso ou ir pra cima.

Sim!! Eu estava pensando seriamente em ir dar uns belos socos na cara do meu Hyung.

Tentei tirar isso da minha cabeça por enquanto. Só queria curtir a sós com meu namorado e o Rio Han parecia uma boa idéia.

Vi ele se animar um pouco, mas sabia que ele ficaria preocupado o resto do dia.

...

Havíamos chegado ao rio, era um lugar tão lindo. Passeamos por alguns lugares e depois fomos sentar perto dele.

Por um momento eu fechei meus olhos e fingi, por um segundo apenas, que tudo que havia acontecido era apenas um pesadelo. Só que a realidade logo jogou na minha cara que era tudo verdade, que o fantasma do passado tinha voltado.

Resolvi olhar o rio, não queria preocupar Jimin mais do que ele já está, uma tentativa falha já que percebo dois olhinhos me encarando e sorrio.

- Tem certeza que não quer ir pra casa? Não parece nada bem. - Diz encostando em mim.

Me viro para ele, encaro aquele par de olhinhos e não resisto, dou-lhe um beijo calmo e doce, nem me incomodava com as pessoas a volta. Ele sorri e me abraça mais forte, escondendo o rosto de vergonha.

- Eu estou bem, não de preocupe. Apenas admire esse lindo rio comigo sim?? - o vejo acenar com a cabeça e sorrio novamente.

Ficamos olhando as pessoas passando por lá; algumas com acompanhantes, outros com animais, filhos e algumas sozinhas. Era um lugar agradável e muito bom para se pensar, relaxar ou apenas curtir a vista.

E era isso que eu estava fazendo, curtindo apenas.

Não é o meu normal depois de problema grande como esse, relaxar. Geralmente, eu iria para minha casa direto pro meu quarto e ficar na minha cama em posição fetal chorando ou pensando. Mas, eu quero fugir disso, aproveitar que eu tenho pessoas ao meu lado e relaxar, fugir da realidade.

Queria poder viver nos céus, seria tão mágico, ficar bem perto das estrelas. Poder tocar as nuvens, olhar os planetas e ver as pessoas como se fossem formiguinhas. Não haveria problemas, só haveria magia.

É bem idiota esse pensamento, mas se fosse verdade eu daria de tudo para poder ter.

As pessoas dizem que devemos sonhar alto, não é? No meu caso, eu levei bem ao pé da letra. Sonho com o alto, com o céu.

Senti uma brisa muito boa em meu corpo e quis sai correndo pra sentir mais. Então, comecei a provocar Jimin fazendo cócegas nele. Ele ria muito e eu também, ele dizia a todo instante para que parece, mas eu não dava ouvidos. Até que eu levanto e ele começa a correr atrás de mim.

Era apenas nós dois correndo, rindo no meu do gramado sendo observados por pessoas que não entediam nada do que estava havendo.

Então, o meu desejo foi realizado. Aquela brisa estava bem mais forte por estar correndo e eu agradeci por ter tido aquela idéia.

Corríamos sem destino, apenas prosseguindo para qualquer lado.

Até que sinto minhas pernas doerem e eu diminuir a velocidade. Só que eu não contava com uma criaturinha que conseguiu me alcançar e acabou nos derrubando em meio a gramado verde, a sorte é que estavamos afastados da multidão e ninguém mais nos via.

Estavamos deitados e Jimin estava em cima de mim rindo. Até que eu acabei me perdendo em seu olhar. Aquele olhar que me conquistou, aqueles olhinhos pequenos que da vontade de morder. A gana que eu tinha por esse menino era inacreditável, eu queria fazer de tudo para deixá-lo sorrindo. Nunca pensei que sentiria algo assim por alguém em toda a minha vida. Para mim, o amor era algo tão besta que achava que nunca sentiria em minha vida e agora estou aqui, gamado em um garoto que eu odiava no começo. Quem diria não é mesmo.

- Porque tanto me encara? - Perguntou ele com aquela carinha fofa de dúvida. Não me contive e mordi suas bochechas enquanto ele ria.

- Estava admirando sua a beleza e me perguntando como posso ser tão sortudo em ter você ao meu lado, agora oficial. - Olhei para a minha mão com a aliança de prata e juntei com a sua.

Ele sorri e me beija. Eu não me canso nunca desses lábios, é como se fosse a primeira vez que eu os sentia, era assim toda a vez que eu tocava esses lábios. Era um beijo tão apaixonado de ambas as partes, algo só nosso sem interferências.

Nos separamos e colamos nossas testas, ainda de olhos fechando eu sentia sua respiração ofegante pelo beijo e a corrida, e o cheirinho tão bom de seu shampoo de chocolate. Levanto um pouco meu rosto e beijo sua testa.

- Obrigado. - Digo abrindo os olhos.

- Pelo que?

- Por ter aceitado ficar comigo, por não desistir de mim, por se preocupar, por retribuir o meu sentimento, por estar aqui comigo. Eu não mereço você Jimin, e mesmo assim você insistiu. Então, eu te agradeço por ser meu amado. - Digo colocando seu rosto em meu peito e o abraçando forte.

- Não precisa me agradecer seu bobo. Você merece muito mais, eu sou sortudo em tê-lo só pra mim. - Diz com seu típico sorriso lindo.

Dou-lhe um último selinho e tiro ele de cima de mim com cuidado e levanto, o ajudando a levantar depois.

Já estava meio tarde, então resolvi levá-lo até sua casa.

Era engraçado como o tempo havia passado rápido.

- Jimin!! - O chamei tirando-o de seus pensamentos. - Será que estaremos encrencados quando chegamos em casa?

- Fique tranquilo, eu mandei mensagem pro Tae e ele já deve ter falado com mulher da enfermagem.

- Afinal, como vocês ficaram amigos dela mesmo? - Digo curioso e ele ri.

- Bom, a gente meio que pegou ela no flagra se pegando com um funcionário em horário de trabalho, e ela jurou nos ajudar com tudo se não contarmos para a direção. Como acha que consigo sair de boa da Educação Física?

- Ah filha da mãe. Vocês são chantagistas.

Ele começou a rir e eu o acompanhei. O celular dele apitou me fazendo ter um susto interno. Ele olha pra tela e sorri.

- Taehyung acabou de me dizer que está tudo bem. A nossa "amiga" disse para a direção que não estavamos bem e fomos para a casa e ela disse que não falou antes pois não achava muito necessário já que era comum acontecer.

- Caralho!! - Digo surpreso. - Essa mulher sabe mentir bem.

- Pra quem sai pegando a maioria dos funcionários a anos e até hoje não foi descoberta, sim!! Ela é uma ótima atriz. - Eu começei a rir bastante e ele também.

Adorava estar com ele.

Mas, a alegria de pobre dura pouco e já

estava indo embora sozinho.

Então, pensamento vieram a tona em minha mente.

O que eu irei fazer agora? Fugir que nem da ultima vez? Sair correndo e nunca mais voltar ou olhar pra trás? Eu estaria sendo criança se não enfrentasse meus medos agora.

Mas, era tão assustador, ver bem na sua frente a pessoa que você colocaria sua vida por ela e te traiu, bem na sua frente e ainda sorrindo pra tí. A pessoa em que prometia me ajudar com os problemas, que dizia que iria me proteger do perigo, que iria cuidar de mim e depois me deu uma facada bem nas costas.

As vezes, eu só perguntava o porque daquilo. Foi tão do nada, no dia anterior daquilo, estava indo tudo tão bem. Queria tanto saber o por que ele fez isso, o por que me traiu e me humilhou de tão dura forma.

Ele sempre dizia que me levaria para longe, aonde poderiamos viver em paz perto das estrelas. Ele cuidaria de mim para que eu nunca mais chorasse.

Não sei nem se vou conseguir habitar a mesma sala que ele sem dar-lhe um belo soco na face.

...

Cheguei em casa rápido, suspirando ao chegar. Ia direto para meu quarto, mas minha mãe havia me chamado.

- O que aconteceu Jungkook? Você não veio para a casa, estava até pensando em ligar para sua escola. - Disse um tanto alterada. Engoli em seco.

- Posso tomar banho primeiro Omma? Antes de te falar? Estou cansado e preciso pelo menos de um banho. - Digo me apoiando na parede.

- Ok. Mas, depois quero saber de tudo. - Acenei com a cabeça e subi as escadas de pressa.

Eu precisaria mesmo contar a ela? Sobre Yoongi? E se... Ela quiser se mudar novamente? Não, eu não deixarei.

Não posso mentir mais do que já minto...

Entrei no banheiro e fui me despindo, fui até o chuveiro e o liguei deixando a água morna entrar em contato com meu corpo. Algo relaxante, se não fosse pela minha mente que gritava sobre o mesmo assunto a todo segundo. Lembranças do dia vinham em minha mente, o rosto dele, das pessoas rindo, de eu chorando muito e ele não se importando.

Para tentar evitar esses pensamentos um pouco, tomei meu banho o mais rápido possivel. Sai de lá indo direto para meu quarto. Coloquei uma calça de moleton e uma camiseta, vesti meus calçados e desci para jantar.

...

Enquanto comia, os olhos negros de minha mãe me observavam a cada minutos que se passava. Eu tentei disfarçar, mas ela não acreditou.

- Agora me fale, o que houve? Você está estranho. - Disse quando eu havia acabado de comer.

- É ele mãe... Ele voltou. - Digo de cabeça baixa. Ela olha curioso e depois arregala os olhos e se levanta.

- Min Yoongi? - Eu aceno em confirmação. - Como? Pensei que ele nem estuda-se mais. - Passou a mão na testa de bufou. - Vamos te trocar de sala ou de escola. - Ela diz decidida e eu a impeço segurando seu pulso.

- Não mãe!! Eu... Não vou fugir dele novamente. Se eu não enfrentar esse problema, nunca terei paz. Mesmo que doa, eu preciso tirar a limpo essa história, mesmo que não fará nenhuma diferença.

- Como assim nenhuma diferença?

- Omma, você acha mesmo que ele estará se importando comigo? Ele já deixou bem claro que não quer saber de mim. Mas, mesmo assim eu irei tirar satisfação. - Digo já de pé e com os punhos fechados. Minha mãe vai até mim e me abraça, fazendo eu fraquejar e abraçá-la.

- Você não aguentou vê-lo, não é? Fugiu da escola hoje e com Jimin. - Diz e eu sai do abraço com uma cara de dúvida.

- Como a senhora sabe?

- Uma amiga de trabalho viu você no Rio Han, ela não conhecia o seu acompanhante, então disse que estava com um garoto menor que si de cabelos negros e sorriso bonito. - Sorri com o comentário. - Eu fico feliz que ele estava lá para te dar apoio, mas não pode tirá-lo da escola. Isso não é bom, a mãe dele deve ter ficado brava com você. - Diz preocupada.

- Na verdade, foi ele que deu a sugestão de fugirmos da escola. - Digo e ela faz uma cara de surpresa. - Não se surpreenda, Jimin não é um santo, só tem cara mesmo e a mãe dele sabe disso, ela irá compreender. - Ela ri e eu a acompanho.

Mas é verdade. Anjo, o Jimin só tem cara mesmo. 

Ficamos conversando sobre banalidades até uma certa hora. Quando o sono bateu, ela me deu um beijo, um boa noite e subiu as escadas. Eu iria ficar por lá pra assistir algo, mas sei que não iria conseguir. Então, apenas desliguei a televisão e fui para meu quarto.

E a mesma cena de quatro anos atrás, estava acontecendo agora; eu deitado na minha cama olhando pro teto e pensando em meu Hyung.

Me pergunto porque o ainda chamo assim.

Ele foi alguém tão marcante em minha vida, tanto positivamente quanto negativamente.

Lembro-me de quando eu estava muito triste na escola, e disse a ele que não queria fica sozinho em casa novamente. Ele disse que daria um jeito de eu não ficar sozinho, não aquela noite.

Foi então que ele pulou a janela do meu quarto e dormir comigo.

Ele já se sacrificou bastante por mim. Mas, eu não entendo o porque daquilo.

Porque, do nada, uma pessoa que faz de tudo pra te ver sorrir e feliz, estraga com a sua vida em apenas um dia....

Continua...