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História À espera de Kathleen - Our (nothing normal) Way of Loving


Escrita por: AnnaWrou

Notas do Autor


💠💠Título do capítulo: Nossa Maneira (nada normal) de Amar.💠💠

Boa leitura <3

Capítulo 13 - Our (nothing normal) Way of Loving


Fanfic / Fanfiction À espera de Kathleen - Our (nothing normal) Way of Loving

 

 

 Esse amor que se esconde em minhas veias

Me seduz, depois me deixa um sabor de solidão...

É um amor que me sufoca e contagia, mora comigo noite e dia

É sempre uma tentação...

E por você

Eu me encontro apaixonado

Sei que desse amor não tenho nada, mas te entreguei meu coração

Harry

 

 

 

Bufei desapontada. Eu não levava jeito nem para cuidar de um animalzinho.

Dei meia-volta e quase caí, ao esbarrar com a figura de um rapaz.

- Cuidado, mocinha! Não quer levar um tombo, quer? — Segurou-me, me impedindo que caísse.

- Oh…! Obrigada por me segurar — Aprumei-me e reparei nos atraentes olhos dele, no seu visual rebelde, e no sorriso simpático.

- Quem é você...? — Perguntamos ao mesmo tempo.

- Eu sou Kathleen...

- Ah. Você é a futura dona dessa mansão

- Como sabe?

- Sou Zayn. Filho de Yaser e o melhor amigo de infância do Harry.




 

Kathleen

 

- Melhor amigo...? — Ele analisou meu rosto de forma calma. — Oh, é um prazer conhecê-lo! — Estendi-lhe a mão e o mesmo retribuiu o aperto.

Do outro lado da varanda, notei que Harry estava com seu olhar fixo em nós dois.

Com um frio no estômago, olhei de volta para ele. Seus lábios estavam torcidos.

- O que foi? — Perguntou Zayn.

- Vamos entrar...? — Ele sorriu erguendo as sobrancelhas.

- Claro — Assentiu.

Caminhamos até a porta de entrada e eu estava muito nervosa, afinal não queria ouvir reclamações do soberano outra vez.

- Harry! — Zayn abriu-lhe os braços. — E aí, cara? — O cumprimentou abraçando-o pela cintura.

- Parece que os dois tiveram bastante tempo para se conhecer em minha ausência. — Foi esse o comentário seco do Styles.

Não pude controlar o impulso de me afastar dois passos.

- Na verdade nem tanto — Zayn replicou.

- Então me permita apresentar-lhes devidamente

Harry lançou-me um olhar possessivo, enquanto puxava-me para mais perto do seu corpo, deixando que eu sentisse toda a sua força e controle.

- Essa é Kathleen Boyer, minha noiva. E nos casaremos na segunda.

- Ah — Balbuciou Zayn. — Meus parabéns aos dois — Disse despreocupado.

- Obrigada

- Imagina

Harry encarou o amigo e em seguida olhou para mim.

- Devo deixá-los sozinhos? — Perguntou-nos ríspido.

Lancei-lhe um olhar cortante e Zayn deu risada da pergunta.

Não entendia por que me encantava por um homem tão arrogante e grosseiro como ele, mas preferi ser condescendente:

- Com licença aos dois, eu vou para o meu quarto

Harry apertou os lábios, com um brilho ameaçador em seus olhos verdes.

- Me dê licença também, Malik

- Toda...

Ouvi meu futuro marido subindo os degraus atrás de mim e senti que a situação ficaria ainda pior.

No caminho até o quarto, esperava que ele fosse me censurar, ou até mesmo gritar, mas não aconteceu. Em vez disso, ele seguiu pelo corredor em silêncio e só dirigiu-se a mim ao entrarmos no quarto:

- E então, o que achou?

- Sempre achei esse quarto muito bonito... — Respondi-o.

- Não tente tirar sarro comigo. — Engoli em seco, reconhecendo seu tom tão gélido. — Não estava falando do quarto, sabe muito bem! O que achou do Zayn?

Voltei-me para ele.

- O achei simpático — Ele torceu o nariz.

- E além disso?

- Ele foi educado.

- Só isso?

Piscando confusa, encontrei novamente seu olhar.

- O que mais quer que eu diga? — Perguntei-lhe. — Pelo que sei, espera-se que só tenha olhos para você, querido.

- Já ele não parou de olhar para você um só segundo. — Rolei os olhos e suspirei.

- Talvez porque eu estava bem na frente dele...! — Seu olhar endureceu subitamente.

- Você estava vermelha como um pimentão, garota!

Perdi a pouca calma que ainda me restava.

- O que está pretendendo...? Jogar-me nos braços do seu melhor amigo?

- É claro que não! — Protestou firmemente.

Com um sorriso de canto, cruzei os braços.

- Então porquê desse ciúmes, Styles...?

Já com a mão na maçaneta da porta, ele me olha:

- Vá para o inferno! — E apressou-se em sair.

Não tive como não sorrir de seu ciúme. Mas mesmo assim, ainda estava com raiva dele.

O amor não é possessivo, impaciente, nem perecível. O amor é antes de tudo um sentimento tranquilo, contente e seguro de si.

Caminhei até a janela, ainda alheia em pensamentos e de repente vi Zayn indo embora.

Estranhando o fato, apressei-me em ir até o andar debaixo.

- Harry — O mesmo estava na sala. — O que houve com Zayn?

Ele encarou-me friamente.

- Ele teve que sair inesperadamente. — Claro que não acreditei em uma só palavra.

- Você expulsou seu melhor amigo dessa casa...?

- Não. Foi ele quem quis ir embora. — Ergui uma sobrancelha.

- O que você lhe fez para ele ir desse jeito?

Os olhos dele fuzilaram-me de raiva.

- Por que não vai atrás dele já que ESTÁ TÃO INTERESSADA?! — Assustei-me com seus gritos.

- Por que você está sendo tão arrogante, grosseiro e irracional?

- O único irracional aqui é você, dando em cima do meu melhor amigo na minha frente! — Respondeu entre dentes.

Minha face esquentou diante de tal acusação.

- Mas o que foi que eu fiz??

Ele começou a caminhar de um lado para outro, ner­voso. Por fim voltou-se para mim, agressivo.

- Seu comportamento foi totalmente leviano! Estavam muito sorridentes um para o outro. Eu vi muito bem!

- Eu só estava tentando ser simpática com o seu melhor amigo! — Ele riu ironicamente.

- Simpática até demais, Kathleen!

- Não ouse me acusar de algo que não fiz… — Rosnei-lhe.

- Vai negar na minha cara que não interessou-se por ele? — Disse me encarando de frente.

- Eu não me interessei por ele!

- Que descarada... — Rosnou-me.

Cansada de discutir com ele, suspirei profun­damente, sentindo a cabeça latejar.

- Eu não quero ser a causa de um atrito entre vocês dois… — Ele cerrou os dentes.

- Tem certeza...? — Proferiu com escárnio. — Sinto dizer que já é tarde!

- Você e Zayn não têm motivos para discutirem por mi­nha causa. É ridículo, e eu não gosto disso!

- E eu tão pouco, Kathleen! Mas saiba que isso não irá ficar assim, Boyer. — Ameaçou-me.

- Mas o que isso quer dizer? — Ele deixou escapar um riso amargo.

- Que não surpreenda-se ao me ver com outra mulher na sua frente.

Não me aguentei de raiva e atirei um vaso em sua direção, que por pouco não o acertou em cheio.

- Isso é o que?! — Sua expressão era puro horror. — TPM ou ficou louca, caralho?!

Virei-me para pegar outra coisa para jogar no mesmo, mas ele aproximou-se rapidamente por trás e o calor do seu corpo atingiu-me, quando ele me abraçou, contendo-me.

- Me solta, idiota! Me solta! — Lutei para me soltar. Mas foi em vão, estava presa por braços poderosos.

- Eu não vou deixar que destrua toda a mobília da minha casa!

- VOU DESTRUIR A SUA CABEÇA SE NÃO ME SOLTAR! — Ouvi sua risada gostosa e meu coração inevitavelmente disparou.

- Talvez eu contrate um exorcista

- Você ainda não viu NADA! — Renovei minhas tentativas de me libertar.

O arranhei, belisquei e o mordi onde alcancei e senti seu corpo enrijecer e um doloroso gemido escapar de sua boca.

- Não... — Sua voz era suave. — ...fique quieta...está me machucando...

Congelei, porque mesmo estando com profunda raiva dele, eu nunca iria querer feri-lo. Não de verdade.

- Desculpe… — Fiquei imóvel. — Mas apenas me solte

- Não quero soltá-la... — Seu tom foi terno e suave.

E embora eu o afastasse, seus lentos movimentos em meu quadril me viraram de frente para ele.

Subitamente li os seus olhos. E eles diziam tudo o que eu também sinto...

Gentilmente ele tomou nos dedos algumas mechas dos meus cabelos e acariciou-me.

- Me solte, seu audacioso... — Sussurro empinando o nariz na direção contrária tentando resistir e afastar-me. — Solte-me ou vou gritar...

Em vez de rebater o meu desprezo, ele ergueu as mãos ao meu rosto e sua boca tomou a minha petulantemente.

Fiquei sem reação alguma.

Meu corpo, porém já começou a reagir. O coração bateu mais depressa, o estômago se contraiu e uma onda de calor percorreu-me da cabeça aos pés.

- Daddy, que barulho foi esse?? — Ouvimos a voz de Andy no corredor da escada.

Nos afastamos abruptamente.

- Por que você fez isso…? — Perguntei-lhe ainda trêmula e arrumando o meu cabelo.

- Isso… — Disse enquanto me olhava, analisando minha reação àquele beijo. — Foi para mostrar pra você que o melhor uso se faz é o da boca acariciando uma a outra — Sorriu-me convencidamente diante dos tremores pelo meu corpo.

- Insolente… — Cerrei os punhos.

- Teve sorte que nos interromperam, tesouro — Logo seu olhar desceu para os meus lábios.

- NÃO ME CHAME DE TESOURO, INFERNO!

- Daddy! Mas o que aconteceu?? — Andy chegou no andar debaixo. — E cadê o tio Zayn?

- Não houve nada, filho — Harry passou a mão pelo rosto recompondo-se. — Eu só derrubei um dos vasos sem querer

- Mas nós ouvimos gritos… — O pequeno murmurou baixinho. — Não foi, nana...?  — Ela o olhou embaraçada, mas em seguida assentiu calada.

Harry lançou um olhar desaprovado para eles.

- Ah, mas muito bonito… — O pequeno e a governanta se entreolharam, confusos. — Muito bonito os dois por aí ouvindo a conversa dos outros — A pobre Anastacia abaixou a cabeça, envergonhada.

- Eu lamento por isto, senhor Styles, mas é que os gritos estavam tão altos que… foi inevitável escutar, mas nos desculpe, por favor.

- Não brigue com eles, Styles! — Disse zangada e ele pôs seu olhar sobre mim diante do meu protesto. — A culpa foi nossa que ficamos aos gritos pela sala, não deles! — Suas narinas tremularam.

- A culpa foi sua que ficou arrastando a asinha para o meu melhor amigo e na minha frente! — Rebateu nitidamente enciumado.     

- Não sou um pássaro para ter asas — Foi a vez dele de rosnar para mim. — E eu só gritei para que me soltasse — Defendi-me tranquilamente.

- Pois da próxima vez cortarei a sua língua com um serrote!

Rosnei-lhe por entre os dentes, encarando-o de volta.

- Daddy, Daddy — Andy chamou a atenção dele — Eu posso te pedir uma coisa…? — Harry o pegou no colo.

- Peça

- Nós podemos andar a cavalo amanhã? — Harry fingiu pensar e sorriu logo em seguida.

- Não vejo porquê não

- Viva! Viva! Eu tenho o melhor papai do mundo! — Vibrou beijando o rosto de Harry descendo para o seu pescoço, fazendo-o rir encolhendo o mesmo.

- Seu interesseirozinho… — Harry o levou até a escada enquanto beijava seu pescoço devolvendo-lhe as cócegas.

Sentei-me de súbito no sofá, a minha raiva estava duplicada devido às acusações injustas do Styles. Minhas mãos estavam coçando para agarrar e atirar qualquer coisa, ou simplesmente pegar algo que eu conseguisse matá-lo.

Ouvi passos na escada e discretamente olhei por cima do ombro, era ele.

E quando o mesmo olhou na minha direção, eu arregalei os olhos e virei o rosto rapidamente para frente. Simplesmente odiava quando ele me pegava contemplando-o...

- Vou trabalhar um pouco no meu escritório — Quase saltei ao ouvir sua voz.

- Quando irá me levar para casa? — Finalmente minha voz saíra suave. — A noite?

- Não irá hoje.

- O que...? — O olhei com o cenho franzido. — Mas

- Irá conosco andar de cavalo amanhã

- Mas eu não sei montar! — Rebati veemente.

- Aprende! — Proferiu firme, certo do que queria.  

Cerrei os olhos e mordi a ponta da língua.   

- Até quando me manterá aqui como sua prisioneira? — Questionei-lhe, fazendo-o revirar os olhos, irritado.

- Você sabe muito bem o porquê de estar aqui, poupe-me dos seus chiliques desnecessários! — Bufei, cruzando os braços. — Se quiser pode assistir televisão — Usou seu tom sério e controlado. — Amanhã cedo iremos a fazenda da família e prometo que a noite te deixarei em casa — Ergui calmamente o rosto e assenti com a cabeça.

- Obrigada. Apesar de ser o mínimo — Ele apenas se afastou para o corredor.

Liguei a televisão e fiquei assistindo desenhos animados até pegar no sono.  

Abri os olhos na manhã seguinte, e notei que estava na cama do quarto de hóspedes. Olhei por todo o quarto perguntando-me como tinha ido parar ali… já que tinha adormecido no sofá.

 

Terá sido ele…?

 

Logo um sorriso brotou em meus lábios e em seguida o meu estômago roncou alto.

Eu estava faminta!

Levantei da cama afim de ir ao banheiro e jogar uma água no rosto e escovar os dentes. Tomei um banho rápido e vesti a mesma roupa que estava.

Desci a escada cuidadosamente e ouvi vozes vindo da cozinha. Deparei-me com uma mesa repleta de comida, um verdadeiro banquete de realeza.

Sucos, cereais, pães, torradas, ovos mexidos, leite, mix de frutas, queijo, presunto, tudo isso estava sobre a mesa em grande quantidade.

- Nossa, que mesa tão farta — Mencionei sorridente.

- Sempre organizamos isso quando vamos até a fazenda — Disse Harry. — A fim de começarmos bem o dia, cheio de disposição e encararmos as atividades físicas com gás e energia. Não é mesmo, filhão? — O pequeno Andy apenas assentiu com a cabeça enquanto mastigava seu sanduíche de queijo e presunto e bebericava seu copo de suco de laranja. — Sente-se também. E tome um café bem reforçado. Além de irmos andar a cavalo logo mais, você não jantou ontem.

Era verdade, eu adormeci muito antes do jantar.

Sentei-me na cadeira e usei e abusei de todo aquele banquete à minha frente. Comi de tudo que havia e só parei quando me senti satisfeita.

- Anastacia — Disse Harry, pegando um guardanapo e limpando os cantos de sua boca. — Prepare a mochila de Andy, por favor. Com suco, água de coco, biscoitos e tudo que ele gosta

- Sim, senhor — Ela disse antes de ir.

Harry estava à minha frente, e quando olhou-me, ambos trocamos olhares demorados... apesar de desviarmos constantemente.

Eu amo toda troca de olhar com ele... Ainda mais quando ele sorri sem jeito. Por mais que eu não queira sentir isso, não consigo conter a alegria de ter os seus olhos nos meus...

- Terminei, papai. — Anunciou Andy e Harry sorrira satisfeito.

- Agora só precisamos esperar que sua mochila fique pronta

Andy assentiu e ergueu-se calmamente da cadeira, aproximando-se de mim.

Segurei-o em meus braços, fazendo-o sentar em minhas pernas.

- Bom dia, KaKath — Ele usava uma calça jeans clarinha, uma camisa xadrez e em um pé sua botinha ortopédica e no outro uma botinha de cowboy.

- Bom dia, meu bonequinho lindo — Ele riu baixinho. — Se sente animado?

- Muito!

- Ora, mas que bom. Vamos nos divertir muito — Ele sorriu feliz abraçando-me pelo pescoço.

Harry nos olhava fixamente, parecia hipnotizado perante tal cena amorosa.

- Está tudo pronto, senhor — Disse Anastacia.

Aquilo pareceu despertá-lo de um transe e assim ele ergueu-se da cadeira meio silencioso.

- Então vamos todos  

Andy levantou do meu colo e quando já estávamos de saída, ele pareceu se lembrar de algo.

- Espera, daddy! Eu esqueci o T-rex! Eu já volto! — Ele voltou para a cozinha no mesmo passo.

- T-rex...? — Perguntei em confusão.

- É o dinossauro dele, eles nunca se separam

Nem esperei o silêncio nos atingir.

- Harry… — Ele virou o rosto atentamente em minha direção. — Eu posso te fazer uma… pergunta?

- Qual?

- Foi você que me levou para o quarto…? — Perguntei hesitantemente e ele acabou soltando um suspiro baixo.

- Sim, foi eu — Engoli seco ao ver um brilho cativo em seu olhar. — Eu não ia deixar você dormir desconfortavelmente no sofá

Sorri para ele antes de dar um beijo estalado em sua bochecha.

- Obrigada… — Ele corou intensamente, fazendo-me sorrir outra vez.

Ainda com o coração batendo descompassado no peito, andei até a porta de entrada e desviei o olhar para o chão ao notar que ele estava tentando manter o contato visual comigo.

- Voltei, agora podemos ir — Andy disse e Harry pegou seu chapéu sobre a mesa. — O tio Zayn também vai?? — Prendi a respiração subitamente.

- Não, Andy — Harry o fulminou com os olhos enquanto eu buscava o ar que havia perdido. — Agora vamos. — Ele ajeitou sua postura e assim saímos todos.  

Segundo Harry, a fazenda Montes Altos ficava há alguns quilômetros a sudeste de Cúmbria.

O que se passara no dia anterior deixou-me num grande estado de confusão mental. Não parava de pensar nisso… de Harry brigando com seu melhor amigo por minha causa. E às vezes, quando meu olhar se cruzava com o dele enquanto ele dirigia, só isso bastava para que eu ficasse trêmula e corada. Maldição, Kathleen!

O simples fato de recordar o seu ciúme já me deixava inteiramente possuída por um demônio que fazia minhas veias ferverem.

Agradeci a todos os santos e anjos a presença de Andy ali conosco. Isso garantiria a Harry uma postura calma, longe de brigas e discussões.

Viajamos alguns quilômetros, até que chegamos a uma região de pastagens verdes, devido a um evidente e dedicado trabalho de irrigação. Pouco depois, apareceram árvores floridas, em grande número e diversidade. No meio delas, havia uma casa de aspecto muito agradável, combinando tijolos com paredes de madeira. O carro contornou o local e foi sair por trás da casa, onde havia uma piscina.

- Já estamos quase chegando. — A voz de Harry interrompeu o fluxo de meus pensamentos.

Olhei para a direção que estávamos indo, e lá embaixo via-se a terra quase seca, com tufos de mato e longas pastagens a se perderem de vista.

- Daddy, ali estão os cavalos! — Disse Andy, entusiasmadamente, enquanto apontava na direção deles. — Você sabe andar a cavalo, Kath?

- Na verdade eu nunca montei… mas talvez se houver uma égua ou um cavalo muito manso, eu vá me aventurar hoje…

- Você precisa conhecer a Imperatriz então. Ou o Profeta. Papai só me deixa montar neles

- São muito mansos — Assegurou-me Harry, ao dirigir.

- O daddy adora esse lugar, ele gosta tanto que, se pudesse, moraria aqui pelo resto da vida.

Quase explodi em uma risada ao imaginar Harry no papel de fazendeiro. Mas não tive muito tempo para pensar sobre isso pois o grito de Andy assustou a todos no carro:

- LÁ VEM O TIO LIAM! — Ele gritou radiante de felicidade, enquanto descia do carro com a ajuda de Anastacia.

Correndo em nossa direção em meio à uma nuvem de pó, vinha tal homem.

Descemos do carro e assim que aproximou-se, Liam apertou animadamente Harry em um abraço e levantou Andy nos braços.

- Como vai você, anjinho? — Ele perguntou ao pequeno.

- Esta é a Kath — Emendou Andy. — Ela não é linda?

Liam me olhou por alguns segundos e depois abriu um largo sorriso simpático.

- É linda sim — Acabei corando com o elogio e ouvi Harry respirar fundo ao meu lado:

- Vamos deixar de conversinhas e entrar logo, Andy? — Soou enciumado.

- Não! — Protestou ele. — Agora é o Profeta que vem!

E antes que eu entendesse do que se tratava, maravilhei-me ao ver um lindo pônei marrom correndo em nossa direção.

- Como adivinhou que eu vinha? — Harry perguntou ao amigo.

- Não adivinhei, eu vim dar algumas vacinas nos cavalos e examinar o seu

- O que houve com ele?

- Ainda não sei, mas ele não está bem.

- Oh, céus — Harry lamentou e logo notou seu amigo olhando para mim e para ele, simultaneamente. — Ah, essa é a Kathleen, minha noiva. E esse é um grande amigo meu, Liam Payne, ele também é o veterinário de todos os bichos dessa fazenda

- É um prazer conhecê-lo.

- Igualmente, e parabéns pelo casamento — Ele apertou minha mão em cumprimento. — Ah, Hazza, eu trouxe uma estudante de veterinária hoje e espero que não se importe. Ela está quase se formando e eu a levo comigo para todo lugar para que pegue um pouco mais de experiência  

- Não, claro que não me importo — Ele disse dando de ombros.

- Então obrigado.

Logo ouvimos os risos de Andy, enquanto Profeta saltitava alegremente em cima dele.

- Eles são amigos...? — Perguntei, ao olhá-los, sorrindo.

- Os dois se adoram — Disse Harry. — Andy também tem amizade com dois perus, uma galinha, três carneiros, uma vaca e uma porquinha recém nascida. — Soltei uma contida risada, como o pequeno Andy era adorável.

Rapidamente ele veio até onde estávamos, todo melado de saliva equina e areia.

- Meu Deus, Andy, mal chegamos e já está todo imundo — Harry disse o olhando espantado.

- Pequeno Dy, onde fica a estrebaria? — Perguntei-lhe para que ele não recebesse outra bronca.

Lembrando-se que eu não conhecia nada por ali, ele foi me explicando toda a planta da fazenda e indicando para que lado ficava cada uma das construções. Quando chegamos à estrebaria, Harry e Liam já estavam prontos, à nossa espera.

Mas também havia uma bela garota.

- Kath, Kath, essa é a Imperatriz! — Era uma linda égua puro sangue. — E essa é a Estrela! — Andy foi dizendo com euforia.

Enquanto ele me apresentava todos os animais do estábulo, meu olhar não saía da direção daqueles dois. Harry e a garota conversavam e riam juntos, animadamente. Tratava-se de uma óbvia tentativa de sedução.

Vi Liam de repente retirando-se, deixando-os sozinhos, e isso aguçou ainda mais o meu ciúme.

- Estou interrompendo alguma coisa? — Surgi perto dos dois, dando um sorriso forçado para a moça.

- Não, amor — Minha mandíbula trincada indicava todo o meu ódio e o sorriso de canto dele, sua diversão. — Você estava se divertindo tanto com Andy que não quis atrapalhá-los — Rebateu ele, com todo o sarcasmo que Deus lhe deu.

Sorri por entre os dentes.

- Pelo visto não tanto quanto você estava se divertindo com a sua amiga — Um sorriso se abriu em seu rosto, sem que ele pudesse impedir. — Sou Kathleen Boyer, noiva dele. — A garota sorriu e apertou minha mão de volta.

- Sou Melissa Panetierre.

- Eu e ele casaremos na segunda… — Ignorei sua resposta. — E está vendo esse anel aqui? — Mostrei-lhe. — Então, ele custou milhões e Harry me deu com muito carinho. — O rosto dele estava agudamente vermelho, só não saberia dizer se de raiva ou vergonha por estar passando por minha proposital descortesia e indiscrição.

- Parabéns... E desejo felicidade aos dois. — Ela disse ao sair de fininho da nossa frente, deixando Harry com cara de tacho.

Ele me olhou com um olhar de raiva e eu fiz o mesmo ao erguer o queixo.

- Que porra foi essa? Ficou louca?!

- Isso foi você sendo um babaca! — Ele inspirou irritado. — Não é porquê o nosso casamento é uma farsa que você não tenha que me respeitar na frente das pessoas! — Ele não gostou nadinha da minha resposta.

- Assim como você me respeitou na frente do Malik?! — Seus olhos me fuzilaram.

- Eu não dei em cima dele, Styles. Muito diferente de você com aquela mocinha — Mais uma vez aquele sorrisinho presunçoso apareceu no canto de seus lábios.

- Sentiu-se ameaçada por ela, Boyer? — Eu não soube o que responder, olhando para ele assustada e muda. — Está com ciúmes, tesouro...?

- De você? — Emiti um risinho perverso. — Nunca.

- Pois está na cara que sim — Rebateu sem deixar de sorrir. — Meu tesourinho 

- NÃO ME CHAME DE TESOURINHO!

- Não grita, caralho! — Ele agarrou-me pela cintura, deixando nossos rostos a poucos centímetros e eu me debati contra o seu corpo, mesmo com a respiração trêmula. — Fique quieta ou levantará suspeitas sobre o nosso relacionamento! — Disse entre dentes.

- QUE SE EXPLODA O NOSSO RELA… — Tive uma explosão de ira e ele calou-me com um beijo, grudando os nossos lábios.

Não passou de um selinho, no entanto estremeci diante do seu toque tão firme, mas ainda assim recuei, o empurrando longe.

- Nossa — Liam estava com os olhos arregalados para nós dois. — Desculpem ter visto isso, mas eu vim preparar a Imperatriz. O Andy me disse que Kathleen irá montar nela

- Oh, sim — Busquei recompor-me. — Então essa é a famosa Imperatriz…? — Sorri ao acariciá-la na face e no pescoço, ela permaneceu tranquila.

- É uma égua forte e apesar de mansa, muito geniosa. — Harry disse polidamente. Ali, com seu chapéu de abas largas e botas de cowboy, parecia um perfeito fazendeiro. — Vou dá-la de presente a você, Kathleen — Olhei-o profundamente surpresa. — Ambas são geniosas, acho que vão se dar muito bem — Minha boca abriu-se em incredulidade.

- Você é realmente muito mal educado! Me comparando com uma égua!

- Cavalos são animais fascinantes e eu não te comparei a ela, só disse que são geniosas. — Disse erguendo a sobrancelha para mim, com aquele maldito sorriso debochado.

Rugi fechando os olhos, para tentar cessar a minha ira.

- A-a senhorita só não pode montar assim, de vestido longo e sem botas — Disse Liam e olhei-me rapidamente.

- Oh… e agora?

- Acho que Eloise poderia lhe emprestar uma calça jeans e as botas — Ele disse e eu gentilmente assenti.

- Eu agradeço muito — E então ele saiu para buscar.

Ele mal saíra do estábulo e Harry me puxou pelo braço.

- Você quase fodeu tudo. — Ele disse e logo recebeu um tapa no rosto. — Ficou louca?!

- Isso é por ter me comparado a uma égua. — Ele revirou os olhos massageando a própria bochecha.

- Sinto pela égua

Rosnei, consumidamente agressiva.

- Como pode ser tão mal educado?! — Ele riu de lado.

- A única incivilizada aqui é você! — Rebateu-me. — Até uma mula é mais educada do que você! — Arregalei os olhos chocada. — Ao menos ela puxa uma carroça sem reclamar!

- Como ousa me comparar a uma mula, seu grosseiro estúpido?!

- Se a carapuça serviu, fique a vontade para vesti-la.

Avancei em cima dele e senti suas mãos firmes agarrarem minha cintura, tentando me conter.

- Voltei, moça — Disse Liam e eu logo afastei-me, recobrando a compostura. Odiava quando perdia o meu controle, não era do meu feitio. Só Harry conseguia me irritar a tal ponto! — Aqui está

- Está bem, muito obrigada — Recebi tudo da mão dele e perguntei onde ficava o banheiro mais próximo. Ele ficava há 12 km dali, então seria totalmente inviável ir.

Resolvi me trocar em uma das cocheiras vazias e vesti a blusa, a calça e as botas que me emprestaram.

- Serviu tudo — Eu disse saindo.

Harry me olhou assustado e rolou os olhos.

- Eu tinha até me esquecido de você.

- Cale a boca — Retruquei contidamente.

- Você demorou tanto que eu pensei que estava colocando um vestido de gala — Fuzilei-o com o olhar e Liam apenas ria da nossa briga.

- Vocês dois são sempre assim?

- Tem dia que é pior. — Respondemos ao mesmo tempo.

Subitamente ouvimos gritos de pânico e o que se podia identificar claramente como o ruído dos cascos de um cavalo contra o chão.

- Ajudem-no! Rápido! — Um homem vociferou, demonstrando a gravidade do que ocorria lá fora. Alguém corria perigo.

Um grande perigo! 

Corremos até a porta do estábulo e um grupo de pessoas aglomeravam-se, olhando para o sul e pela expressão delas, percebi que o caso era bem mais grave do que havia imaginado.

- Onde está Andy?! Onde está o meu filho?! — Harry enfiou-se entre as pessoas perguntando.

- Alguém precisa ajudá-lo… aquele cavalo está louco! Vai matá-lo!

Segui o olhar de todos e empalideci ao ver que era Andy em cima do cavalo desgovernado.

Harry arregalou os olhos, desesperado, e correu atrás deles usando as próprias pernas.

- HARRY VOCÊ NÃO VAI ALCANÇÁ-LOS ASSIM! — Liam gritou para ele.

Ele pareceu escutar o amigo e voltou correndo até o estábulo montando em um dos cavalos e seguindo para o sul. Liam o seguiu logo em seguida.

Fiquei tão comovida e assustada com aquela tragédia, que comecei a chorar ali mesmo.

E em meio a euforia das pessoas, notei a voz de Anastacia.

- Onde está o Dydy?! Ele está bem?! — Ela estava caída no chão. Todos pareciam paralisados pelo medo.

- Anastacia! — Me aproximei dela. — O que aconteceu?? O que houve??

- O cavalo enlouqueceu e me derrubou quando eu colocava Andy em cima dele... Onde está Dydy...? Onde está ele??

- Harry foi atrás dele — Funguei limpando algumas lágrimas. — Eu não sei de mais nada, me desculpe… — Ela apertou minha mão na sua, igualmente aflita.

Mesmo de longe, vi que Harry tentava inutilmente agarrar os arreios do cavalo, ao mesmo tempo em que esforçava-se para tirar seu filho de cima do animal. Ele corria o risco de ser gravemente ferido e nos instantes seguintes eu fiquei petrificada pelo horror, apenas chorando e rezando para que os dois ficassem bem.

O cavalo parecia enfurecido. O que haveria de errado com aquele animal...?

Mordi fortemente os lábios ao ver que Harry havia conseguido montar no cavalo desgovernado e logo em seguida lançado Andy ao amigo Liam.

Mal pude respirar aliviada, quando vi o animal pôs-se sobre as duas patas traseiras e arremessar-se para cima com violência, fazendo Harry voar para fora, caindo violentamente no chão.

- HARRY! — Gritei correndo na direção dele.

- Não faça isso, menina! — Gritou-me alguém. — Volte! Você vai se machucar!

Sequer dei ouvidos e corri o quanto a minha perna deficiente permitiu. Eu precisava resgatar Harry, vê-lo, cuidar dele!

Eu tive medo de perder seu sorriso, de ficar sem qualquer parte que construía o seu ser! De seguir passos solitários e sem destino, de ter uma vida sem sonhos e sem motivos!

Mesmo com as lágrimas embaçando os meus olhos, de longe eu vi o cavalo voltando em nossa direção, ainda desgovernado, causando pânico em todos que se espalharam.

Liam parou-me no meio do caminho e me pediu que ficasse com Andy.

Peguei o pequeno em meus braços e o abracei bem apertado.

- Você está ferido??

- Não… — Ele murmurou ainda abalado e agarrou-se ao meu pescoço. Apertei-o ainda mais forte, com o olhar em Harry. Imóvel no chão.

- MELISSA, PREPARE O TRANQUILIZANTE, RÁPIDO! — Liam desceu do outro cavalo, gritando.

Com movimentos rápidos e precisos, ela abriu sua maleta e preparou uma injeção de sedativos, deixando a seringa pronta em uma das mãos.

- Não se preocupem, eu cuidarei disso, jovens — Disse um senhor, decididamente.

- Doutor Moore?? — Liam pareceu surpreso. — O que faz aqui??

- Eu estava chegando à fazenda vizinha e ouvi toda a confusão — Ele estalou os dedos para o seu assistente. — Succinylcholine — Pediu e o assistente foi até um Cadillac branco preparar a tal medicação.

- Não — Liam mal pôde acreditar no que ouvira. — O senhor não pode fazer isso! — Protestou. — Nós ainda não sabemos qual é o problema daquele animal!

O olhar frio e arrogante do senhor fixou-se em Liam durante um longo momento. As pessoas ao redor observavam, atentas e histéricas com o cavalo a chegar mais perto, deixando ainda mais tenso aquele confronto.

- Não me lembro de ter pedido a sua opinião... doutor Payne — Afirmou Moore, com frieza.

Mesmo assim ele não recuou.

- Você irá sacrificá-lo! — Acusou-lhe exaltado. — Ele só precisa de...

Ele nem teve tempo de terminar a frase. O cavalo relinchou alto e chocou-se com violência contra a parede. A estrutura não resistiu, e o animal caiu, quase soterrado por uma avalanche de telhas, tijolos e reboque.

- Meu Deus! — Cobri o rosto de Andy, mas tristemente ele já havia visto.

- NÃO! — Andy e eu gritamos com veemência quando o veterinário se inclinou sobre o cavalo ainda vivo.

Mas era tarde demais. O animal ainda agitou a cabeça e as patas dianteiras mais uma vez, mas logo a succinylcholine começou a agir, deixando os seus músculos paralisados.

Em poucos segundos estava tudo acabado...

Com meus olhos cheios de lágrimas, vi o cavalo ficar imóvel em frente a cocheira.

Ele estava morto.

Andy escondeu o rostinho na curva do meu pescoço e desabou a chorar entre soluços.

Apertei-o contra mim, acariciando-o na nuca.

- VOCÊ O MATOU! — Liam parecia exasperado.

- Eu sinto muito, mas não havia mais nada a fazer. — O senhor Moore disse friamente.

Senti o sangue latejar nas têmporas e mordi o lábio, tentando controlar a raiva.

O que me deixava mais irritada era o fato de tal atrocidade ter sido feita na frente de Andy, uma simples criança! E claro que também o fato da possibilidade de um outro fim para o animal!

- Haviam outras alternativas! Não era preciso matá-lo! — Liam afirmou num tom nitidamente desolado, passando a mão pelo cabelo, desnorteado.

- Dydy...! — Anastacia apareceu pegando-o nos braços.

- Eu já volto, pequeno... — Disse com a mão em seu cabelo.

Ele ficou chorando sobre o ombro de sua Nana e eu corri o mais rápido que pude até onde Harry estava caído.

Meu olhar parou sobre ele, desacordado e com algumas escoriações pelos braços e rosto.

Doeu tanto vê-lo assim, tanto, que perdi as forças nas pernas e caí sentada no chão.

Meu coração doía fisicamente por ele...

Chorando excruciantemente, deitei sua cabeça em meu colo, acariciando seu rosto.

- Harry… — O chamei quase sem voz. — Harry, acorde… por favor acorde, meu amor... — Ele grunhiu baixinho, abrindo os olhos devagar.

Ele me olhou franzindo o cenho, em uma expressão claramente confusa. Apenas continuei a acariciar seu belo e macio rosto.

- ...por que está chorando…? — Murmurou baixo. — Cadê o Andy?! — Atormentou-se, querendo erguer-se, seu rosto estava pálido e contraído de dor.

- Ele está bem, ele está bem… não se esforce — Busquei acalmá-lo no mesmo instante.

- ...então por que estava chorando…? — Respirei fundo.

- Foi por você…

Seu rosto ruborizou e ele abriu um dos sorrisos mais sinceros seus.  

- ...você chorou por mim…? — Enchi o peito de coragem e assenti.

Mesmo com o rosto contraído por dores, ele acabou por sorrir.

- ...é a primeira vez que demonstra afeto por mim…

- Não se esforce… está fraco e muito machucado… — Disse acariciando sua bochecha, e seu rosto reagiu ao contato. Suas sobrancelhas se contraíram. Dor... — Me desculpe... — Sussurrei, tirando a mão de seu rosto.

- ...imagina… agora eu posso morrer feliz…

Neguei com a cabeça e me inclinei sobre ele, beijando carinhosamente sua bochecha.

Olhei em seus intensos olhos verdes, que estavam mais brilhantes do que nunca estiveram desde que o conheci...

- ...quero ver Andy — Gemendo, ele se arqueou do meu colo, sentando.

Senti meu coração cair quando vi uma nova expressão de dor em seu rosto.

- Fique deitado, por favor — Pedi suavemente. — Com certeza alguém virá te resgatar

- Não... eu estou bem... — Murmurou ele, ofegante e visivelmente exausto. — Posso caminhar até lá

Mas nem ele mesmo acreditava nisso.

- Não seja teimoso e espere. Liam logo estará aqui.

Ele se deu por vencido e assentiu calmamente.

Passando os braços por minha cintura, ele abraçou-me enfiando calmamente o rosto entre meus seios, cobertos pela fina blusa que eu usava.

Tornei-me ofegante e um tanto atordoada, mas consegui iniciar um carinho em sua nuca ao abraçá-lo de volta.

Ninguém tem o abraço que ele tem…

Ninguém me abraça tão bem…

Aquele abraço que nos acalma e de tão apertado nos faz esquecer de tudo...

Ele voltou a deitar no meu colo e fechou os olhos apreciando as minhas carícias...

Não sabia se tudo isso era certo, mas eu só queria através do meus carinhos demonstrar os meus sentimentos… Eu só queria finalmente ceder a este amor tão platônico...

Então ouvi um barulho de carro e vi uma caminhonete se aproximando.

Era Liam e mais dois homens, que colocaram Harry deitado no banco de trás comigo.

- Você pode voltar a me fazer carinho...? — Ele perguntou e eu sorri, achando fofo o seu anseio em forma de pedido.

Comecei a acariciá-lo no cabelo e no caminho Liam contou-lhe tudo que havia acontecido.

Contou que talvez o pobre animal tenha sofrido de uma contusão na espinha ou até mesmo tivesse um tumor no cérebro, que era a sua suspeita quando o examinou mais cedo.

É claro que Harry ficou triste pela morte de seu cavalo, ainda mais um animal que estava com ele desde a infância. Mas ele ficara bem mais chocado com o meu desespero perante o seu estado quando sua queda aconteceu.

- Kathleen… — Chamou-me e assim o olhei tímida. — Eu quero agradecer a sua tentativa de me ajudar — Prendi um pouco a respiração. — Você foi muito corajosa, e louca também — Acrescentou sorrindo.

Mordi o canto do lábio em sinal de nervosismo.

- Não foi nada. Eu faria tudo de novo… — Confessei-lhe em um impulso e o vi apoiar-se nos cotovelos, levantando do meu colo, sentando cuidadosamente no banco.

Ele me olhou nos olhos e ficamos nos olhando profundamente por intermináveis segundos…

Seus olhos desceram para a minha boca e ambos sorrimos... 

Antes que pudesse me dar conta, nossos rostos foram se aproximando e as nossas respirações se misturando…

Por aquele minuto me senti fora de órbita e não consegui segurar um suspiro quando sua mão subiu para a minha nuca e sua boca roçou na minha.

- Ah, Harry — Foi como um grunhido o que o Styles soltou quando Liam nos interrompeu.

- O que foi, Payne?

- Andy está muito triste e só chora o tempo inteiro

Ele afastou-se de mim e passou a mão pelo cabelo, visivelmente desassossegado.

- Isso nunca deveria ter sido feito na frente dele — Ele rosnou, completamente indignado. — Como se não bastasse todos os traumas que ele já sofreu, agora ele… — Interrompi sua angústia.

- Nós cuidaremos dele, amor... E vamos ajudá-lo a superar isso dando-o muito carinho e amor — Seus olhos se focaram nos meus, surpresos.

- Você me chamou de amor...? — Sussurrou-me abismado.

- Es-ta-mos na frente deles... — Sussurrei bem baixinho de volta. — Nosso teatro

Seus olhos cerrados encararam os meus.

- É claro que não seria possível. — Murmurou, incomodado com a minha resposta.

Mas o que ele queria? Que eu me declarasse no meio daquela situação?

Infelizmente a conversa não passou disso. Ficamos olhando pela janela em silêncio.

Tudo ao redor era tão verde e claro que, apesar da minha primeira impressão, depois de tudo que acontecera, eu não podia negar que o lugar era lindo.

Foi o ar mais límpido que respirei…

Quando por fim chegamos, todos esperavam ansiosos, principalmente Andy.

Harry saltou do carro e pegou o filho no colo, o beijou e o abraçou apertado, sem se importar de estar sangrando em seus machucados.

- O Kamikazi morreu, papai... ele morreu… — Disse chorando.

- Eu sei, meu amor… sinto muito por ter visto isso… eu sinto muito... — Sussurrou-lhe o apertando mais firme.

Eu sentia tanto amor que não cabia no peito...

Era tanto sentimento que transbordou por minhas ações...

Me aproximei vagarosamente dos dois, que nem ao menos me perceberam, e segurei em suas nucas, beijando amavelmente seus rostos.

Senti os dois me puxarem simultaneamente, colocando-me entre eles, em um abraço de amor.

 


Notas Finais


→ É muito importante para mim saber o que vocês acharam deste capítulo ao todo, afinal, Karry se abriu um pouco (ou talvez muito)
→ Me contem tudo q️ue acharam ❤️

→ ❤️❤️❤️ Música tema do casal Karry: https://www.youtube.com/watch?v=mv47k0o9h9I❤️❤️❤️
Tradução: https://www.letras.mus.br/sin-bandera/3199/traducao.html


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