Para Lucy era simplesmente tão bom receber novamente aquele abraço que, apesar de desajeitado, passava conforto. Claro, ele era um demônio, mas o que tinha haver? Ainda tinha alma, ainda tinha um coração... Ainda era vivo! Sem perceber, Lucy começou á chorar sorrindo, fazendo Akki a soltar e enxugar suas lágrimas.
- Vamos... Você sabe que gosto de lágrimas apenas naqueles que torturo. – falou Akki, fazendo um sorriso surgir no rosto de Lucy. Podia não concordar, mas sabia que era da natureza de Akki e compreendia.
- É, eu sei... – disse e deixou sua cabeça encostada á seu pescoço, no lugar vago entre o pescoço e o ombro. Akki então fez um leve carinho em sua cabeça. Akki podia não estar sorrindo, porém não era necessárias palavras ou mesmo um sincero sorriso. Bastava os dois se sentirem e pronto. Na realidade, era quase igual o que Lucy sentia com seu irmão.
Lucy então se afastou, sorrindo. Mas logo se levantou da cama, vendo Akki se sentar na cama, depois de todo o momento ter ficado deitado. Logo que ele se arrumou na cama Lucy bateu atrás da sua cabeça, na nuca. Depois ela cruzou os braços, olhando-o nos olhos.
- Da próxima vez que você me der um susto desses, eu juro que te mato! – ameaçou Lucy, com uma cara seria.
- Como se fosse capaz... – respondeu Akki, debochado. Em resposta outro tapa na nuca. Ele colocou a mão onde fora batido. – Isso machuca, Lucy! – disse ele, a olhando. A mesma apenas deu de ombros.
- Você que mereceu.
- Em qual?
- NAS DUAS! – gritou Lucy e respirou calmamente. – Novamente, da próx...
- Não haverá uma próxima, Lucy. – falou Akki, olhando suas mãos. Lucy se virou para ele, sem entender.
- Hum? – perguntou e ele sorriu, um sorriso de escanteio e leve. Quase não dava para perceber. Sumiu tão rápido quanto apareceu.
- Cansei Lucy...
- De quê? – perguntou ela, sentando-se ao seu lado. Akki olhou para o teto.
- De mim, de ser um demônio. – Lucy acenou, entendendo. Akki estava precisando de tempo de tudo isso.
- Bem, tudo bem. Eu entendo, Akki.– falou, deitando-se junto á ele na cama e olhando o teto á ele, deixando as mãos juntas frente ao corpo.
- Sabia que iria entender... – falou risonho e Lucy riu.
- Quais os planos, senhor? – perguntou Lucy, virando-se para Akki, que a olhou de volta.
- Talvez um destino novo. Quem sabe uma dimensão nova? – falou ele. Lucy sorriu.
- Terra? – falou e Akki deu de ombros.
- É belo e calmo, acho que sim... Talvez viajar? Talvez para Alemanha?
- Dizem que a Paris é um ótimo lugar...
- Para casais. – Respondeu ele, levantando uma sobrancelha e Lucy riu, acenando.
- Havia me esquecido disso. – explicou e Akki revirou os olhos, voltando o olhar para o teto.
- Hum. – resmungou e os dois ficaram calados. Depois de um tempo calados, ouviu-se um suspiro.
- Apenas tome cuidado, sabe que irei lhe apoiar em quaisquer planos que você planeja. Eu e mano queremos apenas você feliz. – disse Lucy e Akki a olhou, que ainda olhava para o teto.
- Eu sei e agradeço, apesar de duvidar dele preocupado comigo. – revirou os olhos. – Tenho mais certeza que quem estará quase morrendo será você. – falou por fim e Lucy levantou-se, espreguiçando-se.
- Claro. – respondeu já sabendo que falar com ele aquele assunto seria a mesma coisa que nada. Akki nunca escutava quando ela lhe falava que Zeref se preocupava com ele, apenas não deixava claro o suficiente para ele perceber. - Bem, melhor eu ir. Tenho que deixá-lo descansar. – disse e Akki iria retrucar, mas Lucy não lhe deu tempo e fechou logo a porta. Olhou para a porta de seu quarto e parecia que seu irmão não estava mais lá, não sentia sua energia mais. Olhou em volta do hotel e decidiu dar uma volta, talvez conhecer mais.
Lucy ficou andando cerca de trinta minutos, foi na cozinha e comeu um pouquinho, estava faminta. Realmente, ela não havia percebido sua fome quando acordara. O hotel não era tão grande, mas seria suficiente para alguém sem direção perder-se. Andou até o início, no salão principal e saiu, vendo um parque mais á frente. Olhou para o hotel, e olhou de volta para o parque. Deu de ombros, não faria diferença e nem faria mal se saísse do hotel. Andou, até encontrar um banco, que já estava ocupado e olhou em volta. Não parecia mais ter lugares vagos. Olhou e foi até lá.
- Eh... – começou e criou coragem, falando: - Poderia sentar-me junto á você? – perguntou educadamente e a pessoa a olhou, mas ela ainda não pôde identificar.
- Hum. – resmungou em resposta e Lucy considerou que era um sim e sentou-se, olhando céu estrelado.
- É belo, pois não...? – falou e o homem, que ela descobriu ser um homem graças ao resmungo que era um pouco grosso demais para ser de uma mulher.
- Não está me reconhecendo, Lucy? – falou e Lucy o olhou, sem entender. O rapaz sorriu e, graças á boa Lua, viu o rosto da pessoa e Lucy sorriu.
- Rogue! – falou ela, com um sorriso. E logo ficou com sobrancelha erguida, em dúvida. – Mas por que está aqui?
- Decidi vim aqui para fora um pouco... – falou e Lucy acenou.
- Olhe, realmente obrigada... Não era necessário ficar no meu quarto, preocupado. Você e as meninas, claro. Meu irmão me falou. – disse e Rogue a olhou.
- Não fui para lá porque achei necessário, fui por que fiquei preocupado. – e Lucy sorriu.
- Então, obrigada por se preocupar comigo, mas como já disse: não tinha necessidade disso. Já passei por coisas piores, acho. – falou e Rogue a olhou.
- Coisas piores? Por acaso Fair... – ia dizendo, um pouquinho demorado, mas Lucy logo entendeu e o interrompeu rápido, antes de terminar, dizendo:
- Não, não. Oh, céus, - riu-se. – A Fairy Tail ainda é minha família, verdade. Eu não mudei de Guilda porque aconteceu algo com a outra comigo, mas sim porque decidi que estava na hora de... Experimentar coisas novas, digamos assim. Não falei isso? – perguntou, virando-se para ele. Rogue deu de ombros, virando-se para o céu.
- Não que eu me lembre. – Lucy acenou. Então se lembrou: o seu ovo estava sozinho, no quarto, e ela nem mesmo deu uma espiada nele. Estava tão avoada!
- Hum... Perdão, mas terei que voltar. – disse já se levantando e saindo, mas deu uma meia volta, olhando de volta para Rogue. – Te vejo amanhã...? – pergunto. Rogue sorriu, acenando. Lucy sorriu de volta e acenou, voltando correndo para o hotel.
Rogue estava a olhando, correndo e riu. Parecia tão desesperada, que chegava á ser engraçado. Olhou para o céu estrelado. As estrelas o faziam lembrar-se dela, e, agora, isso não lhe parecia tão mal.
Suspirou levantando-se, estava precisando dos conselhos de seu amigo, Fro. Ou não, apenas deixaria a vida seguir seu curso... Talvez fosse o correto. Mesmo que isso a levasse para longe dele... Então, porque que o pensamento “mesmo que isso a levasse para longe dele” não estava o agradando? Talvez pelo fato que o “mesmo que a levasse para longe dele” podia muito bem ser ela namorando um cara diferente dele, e pior: melhor que ele, fazendo-o desistir de Lucy.
Lucy estava o enlouquecendo, desde o momento que a viu pela primeira vez e agora, tão próximo... Ah, não podia nem mesmo descrever. Era diferente de tudo que já tinha sentido em toda sua vida, e não se sentia ruim quanto á isso.
Suspirou, precisava ler uns livros e urgente, tinha que tentar entender a si próprio. Lembrava-se de seu dragão tentando lhe falar sobre isso ou algo próximo das coisas que estava tendo próximo ou em relação á Lucy, mas Rogue na época não ligou muito para isso. Era apenas um adolescente rebelde, não se interessava muito e quando, finalmente importou-se, Skiadrum já não estava ao seu lado.
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