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História A eternidade e a morte - Skaikru


Escrita por: Princecami158

Capítulo 13 - Skaikru


Fanfic / Fanfiction A eternidade e a morte - Skaikru

Legolas passou a mão do rosto enquanto tentava entender o que tinha acontecido na noite passada, comeu muito, conversou bastante e acabou deitado na espreguiçadeira da casa do conselheiro de seu pai.

- Isso é errado de todas as formas – cantarolou Logel, suave, tentando não fazer ruídos.

- Eu não sou o pai dele, não posso agir como se fosse – sussurrou Taelin – Thranduil me mataria.

Logel deu-lhe uma gargalhada suave, ainda tentando reter seus ruídos para não acordar o príncipe. Legolas estava deitado e permaneceu de olhos fechados, ainda tentando reunir coragem para levantar, novamente seu pai estava poupando-o de algo, e isso o irritava imensamente.

- Ai! – Logel gemeu, e o príncipe pode jurar que escutou os sons dos lençóis da cama do casal do outro lado das portas do quarto.

- Fique quieta – repreendeu o marido e houve mais alguns sons, Legolas começou a ficar vermelho, e não sabia bem como agir, se levantasse o casal escutaria e morreriam de vergonha, mas se ficasse escutaria coisas intimas e isso seria imperdoável.

- Você não está ajudando – ela cantarolou novamente seguida de uma de suas famosas risadas.

- Se você parasse de me lamber eu poderia me concentrar mais – a declaração do conselheiro foi seguida de outro riso de sua esposa e Legolas ficou desesperado.

- Não posso evitar, eu não enxergo, quero senti-lo.

- Com a língua? – o elfo zombou – não pode usar as mãos?

Logel gargalhou um pouco mais alto, antes que novamente se movesse sobre os lençóis. As risadas de ambos fizeram o príncipe viajar em pensamentos, sentia saudades de ser amado por uma mulher, sentia falta de amar também, ele não seria capaz de admitir em voz alta, mas gostaria muito de ter o que eles tinham, Logel e Taelin, Myelle e Thorin, um amor verdadeiro e duradouro, um casamento, uma família.

- Terminou mela nîn? – ela cantarolou novamente, e depois gemeu um pouco.

- Terminei – declarou o conselheiro – pelo amor dos Valar, não vá desfazer essa trança sem a minha ajuda, se fizer isso arrebentará seus cabelos.

- Claro, querido – ela sorriu e depositou um beijo sobre o rosto do marido.

- Tenho que ir, Thranduil deve estar possesso pelo meu atraso.

Legolas apenas voltou a se mover quando ouviu a porta dos aposentos serem fechadas com a saída do conselheiro, primeiro ele moveu-se um pouco, depois reprimiu um som, tentando fingir que despertará agora, depois de um momento abriu os olhos piscando algumas vezes para se acostumar com a claridade do ambiente.

- Bom dia, meu príncipe – disse Logel com um sorriso, estava sentada diante da mesa que estava posta.

O príncipe observou a trança em seus cabelos tentando imaginar a cena em sua mente, Logel realmente era impossível, com suas manias e a maneira de tratar o marido.

- Venha, sente-se e faça o desjejum comigo – ela disse – esse marido mau que eu tenho não teve tempo de me acompanhar.

- A senhora realmente acha ele mau? – o príncipe questionou enquanto se levantava.

- Algumas vezes sim, outras nem tanto – ela disse – mas o amo justamente por isso.

Legolas juntou as sobrancelhas tentando entender como uma mulher poderia amar um mau marido, mas não necessariamente pensando em Logel e Taelin.

- Meu marido sabe que é mau, e que as vezes não desempenha seu papel corretamente, mas está sempre procurando reparar seus erros, suprir suas faltas – ela sorriu – por isso o amo, ele sempre está preocupado comigo, porque se importa, tanto quanto se importa consigo mesmo, ou até mais.

- Sempre admirei o amor de vocês.

- Você encontrará o seu – ela disse, e o príncipe não pode impedir-se de pensar em Myelle.

Não por saudades, não por amor, mas porque Logel havia dito algo semelhante quando esteve com ela, e no fundo nada era o que parecia, no final de tudo Myelle não o amava, ele não a amava. Mas Myelle encontrou seu amor, Arwen encontrou seu amor, Tauriel encontrou seu amor, Meludir encontrou seu amor, até mesmo Lestil encontrou seu amor, e para ele? O que restava?

- Hîr nîn, pare de pensar, esse é um problema muito comum, mas muito autodestruitivo, comparar-se a outras pessoas.

- Como sabe o que estou pensando?

- Porque imaginei isso, passei por isso, como acha que me senti quando todo mundo ao meu redor estava se casando? Quando seu pai se casou com minha melhor amiga? – ela gargalhou – eu tinha muitos pretendentes e admiradores é claro, mas não conseguia me ligar a nenhum, não sentia nada por nenhum, e até duvidei de minha capacidade de amar, pensei ter nascido com algum defeito.

- Desculpe...

- Não há problemas, eu me casei, e sou muito feliz, e amo Taelin com toda minha alma, não poderia existir sem ele, apenas não desanime meu príncipe, o seu amor um dia conhecerá.

Legolas assentiu, enquanto a elleth mudava de assunto, os dois conversaram sobre cosias aleatórias.

**

Legolas tomou um banho quente antes de ir até a sala de reuniões, onde seu pai estava desde do amanhecer, quando se aproximou não pode impedir-se de se deter por alguns segundos e escutar a conversa de seu pai e Taelin.

- Ela está me matando – Thranduil gemeu frustrado – eu sou um completo imbecil.

- Thranduil, talvez isso seja algo bom.

Legolas percebeu que a conversa acontecia entre dois melhores amigos com a exclusão dos termos reais, e com isso ficou ainda mais curioso para saber do assunto.

- É Cellin que me preocupa....

Bingo! Cellin... então era sua mãe que estava preocupando tanto o pai, o príncipe sentiu um pouco aliviado por saber que apenas era isso, com tantos partindo para Aman, o pai deveria estar preocupado mesmo em reencontrar com sua esposa, ou ex esposa.

- Legolas! – o rei chamou – não lhe dei permissão para escutar minhas conversas.

- Perdoe-me ada, eu não queria... eu apenas vim saber sobre Wanheda – ele se defendeu enquanto entrava dentro da sala de reuniões, a ampla mesa estava vazia, seu pai sentava-se diante dela e Taelin estava em pé com os braços cruzados sobre o peito.

- Mas avisar sua chegada é um dever, filho ou não.

- Perdoe-me.

- Tudo bem, que não se repita, sente-se.

O príncipe sentou-se de modo que ficasse de frente para o pai e o conselheiro, cruzou as pernas e esperou. Thranduil moveu-se um pouco em seu assento, a expressão de preocupação ainda refletido em seu rosto.

- Trigedasleng – seu pai disse com a voz arrastada – é uma língua desconhecida para nós, porque não pertence a este mundo, vem de outra dimensão, eles são um povo como nós elfos, mas seu mundo vive em guerra e destruição.

- A muito tempo nos primeiros anos, com a criação das duas arvores, Telperion prateada e Laurelin dourada – disse Taelin – Melkor sentiu inveja, mas ele não simplesmente pediu ajuda da aranha gigantesca e faminta Ungoliant para destruir as Duas Árvores, antes disso ele tentou criar a sua própria, que é a Wanheda, que significa “Comandante da Morte”

- Essa arvore é um portal?

- Sim, para outro mundo, muito pior que o nosso, com muito mais maldades e muito mais inimigos. Eles tentam invadir nossas terras a muito tempo, mas sem sucesso, quando Wanheda parou de florescer graças a ajuda da rainha Melian, pensamos estar seguros.

- Mas como essa arvore está aqui? Em nossas terras?

- Não tenho ideia, da mesma forma que não sabemos como voltou a florescer e ainda por cima deixou que uma viajante passasse.

- Viajante?

- Sim, pessoas que passam do portal.

- Estamos em perigo?

- Se todo mundo do outro lado souber que podem passar, ou se essa garota voltar e dizer para todos que os elfos não mais dominam essas terras, então sim estamos.

- Posso vê-la?

- Somente quando a interrogarmos, agora não.

- O que faremos?

- Bem, eu mandarei Feren ir até Erebor e Dale, e mandei Fendir ir até Rivendell, convocar Thorin e Bard II, Celeborn e Elladan para uma reunião. Você Legolas precisa ir até Gondor e trazer um representante de Aragorn.

- Sim, ada.

- Vocês partirão assim que ela acordar, desejo analisa-la saber se é inofensiva.

**

Legolas acordou com uma batida em sua porta, esteve descansando os dois dias que se passaram depois daquela conversa, ele tinha a impressão de que sonhava com algo bom, mas não conseguia se lembrar uma linha sequer do ocorrido, novamente a batida na porta dos seus aposentos ecoaram sobre seus ouvidos.

- Príncipe Legolas, a viajante despertou, seu pai desejava interroga-la agora.

Legolas se levantou e se aprontou rapidamente, apenas penteado os cabelos e lavando o rosto, vestiu suas roupas verdes, e seguiu Taelin até os aposentos da moça. Quando entrou, seus olhos instantemente ficaram conectados aos dela, era uma moça muito bonita, e sua delicadeza era extravagante, seus traços finos, sua elegância e seu fino cabelo dourado reluziam como uma cascata de ouro, seus olhos azuis pareciam duas lagoas, extremamente vivas.

Ela parecia assustada, mas também quem não ficaria? Seu pai e Taelin eram muito mais altos que ela, e suas poses intimidadoras não ajudavam nem as vozes grossas, e muito menos o semblante, Agalardiel era da mesma altura de Legolas, o que não é pouco, mas seu rosto era muito intimidador e tinha um ar horrível de que desejava pular em cima dela a qualquer momento.

- Eu sou rei Thranduil, e ordeno que diga como veio parar aqui e por que?

- Rei? Oh! Graças a Heda! – ela suspirou aliviada – preciso mesmo tratar-me contigo.

- Como assim? – rosnou Agalardiel – não podes tratar com o rei!

- Chega – rosnou Taelin muito disposto a trocar socos com o conselheiro.

- Qual seu nome? – Legolas questionou ainda a encarando, e sua voz pareceu captar toda a atenção da donzela.

Ela o fitou por alguns segundos e a expressão de medo sumiu de seu rosto perfeito.

- Saer Zani – ela respondeu.

- Muito prazer, sou Legolas – ele curvou-se em cumprimento.

- Estes são Taelin, Agalardiel, e nosso rei Thranduil – ele disse e todos fizeram um cumprimento enquanto seu nome era dito.

- Muito prazer senhores, majestade.

- Como veio para aqui, senhorita Saer?

- Eu estive fugindo.

- Sabemos que você é uma fada, e é uma das guardiãs – interpôs Thranduil.

- Sou sim, majestade, sou guardiã, e por favor não sou uma fada, sou uma Skaikru – ela respondeu.

- Skaikru – repetiu Legolas – o que significa?

- Povo do céu – interrompe Thranduil – conhecemos bem o seu tipo, agora diga por que está aqui?

- Porque o desejo de Trikova é invadir seu mundo e dominar seu povo, fazer todos de escravos, humanos anões e elfos.

- O que você ganha contando-nos isso? – questionou Agalardiel.

- Eles escravizaram meu povo! Acha que desejo isso para alguém? Não querido elfo, então por favor escute o que digo – ela disse – eles têm um exército grande.

- Mas como podemos vence-los? – questionou Legolas e seu pai deu um breve aceno induzindo-o a investigar um pouco mais.

A donzela baixou o olhar para as próprias mãos, e parecia novamente incomodada com tantos homens dentro de seu quarto. Legolas olhou para seu pai no fundo do quarto que estava olhando para a menina fixamente, provavelmente usando seu dom para ler os sentimentos que ela escondia em seu coração.

- Merda – rosnou Agalardiel – você não faz ideia de como podemos vencer! Então porque está aqui?

- Eu apenas... li um dos pergaminhos com as previsões de Heda – ela limpou a garganta como se reprimisse um choro.

- O que dizia nele? – Legolas questionou gentilmente, tentando demostrar que a moça estava segura.

Ele elevou seus olhos azuis para o príncipe, os conselheiros, o rei e novamente para o príncipe.

- Dizia: somente alguém que esteve de ambos os lados podem fechar o caminho dourado.

Legolas saiu do quarto, seguindo Taelin, seu pai foi o primeiro a sair e caminhou diretamente para sua sala de estudos, o príncipe recusou a sentar-se esperando que as ordens fossem dadas.

- Vocês irão entregar as cartas aos reinos e sairão durante a manhã.

- Sim, senhor.

- Mas e a menina? – questionou Agalardiel.

- Afasta-se dela, ela é uma fada, mas não como as que você torturou, e eu não sou meu pai – o rei rosnou lançando seu olhar de ódio ao conselheiro.

- Aran, se desejar posso ficar com a moça para que ele não possa chegar próximo a ela – disse Taelin.

- Sim, faça isso.

O príncipe observou os dois conselheiros trocarem olhares mortais antes de se retirarem.

- Você está encarregado pelas cartas – disse o rei – depois que tivermos a reunião com os representantes dos outros reinos, decidiremos o que fazer.

- Sim, Aran.

Legolas se retirou e quando fechou a porta atrás de si soltou um suspirando que esteve segurando, sentia-se muito apreensivo por tudo e principalmente pela segurança da fada, que era linda como uma estrela brilhante.  O príncipe passou diante do quarto da moça e bateu na porta e entrou, ficando de cara com Taelin e Logel.

- Olá príncipe Legolas – Logel sorriu enquanto penteava os cabelos da moça.

- Olá, só gostaria de saber como estão? – ele sorriu quando a moça ergueu seus olhos azuis para ele.

- Eu estou ótima – Logel respondeu e tocou a moça para persuadir a dizer como se sentia.

- Eu estou bem, obrigada alteza, por tudo – ela sorriu um pouco, e sua timidez era muito visível.

- Eu também estou ótimo – disse Taelin sua voz grossa quebrando o ambiente completamente – e com muito sono, Logel vamos?

- Quem vai cuidar de Saer?

- Legolas? – o conselheiro levantou uma sobrancelha encarando-o.

- Eu posso ficar apenas um pouco, amanhã tenho de ir a Gondor.

- Viagem longa – disse Logel levantando-se e suavizando seu vestido.

- Amanhã nós vamos levar você para nossos aposentos, tudo bem, querida? – cantarolou Logel – pode ser?

- Sim, eu adoraria, obrigada – ela sorriu.

- Quando for descansar príncipe, por favor me chame – disse Taelin colocando uma mão sobre a suave curva das costas de sua esposa e guiando-a para fora do quarto.

Logel lançou um sorriso malicioso ao príncipe antes de sumir atrás da porta. Legolas reivindicou a cadeira que anteriormente era usada por Taelin, que estava perto da janela.

- Vocês precisam ficar aqui dentro? – ela questionou enquanto se movia para se acomodar debaixo dos lençóis.

- Não, mas vou ficar um pouco.

O príncipe voltou a analisa-la, seus traços suaves, seus cabelos bonitos e elegantes, ela era linda, e parecia ser muito gentil, gostaria de saber o que o pai viu no coração dela, saber se tinha sombra ou luz, enquanto a analisava começou a se preocupar, o que seria dela depois de tudo?

- Se parece muito com seu pai alteza – ela sussurrou abrindo seus olhos azuis – mas parece tão doce como uma chuva durante o entardecer, enquanto ainda a um sol brilhante. Seu pai é mais uma tempestade, com relâmpagos e trovoes.

Legolas sorriu.

- Uma boa comparação – ele disse e mudou de tom – mas uma chuva fraca pode transforma-se em uma tempestade.

Ela sorriu também, e se acomodou um pouco mais.

- Sente alguma dor?

- Não, seu curandeiro cuidou bem de mim – ela respondeu.

- Se me permitir perguntar – ele umideceu os lábios – como é seu mundo?

Ela pensou um pouco escolhendo as palavras necessárias, lembrando-se de como era onde vivia.

- Nada comparado a este aqui.

- Como pode saber?

- Estou desperta a um dia inteiro, e olhei pela janela, sua floresta é incrível, bela e formosa como a natureza deveria ser.

- Em seu mundo não há florestas?

- Há sim, mas não são como estas, são sempre negras ou vermelhas, nada de verde, nada de luz, Trikova cobriu tudo – ela tentou reprimir um bocejo e apertou com olhos com força.

- Deveria dormir, descansar um pouco – ele suspirou – infelizmente senhorita Saer, seus problemas apenas começaram.


Notas Finais


- Sombra = trikova, de "tree" + "cover".
- Comandante da Morte = Wanheda.
Povo do céu: Skaikru
Trigedasleng - língua fictícia tirada da serie the 100


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