"Amor, vou ligar pra minha mãe avisando que ela já pode vir pra me ajudar nas coisas do bebê"- A olhei sentada com os pés pra cima.
"Tudo bem, liga pra minha também por favor?"- Disse com os olhos fechados.
"Claro, já venho"- Disse indo pegar meu celular.
"Alô? Mãe, sou eu, Dinah, quando a senhora vem? O médico disse que João pode nascer nessa semana ou antes"- Disse olhando Mani.
"Vou hoje a noite, tá? Preciso resolver algumas coisas e comprar umas roupinhas á ele e seu pai me leva até ai"- Disse calma.
"Tudo bem, estou te esperando, vou falar com a mãe de Mani pra avisar, beijos"- Me despedi.
"Beijos"- Desligou.
Procurei na agenda o número da dona Andrea e disquei.
"Oi, Dona Andrea, sou eu, Dinah, Mani quer saber se a senhora vem essa semana, o doutor disse que João pode nascer essa semana ou antes"- Disse mordendo o dedão.
"Oi Dinah, eu vou amanhã, pode ser? Hoje eu tenho plantão, mas diga a minha filha que estarei ai logo"- Disse se sentindo culpada.
"Tudo bem, avisarei, obrigada"- Sorri.
"De nada, qualquer coisa me liguem, tchau"- Desligou.
Resolvi tomar um banho, estava tão quente, entrei no chuveiro e fui tomando devagarzinho.
"Aiiii"- Me encostei na parede.
Respirei fundo e desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha e saí do banheiro e sentei na cama.
"Aiiiii"- Novamente uma dor insuportável.
Me ajeitei na cama pra não cair.
"DINAHHH"- Gritei.
Dinah subiu pro quarto correndo preocupada.
"Que foi?"- Chegou assustada de avental e com uma toalha no ombro.
"Me leva pro hospital, tá doendo muito"- Disse quase chorando.
"Calma vou te levar"- Dinah tirou o avental e o jogou no chão me pegando no colo.
Senti que eu estava fazendo xixi, mas não era, minha bolsa tinha acabado de estourar.
"Você me molhou Mani"- Disse Dinah me colocando no carro.
"Acho que minha bolsa estourou"- Sentei no carro.
"Tudo bem, estamos indo já, se acalma, respira"- Disse enquanto dirigia.
"Cala boca Dinah e dirige"- Gritei de dor.
"Calma"- Disse desesperada.
Dinah foi ligar pra minha mãe.
"Dona Andrea, estou indo pro hospital com Mani, a bolsa estourou e saiu um liquido grudento"- Disse fazendo careta.
"Isso é normal, leve-a o mais rápido possível, estou chegando no hospital"- Disse apressada.
"Avisa minha mãe por favor, vou desligar porque estou dirigindo"- Disse desesperada.
"Tá"- Desligamos.
Dinah dirigiu na velocidade da luz, acho que deve ter tomado muitas multas, me pegou no colo e me colocou na cadeira de rodas e foi junto comigo segurando minha mão até entrar na emergência.
"Agora a senhora não pode entrar mais"- Disse um enfermeiro.
"Mas eu sou a mãe da criança, eu preciso vê-la"- Disse me vendo ser levada pra dentro.
Me arrumaram com aqueles aventais de hospitais e me deitaram na maca e vi o doutor.
"Mani, você precisa de 20 dilatações pro seu bebê sair, e você ainda está com 9, sei que você quer me matar por isso, mas você precisa esperar os 20 pra seu bebê sair bem, ok?"- Disse colocando o óculos.
"Doutor pelo amor de Deus, isso dói muito, eu não posso esperar tanto assim"- Eu disse agoniada.
"Imagino que doa, mas é o único jeito, se eu tirar agora iremos matar seu bebê"- Disse sério.
"Tudo bem, eu aguento por ele"- Suspirei.
"Onde está Mani"- Chegou dona Andrea.
"Está lá dentro, não me deixaram entrar"- Disse furiosa.
"Calma, é assim mesmo, você pode entrar na hora do parto, faz o seguinte, volta em casa, pega roupas pra Mani e para o bebê, uma coberta, sabonete tudo que tem naquela bolsa azul, tá?"- Disse rápida.
"Tudo bem"- Disse indo em direção ao carro.
Fui dirigindo o mais rápido para pegar tudo, chegando lá entrou no quarto de João.
"Roupas do bebê, sabonete, a bolsa com tudo"- Se direcionou para o nosso quarto -"Roupa pra mani, chinelos confortáveis"- E desceu.
Voltou para o hospital novamente encontrando com sua mãe e seu pai.
"Oi minha filha, como Mani está?"- Perguntou nervosa.
"Eu não sei, não me deixaram entrar, a mãe dela entrou e pediu pra eu trazer tudo isso pra Mani e o bebê"- Disse aflita.
"Vai dar tudo certo, tá?"- Disse tentando acalmar.
"Eu espero, mãe"- Suspirei.
"Temos 17 dilatado doutor"- Disse uma enfermeira.
"Muito bem Mani, continue assim e irá acabar rapidinho"- Disse grudando um quadradinho de batimentos cardíacos em meu dedo.
Pude ver minha mãe entrar e fiquei muito mais aliviada.
"Oi doutor, vim ajuda-lo"- Disse minha mãe com as luvas.
"Sua filha, não é?"- Ele a olhou.
"É sim"- Sorriu.
"Tente acalmá-la, a pressão dela está muito alta, não conseguiremos fazer o parto se continuar alta"- Disse alertando.
Minha mãe se aproximou de mim.
"Filha, se acalma, se você não se acalmar João não vai poder sair, sua pressão está alta"- Disse preocupada olhando o pequeno monitor.
"Eu quero a Dinah mãe"- Comecei a chorar.
"Doutor, posso trazer a Dinah?"- Perguntou o olhando.
"Tudo bem, traga-a"- Disse olhando para Mani.
Eu estava andando pra lá e pra cá nervosa quando vi mãe de Mani aparecer.
"Eai?"- Perguntou nervosa.
"Mani te quer lá dentro, a pressão dela está muito alta, assim João não vai poder nascer, tente acalmá-la"- Disse me levado a uma sala e fazendo eu por um avental.
"Tudo bem, irei fazer"- Respirei.
Entrei na sala do parto e vi Mani secando algumas lágrimas, sorri tentando acalmá-la e peguei em sua mão.
"Doutor, 21 dilatados"- Disse a enfermeira.
"Ok, João já pode sair"- Nos olhou.
A todo momento apertei a mão de Mani para dar apoio.
"Vamos lá Mani, respira e faz força"- Disse tentando puxar o bebê.
E ela fez a maior força do mundo, respirou novamente e fez força, fiquei o lado dela o tempo todo, até quando ela fez a ultima força e João saiu totalmente.
"Olha ele ai"- Disse o doutor e ouvimos choro de bebê.
A olhei e vi que estava chorando e começou a sair lágrimas dos meus olhos e a mãe de Mani me abraçou.
O médico o enrolou em uma manta e o colocou nos braços de Mani e ele parou de chorar.
"Que lindo"- Disse dona Andrea sorrindo.
Fiquei sorrindo e fazendo carinho em seu cabelo.
"Ele é lindo"- Sussurrei e ela me olhou.
"Ele é a sua cara"- Sorriu e eu a beijei.
"Agora temos que levar esse garoto lindo para dar um banho e fazer uns exames"- Disse a enfermeira.
"Tudo bem"- Disse Mani triste.
"Não fique triste filha, ele vai voltar logo e você precisa ir pro quarto"- Disse dona Andrea.
Tive que sair da sala de parto pra fazerem as coisas em Mani e ela poder ir para o quarto, fui para fora perto dos meus pais dar a notícia.
"Eai minha filha?"- Perguntou minha mãe preocupada.
"Então..É.. NASCEU"- Gritei.
"EEEEEEE"- Nos abraçamos.
"Quando poderemos vê-lo?"- Perguntou meu pai.
"Agora, ele está no berçário"- Disse indo até lá.
Chegamos e o vimos enrolado em uma manta azul.
"Ele é a tua cara Dinah"- Disse minha mãe impressionada.
"Verdade"- Respondeu meu pai.
"A Mani disse a mesma coisa, acho que foi muito dna"- Ri.
"A boca é parecida da Mani"- Disse meu pai.
Ficamos namorando um bom tempo até voltar a recepção do hospital, liguei pra Camila e Lauren e disseram que já estavam a caminho.
"Cadê meu afilhado lindo?"- Perguntou Camila chegando com um ursão e balões.
"Está no berçário ainda"- Respondi a abraçando.
"Queremos vê-lo logo"- Disse Lauren com uma roupinha na mão.
"Senhorita Dinah? O bebê está sendo amamentado pela mãe no quarto e vocês já podem ir vê-los"- Disse o doutor tirando os óculos.
"Obrigada"- Respondi e fomos ao quarto sendo acompanhados no caminho pela dona Andrea.
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