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História A Faculdade - Confissões de Luciano


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Ñão precisou dividir em dois capítulos, mas taí!!!

Beijo enooooooooorme, to correndo :****

Capítulo 51 - Confissões de Luciano


Fanfic / Fanfiction A Faculdade - Confissões de Luciano

Uma viatura realmente ficou de guarda aquela noite. Havíamos adormecido no sofá quando o pai de Sam voltou. Ele estava visivelmente cansado e passavam das quatro da manhã. Ele afrouxou mais os botões da camisa e se jogou na poltrona, olhando para a gente. Sam dormia em cima de mim, entre minhas pernas e com a cabeça pousada em minha barriga. Parecia estar na melhor das posições.

Eu, mais uma vez, havia observado-a dormir, pois não conseguia silenciar a minha mente. Assim como quando estamos próximos a morte e temos o famoso um minuto. Eu tive horas de lembranças boas, de lembranças ruins, de tudo que havia acontecido em minha vida e me feito acreditar que tudo pode mudar.

- Como vocês estão? – o senhor Fontes perguntou cansado.

- Do mesmo jeito. Sam dormiu desde então – sorri com um nível de exaustão terrível – O que aconteceu na delegacia? Por que o senhor demorou tanto a voltar?

- Eles buscaram os outros, aquele homem denunciou um a um. Prenderam 3 dos envolvidos, mas parece que ele tinha uma gangue, um tanto quanto grande. Ainda faltam muitos.

- Imaginei. Acha que ele permanecerá preso?

- Quando mudaram o depoimento de vocês, eles sabiam que algo estava acontecendo e como não poderiam prendê-lo sem fortes provas, procuraram por outros casos graves cometidos por ele. E encontraram muita coisa. Ele não poderá ser solto nem que pague bilhões aos juízes. Acho que essa história acabou e pelo que notei, nos outros capangas deles, faziam apenas por dinheiro e jamais por lealdade. Eles não teriam motivos para virem atrás de vocês. Acho que o problema mais grave era ainda assim, Leandro.

Ele se levantou e veio em nossa direção, tocou o rosto de Sam suavemente, ajoelhando-se ao lado. Ele realmente tinha um afeto especial pela filha. Quando vi Samanta dizer que não passaria o Natal em canto algum, achei que era quase abandonada pelos pais. Mas era o contrário, ela era uma menina muito amada por eles.

- Minha filha passou por tanta coisa – sussurrou ele pensativo – E eu não estive aqui para apoiá-la. Devo ser um péssimo pai.

- Estava aqui pensando justamente o contrário – comentei sorrindo e pegando em seu ombro – Nenhum péssimo pai olha para a filha com tanto amor como você está fazendo. E eu estava com ela, todos nós podemos nos juntar pra cuidar dela.

- Como sempre foi – ele me olhou sorrindo – Lara sempre nos ajudou muito. Acho que minha filha nunca se relacionou com alguém que realmente tomasse conta dela, que realmente se importasse.

- Ela também toma conta de mim – ri acariciando os cabelos de Sam, que ainda dormia docemente.

- E o amigo dela? – ele perguntou ficando sério.

- Luciano? – ele confirmou com um aceno – Eu não sei o que faremos com ele. Temos que saber o motivo dele fazer tudo o que fez. Deve haver algum, não é possível que toda aquela amizade que ele tinha por Sam não existisse.

- Eu não conheço esse rapaz direito. O vi poucas vezes e sinceramente, nunca consegui sentir coisa boa daquele rapaz. Mas via que ele tinha algo especial com Sam, apesar de não ser tão aberto a outros. Enfim, eu estou do lado de vocês, cancelei minha viagem, ficarei por aqui. Luiza e Henrique resolverão os assuntos de trabalho sem mim. Bom, vou ver a segurança da casa, acho melhor dormirem aqui dentro hoje.

- Pensei no mesmo.

- Quer ajuda com essa mocinha? Se ela não for logo para uma cama, vai acordar com a coluna dolorida – ele sorriu vendo graça.

- Verdade, mas não precisa, dou meu jeito.

Ele carinhosamente beijou minha testa e mais uma vez afagou os cabelos dourados de Sam. Ela se remexeu suavemente, coçando o nariz, mas permaneceu no mesmo local e em segundos já afundou em um sono pesado novamente.

- Boa noite, senhor Fontes.

- Acho que já somos da mesma família, já pode me chamar de Thiago. Boa noite, querida. Durmam bem, o quarto de Sam aqui dentro é o terceiro quarto do lado esquerdo. Caso ainda não tenha visto – ele riu e acenou em despedida.

Ele se levantou e seguiu em direção as escadas. Eu sorri para mim mesma, me sentindo tão confortável com aquela casa, com aquela família, com aquela menina. Meu namoro com Alan durou anos, mas sequer chegava perto do conforto que tinha com aquela situação. Situação essa que deveria ainda ser algo mais constrangedor, diante do cenário social na qual ainda vivíamos.

Eu não queria sair dali, ver Sam deitada ali, dormindo gostosamente. Com um sorriso nos lábios acariciei com mais peso nas mãos os cabelos macios de Sam, ela mais uma vez se remexeu e dessa vez abriu os olhos lentamente, pousou o queixo na minha barriga e me olhou com um sorriso manhoso.

- Acho melhor irmos para a cama – disse passando a ponta dos dedos em seu rosto.

Ela apenas balançou a cabeça dizendo sim e se levantou lentamente. Fiz o mesmo e a puxei quando notei que ela seguia em direção a área da piscina. Segurei suas mãos e a puxei para o outro lado, em direção as escadas, ela me olhou surpresa.

- Acho melhor dormirmos aqui dentro hoje, depois de tudo o que aconteceu.

Ela mais uma vez acenou positivamente e foi seguindo em direção as escadas. Corri ao seu lado e a segurei, estava cambaleando de sono e fomos seguindo até o terceiro quarto a esquerda, abri a porta lentamente e ela entrou. Entrei em seguida, ainda não havia visitado seu quarto realmente, ela logo cedo havia se mudado para a casa da piscina, mas o local estava intacto, limpo, sem sinal algum de abandono. A cama de casal, com hastes de princesa. No mais era um quarto bem decorado naquela ideia moderninha de “clean”, todo claro, a área onde estava a TV e uma pequena estante tinha uma pintura em laranja vibrante.

Sam se jogou na cama, com roupa e tudo. Ela estava mais cansada que o normal, talvez pelos medicamentos tomados e o dia muito cheio que tivemos. Cada um reage a sua maneira. Aproximei-me e a virei delicadamente, desabotoando sua calça e tirando-a junto com a sandália, assim como arranquei sua blusa. Não precisava de pijama ou nada, coloquei ela confortavelmente e a cobri, fazendo o mesmo comigo e deitando ao seu lado.

- O que vamos fazer com o Lu? – ela perguntou com os olhos cerrados.

- Depois vemos isso.

- A gente precisa fazer ele confessar tudo.

- Não vai ser muito difícil. Não se preocupe, com o pai de Alan preso, as coisas vão ficar mais fáceis.

Ela murmurou alguma coisa e acabou voltando a adormecer, eu não demorei muito, apesar de estar com a cabeça agitada, pensando no que poderia fazer para tirar de Luciano as confissões sobre a relação dele com tudo o que ocorreu. Algo que ainda me incomodava muito era não saber o que de fato aconteceu quando levaram Sam, aquilo ainda me doía a alma. Foi com pensamentos variados que acabei adormecendo, nem me dando conta de que o dia já nascia. Com Sam ao meu lado, como uma doce e inocente menina, segurando minha mão como se fosse seu bicho de pelúcia.

* * * * * 

Não fomos acordadas pelo nascer do sol, como já havia me acostumado na casa da piscina. Como dormimos tarde ou em outras palavras, cedo, acabamos levantando depois do almoço. Abri os olhos me sentindo pesada, meu corpo inteiro estava dolorido e tenso. Olhei para o lado e Sam não estava ali, meu coração disparou e saltei da cama a tempo de ver a porta se abrir e a loira entrar surpresa e com um sorriso no rosto, como quem tenta entender a situação.

- O que houve? – ela perguntou mansamente.

- Acordei e não te vi aqui – sentei novamente na cama – Devo estar enlouquecendo.

- Estranho seria se não estivesse – ela riu me entregando uma xícara de café – Como você está?

- Eu estou bem, quero saber de você – estiquei a mão e toquei bem de leve seu rosto machucado.

- Os remédio não deixam que chegue a doer, então está tudo bem.

- Que bom. Eu vou ter que dar uma saída hoje, Sam – disse me levantando.

- Eu vou com você – ela rebateu.

- Não, melhor ficar aqui. Você tem que repousar mais. Além disso, eu volto logo, só preciso buscar umas coisas – eu não poderia levá-la. Basta de sofrimento.

Ela me olhou desconfiada. Não era para menos, a ultima vez que disse isso encontrei um problema maior ainda, que mirou uma arma em nossa direção e quase aconteceu algo pior. Mas eu não podia deixar que meus problemas causassem mais desconforto para a minha futura esposa e aquela relação estava cada vez mais séria e eu precisava preservar.

- Eu vou tomar um banho, trocar de roupa e estou indo.

- Leve meu carro. As chaves estão na sala – ela claramente ficou chateada.

Eu corri em sua direção e a agarrei por trás, beijando seu pescoço com carinho. Ela nem se moveu, o que comprovava que ela ficou emburrada.

- Não se preocupe comigo, meu amor. Eu volto antes que você perceba que eu saí.

- Sei – virou ficando de frente para mim e beijando rapidamente meus lábios – Então vá logo, porque eu já estou percebendo sua ausência.

Eu ri e corri em direção ao banheiro e ela saiu do quarto. Quando percebi sua saída, peguei o celular e liguei para Luciano. Não atendeu, tentei novamente e dessa vez ele atendeu, com a voz curiosa.

- Ashley? Aconteceu alguma coisa com a Sam?

- Não. Na verdade, eu queria conversar com você – mantive a postura o mais normal possível – Acho que nos devemos uma conversa. Você é o melhor amigo da minha namorada e acho que precisamos apoiar ela juntos.

- Sobre tudo o que houve?

- Sim. Podemos nos encontrar?

- Claro. Onde?

- Tem uma lanchonete aqui perto, podemos nos encontrar lá, comer e tomar alguma coisa. O que acha?

- Por mim...

- Em quanto tempo acha que chega?

- Minutos – ouvi sua risada e quando estamos com raiva de alguém, qualquer som nos incomoda – Agora mesmo, se quiser.

- Então te espero lá, até já!

Desliguei e troquei de roupa rapidamente, em minutos já estava sentada em uma das mesas aguardando sua chegada. Ele também não demorou nada, entrou já me procurando e ao me ver sentou na cadeira em frente, bastante sério. Pediu um suco de laranja e nada mais, pedi o mesmo, estava completamente sem fome.

- E então... – ele pergunto curioso – o que houve?

- Soube que o pai do meu ex foi preso? – perguntei.

- Sério? – não sei se a expressão surpresa e aliviada dele significavam alguma coisa, mas eu não cairia em sua lábia – Caralho, Ashley. Que foda!

- Mas obviamente não foi tão fácil quanto pareceu – ele me olhou – Sam está traumatizada. Ele mirou uma arma pra ela.

- Aquele filho da puta – revoltou-se.

- Luciano, eu vou ser bem direta e breve com você. Por que encontrou Leandro logo depois que soube que iria denunciá-lo?

Foi um tiro a queima roupa. Ele arregalou os olhos, ficou boquiaberto e respirou descompassado. Eu não queria fazer rodeios, eu queria ir direto ao assunto, pois olhar para ele me causava vertigem. Ele me olhava agoniado, com uma expressão de puro desprezo e desgosto.

- Eu não faço ideia do que está falando.

- Ah, não faz? Luciano – eu me aproximei da mesa encarando fixamente seus olhos, apoiei os cotovelos na mesa e sorri de forma cínica e continuei pausadamente – Eu não fui denunciá-lo naquele dia... eu fui atrás de você. Eu vi quando parou seu carro de um lado da rua, desceu, atravessou e conversou com Leandro, provavelmente contando tudo o que ouviu da minha boca. Coincidentemente, aquele maluco psicótico, foi a casa de Sam e nos ameaçou. Ele realmente ia matar a todos... inclusive a Sam.

Ele me olhou furioso. Via suas narinas se moverem irritadas. Botando um fim naquele assunto, voltei a me encostar na cadeira, ainda encarando-o seriamente.

- Ele iria matar inclusive a Sam. Escuta aqui... eu estou pouco me lixando para você, mas sei e senti que você nutre algum carinho por ela...

- Eu amo aquela mulher – ele disse cerrando os dentes – Eu amo a Sam mais do que a mim mesmo. Eu odeio você por ter aparecido. Nós dois até combinamos de nos casar.

- Casar? Luciano, acho que você está esquecendo que a Sam é lésbica.

- Isso se muda.

- E você é gay.

- Só para estar perto dela – disse com um sorriso irritantemente safado – Eu não acho que ela seja lésbica, só não teve a chance ainda. Eu não acho que ela ame você de verdade, Ashley, não se sinta mal com isso, é só o que eu acho. Acho que ela está se divertindo e isso é completamente passageiro.

- E para que então quis me ver morta?

- Morta?

- Claro... mate Ashley, mas mantenha Sam viva. Achou realmente que ela ficaria com você, caso eu morresse?

- Em quem ela se apoiaria?

- No amigo gay dela? – perguntei irônica.

- Eu sei que já notou, que eu não sou gay.

- Você sabe que eu vou ter uma conversa séria com Sam a seu respeito. Eu sinceramente tenho provas suficientes para te colocar na mesma cela que Leandro.

- Sam jamais acreditará em você, garota. E será sua palavra contra a minha. Isso... se Sam te permitir me denunciar. Nunca quis mal a ela...

- Mas quase arriscou a vida dela, a minha e a do pai dela. Tudo pelo que?

- Eu prefiro te ver morta, do que perder a Sam.

- Isso é ridículo. Ela está feliz comigo, deixe ela ser feliz, Luciano.

- Ela nunca será tão feliz com você quanto seria comigo.

- Você é louco... Meu Deus, você está completamente louco.

Ele se levantou, os olhos me fuzilando. Deixou o dinheiro do suco e saiu em disparada. Eu estava em choque com tudo aquilo, em choque com o motivo doente que ele jogou na mesa e sabendo que mais uma vez, para variar, eu corria riscos. O vídeo de Luciano conversando diretamente com Leandro já era uma prova forte, mas eu queria uma confissão daquele verme. Eu teria uma confissão.

Era engraçado como as mulheres trabalhavam suas cabeças quando envolvia tanto amor. Sam era tudo de mais precioso que eu tinha e eu a protegeria de tudo e de todos. Ela já acreditaria em mim, mas eu precisava dela agora.

Paguei a conta, saí em disparada de volta para casa. Liguei para a casa e meu querido sogro atendeu o telefone. Respirei fundo.

- Se Luciano aparecer aí, diga que Sam não está – pedi urgente.

- Algum problema?

- Já sei como resolver mais esse problema. Com isso solucionado, já teremos todos os nossos problemas resolvidos.

- Sério?

- Mas para isso, o senhor tem que impedir a entrada de Luciano. Não deixe ele entrar.

- Farei isso.

- Chego dentro de alguns minutos, até já!



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