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História A Família dos Uchihas - O Sharingan e a Pessoa Que Ele Ama


Escrita por: ArikaKohaku

Capítulo 14 - O Sharingan e a Pessoa Que Ele Ama


Mais uma noite chegou serena sobre Konoha. O vento soprava calmo por entre as ruas adormecidas. Abanava calmamente as copas das árvores, espreitava pelas vidraças das janelas, trazia esperança e certezas, agradecia a paz precária, mas estabelecida.

Naruto inspirou o ar que o vento remexia. A casa estava silenciosa, com as crianças a dormir. Atrás dele Sasuke repousava na cama em sono solto, nem se apercebia que o louro não estava deitado ao seu lado. O Maou não devia dormir direito há dias devido às preocupações com Otogakure e ali em casa sempre podia repousar e esquecer as pesadas responsabilidades, nem que fosse apenas enquanto estava a dormir.

Fechou a janela. Mas ficou a ver o céu lá fora. As estrelas brilhavam e ele sentiu-se nostálgico. Poderia aquela paz perdurar? Poderia a felicidade que sentia durar a vida toda? Por que é que de vez em quando sentia que estava alguma coisa errada? Talvez por saber que as coisas estão em constante mudança, que nada é infinito…

Foi até à sala, saindo do quarto de maneira silenciosa para não acordar o marido. Procurou as chaves do armário e quando as encontrou abriu o dito móvel. As prateleiras do armário estavam repletas de pergaminhos velhos, e vasculhando alguns retirou-os e estendeu-os sobre a mesa. Ia iniciar mais uma busca…

….. Anos Antes …..

O grupo do Capitão Yamato partira para o norte, até uma aldeia termal que Naruto conhecia muito bem. E um arrepio de raiva passou-lhe pela espinha, mal pôs um dos seus pés nas ruas minimamente conhecidas e ao recordar o bastardo chamado Uchiha Sasuke de quem não sabia nada há semanas. Esse maldito que fora a correr salvá-lo quando estava soterrado. Esse parvalhão que fora um dos que tirara Iruka-sensei… parou de pensar… não ia moer a sua mente com esse assunto… até porque já não podia fazer nada… aquela pessoa já estava morta e enterrada. Era muito melhor ter raiva de um ser que ainda estava vivo e que por sinal era Uchiha.

Era verdade, não sabia nada de Sasuke, aliás, ninguém sabia de nada, incluindo os espiões de Tsunade-sama dentro do País do Som, com quem falara secretamente, e eles tinham singelamente respondido, pois ultimamente ele virara um ícone para a aldeia, afinal, matara Madara. Mas ele, apesar de reconhecido por todo o carinho com que agora era tratado, só queria saber de notícias de uma pessoa. Pessoa essa que parecia ter-se eclipsado da face da terra. As poucas notícias, que havia de Otogakure eram sobre um Maou que tinha sido eleito pelo povo, e os seus trabalhos feitos para reconstruir o país, assim como em descobrir tudo aquilo que Orochimaru andara a fazer. Segundo se sabia esse Maou recrutava para o seu lado todos os possuidores da Marca Maldita, assim como os shinobis que tinham ficado sem o líder. Ele era apelidado de Maou Shinobi. Agora a pergunta de Naruto era outra: será que Sasuke conseguira em tão pouco tempo? Será que ele era Maou?

– Hei, Naruto! – Chamou Sakura, fazendo o companheiro acordar do seu mundo de pensamentos em que ultimamente caía facilmente. – É aqui que vamos ficar.

Naruto elevou os seus olhos e o seu queixo descaiu. Sim, óptimo. Tudo a ajudar. Sabia perfeitamente onde estava. Aquela estalagem ficaria para sempre na sua memória.

– Ah! Óptimo. – Resmungou entre dentes.

– Ora Naruto, não refiles! Pode não ser grande coisa, mas é aqui que vamos ficar, pois é aqui que está a pessoa que solicitou a nossa presença nesta aldeia. – Explicou Sakura.

– Juro que não me importo de dormir no mato. – Replicou Naruto.

– Meninos, nós estamos aqui devido a um assunto sério, portanto vamos entrar logo. – O capitão empurrou-os e atrás seguiu Sai que permanecera na equipa.

– Oh! Finalmente chegaram. – O estalajadeiro gordo saiu detrás do balcão para ir receber os ninjas, dois dos quais entravam a reboque.

– Sr. Terada, suponho?

– Exactamente. – O estalajadeiro estendeu a mão a Yamato e depois deu uma vista de olhos pelo grupo de Konoha. Os seus olhos foram automaticamente parar a Naruto e depois para a figura de Sai, onde ficaram bastante tempo a analisar o rapaz, apenas para concluir que aquele não era Sasuke, o rapaz que acompanhara o louro da última vez. – Que bom ver-te de novo rapaz. – Esticou a sua mão para Naruto, que a apertou sem ter outro remédio. – Então e o outro rapaz simpático?

Simpático seria o último adjectivo que Naruto usaria para definir a interacção que Sasuke tivera com aquele homem gordo, mas tudo bem se o estalajadeiro ficara com essa impressão.

– Ver-te de novo? O outro rapaz simpático? – Ficou debaixo do olhar fulminante de Sakura. Boa! Como explicar tudo à amiga. Estava entalado. Até ali tinha conseguido guardar, minimamente, segredo sobre os três dias em que desaparecera, embora todos soubessem que ele e Sasuke tinham engendrado tudo. E apesar de ser um crime bastante grave o que ele e Sasuke tinham feito contra Danzou ninguém os acusara de nada. Muito menos os medrosos Anciões. De quem Naruto, mais tarde, iria tratar. Ou pelo menos era esse o plano que tinha, quando fosse Hokage. – Tu tiveste aqui com Sasuke, não foi?

Sakura era aquela que mais o pressionava para falar. Ele até que compreendia. Mas agora sabia o quanto maçadora ela podia ser até conseguir o seu objectivo. Mas que podia responder? Sim, fora até ali com Sasuke. Tinha feito planos, tinham feito sexo, Sasuke tinha-se declarado.

Rangeu os dentes. Sim, ele tinha dito "amo-te" e agora não lhe dizia nada há semanas.

– Sim, acho que era assim que o rapaz moreno se chamava. – O estalajadeiro sorria, mas perante o olhar do louro perdeu a vontade de mostrar os dentes.

– Sim, estive aqui com Sasuke. – Confirmou Naruto sem se adiantar mais.

– Tens que nos contar o que se passou! – Exigiu Sakura.

– Não se passou nada que tu já não saibas apenas por dedução. Estivemos aqui, fizemos planos e ponto final. Não insistas mais Sakura, a velha Tsunade não o faz, por que continuas?

– Ponto final, mas eu pensava que vocês eram… - Gota de água para o estalajadeiro de lábia grande. Naruto virou-se rapidamente e socou-o mesmo nos dentes.

– Hei, Naruto, para que é a violência? – Perguntou o capitão Yamato amparando o dono da estalagem.

– Não estamos aqui numa missão? Não temos trabalhos para fazer? – Relembrou Naruto.

– Sim… sim é verdade. Sakura trata aqui do Sr. Terada. – Pediu o capitão Yamato, Sakura deu um último olhar de relance para Naruto e depois aproximou-se do estalajadeiro para lhe curar o lábio ferido. Yamato fora avisado pela Quinta que não se deviam fazer perguntas a Naruto, pois ela sabia o que se passara. A verdade é que todos especulavam. Todos sabiam que Naruto e Sasuke tinham estado juntos, que tinham planeado alguma coisa que levara à derrota da Akatsuki e também de Danzou, mas não sabiam pormenores. – Agora, por favor, fale-nos desse grupo de estripadores.

– Oh! Sim. – Concordou o homem gordo analisando o seu lábio com as mãos vendo que estava curado e olhando desconfiado para Naruto. – Bem, eles começaram por matar apenas animais. Retiravam-lhes os órgãos. Avisámos as autoridades locais, e foram encontrados vários sítios cheios de marcas, onde estavam os órgãos e muito sangue. Apuraram que eram rituais.

– Rituais? E ainda estão visíveis essas marcas? Há alguma que possamos ver? – Questionou o capitão Yamato.

– Sim. Há um local que puderam observar. E temos também os corpos tanto dos animais como das pessoas. – Os ninjas arregalaram os olhos. Pessoas? Haviam pessoas mortas naquilo tudo? – Eu mostro-vos os locais. Venham primeiro ver onde vão ficar instalados.

O Sr. Terada foi atrás do balcão buscar duas chaves dos quartos e levou-os pela porta lateral até ao andar de cima. Havia dois quartos, cada um com duas camas de solteiros. Sakura insistiu em ficar com Naruto, e ele até que deduzia o porquê da insistência, ela tinha esperança que ele lhe contasse o que andara por ali a fazer com Sasuke. Portanto, Sai e o Capitão Yamato ficaram com o outro quarto. Alguns minutos depois de terem descarregado as bagagens, seguiram o estalajadeiro até às imediações da aldeia.

O cenário que viram era no mínimo macabro, bastante sinistro. Uma clareira, notoriamente feita por um incêndio e entre as cinzas, no chão, havia um pentagrama circular feito de sangue com várias inscrições escritas à sua volta. Por ali havia também carcaças de animais que já não se distinguiam muito bem o que eram. Os ninjas aproximaram-se depois de verificarem que não havia perigo em avançarem. E no primeiro que repararam foi que nunca tinha visto aquelas marcas, pelo menos os três ninjas mais inexperientes em missões.

– Não foram muito cuidadosos a apagar o que fizeram, pois não? – Comentou Naruto passeando por dentro do pentagrama, tendo o cuidado de tentar não pisar nada que pudesse constituir uma pista para encontra o grupo que estava a fazer aquelas coisas.

– Eles não precisavam de esconder o que fizeram aqui. Nem toda a gente sabe o que é isto. – Disse o capitão Yamato. – Diz-me, percebes a escrita que está em cada ponta da estrela?

– Não. – Respondeu Naruto, que se baixara para observar uma das pontas da estrela. – Mas isso não é nada surpreendente em mim. Mesmo com símbolos ninjas há alguns que não reconheço. – Admitiu Naruto honestamente, tendo um pouco ironia no que dissera, e arrancando alguns sorrisos tanto do capitão como de Sai, apenas Sakura se manteve quieta e a observar o ambiente, aparentando estar um pouco aparte da conversa.

– São Runas. Uma língua antiga que já ninguém usa. Apenas alguns a estudam. E eu fui um deles. Percebo agora porque é que a Hokage nos mandou aqui. – Explicou Yamato aproximando-se da estrela. – Esta ponta diz URUZ, aquela THURISAZ, ali BERKANA, HANGALAZ, e onde tu estás RAIDO.

– E isso na nossa língua é o quê?

– URUZ é carneiro, THURISAZ é touro, BERKANA é leão, HANGALAZ é caranguejo e RAIDO são gémeos.

– Estão aqui as carcaças de alguns desses animais. Vejo o carneiro, o touro e o leão. – Comunicou Sakura. – Imagino que tenha havido um caranguejo e um escorpião também, mas suponho que tenham sido levados por outros animais, pássaros talvez.

– Também devem de ter havido gémeos, certo? – Questionou Naruto, olhando para o estalajadeiro gordo que lhes indicara a clareira, mas que se mantinha à margem, talvez com receio de pisar aquele solo. – Foram esses os humanos de que nos falou?

– Sim, estas foram as últimas marcas que encontramos. Eles andam há muito tempo a fazer isto. Mas até à semana passada ainda não tinham envolvido sacrifícios humanos. Foram duas mulheres de meia-idade da nossa vila que foram raptadas das suas casas, elas viviam separadas com as respectivas famílias. – Contou o Sr. Terada.

– Isto é parecido com a invocação que nós, ninjas, fazemos para iniciar um jutsu. – Comparou Sai.

– Acontece que isto aqui não é para invocar, é para selar.

– Selar o quê? – Questionou Naruto achando que seria melhor sair de dentro do pentagrama circular, pois ele já tinha a sua quarta parte histórica com selos.

– Qualquer coisa! Sr. Terada pode levar-nos aos corpos dessas gémeas? Preciso de saber que tipo de órgãos é que foram usados neste ritual para poder determinar o que é que foi selado aqui. – Pediu o capitão Yamato.

Os ninjas deixaram a estranha clareira. No entanto, Naruto ficou um pouco para trás. Havia qualquer coisa familiar e tenebrosa no ar. Alguma coisa muito estranha. Sentiu o ar e tudo à sua volta. Ali estava uma essência que ele conhecia de algum lado, mas que não conseguia ligar à pessoa que fosse dona dela. Apenas sabia que era algo arrepiante.

– Naruto! Anda! – Gritou Sakura algures entre as árvores esperando por ele. Virando as costas àquela sensação correu para ir ter com o seu grupo.

oOo

Depois de terem ido à morgue, onde Sakura teve que analisar os corpos das gémeas e de onde concluiu que o coração das duas senhoras tinha sido arrancado literalmente do peito de ambas enquanto estas ainda se encontravam vivas, os ninjas voltaram para a estalagem para que o capitão Yamato desse as indicações de como é que iam prosseguir com a missão.

Sentados num dos quartos, Yamato comunicava o que já deduzira e como iam proceder dali para a frente:

– Juntando as marcas que vimos e confirmando os órgãos recolhidos para o selo, eu acredito que estamos perante um grupo que quer fechar almas humanas.

Naruto, Sakura, e até Sai estremeceram. Novamente aquele tema de almas.

– Alguém usou este ritual para pegar uma alma humana a um corpo. É pena que não tenhamos chegado a tempo de ver as outras marcas. Mas posso concluir que das outras vezes houve uma evocação de uma alma. Alma essa que agora deve estar pegada a um corpo. – Conclui Yamato.

– O que nos está a querer dizer é que invocaram uma alma do além para esta voltar à vida num novo corpo?

– Sim, penso que sim. Mas a cerimónia não está completa. O grupo que anda a fazer isto, tem que voltar para completar a cerimónia. Eu estudei a maneira como é que se cola uma alma a um corpo, assim como se invoca uma alma. Em cada uma das coisas são necessários três passos. Vamos tomar como certas as crenças religiosas de um povo antigo. Vamos imaginar que há um purgatório, um julgamento e a entrada para outro mundo.

– O que raio é um purgatório? – Perguntou Naruto sentindo-se completamente arrepiado, nunca gostara muito de estórias com fantasmas.

– Imagina que é uma sala de espera. O purgatório é onde as almas esperam para serem julgadas. O ritual de invocação para chamar uma alma até este mundo pode ter estas três partes, consoante em que patamar está a alma. Ou seja, se a alma estiver no purgatório é-se mais fácil de contactar com ela e num único ritual poderemos comunicar com ela, mas se tiver no outro mundo será necessário repetir-se três vezes o mesmo ritual, pois temos que passar pelos três patamares: purgatório, julgamento e outro mundo. Dentro deste tipo de ritual de invocação os símbolos e os animais sacrificados vão mudando conforme o tipo de pessoa que se vai invocar. Existem nove níveis em que as almas são agrupadas. Indo das menos poderosas até às mais poderosas, que estarão no nível 9.

– É por isso que era tão importante para nós termos visto as outras marcas para saber em que nível estava a alma invocada. – Constatou Sakura.

– Sim. – Confirmou o ninja líder. – Se uma alma de nível nove tiver agora um corpo, poderemos estar a enfrentar uma força poderosa, pois o corpo em que estiver ganhará as características que a alma possuía quando estava viva e no seu corpo original.

– Mas ainda só houve um ritual para colocar essa alma num novo corpo. – Notou Naruto, mais uma vez surpreendendo todos. Desde quando é que estava atento a pormenores? – O capitão disse que eram precisos três rituais para colocar uma alma num novo corpo.

– Sim. São três rituais. Um para ligar a alma ao corpo. Outro para expulsar a alma que está no corpo para dar espaço à alma invocada e um terceiro para manter o corpo vivo para a nova alma. Se o primeiro ritual foi feito, significa que anda por ai uma pessoa com duas almas dentro do corpo.

– Se eles souberem que estamos aqui podem mudar o lugar onde fazem estes rituais. – Notou Sai.

– É precisamente por isso que vamos passar a ser turistas aqui, e não ninjas. Vamos estar disfarçados. Retirem os vossos frontais e guardem as armas em sítios que não sejam visíveis a olho comum. Finjam que estão de férias. Vamos funcionar em tornos rotativos de duas horas. Passearemos aos pares ou em grupo completo. A nossa missão é saber como é constituído este grupo de estripadores. Não podemos dar nas vistas, nem ser detectados. Se forem poucos pode ser que consigamos tratar deles, mas se forem mais, teremos que pedir reforços a Konoha. Sai, Sakura façam a primeira ronda, e o respectivo reconhecimento da vila. Uma vez que Naruto e eu já a conhecemos ficaremos com o turno seguinte.

Sakura e Sai levantaram-se da cama onde tinham estado a ouvir as indicações e as ordens do capitão. A amiga de Naruto ainda o olhou e os olhos diziam a Naruto que ela mais tarde ia bombardeá-lo de perguntas, era uma promessa silenciosa de que não ia desistir, depois ela seguiu Sai para fora do quarto. O louro deixou sair um suspiro e estendeu-se ao cumprido sobre uma das duas camas de solteiro de que o quarto dispunha e resolveu que não era má ideia dormir um pouco, uma vez que aquele era o seu turno de descanso. Mas mal fechava os olhos e a sua mente era envolvida por recordações passadas por debaixo daquele mesmo tecto num quarto ali mesmo ao lado. E quando tentava não pensar no Uchiha a sua mente ia para o outro lado.

Que merda! Sentia-se na fossa. Estava novamente sozinho, ou assim se sentia.

– Naruto! Penso que temos que falar. – Abriu os olhos, e sem se mexer olhou para Yamato. Ele também não ia fazer perguntas, ia?

– Capitão Yamato eu não quero…

– É sobre o teu comportamento. Eu compreendo que estejas a sofrer… - Naruto sentou-se de repente e bruscamente na cama, fazendo bastante barulho, batendo com as molas do colchão e fazendo Yamato calar-se por instante e analisá-lo. Tocara na ferida. – Andas distante e frio. Coisa que não é normal em ti. – Apontou. – Andas um pouco fora de ti, e Sakura e Sai andam muito preocupados, pois já não sabem como hão-de lidar contigo. Seria melhor falares com eles. Eles são teus amigos, servem para desabafar, eu mesmo estou aqui para o que precisares.

As íris azuis encararam Yamato, e ele soube naquele momento, que o brilho de calor que saia delas, como um agradecimento, que Naruto sorridente ainda andava ali por dentro embora estivesse um pouco confuso e perdido de momento, tentando controlar a dor que tão ardentemente magoava o seu coração.

– Sei… obrigado… eu neste momento não preciso de nada. – Sussurrou Naruto, mas o suficientemente alto para Yamato o ouvir.

– Se não te sentires suficientemente bem para esta missão diz-me já.

– Não. – Negou. – Se não trabalhar ficarei pior. Este é o meu momento de descanso não é?

– Claro.

– Importa-se que vá comer alguma coisa?

– Claro que não. Mas está de volta a tempo de trocarmos de turno com Sakura e Sai.

– Sim. - Concordou Naruto erguendo-se da cama e saindo do quarto, olhando de repente para a porta do quarto que ocupara com Sasuke e descendo as escadas.

Ele tinha consciência que tinha pessoas ao seu lado dispostas a apoiá-lo, que não estava verdadeiramente sozinho, mas ele sentia uma solidão enorme, um gigantesco pedaço no seu coração tinha desaparecido, deixando um vazio enorme que lhe provocava muito sofrimento. Não queria chorar. E ainda não chorara, porque achava que Iruka-sensei ficaria triste se o fizesse, então não chorava. Mas os dias iam passando e os momentos em que as suas lágrimas chegavam aos olhos prontas a cair eram cada vez mais. A uma palavra mais emotiva e elas apareciam para lhe enevoar a visão. Nesses momentos tinha que lutar muito para não chorar.

Estava no meio da rua. Já era quase de noite e os candeeiros já se tinham acendido. Como a luz destes mesmos candeeiros não era ofuscante ele podia ver perfeitamente as nuvens e as estrelas que passavam lá em cima no céu. Algumas lojas ainda estavam abertas. Passou pelo restaurante onde tinha pensado ir, mas depois mudou de ideias, não tinha realmente fome, decidiu-se continuar a caminhar pelas ruas fingindo ser apenas um turista repetente daquelas paragens.

Lá no alto um pássaro cruzou as nuvens e desceu sobre a vila aterrando exactamente em cima da sua cabeça. Naruto assustou-se ao ver o pássaro que lhe descia pelo braço até à mão e que lhe estendia a pata com uma nota enrolada nela. Tendo o cuidado de não magoar o bicho, pegou no papelinho e o pássaro levantou voo.

No fim de ser a nota a sua mão fechou-se sobre ele amachucando o papel.

– Vou matar-te! – E correu em direcção ao local a que pretendia ir fazer um ajuste de contas.

A pequena nota dizia:

"Usuratonkachi! Uma vez que não respondes venho eu mesmo ter contigo. Deves achar que me escapas. Estou no sitio onde treinamos."

oOo

A clareira era a mesma de quando tinham estado a treinar, mas quando o louro chegou ao sito do encontro achou-o vazio e irreconhecível, tal como anteriormente vira o local da estrela circular, que era um local de selo. Sentiu um "bak" atrás de si. Foi abraçado fortemente pelas costas. Sentiu o cheiro do bosque e sentiu o corpo quente de Sasuke. Virou-se entre o espaço que tinha. O moreno preparava-se para o beijar e então, Naruto empurrou-o para longe.

– O que foi? – Questionou Sasuke, vendo Naruto a afastar-se impedindo-o de se aproximar. Viu-o fazer uma careta de desagrado. Era alguma coisa com o seu toque? Foi percorrido por uma sensação desagradável – desilusão.

– É preciso teres muita lata! – Rosnou o louro empurrando ainda mais Sasuke para longe. Estava arreliado? Arreliado era pouco. Se pudesse espancava Sasuke até este ficar muito vermelho. – Passaram três semanas! Três longas e horríveis semanas… Tu não disseste uma única palavra!

– Não disse uma única palavra? – Repetiu Sasuke sem acreditar no que ouvia. Era encarado com muita raiva pelos olhos azuis do louro. – Tu é que não respondeste a nada do que te mandei.

– Do que me mandaste? – Cruzou os braços. Aquilo era absurdo. Ele não recebera nada. Aquela era uma desculpa esfarrapada. Ele ia dizer que tinha enviado, e no fim não tinha enviado nada, mas ia dizer que devia ter havido algum desvio nos pássaros, ou qualquer coisa assim. Não, ele não ia cair naquela conversa.

– Oh! – Sasuke soltou aquele som, surpreendendo Naruto e depois aproximou-se do louro, mas não lhe tocou. – Tu sempre me surpreendeste. – Disse sem desviar o olhar do rosto do namorado. – Como é que tu não reparaste naqueles pássaros todos?

Naruto perdeu a compostura. Que raio de pergunta era aquela? Pássaros? Que pássaros? Sasuke apontou para três pássaros num ramo mais acima de uma das árvores semi-queimadas. Virou-se para trás para os ver. Três pássaros de penas longas e azuis. Nunca os tinha visto. Ou melhor, pensando bem, até que tinha. Vira um pousado no parapeito na sua janela.

– Aqueles pássaros não têm qualquer tipo de mensagem presa nas patas! – Notou Naruto.

– Quando eu penso que já vi tudo o que podia vir de ti acabas sempre por me surpreender. – Resmungou Sasuke.

– O que queres dizer com isso? Aqueles pássaros não têm mensagens.

– É normal. Aqueles pássaros transmitem as suas mensagens através do som. – Sasuke assobiou e os três pássaros ao mesmo tempo levantaram voo e desceram até pousarem as suas patas em cima de Naruto, dois, um em cada ombro do louro, e outro na sua cabeça. – Não me digas que não te lembras que demos este sistema de transmissão de mensagens na academia?

Naruto fez uma careta. Parecia que não se lembrava mesmo. Mas do que é que ele se lembrava de ter aprendido na academia? Realmente muito pouco.

– Pergunta estúpida a minha. – Enfatizou Sasuke soprando os cabelos que lhe tinham caído para a frente da cara. – Bom, vou mandá-los embora…

– Não… - Interrompeu-o Naruto impedindo-o de mandar os pássaros de volta para Otogakure, uma vez que estes pertenciam à Vila do Som.

A raiva de Naruto dissipou-se por completo, pôde Sasuke compreender ao ver os olhos de Naruto, que olhava ora para os pássaros nos seus ombros ora para o que tinha em cima da cabeça, e foi por pouco que o moreno ao vê-lo naquelas figuras que não se desmanchou a rir.

– Por que não? – Questionou Sasuke.

– Tu mandaste-me três pássaros com mensagens. As mensagens são para mim. Eu tenho o direito de as ouvir.

– Mas eu já estou aqui ao pé de ti. – Fez notar. Era completamente idiota querer ver mensagens que já estavam dizendo assim: "fora do prazo".

– Mas se me mandaste mensagens eu quero saber o que é que dizem.

Sasuke compreendeu. Naruto viu-o ficar vermelho e sorriu. Naruto queria saber se aquelas mensagens eram mensagens de amor. Se tinham palavras daquelas que dizemos quando estamos apaixonados à pessoa amada. Mas o moreno depressa se recompôs. E depois sorriu cínico em resposta ao sorriso maroto com que era encarado pelo louro.

– Nee, nee. Vamos Sasuke diz-me como se ouvem estas mensagens. – Pediu Naruto fazendo o seu mais encantador sorriso.

– Parece que vais ter que ficar a imaginar. – Respondeu o namorado assobiando novamente, e instantaneamente os pássaros levantaram voo deixando Naruto para trás sem saber o que as suas mensagens diziam.

– Oh! Sasuke! – Lamentou-se ao ver os pássaros partir. – Eu queria saber o que diziam…

– É a paga por não me teres respondido e por seres tão burro, e por não teres ouvido aquilo que te ensinaram na academia. – Falou Sasuke, ciente que aquilo tinha sabor a vingança.

– Mas aquelas mensagens… - Naruto foi puxando nesse momento. Sasuke agarrou-lhe a cintura e roubou-lhe um beijo, calando assim o louro e deixando este completamente nas nuvens. Naruto acabou por enlaçar-se no pescoço do Uchiha e pendurar-se nele enquanto as suas línguas se amavam entre as bocas dos dois. Quando se separaram em busca de ar, o louro acabou por comentar: – Os pobres pássaros andaram atrás mim tanto tempo e agora nem sequer entregaram as mensagens. Pobres coitados! Mas como é que soubeste que eu vinha para aqui?

– Oh, foi um passarinho que me disse!

– Estou a ver! Um pássaro chamado Juugo…

oOo

– Vais dizer que também não tens curiosidade? – Falou Sakura passeando ao lado de Sai que apesar de ter que fingir que era um turista pouco ou nada se parecia com um, pois tinha uma postura dura e uns olhos vigilantes.

– Já falamos sobre isso muitas vezes. – Respirou tentado encontrar estranhos cheiros no ar.

Sakura rangeu os dentes. Será que era a única que tinha ganas de saber o que se passara durante o desaparecimento de Naruto e Sasuke? Parecia ser. E agora que sabia que eles tinham andado por ali e ainda por cima juntos a sua ansiedade em saber era muito maior.

– O que importa é que Naruto está vivo. – Comentou Sai. – Acho que só tens uma hipótese. Falar com Naruto e tentar descobrir.

– Falar? – Pensou Sakura, depois suspirou. – Ele anda a fugir de mim desde o dia em que lutamos contra a Akatsuki.

– Hum… Eu diria que te anda a evitar. Ele sabe que tu queres respostas, assim como sabe que tens direito a elas. Afinal, ele sabe aquilo que sentes por Sasuke. E não conseguiu trazer de volta Sasuke para Konoha, embora o tenha trazido para o lado dos bons. – Sai parou dando uma volta sobre si e tentando encarar todas as poucas pessoas que passavam pela rua. – De certa maneira, quebrou a promessa que te fez. Ele realmente não anda bem.

– Ele não está assim estranho por minha causa, mas por causa da morte de Iruka-sensei. O sensei era como um pai para ele, e tudo isto ocorreu muito pouco tempo depois da morte de Jiraya. Não sei como é que se poderá estar a sentir. – Defendeu-se Sakura da acusação indirecta de Sai de que Naruto estaria abatido e irritadiço devido a si. – Além disso, eu libertei-o dessa promessa.

– Não estava a dizer que a culpa era tua. Estava a dizer que ele anda estranho e tu ainda o estás a massacrar mais para saber as coisas sobre Sasuke. Mas se ele anda mal por causa da morte do sensei, então acho que o deves apoiar e esquecer um pouco o Sasuke. – Apontou Sai.

– Eu sei que tu tens razão, mas… como posso eu esquecer Sasuke? Sei que faço sofrer Naruto com tudo isto… mas não quero mudar o meu comportamento com ele, só porque agora sei que ele gosta de mim. Quero continuar a ser a amiga que sempre fui. Se mudasse o meu comportamento agora, se deixasse de ser a Sakura que lhe bate na cabeça a cada patetice que sai da boca dele, acho que o ia fazer sofrer ainda mais. Acho que ele não gostaria que as coisas saíssem da normalidade. O que foi? – Sai fizera uma careta perante as palavras dela como se não soubesse do que estava a ser ali falado, depois abriu um sorriso como se de repente tivesse compreendido tudo.

– Tu achas que Naruto gosta de ti. – Concluiu. – Oh, mas ele não gosta! – Disse continuando a sorrir.

Naquele momento se Sakura não estivesse minimamente atenta ao caminho teria batido contra um pobre velhinho que passeava com o seu cachorro.

– Foste tu que disseste que Naruto me amava! – Relembrou-o Sakura completamente furiosa.

– OH! Eu enganei-me, mas pensei que tu… - Coçou o queixo olhando pelo rabo do olho para Sakura. - Pensei que tu já soubesses. Naruto não gosta de ti. – Falou o óbvio.

– Foste tu que me disseste que ele gostava! – Refilou Sakura elevando um pouco a voz. – Falaste qualquer coisa sobre um fogo qualquer… uma raiva qualquer que sai de dentro de Naruto cada vez que se falava de Sasuke! – Relembrou Sakura recordando as palavras de Sai que a tinham levado quase a desistir de Sasuke para salvar Naruto de cometer suicídio.

– Sim, eu falei, mas enganei-me. – Sai continuava com um sorriso parvo que fazia Sakura desejar socá-lo. – Além disso, ele levou-me a querer que gostava de ti. Mas eu pensei que tu tivesses reparado…

– Reparado em quê? – Perguntou agarrando o colarinho de Sai com força e aproximando-o para que ele pudesse ver a sua cara de uma hiper mulher enraivecida.

– Mas se não reparaste… isso vai ser um grande problema. Bom, mas pensa um bocado. O que faria Sasuke ir até um local repleto de ninjas que o queriam matar, passar por eles e salvar Naruto? – Perguntou Sai.

Sakura ficou segundos a olhar para a cara de Sai como se esperasse que a resposta para aquela pergunta estivesse na cara dele. A verdade era que não sabia a resposta para aquela pergunta. Ela vira tudo em primeira-mão. Juugo ensinara-a a ver através dos olhos de Sasuke. Perto do covil de Madara vira o Uchiha com determinação e com o intuito de fazer apenas uma única coisa – salvar Naruto. O que é que isso queria dizer? Era Naruto assim tão importante que fazia Sasuke lutar contra ninjas de Konoha apenas para o salvar?

– FOGO! FOGO! FOGO! – Um aldeão passou por eles a correr gritando para quem o queria ouvir. – VENHAM DEPRESSA! FOGO, FOGO…

Sai e Sakura colocaram-se logo a caminho, tão rápido como os ninjas que eram. Aquilo só poderia significar uma coisa, que o grupo de estripadores estava a atacar…

oOo

Naruto e Sasuke passeavam pela floresta indo ao encontro de um local qualquer que o moreno queria mostrar ao futuro Hokage. Conversavam num tom minimamente alegre embora Sasuke já tivesse reparado que o louro apesar de sorrir não estava nos dias dele, andava irritadiço. Mas o passeio foi parado quando Sasuke, após ter descrito o seu glorioso regresso a Otogakure lhe revelou algo extremamente importante.

– Estás a brincar? – Questionou-o Naruto estagnando no caminho a meio das árvores olhando estupefacto para Sasuke.

– Não, não estou a brincar. Eu fui eleito Maou do País do Som e 1º kage da nova Vila Oculta do Som. – Confirmou Sasuke. – Nem sequer tive que me propor a líder do povo de lá pediu que fosse eu. Eles ficaram bastante agradecidos de eu ter matado a cobrazinha do Orochimaru. Optei por um governo um pouco diferente do País do Fogo. A Vila Oculta do Som, apesar de estar agora sobre o meu comando em breve quando for mais velho o conselho escolherá um novo 2º kage e passará a ser independente do governo do país. Quanto a senhores feudais, acabei com eles, não quero pessoas com mais poder que eu. Em vez deles tenho chefes de região, ou seja, dividi o país por regiões e concedi chefes a cada região que passaram a administrar esses pedaços de terra sobre as minhas regras. Esses chefes fazem parte também do meu conselho, que reúne uma vez ao mês para tratar de problemas, ou cada vez que eu acho necessário convocá-los. Estás a ouvir? – Perguntou ao Naruto que se encontrava realmente muito calado e de olhos postos no chão enquanto ele andava à frente mostrando o caminho que queria tomar.

– Uau… um maou… - Murmurou.

– É muito por causa disso que não pude ver-te mais cedo.

– Tenho ciúmes. – Admitiu Naruto elevando a cabeça e mostrando os olhos brilhantes de determinação. – Em breve eu também serei Hokage. – Era o seu sonho e a sua verdadeira promessa de vida.

– Tens ciúmes… eu não teria… este cargo é para malucos… quase que me tenho que dividir em mil para poder fazer tudo ao mesmo tempo. Aquele país esteve demasiado tempo lançado aos porcos. Está uma grande confusão. – Desabafou Sasuke cruzando os braços. – Além disso, foste tu que tiveste esta ideia para que eu me tornasse o kage do Som. Fui um pouco mais longe e tornei-me Maou, mas a ideia inicial é tua.

– Eu sei. Mas que de outra maneira é que sobreviverias sempre com inimigos atrás de ti? Assim os teus inimigos pensarão muito antes de te atacar, afinal, deves ter muitas pessoas dispostas a proteger-te. – Naruto sorriu mostrando que apesar de ter ciúmes, isso não queria dizer que os deixasse controlar o seu discernimento racional.

– Sim, tenho. – Pensou principalmente em Karin e Suigetsu. – Chegámos.

Naruto sentiu um arrepio, e novamente uma sensação familiar estava presente no ar. Encontrava-se numa clareira, claramente feita pelo homem pelas árvores arrancadas da terra com raiz e tudo e deixadas a um canto, e as ervas queimadas deixando o solo árido. Aquele teria sido um dos locais feitos para realizar rituais.

– Usa o teu sharingan. – Avisou Sasuke mostrando o seu já activo. O louro assim fez e quando abriu os olhos foi percorrido por um arrepio. Havia marcas e runas por todos os lados. Via-se que tinham sido apagados, mas aos olhos do sharingan, os pequenos resíduos de tinta, sal, areia e sangue, podiam ser ligados e as marcas eram novamente visíveis. Sacou de um pergaminho do seu estojo ninja e desenhou o que via de maneira quase mecânica. Levaria aquelas informações até ao Capitão Yamato.

– É por causa disto que vocês estão aqui, não é? – Sasuke viu Naruto enrolar o pergaminho e guardá-lo no seu estojo de armas.

– Sim. Anda por aqui um grupo de estripadores. Já mataram duas mulheres para realizar estes rituais. – Contou Naruto inspeccionando ainda as marcas, de alguma maneira estava a reconhecer algumas e a decorar outras.

– Rituais? Estas marcas não são ninjas. – Notou Sasuke.

– São runas. O Capitão Yamato estudou-as e sabe o que elas dizem. Ele explicou que isto tem haver com o selar de uma alma num corpo, mas ainda não sabemos muito. Se estas marcas foram feitas antes daquelas que já vimos então se calhar já não nos ajudaram muito, mas se foram feitas depois, certamente que nos serão úteis. Yamato falou qualquer coisa sobre o mundo dos mortos e as etapas das almas e assim.

– Sentes este cheiro? – Perguntou Sasuke. Um cheiro de árvores queimadas elevava-se no ar,

– É fogo. – Deduziu Naruto. – O meu torno está quase a começar. Tenho que averiguar o que se passa venho mais tarde ter contigo…

– Claro, vou cá estar a noite toda. – Concordou o moreno para ver logo a seguir o seu louro desaparecer entre as árvores de encontro aos seus deveres ninjas.

oOo

Por entre as árvores o fumo espalha-se pela floresta, os dois ninjas taparam com as mãos e os braços a boca e o nariz ao mesmo tempo que avançavam em direcção à origem do fogo. Por outro lado Naruto escondia a sua presença o mais que conseguia e observava o estranho grupo de figuras encapuçadas que usavam chakra e jutsus para fazer uma clareira. As árvores eram arrancadas e as ervas altas ou rasteiras eram queimadas. Com o chão limpo, os estranhos usavam o próprio sangue para marcarem o chão.

Ouviu-se um berro vindo não de muito longe, e pouco depois surgiram, por entre as chamas, dois encapuçados que arrastavam consigo uma jovem rapariga completamente despida e com o corpo pintado com runas. Na sua cara segurava uma expressão de desespero e pânico.

– Não, não, não, por favor. – Implorava a pobre alma.

Os dois estranhos, como se não a ouvissem, mandaram-na de forma bruta e desumana, como se mandasse um pedaço de carne, para o centro de um pentagrama circular. As linhas destes movimentaram-se, como a abertura de um cofre, e uma energia luminosa elevou-se no ar envolvendo a rapariga que gritou.

O grupo de encapuçados, constituído por seis indivíduos e cinco dos quais se colocaram nas pontas correspondentes do pentagrama e o sexta retirou debaixo das suas vestes uma faca de aço branco que apontou aos céus fazendo-a brilhar pelo brilho das estrelas que já se encontravam no céu nocturno e também por causa das ervas que ainda ardiam. Os estranhos começaram a entoar cânticos para o ar ao mesmo tempo, que em movimentos sincronizados, os seus dedos se moviam em gestos significativos.

Dava para sentir uma enorme e aterradora energia emergir da terra e do ar, de tudo o envolvente, ser vivo ou morto. Aquelas eram técnicas milenares, bastaria senti-las para saber que eram poderosas, perigosas, e por isso mesmo, automaticamente proibidas.

O volume dos cânticos diminuiu. A figura que empunhava a faca avançou para o pentagrama. A rapariga queria fugir, mas estava presa pela energia do pentagrama. O encapuçado agarrou-a. O louro soube que ele ia apunhalá-la mal a lamina se tinha aproximado do corpo da jovem. Mexeu-se, querendo ser rápido para poder salvar aquela vida, mas alguém foi mais rápido que ele. Seis tigres brancos passaram por ele a correr, passaram pelas chamas e entraram rapidamente pela clareira para irem morder 5 dos 6 encapuçados que pertenciam ao ritual. Os tigres abocanharam-lhes as gargantas, mas aos olhos de todos os estranhos mexeram-se como fumo e usando sabres saídos das suas capas negras, os tigres foram cortados e a tinta correu por todos os lados.

Naruto chegou à clareira ao mesmo tempo que Sakura e Sai, mas não tiveram tempo de trocar impressões, pois logo eram atacados pelos sabres dos estranhos. Eles eram rápidos. Tão rápidos que os três ninjas de Konoha só davam por eles quando estavam mesmo em cima das suas cabeças, escapado assim por meros centímetros às lâminas afiadas das armas e não podendo com tudo contra-atacar.

Naruto e os restantes analisaram. O pentagrama e aquela energia continuavam a funcionar, mesmo sem a presença de cinco membros do grupo inicial de seis. Significava que já não eram precisos para concluir o ritual, mas aquela energia activa também significava que o ritual ainda não tinha sido concluído, ou então já teria desaparecido. Ou seja, os cinco encapuçados rápidos com o som e com sabres em riste estavam ali para proteger o sexto que tinha a rapariga nas mãos e que se preparava para concluir o ritual. Os ninjas tinham que passar pelos cinco encapuçados e resgatar a rapariga e para isso tinham que ser mais rápidos.

Não era difícil, pensou Naruto. Mas primeiro tinha que arranjar uma possibilidade de usar os seus braços para formular o gesto do jutsu dos clones, tarefa que estava dificultada uma vez que tinha dois dos encapuçados no seu encalço e tudo o que conseguia fazer àquela velocidade era desviar-se das ofensivas do inimigo. Mas se o problema era arranjar um espaço entre os movimentos dos inimigos então só havia uma maneira, ou pelo menos, uma maneira rápida para se poder chegar à rapariga e salvar a sua vida.

Activou o sharingan. Logo os seus olhos começaram a saber onde é que o inimigo ia atingir a seguir. Agora era só puxar das suas kunais, ser rápido e desarmar o inimigo. Saltou para trás ao mesmo tempo que as suas mãos iam até ao estojo das armas e depois saltou para a frente antes mesmo de o inimigo chegar à sua anterior posição. Em segundos os dois encapuçados eram desarmados e ao mesmo tempo amarrados. Teve então possibilidade de se multiplicar para ir poder acudir Sai e Sakura enquanto o seu verdadeiro corpo ia até ao pentagrama.

– Não vale a pena… - Ouviu a voz. – Nunca serás capaz de atravessar a energia do pentagrama…

– É o que veremos. – Respondeu ao mesmo tempo que libertava o seu chakra de raposa e a camada vermelha lhe envolvia o corpo como um escudo. Avançou rapidamente para o suspeito passando pela barreira do pentagrama, sentindo o seu corpo queimar enquanto o fazia, criando chispas enquanto duas forças poderosas se juntavam, e arrancou a rapariga dos braços do encapuçado.

– Maldito sejas. – Sibilou o encapuçado. Naruto aterrou longe protegendo a rapariga que tremia nos seus braços. Foi percorrido por uma onda de familiaridade. Será que conhecia a pessoa que se escondia por detrás daquele capucho que não deixava ver a cara do seu inimigo? – Maldito sejas Uzumaki Naruto!

– Como é que tu sabes o meu nome? – Rugiu Naruto olhando para a figura que agora não passava mais que um vulto na escuridão da noite.

– Toda a gente sabe quem és Uzumaki Naruto. – E depois disto, fumo e vento fê-lo desaparecer deixando para trás os seus companheiros.

O capitão Yamato chegou nesse momento com mais algumas pessoas da aldeia. Tinha ouvido que uma rapariga tinha desaparecido e resolvera averiguar a estória e quase ao mesmo tempo ouvira o rumor percorrer a pequena aldeia de que havia fogo algures nas imediações da floresta, juntando os factos chegara à conclusão de que só poderia ser um novo ataque da parte do grupo de estripadores.

Viu Naruto a um canto envolvendo com o seu blusão uma rapariga e de outro lado Sai e Sakura prendendo cinco homens de capas negras. O fogo já estava praticamente extinto, no entanto, ainda era o suficiente para iluminar bastante o cenário de marcas a sangue pelo chão e a cara de estupefacção dos habitantes da aldeia termal. Dois dos quais se aproximaram de Naruto e da jovem, deixando o louro a rapariga aos cuidados daqueles dois, mas não se afastando muito.

Yamato aproximou-se de Naruto, assim como Sai e Sakura que queriam explicações para o que tinham visto, mas quando chegaram perto ainda estavam demasiado chocados para falarem.

– Que foi? – Perguntou Naruto olhando para os companheiros.

– Tu… os teus olhos…

– Sasuke-kun, és tu não és? – Sakura ganhou uma entoação infantil, como se estivesse num sonho.

– Sasuke? – Naruto olhou para todos os lados. Será que aquele idiota tinha ido até ali? Mas não o viu em lado nenhum, além disso, os outros três ninjas continuavam com os olhos postos na sua figura. – O que é?

– Como é que tu tens o sharingan? – Questionou-o Yamato visivelmente desconfiado, e então, o louro compreendeu aquilo tudo. Tinha-se esquecido de desactivar o sharingan.

– Foi Itachi que me deu. No dia em que procurávamos Sasuke, no dia em que Itachi morreu. – Contou Naruto mirando apenas o capitão Yamato tendo a certeza que ele ia compreender, afinal, também ele estivera presente no dia em que Madara revelara toda a verdade sobre o clã Uchiha e os anciões. E falando para Yamato impediria que houvesse mais perguntas sobre o assunto.

– Itachi? Por que haveria ele de te dar… – Começou Sakura, mas foi interrompida pelo capitão Yamato.

– Sakura há coisas que tu não podes saber. – Falou Yamato para a ninja. – Naruto, importaste de me dar uma prova de que és realmente tu? – Pediu o capitão.

– Claro. – O louro compreendeu que depois de tudo aquilo era um pedido razoável. Desactivou o seu sharingan deixando os seus olhos tornarem-se azuis para logo a seguir fazer mil clones, afinal, não havia mais ninguém no mundo que conseguisse fazer tantas cópias perfeitas além dele. Depois numa nova onda de fumo os clones tornaram a desaparecer. – Chega?

– Sim. – Confirmou o Capitão Yamato ainda detectando, por mera precaução, se aquele ser à sua frente tinha a mesma essência que Naruto, facto que ficou confirmado.

– Yamato-taichou. – Chamou Naruto retirando do seu estojo ninja o pergaminho em que tinha desenhado as formas do local de um dos antigos rituais. Passou o pergaminho para as mãos do mais velho. – Encontrei esse lugar. Estava também queimado e resolvi usar o sharingan para ver mais. Desenhei e é isso.

– Isto Naruto é o ritual de invocação da alma… e por o que aqui está… - Todos ficaram em alerta pelo tom de gravidade na voz do líder do grupo ninja. – Estamos perante uma alma de nível nove. – Todos sabiam o que aquilo queria dizer, alguém bastante poderoso tinha voltado a pisar a terra.

– Não poderemos prosseguir muito mais com esta missão. Além disso, nós só tínhamos que averiguar o que se passava aqui, e vocês, como sempre acabaram por fazer mais do que deviam. Hoje continuaremos com os turnos, para ver se não existe mais ninguém a ser raptado.

– Houve um dos encapuçados que fugiu. – Informou Sai.

– É provavelmente a pessoa que tem duas almas dentro do corpo. – Concluiu Yamato enrolando o pergaminho de Naruto e guardando-o no seu colete. – Mas como estamos perante uma alma de nível nove, não vamos atrás desse indivíduo, vamos deixar esse trabalho para os Anbus, temos que voltar amanhã de manhã para Konoha e reportar tudo o que se passou aqui à Hokage. Só não vamos hoje porque temos que manter a aldeia sobre vigilância. Sakura e Sai, vocês estão no vosso turno de descanso, por isso, eu e Naruto vamos acompanhar a jovem raptada até ao médico. – O louro sentiu um arrepio. Aquele velho que o tinha atendido da última vez? Aquilo era tudo, menos um médico. Era um torturador! As suas vértebras que o dissessem, mas verdade seja dita, é que se não tivesse sido o homem, provavelmente Naruto ainda não andava. – Depois vamos patrulhar a aldeia, duas horas mais tarde trocamos. – Deu as ordens Yamato.

Todos acenaram concordando.

oOo

As mãos de Sasuke fizeram subir a t-shirt de Naruto enquanto ele com a sua boca e com o seu corpo empurrava o louro ainda mais contra o tronco da árvore. Abandonou a boca do louro e desceu para o pescoço, lambendo e sugando a pele, roçando os dentes, mas sem deixar marca.

– Ahhh! – Soltou a boca do louro enquanto as suas mãos percorriam os cabelos de Sasuke. – Sasuke… outra vez?

– Por quê? Não queres? – As mãos debaixo da t-shirt de mexeram-se acariciando-lhe o peito e os abdominais tonificados criando um choque de prazer em Naruto.

– Já fizemos duas vezes, esta seria a terceira ronda esta noite. – Comentou Naruto. – Eu estou cansado. – Admitiu. Sasuke parou as carícias e fixou o seu olhar com o de Naruto.

– Uma vez que estamos no nascer do sol eu diria que esta era a primeira ronda da manhã. – Brincou o moreno colocando os seus lábios sobre os de Naruto ao mesmo tempo que deixava as mãos escorregarem para as calças do louro.

– Sasuke. Eu não estou a brincar. – Disse Naruto determinado e empurrando ligeiramente o namorado para o obrigar a parar.

– Claro, tudo bem. – Concordou Sasuke serenamente selando um beijo doce e terno com Naruto e retirando as suas mãos de dentro da roupa do louro. Mas esta acção fez Naruto ficar surpreendido.

– Não vais protestar? – Perguntou Naruto. Sasuke afastou-se ajeitando a própria roupa que Naruto, mesmo não se apercebendo, tinha amachucado e deitou-se no chão olhando para o louro achando aquela pergunta extremamente estúpida.

– Protestar? Quem pensas eu que sou? – Viu o louro ajoelhar-se ao seu lado. Lá em cima o céu aclarava à medida que o sol nascia e Sasuke julgou estar a olhar para um anjo, a tímida claridade fazia Naruto ficar ainda mais bonito.

– Tu és Uchiha Sasuke, que não desiste de nada. Que consegue tudo o quer. – Falou Naruto já com um tom mais apaziguador na voz.

– Sim, é verdade que consigo tudo o que quero. Mas eu respeito-te. Nunca faria nada contra a tua vontade. – Declarou. Naruto sorriu e inclinou-se para beijar Sasuke, que pelo caminho o puxou fazendo Naruto ficar deitado a seu lado. – Tu estás muito irritadiço! Mudas muitas vezes de humor. O que se passa? – Perguntou acarinhando a face do namorado. O louro fez uma careta. Ainda não estava habituado a demonstrações de afecto assim tão abertamente por parte de Sasuke. Sabia que Sasuke sempre fora muito querido, mas também sabia que aquele querido Sasuke podia virar um perfeito diabinho. – Tem haver com a morte de Iruka-sensei, não tem?

Naruto viu-se arrancado dos seus pensamentos por aquelas palavras. A dor no seu coração feriu-lhe o peito. Lembrou-se então que Sasuke tinha estado lá no momento em que Iruka-sensei tinha morrido, sabia que ele sabia que o sensei perdera a vida para o salvar. Se não fosse o seu pai adoptivo não poderia ter visto mais a cara de Sasuke, tão teria aquele carinho e aqueles braços à sua volta. Não teria toda a felicidade que tinha, e que iria ter no futuro. Era por aquele sacrifício que ele não queria chorar. Tinha que mostrar ao Iruka-sensei, estivesse a sua alma onde estivesse, que ele estava feliz. Mas era tão difícil fingir que aquilo não o magoava. Fingir que estava tudo bem quando não estava. Faltava Iruka-sensei para comer ramen. Faltava Iruka-sensei para o fazer sentir bem-vindo a casa.

– Naruto chora. – A voz de Sasuke saiu em tom de comando. Era uma ordem. Foi abraçado fortemente pelos braços do moreno, e sentiu-se sem forças para o afastar. – Chora. Se não chorares é como se estivesses a negar que o amaste.

Aquelas palavras foram a ruptura para o controlo e para os nervos de Naruto que agarrou-se ao peito de Sasuke e enterrou lá o seu rosto. Negar que amava Iruka-sensei, essa era a última coisa que queria. Iruka-sensei fora a primeira das pessoas a reconhecê-lo como pessoa e não como um monstro, como um ninja de Konoha e não como um demónio raposa. Ele fora um pai para si e talvez a primeira pessoa que Naruto realmente sentiu um profundo afecto. Então as lágrimas começaram a escorrer. Não queria nada daquilo. Não queria que Iruka-sensei tivesse morrido. Queria ter tido a possibilidade de dizer tantas coisas, ter a possibilidade de fazer tantas coisas com o sensei, mas a vida tinha-lhe roubado essa hipótese.

– Agora ele sabe que o amaste, como um filho ama um pai. – Falou Sasuke afagando os cabelos louros.

Naruto saltou para cima de Sasuke. As lágrimas tinham parado de escorrer, mas estavam suspensas no seu rosto. Beijou aflitivamente os lábios de Sasuke e de um modo um pouco brusco fez a sua língua encontrar-se com a do moreno. Agarrou nas mãos de Sasuke, que queria percorrer o corpo de Naruto, e prendeu-as no chão abaixo das suas longe do seu corpo.

– Naruto. O que é que estás a fazer? – Perguntou sentindo Naruto sugar a pele do seu pescoço.

– Não fales. – Pediu Naruto. – Deixa-me fazer o que quiser.

– Como queiras. – Acedeu Sasuke deixando-se ficar estendido no chão e deixando Naruto retirar-lhe a camisola preta de ponta traçada que trazia vestida. Deixo-o beijar o seu peito. Deixou-o fazer marca e exigir o seu corpo com sendo propriedade de Uzumaki Naruto. Deixou-o desapertar as calças e agarrar no seu membro despertando-o para outros prazeres. Deixou-o fazer endurecer até doer com a sua boca enquanto as suas mãos arrancavam ervas à terra.

Ficou parado controlando-se ao máximo para não agarrar no louro, deixando-o controlar toda a situação, sabendo ali que estava um pouco na posição de boneco sexual, mas gostando bastante daquela nova posição. Então lembrou-se de um pequeno pormenor… será que Naruto o tomaria para si, tal como ele fizera com ele nessa mesma noite e na primeira noite em que tinham estado juntos? Estaria preparado para se entregar a Naruto? Que estupidez, ele estava mais que preparado, mas antes que tivesse tempo de dizer isso a Naruto já, o louro se tinha livrado das próprias calças e se sentava sobre o seu membro, deixando Sasuke à beira da explosão ao sentir o seu pénis no interior quente e apertado de Naruto. Sem se conseguir controlar mais sentou-se e agarrou a cintura de Naruto e reclamou por um beijo.

Moveu-se rapidamente impondo o seu ritmo cada vez mais veloz cavalgando o membro de Sasuke de maneira atroz e fazendo-o gemer alto. Agarrou-se ao seu pescoço buscando apoio ao mesmo tempo. Precisava daquele contacto. Sentir-se um só com Sasuke. No fim abraçou-o com força e deixou-se explodir. Caíram os dois para o lado, completamente estafados. Houvera qualquer coisa desta vez mais intensa, com mais emoção e sentimento que os fez ir ao limite das forças.

– Sasuke, eu amo-te! – Declarou Naruto

– Eu sei!

– Pfff! É só isso que tens para me dizer? – Perguntou desiludido o louro.

– Que querias que eu dissesse?

– Um "Eu também te amo", por exemplo.

– Para quê? Eu sei que tu me amas, desde há muito tempo que sei disso! E tu sabes perfeitamente que eu te amo. – Afirmou puxando Naruto para um beijo arfante.

oOo

Escondida nas sombras uma pessoa agarrava-se ao próprio corpo. Sentia a mente bloqueada, como se tivesse sido atingida por um raio. A sua mente estava em negação. A garganta bloqueada por um nó queria gritar. Os tremores no seu corpo queriam dizer que precisavam de movimento. As palavras, os sons, as imagens torturavam o equilíbrio da razão. De olhos esbugalhados não via nada. Apenas permanecia quieta, em completo choque. Descobrir a verdade daquela maneira.

A verdade… a verdade sempre tinha estado à sua frente, ela apenas era demasiado cega para a ver. Ela que diziam ser uma boa observadora não tinha visto todos os sinais. Sasuke amava Naruto. E Naruto sempre amara Sasuke. Aqueles anos de perseguição… Sai e Juugo tinham-lhe dito… então eles sabiam e tinham percebido.

Agarrou a roupa acima do seu coração. Este estava acelerado e fazia doer. As lágrimas finalmente chegaram à sua cara. A mente começava a fervilhar de raiva. E foi essa raiva que a fez mover. Fugir dali. Tinha ido atrás de Naruto até ali, pois achava o seu comportamento muito estranho. Queria saber por que é que o louro estava sempre a desaparecer cada vez que chegava a sua vez de descansar trocar de turno. E ela recebera a resposta, embora fosse de longe aquela em que ela tinha pensado.

Agora sabia a verdade… o que é que ia fazer com ela? Por que é que se sentia tão traída?

….. No presente …..

Sasuke acordou completamente reconfortado. Estar no sítio certo, com a pessoa que amamos ao lado, e um cansaço abismal, eram os ingredientes para se conseguir uma noite de sono completamente ferrado e reparador. Mas a verdade é que não estava ninguém deitado ao seu lado, e a cama estava fria, o que lhe dizia que Naruto já se tinha levantado há algum tempo.

Esticou-se completamente na cama espreguiçando-se. Lá fora estava sol, os pássaros chilravam. Era possível sentir-se em paz, quando tinha o seu país na corda bamba entre a paz e a guerra? Sim, era possível. Aprendera a gozar o momento e não a pensar o que é que o futuro poderia a vir a ser, pois o futuro mudava a cada nova acção. Portanto, se de momento o ambiente que o envolvia era de paz, então ele desfrutava-o.

Levantou-se. Pelo silêncio da casa os filhos ainda estavam a dormir. Procurou Naruto pela casa e encontrou-o na sala adormecido sobre a mesa completamente cheia de papéis e pergaminhos. Mais uma vez o louro passara a noite toda acordado a procurar um indício que o levasse até à Montanha Deserta da Meditação. Ele fazia promessas e gostava de as cumprir, era a maneira de ser de Naruto. Mas fazia anos que ele procurava essa montanha e pouco ou nada tinha descoberto.

Sentou-se ao lado do marido e beijou-lhe a testa. Como era um anjo enquanto dormia. Era uma raposa muito calminha.



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