Bonito aquele dia estava. Flores desabrochando no início da primavera, o céu limpo como o azul que o mar reflete, a temperatura de longe agradável, tudo parecendo belo.
Segunda feira...
O dia estava para começar. Estudantes da escola de artes estavam se preparando para mais um dia de aprendizagem. Ângelo se arrumava para ir à escola, mas, já era tarde e estava atrasado. Escovando os dentes após o café da manhã o jovem universitário estava a pensar, muitas coisas passavam em sua cabeça e tudo se direcionava a uma coisa, a inspiração para criar. No caminho de sua casa até a escola, Ângelo sempre encontrava alguns amigos que o acompanhava até o local. O primeiro amigo que se encontrou fora James, uma de seus melhores amigos. O segundo, ou melhor, segunda a se encontrar fora Gabriela, sua melhor amiga. O terceiro amigo que esperava ver não deu as caras.
Seguindo o caminho para a escola onde ambos estudavam um assunto era tratado, eles falavam sobre os quadros que foram feitos no renascentismo cultural e uma de suas fascinações era Da Vince e Michelangelo (dois gênios da arte). De repente Ângelo se recordou de suas inspirações enquanto escovava os dentes e, então, resolveu compartilhar com seus amigos.
- Ei Gabi... – Ângelo.
- Sim Ângelo? – Gabriela.
- Sabe, eu queria abrir algo com vocês! – Ângelo.
- O que Ângelo? – Gabriela respondeu enquanto colocava seus cabelos longos atrás de sua orelha.
- Bem... Hoje de manhã enquanto eu escovava os dentes me surgiu uma inspiração enorme, de repente, me deu vontade de fazer uma obra inspirada em nós. – Ângelo disse entusiasmado.
- Você inspirado, Ângelo? Isso é uma novidade hahaha! – Disse James que debochava da criatividade do jovem.
- Sim James! Sei que não sou o aluno mais inspirado da faculdade, mas dessa vez me surgiu uma ideia. – Ângelo respondeu a James de forma aborrecida.
- Bom, conte mais sobre... – James.
- Antes vamos tirar uma foto juntos... – Ângelo
Ângelo pega seu celular, desbloqueia a tela e aciona a câmera.
- Bem... Juntem-se aqui. – Ângelo
Os amigos do jovem se juntam com ele e com um simples clique uma foto é tirada. Ângelo fica contente com a bela foto. Minutos depois de tirar a foto Ângelo chega a escola ao lado de seus amigos. A escola tinha uma paisagem encantadora e inspiradora. Na parte de trás havia um lindo jardim florido próximo a um lago de águas cristalinas. Aquela paisagem era relaxante. Todos os dias o professor de pintura levava seus alunos para este local privado da escola e passava a tarefa de reproduzir perfeitamente aquele local da forma que viam. Ângelo por algum motivo via aquele local de uma forma diferente. Via uma paisagem sombria e sem vida, mas, ainda se sentia relaxado com aquilo, para ele a vida se refletia naquilo. Seus amigos debochavam de sua arte depressiva, mas isso não o incomodava, nada o incomodava.
Certo dia Ângelo foi até seu professor de pintura e perguntou se podia fazer um trabalho privado no qual estava inspirado a um tempo. Obtendo sim como resposta, Ângelo levou um dos cavaletes e uma das telas que havia ali para sua casa.
Dias depois...
O trabalho de Ângelo se inicia. A foto que havia tirado com seus amigos é o objetivo. Reproduzi-la em uma tela foi o que lhe deu inspiração. O esboço foi iniciado, traços precisos com o lápis, detalhe a detalhe contornado, a paisagem cobrindo o fundo, solo em asfalto, cada detalhe da roupa, tudo começava a parecer perfeito.
Ângelo por sua vez começou a se dedicar de corpo e alma ao quadro, logo começou a faltar a aula, depois ficou trancado por dias em seu quarto e sem alimento começou a emagrecer drasticamente. Depois de dias sem comer Ângelo acabou no hospital com o diagnostico apontando coma. Sua irmã mais velha havia encontrado o mesmo desmaiado após ouvir um barulho vindo do quarto. Gritos de Angel (irmã de Ângelo) ecoavam pela casa vazia que apenas os irmãos viviam. A irmã relata o acontecimento detalhadamente para o policial que estava checando fatores que levaram o desmaio de Ângelo.
- Ei jovem... Você é irmã dele, correto? Poderia me contar o que houve com ele e como o encontrou? – O policial a questionou diretamente.
- Oh! Sou sim. Posso sim... Bom... Por onde começo? Já sei! Eu estava preparando o almoço antes do entardecer de hoje, fazia alguns dias que não via o rosto de Ângelo, mas isso era normal, pois nossa relação familiar não é algo tão próxima, enfim, eu achava que gradativamente ele ia até a cozinha se alimentar, mas não, ele não saia do quarto. Sinceramente ele estava fedendo e seu físico mudou drasticamente, mas voltando. Eu estava preparando o almoço e de repente ouvi um barulho de algo caindo e o barulho vinha do quarto de meu irmão, corri até lá para ver o que tinha ocorrido, mas o quarto se encontrava trancado, então, fui até a cozinha pegar o molho de chaves reservas de todos os cômodos da casa, depois me dirigi até o quarto de Ângelo e o abri. Foi horrível vê-lo daquele jeito, logo depois disso esperei o desespero passar e chamei a ambulância o mais rápido possível e agora estamos aqui. – O relato de Angel.
- Interessante... Muito interessante... Bom, obrigado por esclarecer, pelo visto nada grave ocorreu e não há nada para ser investigado hahaha. – O policial disse de forma intrigante.
- Disponha, oficial, é um prazer ajuda-lo! – Angel diz com um sorriso inocente no rosto.
To be continued...
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