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História A Fera - Capítulo Único


Escrita por: Josie_

Notas do Autor


Imagem meramente ilustrativa.

Esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.

Os personagens e incidentes retratados e os nomes usados são fictícios, e qualquer semelhança com o nome, o personagem, ou história de qualquer pessoa é mera coincidência e não intencional.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction A Fera - Capítulo Único

A Fera

Benjamin é morador uma pequena aldeia no interior, sempre em busca de aventura. Ele sai de sua casa com um arco e flechas preso nas costas e anda pelas ruas cantarolando.


Benjamin: 
Tudo é igual nessa minha aldeia.
Sempre está nessa mesma paz.
De manhã todos se levantam,
Prontos pra dizer...


Aldeões:
Bonjour! Bonjour!
Bonjour! Bonjour! Bonjour!

 

Os aldeões saem de suas casas tomando as ruas se cumprimentando.


Benjamin:
Vem o padeiro com os seus assados,
Com pães e bolos pra ofertar.
Todo dia é assim,
Desde o dia em que eu vim,
Pra essa aldeia do interior.

 

Padeiro: - Bom dia, Benjamin!

Benjamin: - Bom dia!

Padeiro: - Aonde vai?

Benjamin: - Caçar na floresta. Ver o que temos para hoje. 


Aldeões:
Temos aqui um rapaz estranho,
Tão distraído ele vai.
Não se dá com o pessoal,
Pensa que é especial.
Chega a ser tão engraçado nosso Benjamin.

 

Sarah, a namorada de Benjamin, sai de uma loja de artigos de beleza e o avista na rua.


Sarah:
Desde o momento em que eu o vi, eu disse:
Não há ninguém melhor pra mim.
Eu vi logo que ele tinha,
A beleza igual a minha,
E é por isso que casar com ele eu decidi.

 

Sarah segue Benjamin e passa por três irmãos gêmeos, que suspiram.


Irmãos:
Lá vai, a Sarah. Ela é sublime.
Senhorita Sarah, tão bonita.
Quando ela passa, eu fico arfando.
É linda, é rica, e é comprometida.

 

Sarah tenta alcançar Benjamin, desviando dos aldeões.


Benjamin:
A vida aqui nunca vai mudar.

Sarah:
Eu quero que ele me leve para o altar!

Aldeões:
Nós nunca vimos um rapaz tão estranho.
Ele é tão especial.
Nem parece que é daqui.
Pois não se adapta aqui.
Esquisito como ele é,
Não tem ninguém só ele é.
Mas todo mundo diz que diferente,
Ele é.

 

Benjamin chega ao final da aldeia e encontra Leonard, seu melhor amigo. Sarah vem em seguida.

Leonard: - Olha! Lá vem sua noiva.

Benjamin: - Ai não.

Sarah: - Oi amor! – ela lhe dá um beijo.

Benjamin: - Oi.

Sarah: - Quando você vai pedir a minha mão em casamento para meu pai?

Benjamin: - Logo.

Sarah: - Por que não agora? Ele está bem ali.

Benjamin: - Ah... Agora não dá. Eu vou caçar um pouco na floresta.

Sarah: - Eu não gosto que você fique caçando na floresta. É muito perigoso.

Benjamin: - Não se preocupe, não vai acontecer nada. – ele dá um beijo na testa dela e sai andando com Leonard – Tchau.

Leonard: - Por que você não gosta dela? É a moça mais bonita da aldeia e filha do homem mais rico e poderoso daqui.

Benjamin: - Eu sei, ela é bonita, e convencida, egoísta, metida... Eu quero alguém diferente, e mais do que essa vida do interior. – Leonard revira os olhos.

Eles se despedem e Benjamin vai para a floresta a cavalo, enquanto desabafa com si mesmo.


Benjamin:
Quero viver num mundo bem mais amplo,
Várias aventuras para ter.
E o que eu mais desejo encontrar,
É alguém para me acompanhar.
Há tantos lugares para explorar.

 

Ele entra na floresta e procura alvos, sem perceber, vai longe demais. Anoitece, e Benjamin se perde. Lobos começam a se aproximar dele o cercando. Benjamin tenta fugir, mas é atacado. Ele perde o controle do cavalo que o joga no chão e foge. Os lobos pulam em cima dele e o mordem.

De repente, ele vê alguém surgir do nada e começar a expulsar os lobos. Após todos os lobos irem embora, Benjamin está muito machucado, com feridas abertas nos braços, pernas e na cabeça. Ele só consegue ver a silhueta de quem lhe salvou e desmaia.

Benjamin acorda em uma casa de madeira, com panos em seus machucados. Ele está em uma cama do que parece ser o quarto de cima. Minutos depois, alguém de capa e capuz cobrindo totalmente o corpo e o rosto, aparece segurando uma vasilha com sopa. Entrega-lhe a vasilha, ele vê sua mão coberta de pelos e com garras. Ela esconde rapidamente sua mão e sai correndo.

No dia seguinte, a que lhe salvou volta para o quarto e lhe entrega uma bandeja com o café da manhã. Antes de ela sair, Benjamin diz.

Benjamin: - Espera! Quem é você?

Ela para de andar e fica imóvel de costas para ele.

Benjamin: - Tire o capuz.

Ela: - Não vai querer olhar para mim. – diz com a voz baixa e rouca.

Benjamin: - Por favor.

Ela se vira lentamente e tira o capuz, Benjamin pode ver sua aparência monstruosa. Ela desce as escadas até o andar de baixo e encosta na parede. Seu coração começa bater rápido, como quando ela está caçando, mas agora era diferente, ela está parada, quase consegue ouvir seu coração batendo cada vez mais forte. Sua respiração começa a ficar ofegante. Não sabia o que estava acontecendo. Ela nunca tinha visto outra pessoa além de seus pais. Não sabia o que era, mas de um modo estranho era bom e assustador.

Poucos dias depois, Benjamin começa a se curar de seus ferimentos e consegue sair da cama e andar.

Benjamin: - Como posso chamá-la?

Ela então viaja em suas lembranças de seus pais. Eles nunca lhe contaram como poderia desfazer a maldição, não queriam que ela se aventurasse pelo mundo em busca de um amor impossível. Sempre a esconderam na floresta, protegendo-a de tudo e todos. Ela visualiza sua mãe com os braços esticados enquanto ela dava seus primeiros passos. Sua mãe a pega no colo e a gira enquanto diz: “Minha pequena Fera”.

Ela volta para a realidade.

Ela: - Pode me chamar de Fera.

Vários dias passam, os dois, obrigados a conviver juntos, se tornam próximos. Benjamin sempre tentava puxar assunto com Fera, mas ela sempre fugia dele.

Certo dia, Benjamin já totalmente recuperado de seus ferimentos, observa a prateleira de livro da Fera na sala.

Benjamin: - Você tem muitos livros. Eu adoro esse! – ele pega um livro – O Rei Arthur, gostaria de ler de novo. Quer ler para mim?

Fera: - Ah não, melhor você.

Benjamin: - Não você. – ele diz lhe entregando o livro.

Fera: - NÃO. – ela derruba o livro no chão – Acho que me esqueci como se ler, faz muito tempo.

Benjamin: - Bem, esse livro é perfeito para ler em voz alta. – diz enquanto pega o livro - Venha, sente-se ao meu lado.

Ele senta no sofá, Fera senta ao lado dele um pouco distante. Benjamin começa a ler o livro, Fera acompanha com atenção.

Benjamin: - “... sem saber que aquela era efetivamente a legendaria espada conhecida como Escalibu, Arthur tentou arrancá-la da pedra. Na primeira tentativa não conseguiu nada, tentou uma segunda vez, mas a espada não cedeu, no entanto na terceira tentativa, Arthur arrancou a espada da pedra... ”

Fera: - Então isso significa que ele é o rei! – ela diz animada se levantando o sofá.

Benjamin: - Espere e verá.

Fera: - Eu não sabia que os livros podiam fazer isso.

Benjamin: - Fazer o que?

Fera: - Me transportar para lugares distantes e me fazer esquecer por um instante... Quem eu sou... – diz triste olhando para sua mão cheia de pelos e garras – O que eu sou. – ela senta na outra ponta do sofá.

Benjamin: - Sabe, nós temos algo em comum.

Fera: - O que?

Benjamin: - Na aldeia de onde eu vim, as pessoas me acham estranho.

Fera: - Você?

Benjamin: - Sim. Por isso eu sei o que é sentir-se diferente. – ele diz se aproximando dela – Eu também conheço a solidão.

Ele coloca sua mão em cima da mão da Fera no sofá. Ela observa e sente a sensação boa de toque físico. Benjamin continua ler o livro.

Benjamin: - “... na terceira tentativa, Arthur arrancou a espada da pedra, na multidão surgiu uma grande proclamação: Arthur é o rei.”

Fera: - Eu sabia. – ela encosta-se ao ombro de Benjamin e os dois passam horas lendo juntos.

Anoitece, Fera adormece ao lado de Benjamin, ele a pega no colo e a leva para o quarto dos pais dela, onde ela estava dormindo, já que Benjamin estava em seu quarto. Ele a coloca na cama, a cobre com a coberta e sai, mas não entes de alisar seu rosto.

Na manhã seguinte, Fera desce as escadas e vai para a cozinha. Benjamin prepara o café da manhã. Enquanto comem ele diz.

Benjamin: - Quero agradecer por ter salvado minha vida. Daria-me a honra de jantar comigo esta noite?

Fera aceita sem muita certeza. Ela vai até um baú no quarto de seus pais, onde estão guardados roupas de sua mãe, pega um vestido azul e veste.

De noite, Benjamin leva Fera para fora da casa com uma cesta com comida.

Fera: - Onde estamos indo?

Benjamin: - É uma surpresa.

Após atravessarem a floresta,  eles chegam até uma cachoeira iluminada por vaga-lumes e jantam.

Benjamin: - Onde estão seus pais?

Fera: - Adoeceram e morreram há alguns anos.

Benjamin: - Você sempre viveu na floresta?

Fera: - Sim. Uma feiticeira era apaixonada pelo meu pai, mas ele a via só como amiga. Quando ele se casou com minha mãe, ela não suportou e lançou a maldição em mim.

Fera olha para longe e se lembra de seus últimos momentos com os pais anos atrás.

A mãe e o pai de Fera estão deitados na cama aguardando seus momentos finais.

Pai: - Temos que contar a ela como quebrar a maldição. – diz enquanto Fera não está no quarto.

Mãe: - Não.

Pai: - Temos que dar a ela a chance de pelo menos tentar.

Mãe: - Eu disse não.

Pai: - Ela nunca conhecerá o amor.

Mãe: - E também nunca terá seu coração partido. Se você contar, eu nunca vou te perdoar.

Pai: - Como quiser querida.

Fera entra no quarto.

Mãe: - Filha, me prometa que nunca sairá dessa casa, que nunca se colocará em perigo, me prometa?

Fera: - Eu prometo.

Pai: - Nós te amamos!

Fera: - Eu também amo vocês. – ela deita entre os dois e aguardam seus últimos suspiros.

De volta ao tempo atual.

Benjamin: - Quer dançar comigo?

Fera: - Ah... Não... Eu não conseguiria.

Benjamin: - Alguém que enfrenta lobos, com certeza consegue dançar comigo. Vamos? – ele diz com a mão esticada, Fera aceita.

Benjamin a ensina a posição e começam a dar pequenos passos, a Fera olha para os pés. Ele ergue sua cabeça e aceleram o passo rodopiando. Quase conseguem ouvir a música em suas mentes.

Ele desacelera o passo e acaricia a face da Fera. Benjamin aproxima seu rosto dela. Mas antes de se tocarem, Sarah aparece.

 Sarah: - Benjamin? Ainda bem, você está vivo. – ela vai até ele e o abraça. – Onde você estava? Estamos te procurando há tempos. O que é isso?

A Fera dá um rosnado, avança em Sarah e foge.

Sarah: - É perigoso?

Benjamin: - Não. Você a assustou.

Sarah: - Venha, vamos para casa.

Benjamin volta para a aldeia com Sarah. Ela conta aos outros aldeões sobre a Fera.

Sarah: - Era horrível, com presas e garras afiadas.

Benjamin: - Não. Ela não machucaria ninguém.

Sarah: - Ela? Você fala daquilo como se sentisse alguma coisa por aquele mostro.

Benjamin: - Ela não é um mostro Sarah. Você é. – ele diz e sai.

Sarah fica furiosa e pede para o pai mandar homens para matar a Fera. Assim é feito. Leonard conta para Benjamin que sai desesperado.

Enquanto isso, Fera volta para sua casa na floresta, ela se joga no chão e chora. Como pode achar que alguém pudesse amar uma fera. 

Fera:

Eu tinha tudo do melhor

Em mim sempre confiei

Não precisava de mais nada e mais ninguém

De tanto eu me privei


A dor parece me romper

Por mais que eu tente me afastar

Ele invadiu sem dó meu pobre coração

E veio pra ficar


Nunca mais eu vou ser livre

Já não sei o que esperar

Ele trouxe um mundo novo

E eu não posso mais voltar


Só me resta a noite escura

Aprendi que essa é só

Eu finjo que ele está aqui

Pra revelar o meu melhor


Os desafios do amor

Roubaram toda a minha paz

Embora eu tente me enganar e me iludir

Eu já não sou capaz


Nunca mais eu vou ser livre

O que eu era se partiu

Hoje eu reconheço em mim

Alguém que ele descobriu


Só me resta a noite escura

Um futuro sem amor

Eu não mereço outro fim

Por que ele nunca foi pra mim

Eu vou viver pra sempre assim

Uma vida só de dor


Os homens chegam até a casa da Fera, ela ouve eles se aproximando e corre para o quarto de cima. Eles entram na casa e a procura. Ela sai pela janela do quarto e sobe em uma arvore. Mas, uma flecha a acerta nas costas, ela cai no chão. Os homens vão embora com o serviço feito. A Fera agoniza, Benjamin chega.

Benjamin: - Fera. Não. – ele se ajoelha ao lado dela e a segura nos braços.

Fera: - Benjamin... – ela diz com dificuldade.

Benjamin: - Calma. Tudo vai acabar bem.

Fera: - Pelo menos, pude ver você pela última vez.

Benjamin: - Não diga isso, por favor, não morra. – ele diz segurando o rosto dela perto do dele – Eu Te Amo. – ele a beija, mas os olhos dela já estão fechados, ele chora a abraçando.

De repente, varias luzes envolvem o corpo dela, seus pelos, presas e garras desaparecem, seu cabelo antes crespo fica liso e por fim ela se transforma em uma bela jovem.

Ela acorda nos braços de Benjamin. Os dois se levantam, ela olha para seu corpo, sorri sem nem acreditar no que vê e abraça Benjamin.

Na aldeia, os dois caminham felizes de mãos dadas.

Benjamin: - Como devo chamá-la agora?   

Ela: - Eu não sei. Nunca me deram um nome.

Benjamin: - Então, vou chamá-la de Bella. – Eles se beijam.

Os dois sobem em um cavalo e partem rumo ao horizonte, em busca de aventuras pelo mundo. 

 


Notas Finais


Se for NEGATIVO, não deixe nenhum comentário.

Música: Nunca mais - Bela a Fera 2017


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