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História A Fight For Us - Sad. Beautiful. Tragic


Escrita por: SkyWithDiamond

Notas do Autor


Olá,
Então, só quero esclarecer umas coisinhas no primeiro capítulo. A fanfic será minha versão da s05, claro irei puxar o romance supercorp, mas vou tentar ao máximo seguir algumas novidades que já saiu sobre a próxima temporada.
Boa leitura

Capítulo 1 - Sad. Beautiful. Tragic


Fanfic / Fanfiction A Fight For Us - Sad. Beautiful. Tragic

Porque a verdade é que… Eu nunca vou deixar de lutar por Lena, eu nunca poderia deixar de lutar por nós. 

Ela olhava para o reflexo naquele mediano espelho acima do lavatório, a mesma face, a mesma perfeita estrutura, porém seu olhar era diferente de qualquer outro dia rotineiro, a mudança havia chegado como um soco inesperado, como uma manhã fria sem um aviso no dia anterior. Naquele processo da noite para o dia, tudo havia mudado e, por mais que estivesse ansiosa para aquele novo começo, ela também não negava seu tamanho medo. Seu coração continuava o mesmo, seus ideais permaneciam centrados, sua luta era a mesma, porém ela não conseguia repetir o mesmo sorriso de todas as manhãs diante daquele espelho, por um segundo de incerteza ela se perguntou o que havia de errado, mas ela já sabia o que era.

— Você consegue fazer isso, Kara - disse olhando para seu reflexo ao espelho.

Kara respirou fundo e depois do que parecia uma eternidade, a loira saiu do banheiro e passando pelo quarto chegou até a sala. 

Ao ver sua irmã, Alex abriu a boca em surpresa, o café em sua mão podia esperar um pouco mais ali, a Diretora ainda se deixava surpreender com o novo visual da repórter, a franja era algo que ela não via desde que Kara chegara à residência das Danvers anos atrás.

— Eu gostei — admitiu com um sorriso, Kara tentou sorrir, mas ainda parecia difícil fazer isso — Ei, está tudo bem? — Alex entregou seu café para Kara, porém a repórter negou.

Alex observou a irmã pegar a bolsa no sofá e procurar por seu celular ali, Kara olhava para a tela acesa como se esperasse por algo, como se ansiasse por um simples retorno.

Alex já imaginava o que poderia está tirando o sorriso angelical e esperançoso de sua irmã, há três meses e alguns dias ela via aquela repetição de silêncio toda manhã que surpreendia sua irmã antes de um dia de trabalho, a verdade era que desde o término da luta com Lex, tudo havia mudado. Kara havia mudado, Lena havia mudado… Não precisava ser um gênio como Brainy para saber que a CEO favorita daquele grupo estava cada vez mais se afastando de todos e ninguém sabia o real motivo, eles tentavam se apegar na desculpa que Lena sempre dava: “Estou ocupada”, “Há muito trabalho aqui”, “Tenho uma reunião”, “Foi uma viagem de última hora”, “Eu sinto muito, mas não vou poder comparecer a noite de jogos”, “Quem sabe um outro dia”. Todos eles sentiam aquela mudança, contudo, Kara era a única que passava noites em claro pensando em tudo, pensando em Lena.

— Ela ainda está em Silicon Valley? — questionou Alex não sabendo ao certo se sua voz seria capaz de despertar Kara.

— Eu não sei — Kara guardou o celular na bolsa e virou para sua irmã, a repórter sorriu e Alex viu os olhos marejados sem razão alguma — Provavelmente ela deve está ocupada com tudo e eu, eu só

— Ei, é de Lena que estamos falando. Sua melhor amiga — afirmou usando cuidadosamente suas palavras para não deixar nenhuma lágrima escapar dos olhos de sua irmã — Hoje é um grande dia para você, Lena não perderia isso por nada.

O sorriso orgulhoso apareceu no rosto de Alex, ela não conseguia evitar se orgulhar de mais uma conquista de sua irmã. Ela lembrou de como Kara entrou pela sua janela e voou pelo pequeno apartamento porque sua animação era enorme para pôr seus pés no chão, ela lembrou do sorriso enorme, da gargalhada que ecoava em seu humilde apartamento, ela lembrou de como Kara a abraçou forte quase usando sua força sobrenatural, e como as palavras soaram como música vindo de Kara, ela iria receber um dos prêmios mais importantes do jornalismo por conta de seu trabalho ao expor o plano de Lex Luthor, Alex pôde jurar que nunca viu sua irmã tão feliz e empolgada com algo, era no mínimo estranho ver aquela versão de Kara perdida em uma mágoa pessoal.

— Ei, você acha que pode se atrasar um pouco? Brainy e eu temos algo que gostaríamos de mostrar a você — Kara pareceu curiosa e Alex deu de ombros — Foi um trabalho em grupo, você pode ver isso como um presente.

Alex ofereceu sua mão e Kara aceitou.

Ela nunca havia feito aquilo.

Kara nunca havia deixado Alex perder seu tempo em uma viagem onde elas simplesmente poderiam voar e está no segundo seguinte em qualquer lugar, porém se deixou experimentar a adrenalina que Alex sentia. 

Alex pilotava sua moto indo um pouco mais rápido do que o costume, Kara sentia o vento no rosto, ela podia sentir os cabelos bagunçando, ela se recusava a aceitar o capacete de sua irmã e fazia daquele momento único uma nova experiência, a loira fechou os olhos e abriu os braços quando a pista já estava livre apenas para Alex seguir, um sorriso finalmente apareceu em Kara naquela manhã ensolarada de National City, talvez mudar não fosse tão terrível assim.

A viagem não demorou como Kara imaginava, porém a parada final também não era o que Kara estava esperando. Alex estacionou sua moto e gargalhou quando viu os cabelos bagunçados de sua irmã, a ruiva se aproximou e penteou com seus dedos os finos cabelos recém cortados.

— Você vai se acostumar — respondeu quando Kara balançou a cabeça na tentativa de endireitar a franja — Vem, J’onn está nos esperando.

As duas caminharam para o escritório do homem, provavelmente ele havia aberto mais cedo para aquela ocasião especial a qual Kara estava ansiosa demais.

Assim que Alex abriu a porta do escritório, Kara viu J’onn com um enorme sorriso e Brainy começando a bater palmas. Alex e J’onn acompanharam Brainy na parabenização e a loira sorriu logo levando as mãos ao rosto tentando cobrir sua timidez, J’onn se aproximou e abraçou a jovem companheira.

— Você não tem ideia do quão orgulhoso eu estou de você, Kara — afirmou soltando-se do abraço, ele percebeu o novo visual e sorriu ainda mais — Eu gostei.

— Esse é um novo disfarce? — indagou Brainy ainda incerto do motivo da mudança — Como você vai esconder o novo visual quando estiver como Supergirl? 

— Brainy! Agora não — repreendeu Alex fazendo o amigo se calar.

J’onn entregou um buquê de flores e Kara sentiu suas bochechas arderem em timidez, Brainy pegou a caixa de donuts e abriu mostrando os diversos sabores que haviam ali.

— Eles fizeram um “S” nesse aqui — apontou para a cobertura azul e a letra em vermelho — Mas não se preocupe, eles acham que sou apenas um fã e não um amigo que sabe a real identidade de Supergirl — afirmou em um sussurro.

Kara gargalhou e aceitou o donut personalizado.

— Vocês não precisavam se incomodar, mas obrigada — agradeceu ainda se sentindo envergonhada por ser o centro das atenções.

— Na verdade não viemos aqui só para as flores e os donuts.

Alex olhou para Brainy e o garoto concordou, o jovem voltou com uma caixa mediana e rasa. Alex se aproximou do amigo, e J’onn permaneceu olhando para Kara, ele gostaria de ver sua reação.

— Quando Lena salvou sua vida usando aquele uniforme, eu fiquei pensando em algumas possibilidades, eu ainda não sei como você consegue lutar e voar por aí sem se preocupar com aquela saia — Alex pôs sua mão na tampa da caixa e olhou para a irmã — Lena me ajudou com a parte da resistência, em como o uniforme pudesse ficar um pouco mais resistente levando em conta possíveis lutas contra aliens e meta-humanos. Então Brainy e eu colocamos a mão na massa — Brainy franziu o cenho em confusão.

— Mas não usamos esse elemento na produção — corrigiu a fala de Alex, mas a diretora ignorou.

— Espero que você goste — Alex tirou a tampa e mostrou o que havia ali.

Kara deixou as flores e o donut sobre a mesinha ao lado de J’onn e olhou para aquele tecido, a mulher tocou no símbolo e tirou a peça de roupa da caixa. O uniforme encheu os olhos de Kara em uma animação imediata, já não havia a saia da garota de aço e sim calças que facilitaria suas lutas, seus voos, absolutamente tudo. A capa permanecia como um manto sagrado, o “S” continuava para levar esperanças àqueles que a seguiam, Kara estava sem palavras. A loira abraçou Brainy e Alex ao mesmo tempo, a ruiva sentiu um alívio ao ver que conseguiu trazer um pouco de alegria aquela pobre alma.

— Eu amei! — disse animada ainda presa ao abraço com os amigos.

Quando Kara saiu do elevador e pôs os pés onde tudo começou, ela ouviu o barulho conhecido, seus colegas se levantaram para aplaudi-la, a repórter se sentiu minúscula no meio de tantos rostos conhecidos, até mesmo Snapper estava ali, sua feição não era carrancuda como ela estava acostumada, ela conseguia ver a ponta de orgulho escondida naqueles olhos inexpressivos, o homem cumprimentou a mulher com um balançar de cabeça sutil e voltou para sua redação. Kara olhou para o lado e viu James sorrindo para a amiga, ela viu Nia ao lado de um dos colegas, James se aproximou e ficou ao lado de sua amiga de longa data.

— Hoje é um grande dia para uma das nossas colegas — afirmou James parando os aplausos — Eu sei que fizemos a mesma coisa quando foi anunciado seu nome, mas não podemos deixar de, mais uma vez, parabenizá-la, Kara — James olhou para a jovem ao seu lado e sorriu, ele apostava todas suas fichas que Clark estava tão orgulhoso quanto ele — Como amigo e chefe, eu quero que sabia o quão orgulhoso eu estou de você, eu vi você crescer como profissional e se tornar uma das melhores repórteres do nosso time.

— James… 

— Mais uma salva de palmas para Kara! - pediu, as palmas vieram assim como o abraço do guardião — Eu acho que você vai querer dar uma olhada na sua mesa, e a propósito, gostei do visual — sussurrou soltando sua amiga.

As palmas acabaram e Kara seguiu para seu lugar enquanto agradecia aos colegas ao passar por eles.

Kara parou diante da sua mesa e viu as os vários vasos e buquês de flores, um enorme sorriso apareceu em seu rosto ao lembrar da última vez em que seu espaço havia sido lotado por flores, sem ouvir o aviso de Nia, Kara se aproximou e procurou os cartões em cada ramo diferente. Lucy, Lois, Clark, Sam, Eliza, Kelly, até Cat havia enviado uma daquelas flores, alguns outros colegas, havia até mesmo um buquê com um cartão escrito à mão por Perry White, nele havia uma breve parabenização e seu número, ele queria entrar em contato com a brilhante repórter. Kara procurou em cada uma das flores, mas já não havia nenhum outro cartão, nenhum outro nome. Nia observava a animação de sua mentora se tornar em uma gradativa tristeza.

— Eu gostei da franja — comentou Nia parando Kara de procurar por algo que não estava ali — Combina com você.

Kara forçou um sorriso, e não foi complicado para Nia entender que a mulher não estava em um bom dia, talvez estresse pela premiação.

Seu dia passou tão rápido quanto ela esperava, não houve nenhum chamado para Supergirl, talvez Alex estivesse segurando as pontas naquele dia. A cada novo colega que passava por sua mesa parabenizava Kara, a mulher sorria em agradecimento toda vez. Ela mal conseguia se concentrar em seu próprio discurso que não havia saído da segunda linha, sua atenção ia para o celular toda vez que vibrava sobre a mesa, sua ansiedade era logo desfeita a cada vez que um outro nome aparecia na tela e não era quem imaginava.

Kara lembrou da última noite de jogos em que Lena participou, havia sido logo ao final da confusão com Lex, ela lembrou da única palavra importante naquela noite inteira e a atormentava todas as noites, Lena afirmou que sempre estaria ali por Kara, a repórter se perguntou quando sua amiga havia se perdido na própria promessa.

Kara estava preparada para conversar com Lena ao final daquela noite, ela contaria para Lena sua verdade e lidaria com seja lá qual for a consequência, mas Alex estava certa, Lena havia passado por muita coisa naquele dia, ela não precisava de mais uma decepção, então os dias que se seguiram foram uma pequena brecha e a cada decisão de Kara em contar, Lena estava sempre ocupada, Lena se fazia ocupada, Lena se deixava distanciar cada vez mais e Kara percebia isso, porque ela sentia que aos poucos estava perdendo algo de si.

Kara voltou a realidade e decidiu que não era o momento para “e se”, a repórter nem ao menos procurou o número de Lena, ela teclou cada número sabendo exatamente quais a ligaria até a amiga. As lentas chamadas faziam o coração de Kara apertar a cada novo som, quando a única alternativa foi a caixa de mensagens, a repórter aceitou.

— Hey Lena, sou eu de novo, Kara — Kara girou sua cadeira não querendo que os colegas a encarasse — Eu só quero saber se você recebeu o convite para a minha premiação, ela vai acontecer hoje e… — seja forte Kara — É um dia importante, eu queria que minha melhor amiga estivesse aqui por mim… Na verdade, não apenas na premiação… Hum… Você provavelmente deve está ocupada, desculpa incomodar — Kara hesitou quando lembrou da última vez em que viu sua amiga — Eu sinto sua falta Lena. Sinto falta de nós…

Kara desligou a ligação e suas últimas palavras repetiram em sua mente: “falta de nós”, a repórter não sabia ao certo porquê havia usado tal confissão, talvez o cansaço a deixou assim, incerta.

A loira procurou a última foto daquela amizade, Nia havia capturado aquele momento de Kara e Lena argumentando sobre uma resposta errada no jogo de amigos, mesmo repreendendo Kara, Lena mantinha um sorriso na imagem congelada. Kara sorriu ao rever aquela cena.

— Sinto falta de nós — repetiu para si.

Já ali, no Surrey City Hall Plaza, Kara seguiu pelo teatro como uma tímida presa se esquivando dos grandes nomes que estavam ali naquela premiação, a mulher encontrou seu assento e ao seu lado estava Alex. Os convidados da repórter estavam há algumas poltronas, um pouco longe, porém conseguiriam ver com nitidez a figura conhecida quando ela subisse ao palco. 

Kara sentia seu estômago revirar, era impossível, ela sabia, mas a sensação estranha de nervosismo trazia uma parte humana para si e ela não sabia se estava confortável com isso. Alex levou sua mão até a da irmã passando algum tipo de conforto.

— Ela não veio — Kara sorriu mostrando que estava tudo bem, mas ali era Alex, ela não conseguia enganar a mulher — Eu procurei por todo o lugar, ela não veio — Kara não iria chorar, não quando estava prestes a ser o centro das atenções.

— Kara…

— E se… — disse negando, ela sabia que a cada palavra seria mais difícil — Alguma coisa aconteceu, Alex. Eu sinto, eu sinto que algo aconteceu, e cada vez que esse pensamento se torna mais repetitivo, eu tenho medo de que Lena esteja em perigo, que talvez Lillian ou um outro alguém tenha conseguido de alguma forma atacá-la e

— Respira, Kara — Alex abriu sua carteira e entregou um lenço para a irmã, ela sabia que iria precisar — Lena está bem, ela só deve está ocupada demais, você sabe que quando ela entra em algum novo projeto ela leva isso a sério. Então, não entre nesse caminho, é uma pena ela não poder chegar a tempo, mas eu tenho certeza de que ela está orgulhosa de você.

— Eu não dou a mínima se ela está orgulhosa de mim, Alex. Eu só preciso saber se ela está bem.

As luzes do teatro se apagaram e, de repente, Alex perdeu o momento em que uma lágrima escapou de um dos olhos de sua irmã. Kara imediatamente enxugou a lágrima com o fino lenço e deixou sua atenção no apresentador da noite, a repórter fechou os olhos por um momento tentando acalmar todo seu nervosismo e medo.

Era algo mecânico, sua reação era baseada na imitação dos outros, a cada prêmio entregue, Kara seguia com o sorriso e as palmas mesmo sem saber exatamente qual prêmio estava sendo entregue, ela queria apagar qualquer preocupação, ela queria está aproveitando aquele momento como achava que estaria quando recebeu a notícia, mas aquela premiação não estava fazendo-a sentir tão importante quanto imaginava.

— Kara, o que está fazendo? — sussurrou Alex mantendo o sorriso enquanto os aplausos se repetiam — Eles chamaram seu nome — avisou e foi quando Kara despertou.

A repórter sorriu e levantou no mesmo segundo, as palmas abafavam seus pensamentos enquanto ela subia aqueles largos degraus tentando não cair em nenhum deles. Alex levantou para aplaudir e não percebeu que seu ato levou aos outros a fazerem o mesmo, quando Kara finalmente parou diante o púlpito, percebeu quantas pessoas realmente estavam ali, os convidados se sentaram e naquele momento caiu a ficha de que era real.

Ela havia percorrido a jornada onde começou como uma simples assistente para a garota que expôs a nociva aliança envolvendo Lex Luthor e o líder do país, ali diante de cada peça importante no jornalismo do país ela viu a mudança, em quatro anos cresceu de uma forma dolorosa, porém com aprendizados.

A falta de palavras fez Alex temer o que poderia está acontecendo com sua irmã, a ruiva podia ouvir os sussurros comentando sobre o silêncio de Kara.

— Vamos lá, Kara — sussurrou Alex para si.

Kara sorriu e tocou na lateral de seu óculos.

— Eu ainda não acredito que isso está acontecendo, provavelmente vou acordar a qualquer momento — o primeiro comentário de Kara fez o público gargalhar, Alex sentiu o alívio com aquelas aquelas palavras — Quando eu comecei a escrever “Lex Luthor Contra America”, eu não imaginei que haveria uma grande repercussão sobre isso, eu, como repórter, tinha o único intuito de expor a verdade e não ganhar um prêmio sobre isso, mas obrigada a todos que acharam que meu artigo foi digno de um prêmio — Kara viu seu tempo no televisor abaixo do púlpito e se apressou — Eu gostaria de agradecer a uma das pessoas que me fez dar o primeiro passo, Cat Grant foi uma mentora para mim e eu nunca vou esquecer de cada ensinamento em meio as suas palavras enigmáticas — o sorriso de Kara era sincero — Obrigada pela oportunidade, Srta. Grant. Obrigada a todos que me incentivaram a continuar, a lutar por aquilo que acredito.

Kara fechou os olhos por alguns segundos, sua concentração alertou o que ela pôde sentir, a loira abriu seus olhos e procurou em cada local, até que ali, no andar superior do teatro, ela sentiu seu coração disparar. Era Lena, a mulher estava em pé na extremidade perigosa do andar, estranhamente não havia mais ninguém naquele andar superior, apenas Lena.

Kara focou seu olhar ali, mesmo sem ver Lena com clareza, seu sorriso trouxe também lágrimas, mas logo se recompôs.

— Ao entrar no mundo dos Luthor, no mundo de Lex, eu pude perceber que há um grande abismo entre o que achamos saber e o que é real. Sua insanidade carimba o sobrenome de uma grande família, porém não é justo usarmos as ações de um para replicar aos outros. Se por um lado temos Lex Luthor para lutar contra, do outro temos Lena Kieran Luthor para nos defender. Então, por fim, quero agradecer à Lena que me ajudou nas investigações, que colaborou em cada ponto, que esteve ao meu lado mesmo isso indo contra o seu sangue — Kara sorriu orgulhosa, mas não de si — O nome Luthor não merece você, obrigada por me confiar essa história.

Lena olhava fixamente para a figura iluminada em seu discurso, parte de si queria sorrir em animação, queria bater palmas, queria gritar a plenos pulmões o quanto estava orgulhosa, ela queria mostrar que poucos foram os momentos que esteve orgulhosa de algo e que aquele era um deles.

Mesmo com aquela certa distância, Lena percebeu que Kara a encontrou, afinal, como não a encontraria? Super visão.

Pelo o telão atrás de Kara, Lena conseguiu ver o sorriso se formar na repórter, ela viu sua alegria, ela viu a animação ao falar seu agradecimento, até que seu nome foi mencionado… Lena segurou a respiração ao ouvir aquela pequena dedicação.

Desde que descobrira sobre tudo nos segundos finais de Lex, Lena não conseguia voltar ao que era, não conseguia olhar para sua melhor amiga sabendo que ainda havia um segredo entre elas, ela não conseguia olhar para Kara e não sentir a dor da traição. Ela queria poder rasgar aquela dor em pedaços e simplesmente ficar bem com toda situação, era seu maior desejo, mas aquela luta era uma na qual ela não conseguia ser a vencedora.

Por mais que doesse ficar longe de Kara, era ainda pior quando a tinha ao seu lado, quando ouvia seu nome naquela doce voz, quando lia alguma mensagem em preocupação, quando percebia que mesmo com as mentiras, também havia uma ponta de verdade, mesmo que não fosse o bastante.

Ela sentiu a única lágrima descer de um dos seus olhos, a dramática lágrima incapaz de se segurar, seu peito ardia a cada pensamento de despedida.

— Sinto falta de nós — repetiu ao lembrar da mensagem da repórter — Mas não existe um “nós”, não mais.

Kara terminou seu discurso e antes de sair do palco seus olhos captaram o exato momento, o preciso segundo onde tudo começou a desmoronar. Lena deu um passo para trás e a luz que se fez atrás da mulher fez os olhos de Kara crescerem, a explosão foi sem nenhum aviso ou pista. Ela viu em câmera lenta como aquele fogo parecia se formar entre as colorações mescladas, ela viu antes mesmo de tudo ir para ruínas, ela viu o fim mesmo que ele ainda estivesse no início.

— Lena! — ela nunca sentiu tanto medo quanto naquele momento.


Notas Finais


:)


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