História A filha de Apolo - Conheço o garoto mais estranho de todos.

Foi mais rápido do que da ultima vez chegar ao acampamento, com toda a confusão na minha cabeça nem consegui prestar atenção na distância. Subi a colina o mais rápido possível, era atarde e estava nevando eu estava congelando, não tinha trazido nenhuma roupa de frio, pois na Flórida não estava frio e tinha me esquecido que em Long Island nevava. Finalmente cheguei ao acampamento, lá estava a árvore de Thalia e o dragão, passei pelas fronteiras magicas, e o frio acabou em um segundo, fui correndo pro meu chalé, encontrei Lee Fletcher escrevendo algo que em minha opinião seria alguma musica.

–Maria, por que voltou tão cedo?

–Me desculpe Lee, mas não estou bem pra falar agora.

–Não não, espere, precisa saber de algumas coisas antes de tudo.

– O que aconteceu?

–Bom primeiro, o Velocino de Ouro funcionou até demais, Thalia voltou à vida e já foi para uma missão junto com Percy, Grover, e as Caçadoras, segundo, chegou gente nova.

–O que? Thalia...? Como assim?

Fiquei um pouco frustrada em saber que Percy mais uma vez foi em uma missão, enquanto eu nada.

–Percy está a procura de Annabeth, disseram que talvez esteja morta.

–Annabeth, mas... deuses é muito para um dia só, preciso dar uma volta.

Fui dar uma volta no acampamento, estava completamente vazio, a maioria dos campistas estavam em suas casas com suas famílias, comemorando o Ano Novo, estava passando pela Casa Grande, quando encontrei Quíron.

–Maria, o que esta fazendo no acampamento?

–Me desculpe Quíron, não pude ficar em casa, não tinha onde ficar é uma longa história.

– Tudo bem, o acampamento sempre estará aqui quando precisar. - disse ele como se soubesse de tudo. – Mas Maria, antes quero que faça um favor a mim.

–Ahn... Claro.

–Temos um novo campista, chegou ontem com sua irmã, mas logo ela se tornou uma das Caçadoras e saiu em uma missão hoje de manhã, ele ainda não se conformou, e não quer sair do chalé de jeito algum, porque não tenta fazer com que saia e conheça o acampamento, tenho certeza que irão se dar muito bem. - disse Quíron com toda certeza do mundo em sua voz.

- Ah sem problemas... chalé de Hermes né? Eu vou tentar.

Ótimo, agora além de ter que aguentar meus problemas, teria que ajudar um garoto problemático. Fui para o chalé de Hermes, eu adorava aquele chalé, Alice estava lá fora conversando com um sátiro.

–Ei Alice.

–Maria, já veio para o acampamento cedo assim, feliz Ano Novo.

–Pois é problemas de família, feliz Ano Novo pra você também.

–Então o que esta procurando? Os irmãos Stoll não estão aqui ainda.

–Sim eu sei disso, só estou procurando o campista novo.

–Ah o esquisito... vou chama-lo

Esquisito, ótimo. Quando Alice voltou o garoto veio logo atrás, não havia muito de esquisito nele, apesar de ser muito branco, ter olheiras que parecia que não dormia há 3 dias, e cabelos muito negros, eu o achei estranhamente charmoso.

–Ei, então você é o novo campista, porque não vamos dar uma volta?

Ele olhou surpreso.

–Tudo bem.

Comecei a ir em direção as quadras, ele foi caminhando ao meu lado em silêncio.

–Este é o campo de esportes, é um dos meus lugares favoritos no acampamento.

Ele continuou em silêncio.

–A proposito, sou Maria de Las Cruzes, sou filha de Apolo.

–Ahn... É... sou Nico di Angelo, não sei de quem sou filho.

Mostrei todo o acampamento para Nico, e em toda caminhada ele permaneceu em silêncio, as únicas palavras que saiam da boca dele eram ''interessante'', ''que legal'', ''parede de escalada com lava, que demais!''. Chegamos à praia e paramos para descansar. Sentei-me na areia e ele ficou de pé.

- Sente-se, ainda tem metade do acampamento para conhecer.

Ele se sentou e tirou do bolso o que parecia um bonequinho de coleção.

– Que diabos é isso?

–Ah isso? - mostrou o boneco - bonequinho de mitomania, este é Zeus – depois tirou outro boneco do bolso - e este é Poseidon.

- Quantos anos você tem?

–13, por quê?

– Oh deuses!

– Ainda falta um boneco pra minha coleção - continuou o garoto dando de ombros meu comentário.

– E qual é?

– Hades...

Ficamos em silêncio por uns minutos.

– Então, como veio parar aqui? - perguntei.

– Percy e seus amigos me salvaram de um monstro, que na verdade era meu professor.

– Interessante...

– E você?

– Eu o que?

– Quantos anos têm?

– Tenho 14, e não sou fascinada por mitomania.

– Eu sei que é meio infantil, mas é como uma forma de me manter calmo, sabe...

– Sorte sua que tem algo que lhe deixe calmo.

–Posso te ensinar a jogar mitomani...

–Não! Obrigada, talvez outro dia.

–Ahn... Tudo bem. - disse ele chateado – Esse lugar é muito bonito.

- É... Venho aqui pra sabe, refletir. Ele costuma ficar mais bonito no 4 de julho.

Enquanto eu falava ele me fitava hipnotizado. Novamente ficamos em silencio, e dessa vez um pouco constrangedor.

– Porque todos acham que eu sou estranho?

Surpreendi-me com a pergunta.

–Ah vamos ver... Você é muito pálido, quieto, tem olheiras mais profundas do que covas, você é meio... Emo.

–Emo? O que é isso?

–Esta falando serio?

Ele fez uma cara de indiferente.

–Ahn bom... Emos são como góticos, mas em uma versão mais moderna, usam preto, franja no olho, pintam as unhas de preto, pintam o olho de preto são estranhos, e gostam de bandas como Green Day, Simple Plan, Evanescense... Enfim.

–Ei não pinto minhas unhas nem meus olhos.

– Que pena.

– Não sou um emo. - disse ele voltando para seus bonequinhos.

– Me de isto aqui. - sem querer toquei nas mãos dele - Deuses, sua mão parece de um morto, você é alguma espécie de vampiro ou algo parecido?

–Você é irritante ou algo parecido?

Sorri

–Você pode parecer estranho, mas é um bom garoto, por que não quis falar com ninguém mais do acampamento além de mim?

–Ahn, na verdade eu falei com alguém, Percy, ele foi legal comigo e disse que cuidaria da minha irmã. E sei lá, quando te vi parecia que você era uma pessoa confiável...

– É acho que sou.

-Uau

- O que?

- Você brilha no sol.

Eu ri.

–Vamos garoto, ainda tenho muito que lhe mostrar.

 

 

Eu estava na arena treinando meus golpes com minha adaga, era um pouco estranho no começo, mas depois consegui pegar o jeito Emily, uma filha de Ares me ajudou com algumas dicas, ela se ofereceu pra praticar comigo, mas eu achei melhor treinar mais um pouco, e fiquei sozinha golpeando um boneco cheio de palha dentro, de repente escutei algumas discuções em um dos pilares da arena, era Emily com Nico, fui ver o que estava acontecendo.

- Por que não para de ser ignorante e me deixa entrar logo? - perguntou Nico nervoso

- Volte de onde quer que você veio garoto estranho! - disse Emily

- Ei ei, o que esta acontecendo? - perguntei.

- Essa brutamontes não me deixa entrar. - resmungou Nico

- Emily, tudo bem, eu cuido dele - eu disse. - venha logo garoto problema.

Ele veio até a minha direção enquanto encarava Emily.

- Não deve arrumar briga com um dos filhos de Ares, é tolice.

- Ela que começou.

Virei os olhos e dei de ombros.

- Hoje nós vamos ver qual é a arma certa pra você, começando pelo arco e flecha. - disse enquanto pegava meu arco e flecha.

Mirei no alvo e acertei de primeira.

- Uau- disse Nico olhando impressionado.

- Sua vez - disse lhe entregando um arco.

Ele se atrapalhou para pegar o arco.

- Não é assim, essa parte é pra frente. - eu disse arrumando nos braços dele.

Ele tentou mirar, mas acabou acertando o chão.

- Incrível - disse eu sarcástica. - vamos pra próxima.

Peguei uma adaga da prateleira.

- Já usou uma adaga antes? - perguntei.

- Adaga é pra mulherzinha - disse Nico.

Virei os olhos.

- Muitos grandes heróis lutaram apenas com uma adaga - eu disse ofendida. - Já tenho uma ideia de quem seja seu pai, Dionisio, é irritante como a maioria dos seus filhos.

- Se Dionisio fosse meu pai já teria notado.

Ele tinha razão. Virei os olhos.

- Pegue logo isso - lhe entreguei a adaga.- Duvido que consiga me desarmar, e olha que comecei agora.

Ele pegou a adaga e me atacou logo em seguida, com golpes ridículos e previsiveis, até que o golpeei e desarmei- o.

- Droga! - disse ele.

- Tem razão, adagas são para mulherzinhas.

Peguei uma espada e entreguei pra Nico.

- Se você se acha tão machão, que tal tentar esgrima?

- Ah, agora sim, espadas são para heróis de verdade.

Havia dois campistas treinando esgrima.

- Ei Marc, por que não me ajuda aqui?

- Novato? - disse Marc

Assenti.

- Ah entendi, só um minuto.

Marc era um dos melhores esgrimistas do acampamento, estava treinando com um campista, na mesma hora que terminou de falar comigo, Marc golpeou o garoto que caiu no chão desarmado.

Nico engoliu a seco.

- É moleza.

Eu ri.

- Sua vez garoto. - chamou Marc.

Esse eu pagava pra ver, até sentei em uma caixa pra assistir o show, então começou, Marc ganhou o primeiro ''round'', e Nico protestou.

- Ei espera, não estava preparado, que tal um segundo round? - protestou Nico.

Marc olhou pra mim com um olhar de ''posso?'', e eu olhei como se dissesse '' por que não?''.

- Qualquer coisa pra ver você perdendo. - eu disse

- Ótimo, então vamos apostar, se eu vencer vou poder andar de canoa, se eu perder bom... Pode acertar uma flecha em uma maçã em cima da minha cabeça.

- Apostado. - eu disse rindo.

O segundo round começou, Nico manteve a guarda enquanto Marc ameaçava o ataque, até que Marc pegou-o de surpresa, mas com um golpe incrível, Nico desviou a espada e foi parar atrás de Marc, que com o milagroso reflexo desviou do ataque de Nico, mas Nico deu alguns passos pra frente e com alguns golpes conseguiu desarmar Marc.

Eu olhei impressionada.

- Sorte de principiante- gritei.

- Você foi ótimo garoto. - disse Marc também impressionado.

- Acho que ganhei a aposta. - disse Nico rindo.

- Não acredito...

Fomos correndo até o lago de canoagem e Nico me ajudou a tirar a canoa de onde ela estava.

- Isso é mais pesado do que eu imaginei. - disse Nico enquanto tirava.

- Ah, qual é, cadê sua força, herói?

Ele se irritou e ao invés de puxar a canoa logo, derrubou a em cima dele mesmo. Eu ri dele.

- Do que você tá rindo? Não vai me ajudar não?

- Ah espere só um pouco, preciso recuperar o fôlego.

Fui rindo ajuda-lo.

- Não tem graça. - ele disse sem graça e irritado.

Ajudei-o a levantar, subimos na canoa e empurramos para o lago.

- Deve ter mais cuidado antes de pegar uma canoa, tem sorte de não ter te esmagado. - eu disse ainda rindo.

- Já disse que isso não tem graça!

- Tudo bem, tudo bem. - eu disse segurando o riso.

- Pare! - disse ele tentando se segurar pra não rir também.

 

Ele ficou olhando para a água impressionado.

- O que são essas coisas?

- São Náiades, ninfa das águas.

- São incríveis!

Ele se aproximou da água, e na mesma hora uma Náiade a puxou para a água.

- EU.NÃO.ACREDITO.QUE.FEZ.ISSO! - disse ele gritando pausadamente.

Eu ri dele, na mesma hora ele empurrou a canoa.

- EI! - protestei.

- Não é justo ela ter puxado só a mim.

Nadamos por algumas hora. Estava nevando fora das fronteiras magicas, mas a agua do lago estava na temperatura perfeita, que ninguém imaginaria que estaríamos no inverno. Tinha dado seis horas da tarde, saímos da água o mais rápido que podíamos porque logo seria a hora da janta. Estava saindo do lago, quando encontrei Silena no caminho .

- Silena! Ah deuses! Ah quanto tempo está aqui? - eu disse abraçando-a.

- O tempo suficiente pra ver a cena mais romântica da historia. - ela dizia enquanto ria

- O que? Nico? Não, não mesmo, ele é uma garoto novo, só estou sendo sua companhia no acampamento, sabe ele não fala com mais ninguém então...

- Ah isso é tão lindo, vocês formam um belo casal.

- Ah não seja ridícula.

- Não seja você ridícula, eu sinto quando é amor, afinal, sou uma filha de Afrodite.

- Você sente amor em tudo, inclusive onde não tem, Silena.

- E você devia me ouvir. Ah qual é Maria, dá uma chance para o amor.

- Não estou interessada nele, não tem a menor chance, dá um tempo vai

- Tudo bem, só depois não diga que não avisei.

Revirei os olhos.