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História A Filha do Coringa: a Origem - Raiva


Escrita por: silvacomsifrao

Notas do Autor


Olá pessoas! Eu creio que este seja o último capítulo que vou postar esse ano, infelizmente... isso se eu não postar mais nada até o dia 25...
Eu vou viajar para a casa da praia da minha avó dia 26 e vou ficar sem internet... o porém é que vou voltar só ano que vem, até dia 11 de janeiro eu volto.
Porém não se preocupem, vou adiantar a fic o máximo que eu puder, prometo!

Capítulo 22 - Raiva


Acordei no dia seguinte à 01:00 da tarde, com uma leve dor de cabeça por causa dos pesadelos que tive. Parecia um dia normal, até eu ligar minha TV: “Massacre na Prefeitura”, “Mais uma tragédia em Gotham”, “Coringa chacina metade dos políticos de Gotham”, “A cidade inteira de luto”.

            Não tinham sido pesadelos, afinal.

            Desliguei a TV, não aguentando ver todas aquelas manchetes. Logo, lembrei de algo. Fui para a escrivaninha e abri minha gaveta, enfiei minha mão lá no fundo e tirei algo que tinha escondido na noite passada antes de dormir. O lencinho que o Coringa me dera.

            Analisei-o mais de perto. Era um lenço comum à primeira vista, sem nenhum detalhe especial além do “J” bordado em um dos cantos dele. O sangue vermelho escuro que manchava-o estava quase ficando marrom.

            Ao vê-lo, as palavras do Coringa fuzilaram minha mente.

            “Eu apenas te sequestrei, pois queria conhecer minha filha biológica.”

            Afundei em minha cama, olhando para meus apanhadores de sonho pendurados no teto. Culpei-os por não estarem funcionando, eles deveriam manter os pesadelos longe de mim, não torná-los realidade.

            Entretanto, a grande questão era: o que eu iria fazer em seguida? Fazer o teste de DNA completamente em segredo? Contar para Jason? Isso se ele não tivesse ouvido nosso diálogo no salão.

            Batidas em minha porta acordaram-me dos devaneios. Imediatamente escondi meu lencinho debaixo do travesseiro, e minha mãe logo invadiu o quarto com uma bandeja em mãos. Ao me ver, ela sorriu afetivamente e colocou a bandeja com meu café-da-manhã/almoço em uma mesinha de centro.

            - Que bom que acordou! – ela se aproximou de mim e sentou na cama. Continuei largada no colchão e ela começou a acariciar meu cabelo. – Já estava começando a ficar preocupada com você.

            - Ah, é? – disse na vida real, mas na verdade eu estava em outro mundo.

            Um silêncio constrangedor pairou sobre nós, até deixou mamãe desconfortável. Ela pigarreou antes de preencher o silêncio.

            - Eu trouxe chá e cookies para animá-la.

            - Obrigada, mãe, mas não estou com fome agora – pude ver em seu olhar que ela estava meio desesperada e preocupada.

            - Filha, tem certeza que está bem? Você passou por muita coisa ontem.

            - Vocês também – rebati.

            - Sim, mas... você está mais propensa a ter uma crise do que nós.

            Era tudo o que eu precisava nesse momento de tensão em minha vida, ser lembrada de que eu era louca e que necessitava de atenção. Isso, somado ao fato de que agora eu tinha certeza que ela e meu pai mentiram para mim minha vida inteira. Entretanto, não estava com forças para discutir com ela no momento.

            Podia sentir a raiva se acumulando em minha mente. Estava me segurando para não explodir tudo na cara dela.

            - Eu estou bem. Tomei todos os meus remédios. Está tudo sob controle – ainda estava evitando olhar para minha mãe.

            Ouvi-a suspirar e logo depois levantou da minha cama.

            - Tudo bem, então. A polícia ligou, e disse que se você estiver se sentindo bem,  precisa ir lá no Departamento dar o seu depoimento sobre a morte do prefeito.

            - Eu vou lá daqui a pouco, estou me sentindo bem o suficiente.

            Vi de relance que ela desviou o olhar de mim.

            - Você realmente o viu morrer? – foi quase um sussurro.

            - Sim.

            - Como está se sentindo?

            - Eu não sei.

            - E quanto ao fato de você ter sido mantida como refém do Coringa?

            - Mãe, eu não sou um de seus pacientes! – levantei da cama bruscamente, finalmente encarando-a. – Eu sou sua filha e se você tivesse o mínimo de senso, estaria dizendo coisas boas para mim agora, não me interrogando como se eu precisasse de sua ajuda psicológica. Você é minha mãe!

            Minhas palavras a fizeram se calar. Ela olhou para o chão constrangida. Perguntei-me se tinha sido rude e cruel demais, mas realmente de vez em quando me sentia sufocada pelos meus pais tentando me ajudar psicologicamente. Eu era a filha deles, precisava de abraços, reconfortos e motivações, mas os dois nunca souberam direito dar essas coisas para mim. Pensavam que já que eu tinha um problema psiquiátrico, precisavam ser meus doutores.

            Andei até minha janela, emburrada, e vi o tempo de chuva sobre Gotham. Gotículas grudaram no vidro da janela e desciam de encontro às outras gotículas, que se juntavam e separavam num ciclo sem fim.

            - Perdão – minha mãe falou, muito baixo. – Eu só queria ter certeza de que estava bem.

            - Eu nunca estou bem – respondi seca. Meus braços se cruzaram involuntariamente. – Mas estou bem o suficiente, apesar das circunstâncias.

            - Ok– sua voz estava mais distante. – Só avise se for sair.

            Escutei a porta bater.  Depois de 3 segundos, algumas lágrimas teimosas escorreram dos meus olhos.

 

            Peguei um táxi para o Departamento de Polícia de Gotham, apesar dos meus pais terem me oferecido carona. Depois da noite passada, decidi não confiar demais neles. Enquanto estava no carro, chequei meu celular e vi que Jason tinha enviado uma mensagem.

            “precisamos conversar. me fale a hora e local.”

            “me espere em frente ao departamento de policia, estou indo prestar meu depoimento agora”- enviei.

            Jason confirmou imediatamente. Entretanto, fiquei receosa do que contaria para ele... será que eu contava tudo? Será que eu escondia pelo menos o lencinho? O que ele sabia? Quem sabe se ele ou Batman tinham ouvido nossa conversa.

            Ao chegar no centro da cidade, percebi que ela estava mais quieta que o normal, mesmo para um dia de chuva. Então lembrei-me que Gotham inteira estava de luto.

            Ainda não acreditava no que tinha acontecido na noite passada, parecia tudo um sonho distante. Flashes começaram a surgir em minha mente, mas eu tive que afastá-los, não queria desabar de repente no táxi e nem na frente dos policiais.

            Mas aquela risada maléfica estava longe de me deixar em paz, ela continuou no meu cérebro até eu terminar meu depoimento.

            O depoimento foi tranquilo e não demorou muito, em meia hora eu já estava liberada. Foi o próprio Comissário Gordon que me entrevistou, e ele já tinha feito a maioria das perguntas sobre o ataque ontem a noite na ambulância, de modo que ele só queria saber da morte do prefeito, mesmo.

            Percebi que tanto ele, quanto os outros policias também estavam abalados emocionalmente. Não era sempre que um massacre acontecia. Todos tinham olheiras e andavam iguais à zumbis, dependendo somente de café para não desmaiarem. Concluí que deviam ter virado a noite para investigar o ataque.

            Logo depois que terminamos, Jim Gordon me acompanhou, gentilmente, até a saída falando mais sobre o ataque.

            - Andamos investigando todos que foram mortos propositalmente e descobrimos que todos eles tinham dívidas em clubes comandados pelo Coringa. A maioria estava ligada ao Clube Moon, a principal boate dele, centro de prostituição, tráfico de drogas e bebidas ilegais; era onde os funcionários públicos faziam suas festinhas, inclusive o prefeito. Mas advinha só, parece que ela não existe mais, pegou fogo da noite para o dia.

            - O Coringa incendiou a boate de propósito – assimilei.

            - Exatamente, não sobrou nada. Porém ele foi gentil o bastante para deixar um presentinho na boate incendiada, estava quase intacto quando encontramos. Eram fotos das festinhas deles. Deus me livre, nunca vi tanta putaria assim desde quando era adolescente – Gordon arregalou um pouco os olhos e coçou o seu bigode.

            - Pelo menos ele tinha uma desculpa.

            - É, uma desculpa que matou praticamente todas as pessoas que governavam Gotham. Nem o vice prefeito sobrou – o comissário, então, se aproximou mais de mim, sussurrando. – Mas sabe o que eu acho? Que aquele psicopata de cabelos verdes afundou todos em dívidas de propósito para mergulhar Gotham no caos. Só preciso provar.

            Era um argumento interessante. Mas o que era mais interessante ainda, era a sede por justiça e a determinação investigativa que estava estampada em seu rosto. Qualquer um podia ver claramente que Jim Gordon buscava a verdade e a justiça ferozmente, nem que ele precisasse cruzar oceanos.

            - Eu acredito que vai encontrar a verdade – disse a ele.

            - Ah, eu tenho certeza – então sorrimos. – Muito obrigada por ter dado seu depoimento, mesmo abalada emocionalmente. É difícil ver uma cena dessas tão de perto. Achei que não viria tão cedo.

            - Foi melhor do que ficar em casa com meus pais enchendo meu saco – desabafei. – Eu só quero um pouco de paz.

            - Imagino. Bom, eu espero que encontre sua paz. Vou tentar não incomodá-la mais – ele sorriu, enquanto me guiava até o elevador.

            - Eu agradeço, Sr. Gordon. Até mais – me despedi entrando no elevador.

            - Até logo, Srta. Ainsley. Se precisar de algo já sabe onde me encontrar.

            Então as portas se fecharam. E eu me perguntei se realmente precisaria da ajuda dele, com toda a reviravolta que estava acontecendo em minha vida no momento.

            Ao sair do Departamento de Polícia, respirando o ar da cidade, deparei-me instantaneamente com Jason encostado em um poste bem em frente à entrada. Apenas esperando a bomba que eu tinha para contar.


Notas Finais


Sei que esse capítulo não tem nada demais, mas estão gostando da fic até agora?

Twitter: @AMAQblog

Feliz Natal e Boas Festas!!! Amo vocês todos que estão me acompanhando!!! Vocês fazem toda a diferença na vida de uma escritora!!! <3


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