História A filha do Mestre Pokemon - Passado Sombrio

Todos haviam retornado ao centro Pokémon, e deixado os Pokémon aos cuidados da enfermeira Joy. Conseguiram 2 quartos com 3 camas cada. Na hora de fazer a divisão de quem dormiria com quem, Brock tomou a iniciativa.

[Brock] – Pessoal, como temos dois quartos, temos que dividir. Mariene, Klauss, vocês vão dividir o quarto comigo. Lana e Mathew vão dividir o outro quarto.

[Lana] – NÃO!!! Eu quero ficar no quarto do Klauss...

[Brock] – Tenho que conversar com ele e com a Mariene. E é importante, tem a ver com o Ash. E a propósito, você e o Mathew conversaram bastante no caminho para cá. Até seu ciúme bobo do seu primo sumiu, que nem percebeu o jeito que Klauss e Mariene estavam. Então você fica no quarto do Mathew.

[Mathew] – Por mim tudo bem.

[Lana] – Como eles estavam?

[Klauss] – Conversando e nos divertindo como bons amigos, e cuidando da Eevee, claro.

[Brock] – Por sinal, fiquei surpreso ao ver seu Pikachu querer ficar com a Eevee até ela se recuperar. Mesmo sabendo o que ele sente por ela, não achei que ele faria isso. Agora que já decidimos. Todos para o quarto.

O grupo se dividiu e cada um foi para o seu dormitório. Lana e Mathew para o deles e Brock, Mariene e Klauss para o outro.

Ao entrar no quarto, Mathew já começou a puxar assunto com Lana. Mas no quarto ao lado, um silêncio se instalou. E o clima estava pesado.

[Mariene] – Brock, o que você tinha para falar?

Brock suspirou, olhou para Mariene e para o Klauss, e decidiu contar o que Ash e Serena haviam lhe pedido.

[Brock] – Klauss, desculpe envolver você nisso. Mas o Ash pediu para que você também soubesse, ainda não entendi o motivo. Mas como ele pode sentir a Aura das pessoas, com certeza tem algum motivo.

[Mariene] – Tio Brock, o que aconteceu? É sobre o motivo do meu pai não querer ir para Cerulean, não é?

[Brock] – Sim. Mas o que falarei aqui, não pode sair desse quarto. Muito menos para a Lana.

[Klauss/Mariene] – Ok.

[Brock] – Bom, como posso começar... Quando o Ash iniciou a jornada, conheceu uma garota chamada Misty, no primeiro dia. Ela era 1 ano mais velha que ele.

[Mariene] – É a ruiva das fotos que tem na casa da vó Délia, não é?

[Brock] – Isso. Então, quando se conheceram, Ash roubou a bicicleta dela para tentar salvar o Pikachu...

A partir daqui Brock conta toda a história de como se conheceram e algumas coisas que viveram nas jornadas...

[Klauss] – Pelo que você diz, é bem nítido que eles se amavam e não admitiam.

[Brock] – E aí está o problema. Um dia em Johto, eu estava sem nenhum Pokémon. Tive que mandar de volta aqui para Pewter por uma emergência no ginásio. Estávamos descansando numa floresta, e para variar Misty e Ash estavam numa das discussões tolas deles. Eu nem dei bola, já estava acostumado. Até que ouvi o grito da Misty, com um tom de preocupação que nunca ouvi...

Flashback On

Misty: AAAASSSSHHHHHH!!!!!! CUIDADO!!!!

Assim que ouvi o grito da Misty, me virei para ver o que acontecia. Ash foi preso em uma espécie de máquina junto com o Pikachu. Para piorar, a máquina era imune a ataques elétricos. Mas quem fez isso não foi a equipe rocket. Era um caçador de pokemon. Ele se apresentou como Sombra. O Ash não conseguia se mexer, e quando Ash disse que jamais entregaria os pokemons para o caçador, ele começou a usar os ataques do seu pokemon, um Venusaur, no Ash. Eu vi que o caçador iria continuar usando os ataques até o Ash morrer, e que qualquer um que tentasse impedir, teria o mesmo destino. Ash percebeu isso também, e gritou para a Misty fugir.

Ash: Misty, fuja daqui. Ele não é como a Equipe Rocket. Eu vou ficar bem.

Brock: Fuja Misty, procure ajuda. Eu tento segurar as coisas aqui.

Misty: Nunca Ash. E Brock, você está sem Pokémon, estão todos em Pewter. Eu posso te ajudar Ash. Gyarados, use o Hyper Beam para libertar o Ash e o Pikachu. – Ela disse enquanto lançava a pokebola do Gyarados

Gyarados usou seu Hyper Beam em direção à máquina que prendia o Ash e o Pikachu. Com a explosão do poder, a máquina quebrou ambos estavam soltos.

Sombra: garota intrometida, vai se arrepender. Venusaur, Razor Leaf, mire no pescoço da garota.

Ash: NÃÃÃÃÃÃOOOOOO... CUIDADO MIIISTYYYYYYY. Lucario, Bone Rush para rebater o Razor Leaf – Ash disse enquanto lançava a pokebola.

Ele rapidamente se materializou em frente à Misty e rebateu o ataque, mas era tarde. Eu vi Misty caindo no chão com a mão no pescoço. Fiquei em choque.

Ash correu até ela, e logo em seguida eu fui. Quando cheguei lá, vi que seu pescoço sangrava, e ela mal conseguia falar.

Misty: Me....Perdoe...Ash...

Ash: Não se esforce Misty, eu vou te salvar

Brock: Não Misty. Não fale nada. Quanto menos falar maiores as chances de te salvar. – Disse já chorando

Misty: Me deixe só falar uma coisa antes de partir...

Ash: Misty.... – disse começando a chorar também

Misty: Eu te amo Ash. E sempre te amei. Me perdoe por não ter dito antes e sempre ter brigado com você, mas eu não sabia como agir – Ela disse gaguejando bastante e se esforçando muito para falar

Ash: Misty – Ash não parava de chorar – Por favor, não me abandone agora. Fica comigo, eu também te amo...

Misty: Sinto mui....

Ela parou de falar... Seus olhos já não brilhavam mais. Ela morreu nos braços do Ash. E eu e o Ash só podiamos ouvir a risada daquele caçador atrás de nós, que observava tudo. Uma Aura começou a se expandir no Ash, e no Lucario também. Eu já havia visto o Ash usar a Aura uma vez. Mas dessa vez, ela estava tomada pela dor da perda, pelo ódio, pelo desejo de vingança. E a Aura do Ash e do Lucario se uniram, em um tom roxo escuro.

Ash: Lucario, mate esses dois, tanto o Venusaur quanto o caçador Sombra.

Quando ouvi isso fiquei assustado. O tom de voz do Ash era de pura maldade.

E tomado pela Aura maligna, o Lucario em menos de 2 segundos havia atingido uma enorme Aura Sphere no Venusaur, e logo depois atingiu ele com o Bone Rush, sem chances de defesa. Ele já estava desmaiado quando Lucario lançou uma Aura Sphere ainda maior, que eliminou o Venusaur de vez.

Sombra: Como se atreve... Agora você vai ver...

Enquanto ele pegava uma outra pokebola, o Lucario já estava na frente dele, atingindo ele com um Bone Rush. O caçador caiu de joelhos, e o Lucario se colocou atrás dele, e com seu osso feito de Aura, enforcou o caçador até a morte

Percebi que a Aura dos dois começou a retornar para a cor normal, azulada, e diminuir.

Ash olhou para a Misty e viu ela caída, sem vida. Vi ele correr até Misty e tentar usar a Aura dele para reviver Misty, mas em vão. Fui até ele e apenas o abracei. Não tinha como falar nada. Eu também estava sofrendo com a morte da Misty.

Flashback off

Enquanto contava tudo que aconteceu, Brock não se segurou e começou a chorar, relembrando da ruiva irritada, mas amorosa que sempre foi. Mariene e Klauss estavam perplexos, não imaginavam que isso pudesse ter acontecido com o Ash, e Mariene, muito mais emotiva, também começou a chorar.

Sem pensar muito, Klauss vendo o estado da amiga, apenas a abraçou. Brock retomou o fôlego e continuou.

[Brock] – Isso não é tudo. A Misty era a líder do ginásio de Cerulean junto com as irmãs, embora tivesse decidido viajar com o Ash. Esse é o motivo dele não conseguir ir até lá. Ainda dói muito para ele ir até lá sabendo que a Misty não estará. E um dos motivos do Ash e da sua mãe não serem muito presentes na sua vida, é que eles estão buscando uma forma de reviver a Misty.

Ao falar isso, Klauss e Mariene ficaram surpresos. Como poderiam reviver uma pessoa morta? Isso, para eles, era impossível.

Mariene (que ainda estava sendo abraçada por Klauss), ainda não tinha entendido tudo que foi dito. Ela pensou por um momento antes de falar.

[Mariene] – Calma... Tio Brock, o meu pai realmente matou aquele caçador?

[Brock] – Tecnicamente, o Lucario dele matou o caçador e o Venusaur.

[Mariene] – E o que era essa Aura?

[Brock] – Algumas poucas pessoas tem a mesma habilidade do Lucario de ver e controlar a Aura. O Ash é uma dessas pessoas, conhecidas como Guardiães da Aura. O problema é que se não for bem treinado, e a pessoa ficar com muito ódio no coração, perde o controle. Foi o que aconteceu com o Ash naquele dia.

[Mariene] – Tá... Mas e sobre reviver a Misty? É possível? Meus pais vão se separar depois disso?

[Brock] – Sim, é possível. Na verdade, seu pai já morreu duas vezes.

[Klauss] – O QUE? O Ash já morreu?

[Brock] – Sim, na primeira, tentando interromper uma batalha entre Mew e Mewtwo, na segunda com o ataque do Yvetal. Na primeira eu e a Misty estávamos presente, e de alguma forma, o amor dos Pokémon que estavam no local na hora que ele morreu acabaram por reviver ele. Já na segunda, pelo que a Serena me contou, o próprio Arceus veio à terra e devolveu a vida ao Ash.

[Mariene] – Arceus? Então se meu pai conseguir encontra-lo, poderá reviver a Misty?

[Brock] – Se Arceus decidir atender o pedido dele, sim.

[Mariene] – Tio Brock, me diga uma coisa. Se a Misty não tivesse morrido, meu pai não teria ficado com a minha mãe né? E eu não existiria, certo?

[Brock] – Infelizmente é verdade. Mas não ache que seu pai não ama sua mãe. Ele daria a vida dele para salvar a dela. Ele a ama tanto quanto ainda ama a Misty. E não sei por que, estou com uma sensação estranha em relação ao ginásio de Cerulean.

[Klauss] – O que quer dizer?

[Brock] – Prometem não contar ao Ash nem a Serena sobre isso?

[Klauss/Mariene] – Prometemos...

Então Brock contou o porque da sensação estranha e algumas coisas que ele mesmo presenciou após a morte da amiga, algo que deixou Klauss e Mariene surpresos e também assustados com algumas. Depois de mais alguns minutos de conversa, contando sobre as coisas que já aconteceram com o Ash, Brock decide sair para tomar um ar e relaxar. Relembrar tudo aquilo o deixou muito triste e machucado, mas era necessário.