História A filha do pastor - Tiring day

SE ESTÁ RELENDO ESSA FANFIC, PRECISO QUE LEIA AS NOTAS INICIAIS!!!!
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Manddie

O movimento estava pequeno na loja, devido ao horário. Estava quase na hora de fecharmos o lugar, porém ainda tínhamos clientes para atender. Os funcionário, todos haviam indo embora. Inclusive nossa supervisora Pattie, que saiu daqui abalada demais para tentar explicar algo para alguém. Restava apenas Liliane e eu no lugar.

Nós duas éramos as responsáveis pela a loja da igreja, ficando atrás apenas de Pattie e Suzana, minha mãe e esposa do pastor. O arrecadamento da mesma era usado para ajudar em festividades, saídas, cantatas, doações para instituições de baixa renda e festas na vizinhança, onde todos – absolutamente todos – eram sempre bem-vindos.

Após finalmente atendermos os últimos clientes, pegamos nossas bolsas e fomos embora.

─ O dia hoje foi cansativo. ─ Disse Lili, enquanto procurava a chave de seu carro na bolsa.

─ Pois é. Teve movimento demais para funcionários de menos. ─ Ri, nasalado ─ Eu estou exausta. ─ Bocejei.

─ Só em lembrar que amanhã tem mais dá uma preguiça! ─ Lili disse e eu ri, concordando.

─ Nem me fale! ─ Suspirei. Lili finalmente encontra a chave de seu New Beatle e destrava o mesmo. ─ Eu adoro esse carro, sabia? Adoro a forma de como ele é cheiroso, pequeno e aconchegante. Dá vontade de morar aqui dentro.

─ Você sempre diz isso. ─ Respondeu, revirando os olhos e rindo em seguida ─ Mas obrigada. Deixar essa preciosidade aqui com cheiro bom quando se cuida de uma pré-adolescente é meio difícil.

─ É, eu imagino.

─ Como vai na faculdade?

─ Bem. Sem nem uma nota vermelha até agora...

─ Mas...?

─ Mas estou pensando em trocar de módulo de novo.

─ De novo, Manddie? Por que você sempre faz isso? Tenta terminar alguma faculdade só para garantir um futuro.

─ Eu sei que esse é o certo a se fazer, mas eu não consigo. Sei lá, não vejo sentido em gastar anos da minha vida estudando sobre algo que... ─ Não consigo completar ─ Enfim, você entendeu.

─ Sim, entendi. E digo que isso é uma pena.

─ É eu sei.

─ Mas o futuro é seu, então você que tome as rédeas dele.

─ Pois é. ─ Suspiro ─ E você, como vai a faculdade?

─ Ótima! Melhor impossível! ─ Respondeu, entusiasmada.

Liliane Collins estuda moda e alta costura, mas mais importante que isso, ela é minha melhor amiga desde o ensino fundamental. Apesar de Lili ser quatro anos mais velha que eu, isso nunca foi um empecilho para nossa amizade. Aliás, perdi as contas de quantas vezes discutimos com pessoas que implicavam isso, mas garanto que não foram poucas.

─ E aquele garoto que você estava saindo?

─ O Luke? ─ Assenti ─ Ah, a gente terminou. ─ Deu de ombros ─ Ele é um cara legal, sabe? Mas ao mesmo tempo é meio... bocó.

─ Entendi. ─ Suspiro. ─ Ele até que era bonitinho.

─ É. Mas beleza nem sempre importa, não é mesmo?

─ É

─ Mas e você e Logan, como estão?

─ Bem. ─ Suspiro, apaixonada. ─ Tenho o melhor namorado do mundo.

─ Não dá para negar. Logan é um doce.

Não falamos mais nada o restante do percurso. O único barulho que se ouvia era o som do rádio ligado tocando Lecrae.

Pouco tempo depois Liliane estacionava o carro em frente à minha casa. Despedi-me dela com um beijo e logo saí de seu carro, atravessando a rua deserta e entrando em casa.

─ Ai meu Deus, Pattie deve estar arrasada! ─ Ouvi a voz de Suzana, minha mãe.

─ Bênção, pai. Bênção, mãe. ─ Falo, assim que entro.

─ Deus te abençoe. ─ Meu pai, Robert, respondeu.

─ O que houve? Por que ela tá nervosa? ─ Perguntei ao meu pai.

─ Sabe Justin, o filho de Pattie? ─ Assenti. ─ Ele aprontou mais uma.

─ E isso é alguma novidade? ─ Perguntei, debochada, sendo recriminada por meu pai. ─ Desculpe, mas não disse nem uma mentira. ─ Dou de ombros. ─ O que foi que ele fez dessa vez? ─ Falei, tirando a minha jaqueta.

─ Parece que ele foi à uma boate de strip-tease e se divertiu demais com as moças de lá. Uma delas divulgou algumas informações e o problema é que agora o mundo inteiro tá sabendo.

─ Mas a vida é dele, né? ─ Dou de ombros ─ Não concordo com o tipo de vida que ele leva, mas o dinheiro é dele, a vida é dele, ele faz o que quiser. Mesmo podendo ser bem mais sigiloso, não acho que isso tem alguma coisa a ver com o mundo. ─ Falei. Meu pai me olhou por um instante e sorriu, com um brilho de orgulho no olhar.

─ Pois é, mas sabe como as pessoas são. Buscam saber mais da desgraça do que das coisas boas. ─ Assenti ─ Também não apoio as atitudes dele, mas nada posso fazer além de orar. Ele foi criado num lar evangélico, conhece a verdade. Então quem sabe um dia, volte para o caminho do senhor e deixe de causar tanta confusão?

─ É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus. ─ Citei Marcos 10:25.

─ Para os homens é impossível, mas não para Deus. Porque para Deus, todas as coisas são possíveis. ─ Ele respondeu, citando Marcos 10:27. ─ Como foi o serviço hoje? ─ Mudou de assunto.

─ Cansativo. ─ Fiz careta ─ Por falar nisso, eu estou exausta e vou subir para tomar banho e dormir.

─ Não vai jantar?

─ Estou sem fome. ─ Ele assentiu ─ Boa noite, pai.

─ Boa noite, filha.

─ BOA NOITE, MÃE! ─ Gritei para que ela pudesse me ouvir da cozinha.

─ Boa noite! ─ Respondeu num tom alto, mas não escandaloso como o meu, fazendo-me deduzir que falava com Pattie no telefone.

Subi os degraus de dois em dois e me direcionei para o meu quarto. Peguei minha roupa no armário e fui tomar banho. Trinta minutos depois, deitei em minha cama e apaguei no segundo seguinte.

                                                          ***

Checava-me no espelho mais uma vez para ter certeza se meu look estava bom. Usava um vestido larguinho vermelho com uma abertura em "V" nas costas e uma sandália plataforma bege. No rosto uma maquiagem fraca e um batom cor de rosa clarinho.

Maravilhosa! Era exatamente assim que eu estava.

Peguei minha bolsa em cima da escrivaninha e pus minha bíblia dentro, junto com meu batom e celular. Chequei a hora mais uma vez e percebi que estava num bom horário para sair de casa, porque caso o contrário, me atrasaria.

Em frente ao meu portão, pude avistar Logan me esperando escorado na sua Range Rover preta. Assim que me viu, meu namorado abriu o sorriso, fazendo minhas pernas tremerem. Aproximei-me dele e juntei nossos lábios, sem me importar com o batom em minha boca.

─ Você está linda. ─ Ele disse, quando separei nossos lábios.

─ Obrigada. ─ Sorri ─ Você também está um gato. ─ Falei, o fitando da cabeça aos pés.

Ele vestia uma calça jeans escura, camisa polo, que aparentava estar um pouco apertada nos seus músculos, tênis e um casaco amarrado sobre os ombros.

─ Isso eu sempre estou, bebê. ─ Piscou e eu ri.

─ Menino metido.

─ Metido não. Sincero. ─ Eu ri.

─ Você é um completo idiota, sabia disso?

─ O idiota que você ama. ─ Aproximou nossos rostos.

─ Amo mesmo. ─ Falei, arrancando mais um beijo dele ─ E muito. ─ Disse, com sinceridade, fitando seus olhos brilhantes e o beijei novamente.

Seus braços ne envolveram e ele me ergueu, pressionando nossos corpos contra o outro. Encerramos o beijo quando o ar nos faltou.

─ Faltam vinte minutos para o culto começar. Acho melhor irmos logo. Caso contrário, o pastor vai chamar nossa atenção. ─ Falei.

─ Tem razão. Não quero levar bronca do meu sogro. ─ Eu ri, assentindo.

Entramos no seu carro e Logan logo deu partida rumo à igreja. Fomos conversando e rindo o caminho inteiro enquanto ele me contava sobre como havia sido seu dia. Por sorte, não pegamos trânsito e chegamos pouco mais de dez minutos para o culto começar.

Ajoelhei-me no banco orando em agradecimento a Deus e sentei-me no mesmo, junto com os outros jovens, enquanto Logan fazia a mesma coisa juntos aos músicos da igreja. Pouco tempo depois, papai deu início ao culto.