1. Spirit Fanfics >
  2. A Filha Do Tobirama (Madara e Sakura) >
  3. Desencadeando emoções

História A Filha Do Tobirama (Madara e Sakura) - Desencadeando emoções


Escrita por: bellaAtomy

Notas do Autor


(É válido lembrar que os costumes dos Senju's enaltecem o poder da voz da mulher.) O reino do Madara precisa procriar devido ao massacre do clã. ( Não quero enaltecer o machismo!) Culturas diferentes, vestimentas e hábitos diferentes.)

A Sakura é uma guerreira indomável e não está acostumada a ser diminuída. Muitas coisas irão acontecer.

Capítulo 3 - Desencadeando emoções



E sucedeu, que nos dias de Madara Uchiha, ele fundou terras que se estendiam desde Sharingam e Amaterasu até as recém-conquistadas planícies de Hinnegam. Madara, com seu espírito indomável e visão aguçada, transformou aquelas vastas paragens em um reino próspero, onde a riqueza e o poder floresceram sob sua liderança.

Após o massacre de seu clã e a dolorosa derrota contra os Senju’s, Madara fora compelido a deixar as terras férteis que outrora lhe pertenciam. Refugiando-se em um lugar distante, encontrou-se diante de um solo árido e estéril. Contudo, em vez de se deixar abater pela adversidade, ele viu nas terras inóspitas uma oportunidade de renascimento. Com determinação e engenho, Madara começou a trabalhar, aplicando seu vasto conhecimento em agricultura e estratégias de cultivo. A cada dia, ele arava os campos com suas próprias mãos, ensinando a seus seguidores a importância da resiliência e da dedicação.

Ao passar do tempo, o solo, antes infértil, começou a florescer, e as terras que ele havia fundado tornou-se sinônimo de prosperidade. Madara não apenas cultivou a terra, mas também se tornou um magnata da riqueza, acumulando tesouros inestimáveis. Ouro e prata, colheitas abundantes e bens preciosos passaram a ser a marca de seu domínio. As riquezas que fluíam de suas terras prosperavam em mercados distantes, e seu nome ecoava como um símbolo de fortuna e sucesso. Seus cofres transbordavam de joias e riquezas raras, frutos de um comércio bem-sucedido com reinos vizinhos e terras distantes.

Para garantir ainda mais poder e influência, Madara estabeleceu alianças por meio de casamentos estratégicos. Ele uniu-se a quatro mulheres de prestígio: Mei, a primeira esposa, conhecida por sua astúcia; Samui, a segunda, que era considerada a mais formosa; Konan, a terceira, com seu profundo entendimento das artes; e muitas concubinas do próprio reino. E estas uniões não foram por amor, mas por motivos políticos e estratégicos, fundamentais para garantir alianças que fortalecessem seu domínio sobre as terras e os povos vizinhos.

A lei dos Uchiha era clara: procriar para fortalecer o clã, criando laços que garantissem a defesa contra possíveis guerras. E Madara, ciente dessa necessidade, investiu na educação de seus filhos homens, preparando-os para se tornarem defensores do legado Uchiha. A cada novo nascimento, as esperanças de Madara de solidificar sua influência cresciam.

No reino de Madara, as mulheres não tinham voz nas questões públicas e eram instruídas a se apresentarem apenas quando chamadas por um homem ou pelo próprio rei. Assim, as esposas de Madara se mantinham em silêncio nas assembleias, limitando suas contribuições ao reino. Contudo, cada uma delas desempenhava um papel crucial nas relações de poder, trazendo consigo as influências de seus próprios lares e clãs.

Dentre elas, estava Hinata a quarta esposa, filha de Hiashi, que possuía uma pureza de coração e uma mente aguçada. Embora casada com Madara, não sentia amor por ele, e sua sabedoria a diferenciava das demais esposas. E apesar de restrita pelas normas de sua sociedade, Hinata se sentia inquieta com as limitações impostas a ela. Seu conhecimento de outras culturas e seu desejo por liberdade a levaram a questionar o estado das coisas.

E Madara também teve muitos filhos com suas esposas e concubinas, cada um deles destinado a desempenhar papéis significativos no futuro de seu reino. Esses filhos homens, frutos de suas alianças, eram educados nas artes da guerra e da política, preparados para assumir as responsabilidades que seus pais deixariam para eles.

Madara não buscava a conexão emocional que poderia florescer em um relacionamento mais profundo com suas mulheres, pois considerava o amor uma fraqueza, uma distração dos altos objetivos que almejava. Para ele, as alianças matrimoniais não eram senão mais uma peça no grande tabuleiro do poder, e sua preferência recaía em manter uma distância segura de qualquer tipo de envolvimento que pudesse comprometer seus anseios.

Assim, observava a dinâmica entre suas esposas com um olhar distante, ciente de que, em vez de promover a união, sua fria equanimidade apenas gerava uma competição velada, onde cada mulher se via forçada a lutar por um afeto que nunca lhes era plenamente concedido. E, assim, em sua incessante busca por domínio e perfeição, Madara permanecia inabalável, mas não sem deixar em seu rastro um campo de rivalidades e corações ressentidos.

Entretanto, Madara Uchiha, apesar de sua austera natureza e de sua inabalável confiança, contava com o suporte de sua mãe Kaguya, uma figura de grande influência e sabedoria. Era ela quem se incumbia de cultivar a harmonia no seio do lar, buscando apaziguar as tensões que brotavam das rivalidades entre suas esposas. Com um olhar perspicaz, sua mãe compreendia a complexidade das relações que se desenrolavam ao seu redor e se empenhava em promover a paz sempre que possível.

Ela atuava como mediadora, utilizando seu conhecimento e experiência para aconselhar Madara sobre a importância do equilíbrio emocional e da convivência pacífica entre as mulheres de sua vida. Sua presença servia como um bastião de estabilidade, oferecendo consolo e orientação em meio ao turbilhão de emoções que frequentemente ameaçava romper a frágil rede de relações que Madara, em sua frieza, parecia desconsiderar.


       Obito e Tobi, os irmãos gêmeos de Madara, foram fundamentais no progresso das terras e na construção do poder da família Uchiha. Sempre prontos a oferecer apoio e assistência a Madara em suas empreitadas, tornaram-se aliados valiosos. Obito era casado com Rin, uma mulher cuja bondade e inteligência traziam luz ao coração de Obito, enquanto Tobi mantinha um relacionamento com Pain, um general de confiança de Madara. Esse vínculo entre Tobi e Pain reforçava ainda mais a força militar do clã, garantindo que Madara pudesse expandir suas terras e influências sem temer a traição ou a deslealdade.

Era do costume de Madara Uchiha aproximar-se de seu povo, compartilhando não apenas a glória do seu reino, mas também as preocupações e anseios de cada um que habitava suas terras. Ele acreditava que um rei não deveria ser uma figura distante, mas um líder que ouvia e compreendia as vozes de seus súditos, como um pastor que guia suas ovelhas com cuidado e atenção.

Montando seu imponente cavalo negro, Madara costumava cavalgar pelas vilas, parando para falar com camponeses, comerciantes e guerreiros. Ele escutava suas histórias, as dificuldades que enfrentavam e os sonhos que cultivavam. Assim, as estradas do reino eram mais do que meros caminhos; tornavam-se um vínculo sagrado entre o soberano e seu povo, uma forma de lembrar a todos que, por trás da armadura reluzente, existia um homem que se importava profundamente com seu bem-estar.

 

Naquele dia, enquanto Madara atravessava a paisagem do seu reino, não apenas observava, mas também se permitia sentir o pulsar da vida ao seu redor. As risadas das crianças, os murmúrios das mulheres em busca de água, os homens discutindo os últimos acontecimentos de suas vidas; tudo isso encadeava a sinfonia que, para Madara, era a verdadeira essência de seu reinado, como uma melodia que sobe aos céus em louvor à criação.

 

Itachi, Pain e Kazuzo seguiam o rei com postura altiva e compostura inquebrantável, seus rostos impenetráveis, embora suas almas se mantivessem vigilantes a cada ocorrência que se desenrolava ao seu redor. Itachi, já exibia uma sabedoria precoce, fruto de esmerada educação de seu pai Madara, observando o povo com olhos perspicazes, como se pudesse perscrutar, nas feições dos súditos, os segredos ocultos de cada alma. Ao seu flanco, o general Pain, varão de grande reputação nos misteres da guerra, postava-se firme e imponente, sua presença severa refletida no olhar austero de Kazuzo, cuja expressão sisuda denunciava um homem forjado no fardo de inumeráveis encargos.

 Cada passo dado era seguido de perto pelos atentos olhares de Itachi, Pain e Kazuzo, cujas fidelidade e sagacidade eram amplamente reconhecidas por todo o reino. Sob o peso da coroa, o soberano trilhava o caminho entre seu povo, ladeado por estes homens de renome, bem cientes de que os destinos de muitos repousavam nas escolhas que o tempo vindouro lhes traria.

A multidão, comprimida pelo fervor da ocasião, era tomada por uma mistura de veneração e expectativa, e ao longe, os murmúrios cortavam o ar, como o sussurro do vento, enquanto o cortejo avançava.

 

Sakura, ao penetrar nas terras do clã Uchiha, recebeu conselhos de Mekubi e Kizashi sobre vestimenta que melhor se adequasse às tradições da cultura local. Para não destoar do que era costume, optou por trajes discretos, que, não revelavam demasiadamente suas formas. Essa escolha, contudo, estava em contrariedade com os valores que aprendera em seu clã, os Senju, onde a modéstia e a dignidade eram sempre exaltadas.

Ainda assim, mesmo em vestes modestas, a beleza de Sakura era inegável. Seus olhos, cintilantes como esmeraldas, e sua pele delicada emanavam uma aura que cativava os olhares de admiração, mesmo quando a jovem se esforçava por passar despercebida. Havia uma força silenciosa em sua presença que transcendia as normas de vestuário; ela era como uma flor silvestre em um campo cultivado, uma força da natureza que desafiava as expectativas.

Quando Madara Uchiha cruzou seu caminho e seus olhares se entrelaçaram, a tensão do momento não provinha apenas do poder que ele representava, mas da autenticidade que emanava daquela jovem. Ele, que estava habituado a ver mulheres que se curvavam às convenções do reino, não pôde deixar de sentir-se intrigado pela moça que, sem esforço, parecia desafiar as normas que a cercavam.

A beleza de Sakura não se resumia a sua aparência, mas consistia na força interior que irradiava, uma chama que ardia intensamente mesmo sob as vestes simples que envergava. Madara, em sua sabedoria, compreendeu que havia algo mais naquele encontro do que a mera atração física; era um sinal de que as tradições podiam ser questionadas e que um novo caminho poderia ser trilhado.

O general Pain, com olhar severo e uma voz que ressoava como trovão, dirigiu-se a Sakura, questionando-a com desdém:

— Não te inclinarás perante a presença de vosso rei? — indagou o general Pain, sua voz carregada de um desdém que ecoava no ar. — As palavras, pesadas como nuvens carregadas de tempestade, ressoaram no ar como um clamor desafiador. 

Contudo, Sakura, levantando-se com firmeza, sentiu seu coração pulsar, mesclando confusão e determinação. Não entendia por que deveria submeter-se a tal rito, e, ao invés de desviar o olhar, resolveu confrontar a expectativa que sobre ela se impunha.

Seus olhos, reluzentes como esmeraldas em meio à vastidão, estavam fixos em Madara, que, montado em seu nobre cavalo negro, a observava com curiosidade insólita. O rei, habituado à reverência e ao respeito, sentiu-se intrigado pela jovem que ousava desafiar o protocolo sagrado. Em meio ao seu ar de soberania, algo em seu íntimo começou a se agitar, como as águas de um lago ao toque do vento.

À medida que a multidão ao redor de Sakura aguardava com a respiração suspensa, como se o destino daquela terra estivesse entrelaçado em um momento singular, a perplexidade tomou conta dos corações dos presentes. Como poderia uma mulher não se curvar diante da autoridade do rei? Tal ato, insensato e audacioso, poderia manchar a dignidade e o poder do soberano, provocando murmúrios de indignação entre o povo.

No entanto, em meio àquela expectativa tumultuada, Madara, em seu íntimo, começou a discernir que a bravura daquela jovem poderia significar o alvorecer de um novo capítulo para seu reino. Os olhos dela, que brilhavam com uma luz inextinguível, não apenas desafiavam o protocolo, mas também despertavam nele um desejo oculto de transformação. A coragem que emanava de Sakura era como um sopro de ar fresco, uma promessa de que as tradições poderiam ser questionadas e que novos caminhos se apresentariam.

 

Sakura, recordando sua missão entre aquelas terras como espiã, Sakura hesitou ao ponderar sobre a ideia de se curvar. Embora o pensamento cruzasse sua mente, a ideia de se inclinar diante de um Uchiha era um desafio que a incomodava profundamente. Assim, manteve os olhos esverdeados fixos no penetrante olhar do Uchiha, desafiando-o com uma determinação silenciosa.

Então, um suave vento do oriente soprou, acariciando os cabelos que moldavam seu rosto, revelando mais da sua essência e presença. O perfume de liberdade e determinação que a envolvia parecia, por um momento, rivalizar com o peso das convenções que a cercavam. O ar, trazia consigo os sussurros da multidão, que se tornaram um murmúrio distante, como se o universo todo aguardasse ansioso por sua próxima ação.

O que se tornou inesperado foi a atração que Madara Uchiha nutria por aquela jovem. Ela, uma Senju, filha do venerável Tobirama, apresentava-se diante dele com uma beleza que refletia não apenas a graça de seu porte, mas também a força de um legado ancestral.

E sucedeu que, enquanto o olhar de Madara repousava sobre as feições de Sakura, uma chama de desejo e curiosidade se acendeu em seu coração. Ela era como uma estrela resplandecente no firmamento, e a firmeza de sua postura, mesmo diante da pressão que o cercava, revelava a coragem que habitava em seu íntimo.

Por um breve instante, a tensão do momento se dissipou, permitindo que Madara contemplasse a figura da Senju.

Sakura fixou seu olhar naquele homem de porte físico majestoso e figura imponente, que a observava com uma intensidade penetrante. Seus cabelos negros, como a noite mais profunda, caiam em ondas ao redor de seu semblante sério, enquanto suas vestes reais, adornadas com simbolismos de poder e autoridade, refletiam a dignidade do reino que governava.

E sucedeu que, ao contemplar a presença de Madara Uchiha, um misto de admiração e reverência tomou conta de seu ser. A gravidade que emanava dele não era apenas a de um rei, mas a de um homem que carregava nas costas o peso de sua linhagem e das expectativas de um povo. No entanto, por trás daquela expressão austera, algo mais resplandecia, algo que a jovem Senju não conseguia desvendar de imediato.


 

— Então, este é Madara Uchiha, aquele a quem meu pai tanto despreza. Jamais curvarei-me diante de um Uchiha! — Pensou Sakura, com firmeza em seu coração, suas palavras ressoando como um eco profundo na sua alma.   — Essa resolução ardia em seu coração, e o peso da herança que carregava parecia desvanecer-se diante da determinação que emanava de sua alma. Contudo, os sentimentos de Sakura estavam confusos, abalados pela presença imponente de Madara.

Com um movimento decidido, Madara desceu de seu cavalo, seus passos ecoando na terra, e aproximou-se dela, mantendo os olhos fixos em seu semblante. A proximidade e a intensidade de seu olhar fizeram com que o rubor subisse às faces de Sakura, um misto de embaraço e curiosidade preenchendo seu ser.

— Qual é a tua graça? — indagou Madara, com um semblante que exibia tanto admiração quanto curiosidade, porem abordou a moça firmemente. — Nunca vi beleza como a tua em meu reino. Tu és desta terra? — prosseguiu, seu olhar penetrante em Sakura, como se buscasse decifrar os mistérios que ela guardava em seu ser.

Entretanto, entre os presentes, Kazuzo, de semblante sombrio, não pôde conter sua indignação:

— Além de seres uma mulher, não te curvas perante o rei e não respondes às perguntas dele, servindo de mau exemplo para outras mulheres. Quem pensas que és? — proferiu Kazuzo, sua voz pesada como o aço, cada palavra desprendendo-se de seus lábios como lâminas afiadas.

Sakura permaneceu em silêncio, como uma estátua esculpida na mais pura pedra, enquanto os olhos de Madara a fitavam, ardendo como chamas de fogo que devoravam tudo em seu caminho. Sua voz, poderosa como o trovão que ecoa nas montanhas, reverberava em seu ser, invocando emoções que ela mal compreendia.

Os cabelos longos e negros do rei dançavam ao vento, como as sombras de um crepúsculo que se estende sobre a terra.

— Vamos, responde ao rei! — exclamou Kazuzo, com voz firme, a qual ressoou no ar como um eco do destino. A gravidade de suas palavras pesava sobre os presentes, e a multidão, em expectação silenciosa, aguardava a resposta da jovem, como se o futuro de seu reino dependesse daquela revelação.

Madara, com um gesto de mão, sinalizou a Kazuzo para que guardasse silêncio, desejando ouvir da moça o que apenas ela poderia dizer. Pois nunca a havia visto, e a singularidade de sua presença suscitava nele uma curiosidade profunda, como se aquela jovem fosse uma flor rara brotando em meio a um deserto de convenções.

Kizashi, com o coração repleto de temor e sua voz trêmula, aproximou-se do rei Madara e lançou-se ao chão, prostrando-se em profunda súplica diante de sua majestade. Com lágrimas nos olhos e o espírito angustiado, clamou:

— Ó, meu senhor, tenha misericórdia de mim e de minha filha. Durante anos, ela fora consumida por uma enfermidade que a afligiu severamente, e somente pela graça do Altíssimo, agora ela encontra-se restaurada. Vede, a pele dela é tão branca como a neve que cai nas montanhas, refletindo a pureza e a beleza que o Criador lhe concedeu.

Kizashi ergueu suas mãos em adoração e súplica, implorando:

— Ela é conhecedora das leis desta terra, mas nunca teve o privilégio de se misturar com o povo. A solidão a acompanhou em sua aflição. Permita, ó, grande rei, que ela habite entre os vossos súditos, para que possa conhecer as alegrias e as tristezas de uma nação que anseia por luz e esperança.

Kazuzo, com voz firme e cortante como lâmina, levantou-se do meio da multidão e dirigiu-se a Kizashi, a expressão severa em seu semblante.

— Ensina então tua filha, que agora goza de saúde, a prostrar-se dignamente diante do rei — proclamou Kazuzo, suas palavras ressoando como um eco de antiga tradição. — Pois o ato de se curvar é não apenas um sinal de respeito, mas também um reconhecimento da grandeza daquele que governa.

Ele prosseguiu, seu olhar penetrante fixo em Sakura, que ainda permanecia em silêncio.

— É um costume sagrado nesta terra, e a falta de reverência pode trazer desgraça, não só a ti, mas também a todos os que te cercam. Não sejas, portanto, uma má influência para as mulheres de nosso reino. Aprende, jovem, que a humildade é a chave que abre as portas do favor real.

 

— Não é necessário — disse Madara, fazendo um gesto sutil com as mãos em direção a Kazuzo, interrompendo-o com a autoridade que sua posição lhe conferia.

Ao proferir aquelas palavras, seus olhos se desviaram momentaneamente para o lado, e um novo entendimento o atingiu. Não era apenas ele que estava cativado pela jovem que desafiava o protocolo; seu filho, Itachi, também observava com um brilho diferente nos olhos.

Itachi, em pé entre a multidão, tinha o semblante sereno, mas seu coração ardia em admirar a beleza de Sakura e a firmeza que ela demonstrava diante do rei. Como um sol que se ergue ao amanhecer, sua presença iluminava a cena, trazendo à tona uma nova perspectiva sobre a coragem que habitava na jovem. O olhar firme e resoluto de Sakura evocava em Itachi um respeito profundo, algo que ia além da simples beleza exterior. 

Madara, ao contemplar seu filho Itachi, sentiu em seu coração uma inquietude crescente, pois a jovem Sakura, que se mantinha em silêncio, irradiava uma aura de mistério e força. Voltando-se para Kizashi, ele questionou com firmeza:

— Qual é a graça de tua filha?

Kizashi, com temor reverente, prostrou-se diante do rei e, com voz trêmula, respondeu:

— A graça de minha filha é como a “rosada.” Pois ela  que floresce na primavera, ó, majestade, resplandecendo em meio à desolação e enchendo os ares com seu perfume suave.

Porém, Madara, em um gesto de autoridade, segurou-o gentilmente, interrompendo-o:

— Não é necessário curvar-se diante de mim. Já entendi o motivo que lhe aflige.

Com seu olhar penetrante, Madara voltou-se para Sakura, que o observava com olhos firmes, e proferiu com convicção:

— Que o Altíssimo conceda o desejo do teu coração e lhe dê saúde para desfrutar do gozo da terra.

Suas palavras, como um eco de bênçãos, reverberaram no ar, fazendo a multidão ao redor silenciar em respeito. 

— Ó, senhor, instrui a tua filha para que se curve em reverência ao rei, pois é um mandamento sagrado honrar a majestade. — Proclamou Kazuzo, incomodado com a postura de Sakura, enquanto Pain, com olhar clínico, conservou-se em silêncio, porém desconfiado.

Sakura, ao lançar o olhar em direção ao Pain, percebeu a desconfiança que lhe habitava o semblante, como um véu que cobria o sol. Com um tom suave como a brisa da manhã, respondeu a Madara:

— Perdoa-me, ó, majestade. Não crie impressões negativas acerca de minha pessoa, pois meu coração anseia por paz e harmonia.

Sua voz doce fluiu como um cântico suave, cativando não apenas os presentes, mas especialmente o rei e seu filho Itachi, que a observavam com atenção renovada.

Enquanto Sakura se preparava para se prostrar, seus dedos tocaram as vestes, e naquele instante, sentiu o calor do toque do rei. Um único contato, sutil como o sussurro das folhas, fez seu coração acelerar como o trotar de um corcel em plena corrida.

— Não é necessário, ó rosada — disse ele, seu olhar preenchido de encanto, como se a beleza dela fosse um mistério que lhe roubasse o fôlego. 

 

E assim, o rei Madara, montou em seu imponente cavalo negro, ergueu-se em majestade, deixando-os para trás. A figura da jovem mulher, Sakura, gravou-se em sua mente como uma visão etérea, um encanto que não se apagaria facilmente. O povo, ao contemplar a partida de seu soberano, vislumbrou nele um semblante de misericórdia, como se o favor divino estivesse sobre sua cabeça.

Itachi, por sua vez, ficou ali, encantado, perdido nos pensamentos sobre a beleza resplandecente daquela mulher que ousou desafiar as tradições. Seu coração, uma flor que se abria na primavera, pulsava com a admiração e a curiosidade despertadas por Sakura.

— A mulher, em sua essência, deve entender seu lugar, pois é a reverência que a eleva, e não a audácia que a abate. Que insolência é essa, que desafia o peso da tradição? E ignora a dignidade do trono que a terra respeita? — Questionava Kazuzo irritado.

— Chega, Kazuzo — disse o rei, sua voz ressoando como um trovão nas montanhas. — Não permitirei que tu, homem de indignação, turbes o meu juízo com palavras de fúria. Que a honra e a sabedoria habitem em nossos corações, e que cada um saiba o seu lugar sob o olhar do Altíssimo.

Enquanto isso, Pain, em seu silêncio profundo e enigmático, observava tudo com um olhar clínico. Desconfiança e intriga dançavam em sua mente, como sombras que se movem na penumbra. Ele ponderava sobre a verdadeira origem de Sakura, questionando se havia algo mais do que o que seus olhos podiam ver.

 

(…)

 

Quando Madara, o soberano de olhares fulgurantes e coração resoluto, adentrou as altas portas do palácio, sentiu o peso da expectativa pairar sobre seus ombros como um manto pesado. Ele fora chamado pelo conselheiro Danzo e pela sua mãe Kaguya, que já se encontravam à sua espera, como sombras que se entrelaçavam na penumbra do salão.

— Ó, majestade! — proclamou Danzo, sua voz carregada de preocupação. — A nova que corre entre as gentes é de que uma mulher ousou não se prostrar diante de ti. Tal ato, em sua audácia, é como um veneno que pode contaminar as mentes das demais. Se esta insolência for permitida, outras mulheres poderão se rebelar contra a ordem sagrada que preserva o nosso reino.

Kaguya, com seu olhar penetrante como a lâmina da espada, inclinou-se levemente para frente, absorvendo cada palavra.

— Em verdade, ó, senhor, esta jovem é um sinal de tempos de grande tribulação. Se não se tomar vigilância, poderemos presenciar o surgimento de uma rebelião, como erva daninha que se alastra sobre a terra, invadindo os campos e trazendo desolação ao povo.

Madara, ouvindo as palavras do conselheiro e da sábia Kaguya, refletiu sobre a gravidade da situação. A figura de Sakura ainda ardia em sua memória, desafiadora e firme, como uma chama que não se apagava. Seria ela um símbolo de transformação ou uma fonte de discórdia?

Com a sabedoria que lhe era peculiar, Madara ponderou sobre as implicações do ato de rebeldia daquela mulher. Seu coração, entretanto, pulsava em um ritmo contraditório, entre a necessidade de manter a ordem e o chamado da mudança que ela representava.

— Tende calma, meus conselheiros — disse Madara, sua voz ressoando como um trovão distante. — Não tomarei decisões precipitadas. É necessário compreender as razões que a levaram a tal ousadia. Talvez, em sua bravura, haja uma lição que possamos aprender.

Kaguya, mãe de Madara, observava o filho com atenção, seus olhos sábios e perspicazes percebendo as sutilezas que o cercavam. O semblante de Madara, antes tão firme e decidido, agora exibia uma inquietude que não lhe era habitual. Ele estava diferente, como a terra que, após a chuva, exibe um frescor inusitado, revelando o que estava oculto sob a superfície.

— Meu filho — começou Kaguya, com uma voz suave, mas carregada de autoridade. — Vejo que o peso de algo novo habita em teu coração. Que sombra é essa que turva teu olhar? O que te inquieta, ó, Madara?

— Mãe, uma jovem mulher adentrou minha vida de maneira inesperada. Ela não se curvou diante de mim, e sua bravura acendeu em meu espírito uma chama que há muito não ardia.

Kaguya, percebendo a chama da transformação que começava a queimar dentro de Madara, sentiu um misto de preocupação.

— Lembra-te, filho, que a ousadia pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição. Uma mulher que não se submete às convenções pode trazer à tona a revolução, mas também a discórdia.

Madara, com o olhar distante, ponderou sobre as palavras de sua mãe.

— Ela não é apenas uma rebelde, minha mãe. Em seu ser reside uma força que me é impossível desdenhar, algo que clama a uma parte de mim que sempre esteve adormecida, como um vulcão sob a terra, aguardando o momento propício para se erguer em chamas.

Kaguya, percebendo a mudança em Madara, compreendeu que ele estava à beira de um novo caminho, um que poderia levar tanto à destruição.

— Que os deuses te guiem, meu filho. O destino de um homem é moldado pelas escolhas que faz. Que tu sejas sábio em tuas decisões, e que não te esqueças de quem és.

Danzo, com um olhar severo e palavras carregadas de indignação, dirigiu-se a Madara, como um trovão rompendo a calmaria de um céu antes sereno.

— Ó, majestade! — exclamou Danzo, a voz embargada pela incredulidade. — Quantas mulheres há neste reino sob a proteção de tua coroa? Tantas belezas a teu dispor, e ainda assim, teus olhos se voltam para aquela que envergonhou a tua majestade? — As palavras de Danzo ecoaram no salão como um eco de desdém, ferindo a dignidade do soberano. — Será que te deixaste seduzir por uma simples camponesa, que ousa desafiar a ordem sagrada? Que exemplo é este que darás ao povo, se permitires que tal afronta permaneça impune?

Madara, percebendo a gravidade da situação, ergueu a cabeça, seu olhar firme como o aço.

— Tende cuidado, Danzo, com as palavras que proferes — respondeu Madara, sua voz retumbando como o eco distante de uma tempestade. — Não se trata apenas da beleza de uma mulher, mas da força de seu espírito. 

Kaguya, observando a troca de palavras, percebeu o conflito interno em seu filho.

— Que os sentimentos que habitam em teu coração, Madara, não se tornem um fardo. Há poder nas escolhas que fazemos, e a verdadeira liderança exige sabedoria, não apenas a imposição da força.

Danzo, ainda indignado, insistiu.

— Mas, ó, rei, uma mulher que não se submete à tua autoridade é como uma erva daninha que cresce entre os lírios. Se permitires que a insubordinação floresça, o reino poderá padecer em tumulto.

Madara, contemplando o dilema diante de si, refletiu sobre a essência da liderança.

— Que a coragem de uma mulher não seja vista como uma fraqueza, mas como um desafio à sabedoria de um rei. É no confronto com a insubordinação que a verdadeira grandeza se revela. Deixai-me entender as motivações dela, antes que qualquer juízo seja feito. — assim ele retirou-se do local, lembrando aos conselheiros que a última palavra era dele.

 

(…)

 

Nesse intervalo, Sakura, a jovem de olhos penetrantes e espírito indomável, sentou-se à mesa de madeira polida, cercada por velas que lançavam sombras dançantes nas paredes de sua nova moradia. Com uma pena em mãos, começou a escrever cartas ao seu pai, Tobirama, revelando os meandros e as debilidades da liderança de Madara.

Carta de Sakura a Tobirama.

Ó meu estimado pai,

É com grande apreensão que escrevo estas linhas, desejando que a paz de nossas terras esteja contigo. Em minha nova residência, no reino de Madara, tenho observado com atenção as estruturas que sustentam seu domínio. Embora o rei seja dotado de grande poder e um olhar que faz estremecer as almas, percebo que suas leis e costumes se encontram repletos de lacunas que ameaçam a harmonia deste reino.

Aqui, ao contrário do que temos no domínio dos Senju, onde as vozes das mulheres ecoam nas assembleias e suas decisões são respeitadas, o reinado dos Uchiha se revela um espaço em que as mulheres são frequentemente silenciadas. As leis, que deveriam servir ao povo, carecem de justiça para com o sexo feminino, relegando-as a meras sombras no palco da vida pública.

O mais alarmante, meu pai, é que as mulheres deste reino não têm acesso às escrituras. As palavras sagradas, que deveriam fluir como um rio para todos, são-lhes negadas. Fui testemunha de muitas que carregam em seus corações a sede de conhecimento, mas se veem impossibilitadas de se instruir e, portanto, de contribuir com sua sabedoria para a comunidade.

Compreendo que cada reino tem suas tradições, mas sinto que a força deste povo se tornará cada vez mais fraca se continuar a desconsiderar o potencial que reside nas mulheres. Como as flores que precisam do sol e da água para florescer, assim também as mulheres necessitam de oportunidade e voz.

Tentei não ser notada, porém, neguei-me a me curvar ao rei. Sou uma espiã, é verdade, mas carrego a linhagem dos Senju e jamais envergonharia o meu clã, submetendo-me a Madara Uchiha. Prefiro a morte! Em breve, trarei a cabeça desse homem e de seu oficial Kazuzo, que ousaram me confrontar, diminuindo minha capacidade.

Com coragem, permanecerei firme, pois a chama da revolta arde em meu coração e a luta pela dignidade das mulheres deste reino se tornará minha missão.

Que as estrelas nos guiem em nossa jornada.

Com amor e determinação,
Sakura


 

(…)

 

E sucedeu que, nos dias de Madara Uchiha, para demonstrar as ricas bênçãos e a glória do seu esplendor, ele convocou príncipes aliados de terras distantes, e fez também um convite a todo o povo que habitava as terras do Uchiha. Pois Madara, em sua sabedoria, sempre estivera próximo ao seu povo, servindo com humildade e dignidade.

E eis que o convite fora elaborado com grande pompa, adornado com gravuras de ouro puro, refletindo a opulência das suas possessões.

 O dia da festa chegou, e as portas do palácio foram abertas, para que todos os homens e mulheres, de cada canto do reino, pudessem entrar e participar das alegrias do banquete.

No dia da festividade, o palácio resplandeceu com esplendor, coberto de tapeçarias finas e adornos preciosos, enquanto as mesas eram carregadas de iguarias, frutos exóticos e carnes suculentas, testemunhos da abundância que Madara havia acumulado. E a música ressoava por toda a casa, enchendo os corações de alegria e regozijo.

E as mulheres da terra, ao presenciarem o banquete, sonhavam em seus corações com a possibilidade de se tornarem concubinas do rei. Pois a beleza de Madara era como o brilho da alvorada, e seu semblante se aprimorava a cada dia. Seu olhar penetrante cativava as almas, e ao lhe sorrir, atraía as esperanças de muitas.

Porém, as damas que se aproximavam dele sabiam que os laços que se formariam eram, na verdade, alianças estratégicas, destinadas a fortalecer o clã Uchiha e a garantir a paz entre as nações. Madara, em sua grandeza, reconhecia que o futuro de seu povo estava entrelaçado com as uniões que estabeleceria, e assim, olhava com discernimento sobre cada proposta que lhe era apresentada.

E assim, naquela noite gloriosa, Madara Uchiha reafirmou seu compromisso com seu povo e com a prosperidade do seu reino, celebrando não apenas suas riquezas, mas também a união e a harmonia que buscava preservar entre as terras que governava.

 Enquanto Madara Uchiha se entregava à festividade, banqueteando-se e saciando-se com abundância de vinho e deleites, ele enviou eunucos para chamar sua esposa Mei, a fim de que ela estivesse em sua presença. Pois Madara, em seu estado de embriaguez, desejava a companhia de sua mulher, desejando que ela compartilhasse de sua glória.

E eis que os eunucos foram até a casa de Mei e, ao chegarem, encontraram-na preparando um banquete para as mulheres que ali estavam reunidas. Então, os eunucos disseram a Mei: 

— Mei, Vem, pois o rei Madara te chama, desejando ver-te em sua celebração.

 Mas Mei, conhecendo o estado do marido e sentindo que seu valor e dignidade eram desprezados, recusou-se a ir.

E ela respondeu aos eunucos, dizendo: 

— Dizei ao meu senhor que não me apresentarei diante dele enquanto estiver embriagado. Pois sou mulher de honra e não irei ao encontro de um homem que não valoriza meu ser.

E os eunucos, ao ouvirem estas palavras, retornaram e trouxeram a mensagem a Madara. Mas a ira do rei se acendeu em seu coração, e ele exclamou: 

— Como pode uma mulher não saber qual é o seu lugar? Como ousa ela desprezar a ordem de seu senhor?

E Madara, tomado pela fúria, levantou-se de seu lugar e, dirigindo-se aos seus conselheiros, clamou: 

— Dizei-me, ó, conselheiros, qual é o destino que se deve reservar a esta mulher que ousa desonrar sua posição? Como posso permitir que uma esposa minha transgrida os preceitos sagrados e não reconheça a autoridade do rei?

E seus conselheiros, temerosos diante da ira do rei, disseram: 

— Seja feito conforme teu desejo, ó, rei, pois a desobediência não deve ser tolerada. — E assim, Madara, em sua raiva, decidiu que sua esposa seria punida, pois acreditava que tal desfeita não poderia ficar impune.

Mas Mei, em sua sabedoria, sabia que seu valor não estava nas ordens de um homem, mas na força de seu espírito e na dignidade que carregava em seu ser. E enquanto a tempestade se formava ao redor de Madara, ela permanecia firme em sua decisão de não se submeter a uma autoridade que não a respeitava.

— Ó, que insensatez é esta, que me acorrenta a uma mulher que não reconhece o esplendor de meu trono! Portanto, ajuntai-vos, pois em meu peito arde a determinação de encontrar uma esposa que não apenas se curve em reverência, mas que também abrace a grandeza do clã Uchiha! Que a busca se inicie, pois a coroa não permanecerá vazia enquanto eu tiver fôlego em minhas narinas para reinar! — Afirmou, embriagado, suas palavras ressoando como trovão nas paredes do palácio.

(…)




Notas Finais


Nossa querida Sakura vem de costumes diferentes, e, não se curvará para um Uchiha. Assim como seu pai Tobirama, ela declara — Uchiha bom, é Uchiha morto. No entanto, seu lado indomável chamará a atenção dos Uchiha's. ( A Filha do Tobirama, com sua bravura irá mudar um sistema que fora imposto. Sendo à voz daquelas mulheres que estão presas à ideologias machistas)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...