1. Spirit Fanfics >
  2. A Filha Dos Smith >
  3. Feitos de mentiras

História A Filha Dos Smith - Feitos de mentiras


Escrita por: venusbirds

Notas do Autor


Desculpem-me os erros ortográficos e boa leitura! ♥

Capítulo 5 - Feitos de mentiras


Fanfic / Fanfiction A Filha Dos Smith - Feitos de mentiras

Grace Smith P.O.V

Sentada no telhado em frente à janela do meu quarto, eu observava meu pai entrar em seu carro as três horas da manhã e partir para mais um de seus cansativos trabalhos de assassino de aluguel. Desta vez eu não sabia ao certo para quem ele estava trabalhando, durante quatro dias ele e minha mãe me ignoraram e eu, por mais que tentasse, não sabia como me aproximar e me desculpar por tudo que falei, por mais que fosse um desabafo verdadeiro da minha parte.

O vento fraco, que indicava que iria chover, não me impedia de estar ali fora. Era o único lugar que eu desejava estar nesse momento, mesmo se houvesse chuva.

— Não deveria ficar do lado de fora da casa nesse horário. — Olhei para meu lado esquerdo, vendo minha mãe se sentar ao meu lado e acenar com a mão para o carro do marido que estava se afastando.

 — Gosto de ficar aqui, às vezes. — Respondi colocando um dos fones de ouvido do celular novo que havia comprado um dia depois de ter perdido o meu. Coloquei uma música baixa, podendo escutar o que minha mãe falava, mas ela ficou em silêncio. — Você não tem alguns trabalhos na Austrália está semana?

— Quando descobri que estava grávida, sabia que haveria momentos em que eu teria meu trabalho se tornar algo fútil e teria que, não importando a situação que fosse, te tornar a coisa mais importante. — Um sorriso simples surgiu no canto do seu rosto e ela me olhou de lado. — Não vai ser agora que te deixarei de lado, Grace. Só te mantemos aqui porque, quem te sequestrou quando mais nova, ainda está por aí e se descobrir onde estamos...

— Eu fui privada de ir a uma escola, de conversar com muitas pessoas e continuo sendo privada de conhecer pessoas novas. Como quer que eu me sinta? Eu cresci, meus pensamentos evoluíram da mesma forma junto comigo. Eu fui percebendo a grande diferença que existia a mim e outras garotas da mesma idade. Eu me senti estranha por ter pais assassinos que me ensinam tudo, mas me privam de todos.

— Nós te entendemos, querida, mas pense... você ainda nos tem por perto para lhe defender.

Fiquei em silêncio, desviando a atenção para meus pés e arrumando meu cabelo para o lado. Eu sabia que ela estava se referindo ao fato dela não ter pais para mostrar a ela o que era certo e errado, nem ter ninguém para protege-la já que era órfã.

— Conte-me o que houve com você para voltar machucada para casa.  — Ela pediu após alguns minutos em silêncio.

— Apenas estava no lugar errado, no momento errado.

— Estava sozinha?

— Não, havia um garoto. Justin. — Respondi e pude ouvir uma risada fraca, me fazendo encarar minha mãe que parecia ver graça em algo. — Não é o que está pensando, bem pelo contrário.

— Ele era gostoso? — Ela perguntou sem rodeio mudando seu olhar para malicioso, me fazendo rir.

— Mãe! Eu não fiz nada com ele, nem ao menos conversamos.

Desde o dia em que contei para minha mãe do meu, mais patético e nojento, namoro com um amigo de Crystal, ela achava que todo e qualquer garoto que se aproximava tinha algum envolvimento comigo. Meu pai sabia, mas fazia pouco caso do fato.

 — Mesmo que não tenha feito nada, você pode achar alguém bonito apenas por vê-lo.

— Não reparei nele. A única coisa que consigo lembrar é do jeito que ele me olhava quando me ajudava.

— Ajudava em que?

— Houve uma festa nas docas e apesar de ter ido com Crystal, eu não queria ficar muito perto dela e de alguns de seus amigos. Muito menos ser atirada para cima de um deles como um pedaço de carne é jogado para um leão.  Então fui caminhar entre os contêineres, quando notei alguém estava me puxando e colocando a mão sobre minha boca para que ficasse em silêncio.

— Grace... — A interrompi.

— Calma, deixe-me terminar de contar tudo. — Ri fraco percebendo a preocupação se estampar em seu rosto. — Era o tal garoto. De início eu fiquei em silêncio, mas nós dois começamos uma briga e ela foi parada por um homem estranho, então ele fez ameaças ao Justin e ordenou para que nos matasse.

— Os contêineres vazios que tem nas docas normalmente são usados por alguns traficantes para guardarem seus carregamentos de drogas.

— Eu sei, mas naquele momento eu nem estava pensando direito, só me perguntava quem eram eles. O garoto me ajudou a sair de lá, então fomos até o caro dele e seguimos uma boa parte da avenida principal, até outro carro se chocar contra o nosso.

— Agora entendo como se machucou.

— Eu não lembro de muita coisa depois do acidente, só lembro de Justin cortar o cinto de segurança e da sensação de cair sobre o corpo dele. Acordei horas depois em um quarto e quando fui tentar voltar para casa, recebi ameaças.  Eu não sei ao certo o que eles são, mas nos vigiam frequentemente.

— Seu pai e eu notamos os carros que passam em frente a nossa casa com frequência, mas não achamos nenhum registro dos veículos.

— Não acredito que eles serão problemas. — Me levantei e ela fez o mesmo, parando em minha frente.

— Não tenha tanta certeza! Se alguém estava tentando mata-los, podem não desistir tão fácil da ideia, e... eu não quero que nada aconteça com você, filha.

— Eu sei, mas você está sempre aqui para me proteger, não está?

Ela me abraçou com força e eu retribui da mesma forma. Fechei os olhos e deitei minha cabeça em seu ombro, sentindo suas mãos deslizando entre os fios do meu cabelo, me confortando em seus braços.

Sempre soube que essas brigas em família aconteceriam, meus pais me explicaram muito sobre como eles eram e também presenciei a destruição de uma das minhas casas por conta de uma discussão tola entre os dois.

Me afastei aos poucos dela e sorri de canto, vendo-a retribuir da mesma forma.

— Melhor você voltar para dentro de casa e ir dormir, mocinha, amanhã voltarei com seus treinamentos. Sei que sente falta disso, também sentiria se fosse obrigada a ficar apenas em meu quarto.

— Eu não estou com sono. — Tirei o elástico preso no meu pulso e o usei para prender meu cabelo, andando até a janela e entrando novamente no quarto, enquanto ela apenas me seguida. — Dormi boa parte da tarde e estou sem vontade alguma de deitar em minha cama, estava pensando em ir correr, não tem nada melhor para fazer mesmo.

— Você corre por quanto tempo até achar alguma confusão em algum lugar?

— Por alguns minutos, até me tornar a “Super Smith - Heroína das madrugadas”. — Fechei os punhos e os pousei sobre a cintura, olhando para cima, fazendo ela rir de mim.

— Vá, mas não arrume nenhuma confusão e nem alguém para te perseguir.

Sorri beijando sua bochecha e sai correndo do quarto antes que ela mudasse de ideia. Fechei a porta da casa com força e aumentei o volume da música que tocava. A batida agitada me fazia cantarolar a música pelas ruas desertas na madrugada.

Eu estava acostumada a ver as ruas desertas, algum carro ou outro passar nas ruas, mas sempre estava atenta a qualquer coisa diferente que pudesse acontecer. Mas nesta noite não parecia estar tão desperta para o que acontecia ao meu redor, percebi isso quando alguém segurou meu braço e me puxou com força para trás. Como um impulso meus punhos se fecharam e antes de bater contra o rosto, sua mão segurou meu punho e o garoto ainda com algumas cicatrizes no rosto riu como se tivesse alguma graça em minha reação.

— Me pergunto se você sempre reage desta forma quando alguém te toca. — Sua pergunta estupida fez com que eu me afastasse.

— Apenas quando pressinto “problemas”.

Justin passou a língua nos lábios e sorriu enquanto me olhava de cima a baixo. Pude perceber seus amigos, aparentemente bêbados, andando em volta de um carro e rindo do simples fato de estarem caminhando.

— É, dizem que onde eu vou, os problemas me acompanham.

— Eu percebi, não acha?

— Vamos, Bieber. — Um dos amigos do Justin o chamou apressado, se jogando em seguida sobre o capô do carro e se virou de bruços.

— Preciso levar essas caras para o Dupke Tower.

— Dupke não é um dos maiores edifícios da cidade, onde há uma grande quantidade de seguranças por causa dos homens ricos que lá trabalham? — Questiono por talvez estar confundindo locais, não é possível entrar lá, é preciso muito dinheiro para conseguir tal ato.

— Sim, mas eu nunca vou lá resolver negócios. — Ele me olhou sério por alguns segundos. — Se quiser ir, seu péssimo humor dever ter um fim por lá.

— Do jeito que me olha, sinto que vai me jogar de cima do prédio.

— Ele não, mas eu sim, caso vocês dois não calarem a boca logo e demorarem mais para entrar no carro e irmos. — Um garoto de cabelos loiros falou, apoiando-se ao veículo. — Muita enrolação da parte de vocês.

— Simon, cala a boca.

— Ok, só fala logo o que você queria e vamos. — Justin voltou a me olhar, ignorando o amigo que agora empurrava o outro para o chão.

— Então... vamos?

— Pode ser, já estou aqui por não ter nada melhor para fazer.

— Já vamos ir?

 — Vamos, Simon. Entra logo no carro.

Os garotos entraram no carro apressados e se sentaram no banco de trás, caminhei até o carro e me sentei no banco da frente, olhando de relance para o grupo no banco de trás.

— Vão tentar explodir mais um carro hoje, Justin?

— Vou, de preferência com apenas vocês três dentro. — Justin entrou no carro e fechou a porta com brutalidade, sorrindo forçado para os amigos.

— Garotinha indefessa, como consegue confiar nele depois daquele acidente?

 

Justin Bieber P.O.V

 

Quando Bellamy, Simon e Jack exageram na quantidade de bebidas em alguma festa, eu acabo ficando como responsável de levá-los para casa em segurança e com vida. Em uma das noites que isto aconteceu, resolvi fazer diferente e ao invés de ir diretamente para casa, os levei ao Dupke, onde alguns conhecidos trabalham, liberando a mim o acesso ao heliporto do edifício; um local calmo durante boa parte da manhã e com uma boa vista de uma grande parte da cidade. Um ótimo local para acordar quando se está de ressaca ou com mau humor.

— Não de atenção para eles, Grace, conseguem ser ainda mais irritantes enquanto bêbados.

— Bêbados são divertidos. — Simon se deitou no banco e esticou os pés para frente, colocando-os sobre as pernas de Grace.

— Irritantes e folgados. Tire os pés dela, Simon.

Ele riu e me obedeceu em seguida, voltando a conversar com Jack. A conversa de bêbado dos dois fazia Grace e eu rirmos por boa parte do caminho percorrido. Não havia trânsito algum, as luzes que iluminavam as ruas da cidade eram a única distração de Bellamy, que estava quieto naquele instante.

Parei o carro no estacionamento vazio e sai do carro, dando espaço para os garotos também saírem. Grace soltou o cabelo e deixou o elástico em seu pulso, olhando em sua volta parecia avaliar cada mínimo detalhe do local em sua volta.

— Você vem, Grace? — Questionei fazendo seu olhar se voltar a mim e ela moveu a cabeça, afirmando que me seguiria.

Simon e Jack continuavam agitados, pulavam e corriam pelo estacionamento se divertindo com algo que apenas os dois entendiam. Bellamy adorava dormir no heliporto, então apenas seguiu até a entrada e cumprimentou Michael, um dos nossos homens que está na segurança do Dupke Tower.

— Garota nova, Bieber? — Michael perguntou assim que terminei de subir as escadas na entrada, ele se aproximou e me cumprimentou com um toque de mão e um tapa nos ombros.

— Talvez. — Olhei para Grace ao meu lado e ela parecia desinteressada em nossa conversa, preferindo olhar os detalhes do local.

Caminhei ao acesso do local, passando pelas roletas após as travas serem liberadas por um dispositivo, suponho que Michael o tinha em seu bolso. Continuei o caminho até os elevadores, onde os meninos já esperavam. Quando as portas foram abertas, eles fizeram questão de entrarem primeiro e se jogaram no fundo do elevador, deixando com que eu apertasse os botões até o último andar.

 Grace se apoiou ao elevador e continuou em silêncio, nenhum de nós conseguia achar um assunto para todos conversarmos, mas como a convidei para nos acompanhar até aqui, teria que achar algum, talvez arrancar informações sobre a vida dela. Não havia nenhum motivo para ter a convidado para vir junto, foi apenas uma ideia momentânea que julguei ser uma boa opção.

Quando a porta se abriu os garotos se levantaram apressados, Simon entrou em minha frente e colocou a mão na porta do elevador, dando espaço para Grace sair primeiro e assim ela fez. Foi então que eu percebi para onde todos os olhares estavam direcionados, não posso negar que não havia reparado nela, mas não como eles estavam descaradamente fazendo.

— Melhor você sair logo antes que eu faça sua cara ser esmagada contra a porta do elevador, Simon.

— Por que a pressa? Eu só estava avaliando. — O sorriso malicioso que surgiu no rosto dele me fez rir e sair do elevador o ignorando.

Caminhei pelo local e fui até o final, olhando para a vista de uma cidade que aquele prédio proporcionava. Uma cidade silenciosa pela madrugada, mas que por trás de muitas das casas ali, haviam conflitos; Conflitos que nem sempre eram culpa de tráfico, eram apenas pessoas ignorantes fazendo de coisas pequenas, grandes problemas.

— O que você vê? — Questiono ao notar a presença de Grace ao meu lado.

— Uma cidade?!

— Eu vejo um lugar onde pessoas tentam ser perfeitas para agradar os outros, pessoas que se modificam para estarem nos padrões de beleza; eu vejo uma cidade de mentiras.

— Todos fazem isso, querendo ou não. — Ela disse e eu sorri sem mostrar os dentes, concordando com ela. — Todos mentem, mas você não parece estar falando isso para eles ou para mim... está falando para você mesmo.

Dei de ombros e me virei olhando para os garotos; Bellamy estava deitado em um colchonete que havia pego em uma pequena sala do outro lado do heliporto, Jack e Simon estavam sentados com as costas apoiadas nas paredes e conversavam sobre algo.

— É, as vezes não consigo me reconhecer quando tento agradar alguém e falho. Eu sempre falho.

— Seus amigos ou seu pai? — Ela questionou.

Me sentei deixando meus pés para fora do prédio, podendo sentir o vento fraco bater contra minha pele. Ela se sentou ao meu lado e eu a encarei; seu rosto iluminado pelas luzes dos holofotes do local me faziam perceber o verde dos seus olhos e as marcas do acidente sobre sua pele.

— Não te trouxe aqui para contar coisas sobre a minha vida. — Respondi arrogante.

— Você não falha, só está mudando pela pessoa errada. — Ela ignorou minha arrogância e fechou os olhos, erguendo a cabeça para cima sentindo o vento contra seu rosto. — Você deveria mudar por você mesmo e não pelos outros.

— Você fala como se ... — Ela me interrompeu rindo baixo e voltando a me olhar.

— Eu sou feita de mentiras. Meus pais mentiram pra mim, eu menti pra eles, para minha amiga e para a maioria das pessoas que eu conheci. Menos pra você, porque ainda não deu tempo.

— Por que mentiu para todos?

— Ninguém pode saber que fui projetada para matar pessoas, preciso aparentar ser alguém normal.

— Seus pais são traficantes? Policiais?

— Assassinos.  Eu também não sabia, só quando fiz oito anos descobri a verdade, depois de um incidente.

— Eles estavam te preparando para saber da verdade na hora certa.

— Talvez, mas não acredito muito nesta possibilidade. E seus pais?

— Meu pai tenta ser traficante, mas ele esquece que precisa fechar negócios e prefere ficar bebendo, então eu assumi as coisas a uns três anos. Quer dizer, eu apenas tento chegar aonde ele queria mas não conseguiu.

— E por que tenta agrada-lo? — Ela parecia curiosa em saber minha história e o que acontecia entre meu pai e eu.

Apesar de não gostar de conversar, ainda mais com garotas, naquele instante, vendo aqueles olhos verdes concentrados nos meus e sabendo que ela ouvia atentamente cada palavra minha, eu conseguia expressar um pouco do que sempre guardei para mim. Uma desconhecida conseguia me deixar mais confortável do que duas vadias em minha cama em uma noite só.

— Éramos apenas ele e eu, até que chegou a idade em que eu conseguia pensar e agir por mim mesmo, então ele preferiu abraçar toda noite uma garrafa de vodca e gritar em meus ouvidos que eu nunca seria nada... que a morte da minha mãe era culpa minha por ter nascido.

— E agora você tenta gritar para ele que consegue ser mais poderoso que ele. — Ela se sentou de lado e riu fraco, balançando a cabeça de um lado para o outro.

— Nunca vi por esse lado, preferia ver pelo lado de que eu poderia mostrar que eu posso ser o que quiser e que não vão ser as palavras medíocres dele que mudaram.

— Mas tudo que você faz é nútil, pelo menos foi o que disse. Você sempre falha.

Ela se levantou, deixando a manga de sua jaqueta escorregar pelo seu braço, deixando seus ombros a mostra. Dando passos curtos e bem próximos a ponta do prédio, ela colocou o fone de ouvido e mexeu em seu, provavelmente novo, celular e começou a mover o corpo conforme as batidas da música que devia estar escutando.

Eu apenas apreciava o movimento do seu corpo, deixando de pensar que o que ela havia me dito era verdade.  Alguns passos para o lado e ela cairia, mas ela notando que estava arriscando sua vida, apenas soltou um riso fraco e segurou o celular em mãos e fechou os olhos, dançando despreocupadamente.

Me levantei e caminhei até ela, vendo ela dar um passo em falso e seu corpo ir para trás, mas antes de cair, eu segurei sua cintura e a puxei para perto de mim. Seu corpo colado ao meu fazia com que eu sentisse seu peito se mover acelerado por causa do susto que levou, mas seus olhos chamavam mais a minha atenção, assim como seus lábios que estavam um pouco avermelhados.

— Acharia isso romântico, se não fosse o fato de ser o Justin ali.

A voz de Jack seguido dos risos dos outros, fez com que Grace se afastasse de mim rapidamente e eu não os odiei por aquilo. Puxei as mangas da minha jaqueta até os cotovelos e passei a mão sobre a nuca, vendo a garota parada olhando para a paisagem.

 

Grace Smith P.O.V

 

As horas passavam rápido enquanto conversávamos, quando notamos o sol já estava no céu e era a hora de irmos embora. Bieber não era tão arrogante quanto tentava ser, talvez a nossa conversa sobre sermos feitos de mentiras deixou com que uma semelhança nos ajudasse nos outros assuntos.

Quando o carro parou em frente à minha casa, me despedi dele e de Simon, os únicos acordados.

— Ei, Grace. — Justin me chamou enquanto caminhava em direção a minha casa. — Nos vemos daqui uns dias.

— Ok.

Sorri e me virei continuando a ir para casa, minha mãe apenas me lançou um sorriso quando passei por ela no corredor, ela deve ter visto o carro e deixado sua imaginação falar muito alto. Não cheguei a questionar nada para ela, apenas entrei em meu quarto e me deitei em minha cama.

Os dias foram passando e meu pai estava de volta, Justin e os amigos continuavam vigiando a casa. A pior parte desses dias foi pedir desculpas para o meu pai por ter sido sincera sobre o que sentia, mas entendo que aquilo acabaria com o silêncio e os olhares estranhos durante o jantar.

— Grace, não corra. — Minha mãe gritou assim que sai do carro dela e corri para dentro da casa.

Meus treinamentos voltaram e passar o dia todo dentro de uma sala apanhando da minha mãe e de alguns seguranças não era tarefa fácil apesar de estar acostumada.

Corri até a cozinha e peguei um copo de água, bebendo todo o conteúdo rapidamente. A casa ainda estava silenciosa, mas um som alto de um relógio fez com que soltasse o copo sobre o mármore da cozinha e me virei, vendo sobre a bancada oposta o que parecia ser uma bomba em seus últimos segundos. Corri para fora da cozinha em direção a porta de entrada onde meus pais estavam parados.

— Mãe! Pai! Tem uma bomba na...

Antes de terminar a frase a primeira explosão aconteceu, meu corpo foi empurrado para frente e pude sentir os braços da minha mãe em minha volta. Nossos corpos foram jogados ainda mais longe e caímos sobre o chão, vendo atrás de nós a casa explodir e ser tomada pelo fogo.

Minha mãe havia ficado sobre mim, me protegendo dos destroços que voaram para longe assim como nós. O som da explosão fez com que um zunido ecoasse pelo meus ouvidos e como se alguém estivesse longe gritando o meu nome, mas ao virar o rosto pude perceber que meu pai estava ao meu lado perguntando algo. Fechei os olhos com força e coloquei as mãos sobre meus ouvidos.

— Grace? Você está bem?

— É ... estou. — Respondi ficando de joelhos e percebi um carro preto estacionar em frente à casa.

Quando Justin saiu do carro e caminhou sobre o gramado vindo em nossa direção, me levantei e corri em direção a ele, o empurrando para longe.

— Grace...

— Por que fez isso? Você é louco? — Bati minhas mãos contra o seu peito mais uma vez o empurrando.

— Eu estou louco? Acha que se eu tivesse feito isso, voltaria para te ajudar? — Ele falou sério e eu respirei fundo, me virando e notando que meus pais nos olhavam atentos. — Nós precisamos ir, agora.

— Ir para onde? — Meu pai perguntou se aproximando.

— A polícia já deve ter sido acionada por um dos seus vizinhos, tenho certeza que não vai querer conversar com nenhum deles e eu não quero ser perseguido pelos mesmos por estar vigiando sua casa. — Um sorriso surgiu no canto do rosto do garoto, ele se sentia vitorioso por saber que conseguiria convencer meu pai. — Confie em mim, como sua filha confia.


Notas Finais


Gostei tanto desse capitulo, espero que vocês também!! Até o próximos, angels ♥


Playlist de AFDS > spoti.fi/1OeSR5U
AFDS no wattpad > http://w.tt/1MqAW0Q
Twitter > https://twitter.com/bringzollg


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...