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História A Filha Perdida - Adeus.


Escrita por: Alasca__Young

Notas do Autor


Finalmenteeeeeeeeeeee!
Ai meninas, se vocês soubessem o quanto estou emocionada em terminar essa históriaaaaa!
Enrolei 4 anos, não sei nem se ainda tem alguma leitora que conseguiu ficar aqui do início ao fim ( se tiver, se procuncie por favooor)
É um capítulo bem grandinho para vocês, com algumas emoções e reviravoltas e que eu escrevi com todo o meu coração e criatividade de acordo com o que eu acho que a nossa personagem queridinha merece❤️
Espero que gostem, que curtam, que comentem e que eu não decepcione vocês!
Tenho novidades nas notas finais, não deixem de ler!
Segura coração e boa leitura...

Capítulo 53 - Adeus.


Fanfic / Fanfiction A Filha Perdida - Adeus.

Point of view Autora


Foi um golpe duro para Maxon e América encontrar Eadlyn e ter que deixá-la ir logo pouco tempo depois, mas eles ficaram felizes pelo casamento da filha com Kilie. 

Logo depois do tão sonhado casamento, decidiram todos mudar de cidade e então foram para o litoral, onde construíram o abrigo para meninas abandonadas em situação de rua e maus tratos de Eadlyn. A vida na capital era corrida, a respiração era pesada, cheia de pessoas prontas para fazer fofoca a qualquer momento, muitos paparazzis e muita notícia ruim. Ninguém nunca tinha sossego e então decidiram ir juntos para um lugar melhor.

Os Schreave compraram um condomínio em frente a praia. A casa ao centro era de América e Maxon, onde tambeém morava Shalon e Magda do lado esquerdo a essa era de Eadlyn e Kile, depois de Josie e Kaden e na ponta Marlee e Carter. Do outro lado, o direito a casa de Maxon e América, morava Ahren, Camille e ao lado deles, de vez em nunca, o solteirão mais cobiçado de Illéa: Osten. 

Agora casados, Camille e Ahren tiveram uma filha, Amanda, que tinha apenas três aninhos e era ruiva como a avó América. Era tão levada que as vezes nem Noah tinha pique para brincar com ela. Ahren estava doido para ter outro logo, mas antes, já estava assinando a papelada da adoção de uma linda mocinha de 13 anos que havia conhecido no abrigo filantrópico de sua irmã. 

Há pouco tempo casados, Kaden e Josie não pensavam em ter filhos, queriam mais viajar e cuidar de todas as garotas do orfanato como se fossem suas filhas. Josie era professora e coordenava aulas lá, era a tia mais querida, e Kaden era o diretor geral, nada acontecia sem que ele soubesse e como sempre tinha um coração mole, por isso também era muito amado por lá. 

Marlee e Carter estavam ansiosíssimos para a chegada dos netos gêmeos de Kile e Eadlyn que chegariam em alguns meses, estavam sempre com Maxon e América viajando pelo mundo, curtindo cruzeiros e noites de salsa. No tempo livre, quando não estavam cuidando de seus negócios ou do abrigo, estavam paparicando os netos Noah e Amanda que mesmo não sendo de sangue era amada do mesmo jeito. Se achavam que a saída dos filhos de casa ia afetá-los, estavam errados. 

Osten era um mulherengo, tinha várias namoradas e sempre estava com uma diferente toda vez que chegava da capital. Ele trabalhava para o governo e fazia de seu trabalho sua maior diversão: viajar o mundo. Mas apesar de tudo isso, era o tio preferido das crianças. Estava sempre aprontando alguma, era sempre alegria e entusiasmo onde quer que ele estivesse, e sempre fazia falta quando não estava.

Noah estava com cinco anos agora, estava ansioso com a chegada dos irmãos, não entendia porquê a mamãe havia comido eles e porquê eles estavam lá dentro da barriga dela. Ele e Amanda eram muito amigos, os xodós de todo mundo e todo dia escolhiam uma casa diferente para dormir, as vezes gostavam de acampar na praia, convidavam todos para fazer uma fogueira ou até mesmo para a festa de aniversário de seus brinquedos.

Kile gostava daquilo tudo, era como ele gostaria de estar para o resto da vida: na beira da praia cercado de sua família, filhos e principalmente ao lado de Eadlyn. A vida tranquila, trabalhando com o que gostava, ajudando os necessitados e comemorando sempre. Tudo aquilo era muito a cara dele.

Já Eadlyn…

Às vezes era a perturbada e não negava seu signo da liderança: Áries. 

Gostava que tudo sempre estivesse perfeito. Visitava os ateliês, a fábrica, conferia de perto as confecções de suas peças, estava sempre em reuniões importantes a fim de conquistar mais patrocinadores e apoiadores para o seu orfanato. Estava sempre preocupada com as meninas, com o crescimento de Noah, com o marido Kile, com os pais, e principalmente a mãe que tinha alguns problemas no coração e nem queria saber de se cuidar, apenas de curtir a vida. Mas no fim, não se sentia cansada ou chateada com a correria. Se sentia orgulhosa de tudo que havia conquistado, de tudo o que tinha. Já havia passado tempo demais sozinha, tudo o que ela mais precisava era da movimentação, das pessoas, do calor humano e principalmente do amor. 

Sua barriga estava enorme, ela carregava dois bebês bivitelinos de 7 meses. De costas nem parecia estar grávida. Ela não tinha pensado em nomes ainda, Kile pensava em Peter e Catarina, as vezes Aisha e Fred. Noah queria Sabrininha e Thor. E Eadlyn deixaria que o marido escolhesse.

Eadlyn tentava esconder sua preocupação, e as vezes só Kile conseguia diminuir tamanha afobação. Eram três anos de casados, mas ao mesmo tempo pareciam estar juntos toda uma vida. 

Brigavam muito, se pirraçavam demais, mas nunca iam dormir sem fazer as pazes. A cabeça dura de Eadlyn e o coração mole de Kile se encaixavam muito bem.

Foi um susto quando descobriram da gravidez e que seriam dois. Kile mal podia imaginar como seria uma mistura dele com Eadlyn, mas Eadlyn estava desesperada tentando disfarçar que estava tranquila, com medo de que seu corpo rejeitasse os bebê como já tinha acontecido.

As vezes quando ficava paranóica com a gravidez, Noah sempre aparecia para chamá-la de mamãe, para contar de suas travessuras com Amanda, das letras e números novos que havia aprendido na escola e dizer que a amava do tamanho dos coqueiros da casa da vovó Ames. E então, ela entendia que daria conta, que teria forças e que estava preparada para amar mais dois assim como ela amava Noah, que eles também cresceriam saudáveis e inteligentes e acima de tudo muito felizes e amados.

Todos os domingos eles todos se reuniam na casa de alguma das subfamílias para almoçar e passar a tarde juntos. Era um dia sagrado para todos, dia de recarregar as energias e se preparar para mais uma semana cheia de novas coisas, problemas e felicidades. 

Mas naquele domingo em especial, Eadlyn estava inquieta, ainda que nos dias de domingo ela simplesmente esquecesse de todos os problemas. Aquele dia em especial havia começado com uma notícia peculiar.

Kile entrou no closet deles e a encontrou quietinha sentada em um puff de couro branco olhando as prateleiras de sapatos. De costas nem parecia grávida, o cabelo estava grande como era antigamente e batia na cintura, agora tinha mais cachos que nunca. 

Kile se ajoelhou e a abraçou por trás. Lhe deu um beijo no ombro.

-Você não precisa ler se não quiser - falou olhando para a carta nas mãos de Eadlyn.

-Vou ler - ela respondeu e aspirou - Preciso saber… -  e então perdeu as palavras.

-Você quer que eu fique aqui? Ou quer ler sozinha? 

-Pode ir com Noah, encontro vocês mais tarde. 

-Tem certeza? - Kile colocou uma de suas mãos sobre o barrigão de Eadlyn.

-Sim, quando eu estiver pronta peço que alguém me acompanhe até lá, ou então te ligo e você vem. Isso te deixa menos preocupado? - ela o olhou e sorriu.

Kile viu tristeza em seus olhos, mas preferiu guardar para si mesmo e respeitar o espaço dela. 

-Sabe que não é isso que me preocupa né? - Kile passou o polegar embaixo do olho esquerdo de Eadlyn e esperou a lágrima escorrer. 

-Vou ficar bem - ela segurou sua mão e a beijou.

-Mamãe! - ouviram Noah gritar e então sorriram. 

Kile e Eadlyn se viraram para a porta do closet que logo se abriu e um lindo menininho de cabelos loiros e bagunçados apareceu correndo.

-Posso levar o ted, mamãe? - Noah se aproximou de Eadlyn e abraçou sua barriga, olhou para ela e fez um biquinho. 

Noah ainda estava novinho, não tinha muita ideia das coisas, mas quando estivesse pronto saberia de toda a sua história, sobre Natallie e tudo mais. A família da mãe biológica o procurava poucas vezes, no geral ele não gostava de ir.

-Você sabe que a vovó não gosta de cachorro não é? - ela perguntou passando a mão e desfazendo algumas ondas de seu cabelo. 

Ele olhou para Kile e fez o mesmo bico.

-Bem… - Kile coçou a cabeça - Você pode levar ele na coleira, nada de deixar ele dentro da casa…

E então o furacãozinho saiu correndo gritando que ia arrumar Ted, o filhote de golden, na coleira. 

-Vou ajudá-lo e já vamos para a casa da minha mãe - Kile levantou e beijou a esposa - Me liga qualquer coisa.

-Pode deixar - Eadlyn respondeu sorrindo.

Quando Kile saiu, ela se levantou e foi até o espelho com a carta na mão. Eadlyn vestia um vestido branco colado que ia até o joelho, tinha duas alcinhas finas e os pés estavam descalços. O seios estavam enormes pelo silicone e pela gravidez, a barriga cada dia mais redonda e no rosto tinha mais idade. Não se parecia mais uma garota de 18 anos, mas sim uma mulher de 25. 

Ela tinha orgulho de si.

Eadlyn desceu as escadas e foi andando até o banco de balanço de madeira branca que ficava em frente a sua praia particular, em sua própria casa. Ela se sentou, abriu o envelope em papel pardo e abriu duas folhas de papel dobradas em 4. Estavam grampeadas na ordem.

Naquele domingo, amanheceu com a notícia de que Kriss havia se suicidado na prisão com medicamentos que conseguiu do lado de fora, 10 minutos depois o carteiro chegou com a carta que ela havia escrito para Eadlyn antes de se suicidar.

Respirou fundo e parou de segurar as lágrimas quando começou a ler:

“ Nem sei por onde começar, essa é clássica (risos).

Bem, Eadlyn, eu e você já sabemos de tudo o que aconteceu entre nós. Mas eu não vim aqui falar de nós, vim falar de mim. 

Não quero que você sinta pena, nem quero tirar minha culpa. Mas acho que você merece me conhecer de verdade ao menos um pouco.

Meus pais nunca cuidaram de mim, as babás eram minhas mães. Eu tinha três. Elas sempre diziam que eu tinha amigos imaginários, que minha imaginação era fértil e que eu escutava coisas que não existiam. Meus pais nunca acreditaram nisso, até que a medida que fui crescendo isso foi piorando. Já não era mais imaginação, não era mais brincadeira. Com 14 anos comecei a tomar remédio controlado, um psiquiatra já havia me diagnosticado com esquizofrenia, mas meus pais ainda achavam que era imaginação minha querendo chamar atenção deles. Eu precisava de um tratamento mais sério, uma clínica especializada, médicos… mas era mais fácil me apagar com os remédios, às vezes passava uma semana toda em cima da cama sem nem saber se eu estava viva ou não.

Eu nunca tive amigos, você sabe disso, às vezes as pessoas se aproximavam de mim porque eles as pagavam para me distrair, mas ninguém ficava por muito tempo até que aos 17 anos conheci o menino mais bonito, carinhoso, simpatico e gentil do mundo, seu nome é Maxon Cálix Schreave, eu o amo até hoje. 

Você sabe também que sempre fui uma mulher bonita, adolescente então era maravilhosa, linda como você. E ele se apaixonou por mim. Mesmo sendo quieta, calada, sem muitas outras qualidades, quase não indo à escola, tirando notas baixas por não conseguir aprender as matérias por conta das minhas medicações… ele se apaixonou por mim.

 O amor que ele me fez sentir, em uma certa medida, fez com que eu não me sentisse tão mal assim. Consegui bater um record na minha vida: 8 meses sem crises severas. 

Eu conseguia controlar as vozes e os pensamentos ruins quando estava com ele. 

Conseguia conversar com outras pessoas, não precisava tomar tantos remédios, conseguia estudar e ser uma adolescente normal. Mas tudo durou tão pouco que pareceu até uma noite de sonhos.

Meus pais tinham medo de que eu desse alguma crise, que as pessoas soubessem que eu era louca, que eu fizesse algo que os manchasse, que fizessem todos rirem dos Ambers. 

E então me proibiram de namorar com Maxon, me proibiram de namorar qualquer outro garoto e então começaram a me entupir de drogas, contrataram médicos particulares, professores e me fizeram de prisioneira. 

Um ano depois sendo mantida presa em casa, consegui fugir, estava grogue e tão debilitada, mas consegui chegar até a casa de Maxon. Os pais dele me deixaram entrar, os seguranças me conheciam, a governanta me levou até o quarto dele. Não pensei duas vezes antes de abrir a porta e tive uma surpresa: ele estava transando com uma garota ruiva da nossa escola que era uma série mais nova. O quarto estava cheio de fotos dela com ele, cheio de fotos dela sozinha e então entendi tudo. 

Comecei a alucinar, a raiva me tomou com força e eu peguei um porta retrato, o quebrei e fui pra cima deles. 

Cortei a garganta de Maxon, seu braço e quase o deixei cego, além de quebrar todo o seu quarto e tentar um suicídio pulando da varanda. 

Naquele dia não teve escapatória, meus pais tiveram que me internar, pagaram uma fortuna para o senhor Schreave não me denunciar se não eu iria para a prisão e todos saberiam a verdade. A partir daí todas as minhas paranóias, alucinações envolviam ele ou eram por causa dele.

Maxon nunca teve culpa, ele não sabia quem eu era de verdade, eu nunca contei. Mas na minha cabeça doente era tudo culpa dele, foi ele quem me fez ser feliz, foi ele que me ofereceu amor puro e genuíno, era nele que eu pensava antes toda vez que sentia que as alucinações iam começar. Eu achei que ele seria o meu remédio, ou a minha cura, mesmo que minha doença seja cronica. Mas ele tinha outra. Cá entre nós nunca gostei dela.

Fiz todos os meus planos dentro da clínica onde vivi 4 anos. Quando descobri que eles haviam se casado, vivi a pior das minhas crises. Fiquei amarrada na cama um mês tomando remédio para não morrer.

Eu nunca fui uma pessoa normal, tirando Maxon, ninguém nunca me tratou como uma pessoa normal. E então nunca me senti uma pessoa normal e decidi, depois que melhorei da crise, que não seria normal.

Recrutei médicos e enfermeiros dentro da clínica para me ajudar. 

Sabe? As pessoas costumam ter caráter, mas preferem ter o bolso cheio de dinheiro. Caráter nunca comprou bolsa de marca, nem pagou prostitutas, nem paga um resort luxuoso para comemorar o seu aniverśrio de casamento.

Fiz os meus pais me tirarem da clínica, prometi me comportar e me tratar quando fosse necessário. Eles me deram todo o dinheiro de que eu precisava, fingi uma trégua com Maxon e aquela ruiva e quando você nasceu, cumprimos todo o plano. Por que você? Porque eles se gabavam de que só parariam de ter filhos quando viesse uma menina. Deixei eles sonhando, deixei realizarem o sonho e acabei com ele logo no início.

Eu sou uma mulher doente, tenho problemas mentais e comportamentais, não ligo para o que é certo ou não, e mesmo que eu ligasse não faria diferença. Mas quem liga, Eadlyn? Eu sou rica. E eu enchi o bolso de todo mundo para poder sequestrar você e manter você longe.

Médicos, enfermeiros, freiras, delegados, policiais, juízes, detetives… todos aceitaram colaborar comigo por dinheiro. Ninguém ligou para você ou para a sua família, ninguém quis saber se você era uma inocente, que teria sua vida arruinada por uma mulher esquizofrênica, ruim e invejosa sem noção nenhuma da realidade. 

Mas as vezes penso que não sou tão doente assim, não quando me lembro dessas pessoas e que todas as outras são iguais a elas. Talvez a doença mental mais grave do século seja a falta de caráter.

Gostaria de ter nascido sem dinheiro. E sem problemas mentais.

Sim, eu me arrependo de tudo que fiz com você. 

Não foi justo, você nunca fez nada de errado para que tudo de ruim te acontecesse. Você é perfeita, Eadlyn. Tinha tudo para se tornar uma pessoa ruim, que fizesse coisas ruins, que não fosse boa para ninguém, mas você simplesmente não foi assim. Sinto que você foi a pessoa mais de verdade que eu já conheci, alguém que merece o mundo e eu gostaria muito de ter sido sua amiga. 

Sei que eu não presto, que eu nem sei quem eu sou de verdade e que você tem todo o direito de me odiar para sempre e também que talvez nem vai acreditar em mim, mas desde que eu contei tudo e finalmente te devolvi para o lugar de onde nunca deveria ter te tirado, sinto como se a culpa dentro de mim tomasse cada vez mais uma proporção maior, é como se eu me sentisse alguém até normal.  

Às vezes essa culpa some, a vontade de chorar some, a saudade de você some e eu acho graça de tudo que fiz.

Ninguém nunca soube, além dos meus pais e de você agora, sobre minha doença. Apenas que eu não sou “bem da cabeça”.

Agora, escrevendo essa carta, consigo ouvir uma voz. Ela me pede para que eu tome os remédios logo, que não te envie essa carta e que eu finja que você nunca nem existiu. Ela ainda está fraca, ainda consigo terminar tudo e te mandar, mas não sei se aguento muito tempo depois.

Meus pais me ajudaram a conseguir os remédios, eles também concordam que já está na minha hora. Você não consegue nem imaginar o quanto eu só desejo dormir em paz pela primeira vez na vida e nunca mais acordar.

E para finalizar desejo que um dia você encontre a sua paz, se ainda não tiver encontrado, e que seja uma mãe melhor que eu, pequena Ed. Entenda também que nunca foi nada pessoal com você, eu te amo e espero que na próxima vida a gente possa se conhecer de um jeito saudável.

Seja muito feliz e se um dia quiser, me perdoe por favor.

Adeus.”

Eadlyn olhou para o mar ainda desconsertada, seus olhos já ardiam pela quantidade de lágrimas e seu coração estava disparado.

Apesar de tudo que Kriss havia feito, a morte dela representava dor a Eadlyn, ainda mais depois de tudo o que havia escrito naquela carta. 

Kriss tinha sido vítima de pessoas ruins, assim como ela. Mas no final, Eadlyn encontrou sua salvação, teve sua recompensa e Kriss não.

Nem os pais dela a amavam a ponto de impedir que ela fosse embora e Eadlyn pensou que se pudesse salvá-la, salvaria. E então chorou sentindo seu coração doer a cada batida. 

Sabendo da notícia da morte de Kriss, Maxon e América decidiram passar na casa de Eadlyn antes de chegar até a casa dos Woodworks, não se sentiam mal pela notícia, mas também não se sentiam bem, só queriam saber como Eadlyn estava.

Ao chegar, a babá e empregada da casa havia lhes informado de que ela ainda estava na praia e então eles foram até ela. América sabia que Eadlyn estava mal com aquilo, já conhecia o coração mole da filha, sabia que nem mesmo Kriss poderia fazer brotar ódio eterno lá dentro. Em nenhuma hipótese Eadlyn se sentiria bem com a morte de alguém.

Maxon se sentou de um lado e América do outro, e então abraçaram Eadlyn sem dizer nada. Por um momento não se sentiu mais tão triste.

Pensou que agora ela tinha seus pais, seus irmãos, tinha seus gêmeos a caminho, sua sobrinha, seu marido e seu lindo filho de coração. Pensou que apesar de tudo o que passou fez com que ela se tornasse a mulher de quem ela sentia tanto orgulho.

Talvez nem fosse tão feliz como era se as coisas tivessem acontecido de outro jeito, talvez Kile e ela nunca tivessem se amado, Noah nunca tivesse nascido, ela nunca sentiria tanta emoção ao abraçar Maxon e América, nunca amaria tanto a família dela, nunca teria feito o abrigo e todas aquelas meninas que hoje também são sua família, estariam sofrendo perdidas por aí como ela esteve por tanto tempo. 

Eles não precisaram falar nada, esperaram o tempo de Eadlyn e então foram para a casa dos Woodworks caminhando pela areia de mãos dadas. Maxon sentia muito orgulho de sua filha. Para ele era confuso imaginar que ela já estava casada, grávida, com sua independência financeira, sua casa, sua própria vida… não haviam vivido tantos momentos importantes de pai e filha… e isso fazia com que ele quisesse estar sempre perto. 

Fosse na escolha do vestido de noiva, na compra do primeiro carro, em todas as aulas de habilitação, em reuniões importantes, na escolha dos móveis para a sua casa, para consultas, para os cuidados pós-cirúrgicos depois da prótese de silicone, para levá-la a qualquer lugar que ela precisasse ir, para resolver problemas de sua empresa, ou simplesmente acompanhá-la até em casa. 

Naquele dia, ninguém tocou naquele assunto, nem perguntou como Eadlyn estava. Apenas se fizeram presentes e demonstraram compaixão. 

No dia seguinte, ela acordou cedo, avisou apenas para a empregada que ia a capital e não levaria celular, pegou o carro e dirigiu duas horas até lá. Cansada, com os pés inchados, a barriga explodindo e uma leve falta de ar, chegou a casa da mãe de Kriss, a quem não tinha muita empatia, e se sentiu revirada pelo avesso. Maldita mulher, ela sim era a culpada de tudo. E estava impune. 

Eadlyn pensou que o destino lhe daria o que ela merecesse, estava cansada de seu passado.

A megera lhe entregou um relicário de gesso branco, a convidou para entrar e ela recusou com grosseria, só queria ir embora logo. Já havia ligado para a senhora Ambers e combinado tudo no dia anterior, não tinha contado nada para ninguém, queria fazer isso sozinha.

A mãe de Kriss era uma mulher bonita, porém era só isso. Se parecia muito com a filha, e Eadlyn tentou apagá-la da memória, era perturbador. Pensou que poderia denunciá-la por tudo, tinha provas e conseguiria testemunhas, mas pensou que ao menos agora Kriss descansaria em paz, então preferiu deixar assim, Kriss quis assim.

Com as cinzas no carro, Eadlyn viajou de volta mas não foi para casa, foi para a plantação de girassóis de uma fazenda que ficava no meio do caminho. Estacionou o carro no acostamento da pista e desceu com as cinzas, era um lugar com pouco movimento.

Não tinha grade de proteção, e sim um caminho entre as inúmeras flores por onde ela passou. Eadlyn se sentiu mais calma, e até um pouco feliz. Eram as preferidas de Kriss. 

O sol das 10 da manhã estava batendo em seu rosto e os girassóis estavam virados para o leste. Ela abriu o pote, jogou um pouco de cinzas para a esquerda e o resto para a direita, depois respirou fundo. 

-Descansa agora - falou baixinho vendo o pó se misturar com a terra.

Eadlyn começou a andar entre as flores até ficar distante, sentir o cheiro delas e passar as mãos nelas. Se sentiu perdida, mas sabia que a encontrariam caso se perdesse. Ela não era mais uma ninguém, era uma pessoa importante, uma pessoa que faria falta a todos aqueles a quem ela se dedicava todos os dias, agora mais do que nunca, todos faziam questão dela. 

Ela pensou em seus filhos, em seu marido, na sua família, na sua casa, na sua empresa, nas meninas do abrigo… e teve a certeza de que se tivesse que passar novamente por tudo, ela passaria. 

Para grandes vitórias, existiam vários sacrifícios.

Eadlyn fez o caminho de volta, entrou em seu carro e então voltou para o seu lar. 


Notas Finais


FIM❤️
Encerramos esse ciclo, essa história e agradeço a vocês por tudo, pelos comentários que estão quase batendo 1.000, pelos favoritos que já passam de 300 e pelo incentivo de sempre!
Hoje meu coração vai apertar quando eu selecionar a opção de história terminada assim como apertou quando eu coloquei o último ponto final, mas ao mesmo tempo sinto uma imensa alegria!
Quero o Feedback de toooooodas vocês! Quem nunca comentou, quem chegou agora, quem chegou tem tempo, quem comenta sempre... pode descer pro play e deixar tudo que vocês têm vontade aí!
É isso, beijos, abraços, estejam firmes nessa quarentena, leiam muitas fanfics e livros, bebam água e quem sabe até a próxima ❤️
Ps: para quem quiser me acompanhar eu tenho outra história com tema A seleção e estou atualizando semanalmente! E para quem ama Eadlyn e Kile tenho uma novidade: estou escrevendo uma nova fic e dessa vez vai ser 18tao!
Ainda não sei se vou postar aqui ou no wattpad, mas eu add um capítulo bônus aqui para informar vocês direitinho e para quem acompanha One more chance eu vou avisar lá!
Meu insta pra quem quiser me seguir: Mirand_isa
Incentivem a leitura e a escrita sempre ❤️


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