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História A Flor da Folha e o Imperador do Fogo (EM REVISÃO) - -- Pensamentos


Escrita por: Kikyou-chan

Notas do Autor


Yoooooo!

Até estranhei ter ficado dois dias sem entrar e postar aqui! hahhahahh
Capítulo menor, mas muito importante para o desenrolar da história. .

Obrigada a todos os comentários e favoritos! Vocês sempre brilham :))

Sem mais delongas, boa leitura!
❅ Revisado

Capítulo 8 - -- Pensamentos


Fanfic / Fanfiction A Flor da Folha e o Imperador do Fogo (EM REVISÃO) - -- Pensamentos

Capítulo 8  ❅ Pensamentos

 

 Reino do Gelo 


Um novo dia nascia no Império Hyuuga e com ele a chegada de um valoroso comunicado trazia as perspectivas de um futuro ainda incerto. Em frente a entrada da sala do trono, um jovem de longos cabelos castanhos e olhos tão claros quanto a neve que caía no exterior do palácio, aguardava a autorização do Imperador para adentrar no local – uma mera formalidade, de fato, para alguém como ele.  Em sua mão esquerda, coberta por uma grossa luva negra, estava um pergaminho recém-chegado do Reino da Folha.

Desviou o olhar momentaneamente para uma janela lateral, observando o horizonte mais ao longe, totalmente coberto por neve, quando foi pego de surpresa pela abertura repentina, porém aguardada, das portas que lhe dariam acesso ao governante. Viu um ancião sair de dentro do local, apoiado em uma bengala coberta de ouro e, respeitosamente o reverenciou enquanto passava por ele. Logo na sequência o jovem entrou, a passos largos, na sala do trono e em poucos segundos já encontrava-se diante do Imperador:

 – O que faz aqui, Neji ? – Ouviu do soberano do Gelo no memo instante em que se aproximou.

Hyuuga Neji, esse era seu nome. Filho de Hizashi, irmão gêmeo do Imperador, Neji foi criado por Hiashi desde a morte honrosa do pai em batalha, sendo a partir de então reconhecido como filho e herdeiro do Trono. Cresceu ao lado de Hinata, a quem detinha forte apreço e carinho, e desde cedo já era citado como “O mais dotado do clã” por seu grandioso talento e por sua indiscutível genialidade. Mesmo aos cinco anos de idade, sua voz já era ouvida no Conselho Imperial do Gelo, onde atualmente exercia a função de Chefe de Inteligência e Estratégia do Reino. Sua fama era tão notória que já havia se estendido através dos Impérios, sendo referenciado como prodígio ao lado de Uchiha Itachi do Fogo e Nara Shikamaru da Folha.   

  – Trago um comunicado, recém chegado da Folha. – Respondeu ao pai, entregando-o prontamente a referida correspondência.

– Um comunicado particular ao Gelo? Aqui não há o selo da Aliança. – Observou enquanto abria o documento. – O que Minato deseja desta vez ?

Neji, que já encontrava-se sentado a frente do pai, permaneceu em silêncio enquanto o via ler a carta com atenção. Com um olhar minucioso, o herdeiro do Gelo, reparou em cada mudança sutil nas expressões do governante enquanto associava-as as suas próprias deduções sobre o real motivo daquele novo documento . Não demorou muito, todavia, para que tudo fosse a ele revelado: 

 – Os Uzumaki são, realmente, imprevisíveis... – De olhos fechados, Hiashi ergueu um sorriso sutil no canto dos lábios enquanto deixava o documento sobre a mesa a sua frente, sendo atentamente observado pelo herdeiro. – Minato está propondo que o casamento de Hinata com seu primogênito ocorra na mesma data que o de Uchiha Sasuke e sua filha, no Reino da Folha.

O semblante do príncipe herdeiro mudou, em resposta ao anúncio do pai:

– Mas isso, não é contra as tradições ?

– Exatamente.  – Foi direto o soberano. – Ele defende que essa seria uma forma de desviar as atenções de Sasuke, de modo a evitar tensões e “mal entendidos” desnecessários. – Pareceu irônico. 

– E o que pretende fazer ?

– Recusar em absoluto. – Seu tom de voz era forte. – Se há algo do qual nós, Hyuuga, não abrimos mão, é das tradições!

Um breve silêncio se estabeleceu entre pai e filho.

– Se me permite, eu gostaria de intervir pelo apelo da Folha. – Recebeu, de imediato, um olhar desconfiado do soberano. Entretanto, ele sabia do seu valor naquele Império.

– Em que está pensando, Neji ?

– A meu ver, Minato está absolutamente certo em suas observações. – Seus olhos eram firmes. – Naturalmente, é do Gelo o dever de realizar este casamento, mas as circunstâncias em que esta união se dará são completamente diferentes do convencional. O foco, apesar de tudo, ainda é Uchiha Sasuke e a transição de poder no Fogo.  Se há a possibilidade de minimizar qualquer tipo de risco então os costumes devem ...

– Os costumes não serão descartados por este Reino! – Hiashi exclamou ao espalmar a mão direita sobre a mesa.    

– Como membro do clã Hyuuga, eu compreendo sua posição, entretanto, peço que ouça a minha sugestão. – Clamou, recebendo depois de algum tempo o aval do governante. – Proponho que aceitemos a proposta da Folha, mediante a condição de que haja uma apresentação formal dos noivos, aqui no Gelo, imediatamente após o casamento.

– Apresentação?

– Exato.  Nós organizaremos um cortejo imperial, grandes banquetes e abriremos os portões do Palácio à população para que contemplem a união entre a filha deste Reino e o Herdeiro da Folha, em detrimento às nossas tradições. – Explicou. –  Obviamente, não é o mesmo que realizar um casamento mas ainda assim é uma forma de mantermos nossos valorosos costumes, além de cooperarmos com a Folha e estreitarmos nossas relações. – Escorou os braços sobre a madeira, trazendo seu corpo mais para frente enquanto seus olhos fitavam os do pai. –  Esta é, a meu ver, a melhor maneira de contemplar ambos os lados, nesta negociação. O que pensa a respeito, pai?

Após as palavras do filho, Hiashi pôs-se pensativo enquanto Nej aguardava calmamente pela sua decisão. Normalmente, o príncipe Hyuuga não se empenhava por nada em que não encontrasse relevância. Todavia, aquela situação a seus olhos, valia a tentativa de convencer o governante.

Decorridos alguns minutos, a risada contida do Imperador trouxe total surpresa ao semblante do filho:

– Sua forma de pensar é, assustadoramente, analítica, Neji. Meu irmão, certamente, se orgulharia de ver o quão importante você se tornou para este Império. – Elogiou-o com serenidade, vendo de imediato um certo rubor surgir na face pálida do Hyuuga a sua frente. – Sua sugestão tem minha aprovação, meu filho! Redija imediatamente uma carta e envie-na a Minato, comunicando-o sobre está decisão. O Império do Gelo está de acordo em realizar o casamento de Hinata em conjunto ao de Uchiha Sasuke. –  Olhou para o rapaz a sua frente, recebendo um sinal positivo. – Foque em nossas exigências e condições, e trate de espalhar esta notícia à todo o Palácio. Ordene, em meu nome, que sejam enviados empregados à Folha, o mais rápido possível,  para que auxiliem nos preparativos do casamento.  Você está encarregado de comunicar a Hinata sobre esta decisão. Sua irmã deverá partir dentro dos próximos dias.

– Como desejar, pai. – Respondeu cheio de orgulho, enquanto tomava nota de todas as ordens.    

E assim o destino estava, aos poucos, tomando seu próprio rumo.

 

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 Reino da Folha 

 

 O céu havia amanhecido nublado naquele dia e o sol que, sempre iluminava os céu da Folha, não havia aparecido.  A brisa fria que entrava no quarto da princesa, movimentava seus cabelos e tocava insistentemente sua face, escorada sobre os travesseiros. No rosto ainda estavam as marcas das lágrimas derramadas na noite passada. A noite havia sido tão intensa que ela, mal se lembrava do momento exato em que havia pegado no sono, mas agora estava ali, sonhando certamente com algo bem diferente de sua realidade.

Com o movimento das nuvens, a brisa se intensificou a ponto de incomodar-lhe o suficiente para que enfim despertasse. Girou o corpo sobre os lençóis da cama e levou as mãos aos olhos, esfregando-os. Pelo toque , sentiu que estavam inchados e levemente doloridos. Suspirou fundo enquanto retomava todas as lembranças da noite anterior. De imediato, procurou pelo canto dos olhos a presença de sua mãe em seu quarto mas, como esperado, não a encontrou. Ela não poderia ficar ali todo o tempo, afinal, um casamento estava prestes a acontecer. Sorriu amargamente, ao pensar que estava se referindo ao seu próprio.

Após mais alguns minutos inerte na cama, Sakura levantou-se por fim. Fez sua higiene matinal, penteou os cabelos e até mesmo escolheu um dos vestidos que mais gostava, o vermelho de mangas compridas e de flores bordadas no colo, mas sua face refletida no espelho de sua penteadeira revelava, de fato, o que estava em seu coração.

Abaixou a escova de cabelos que usava enquanto olhava para seu próprio reflexo. Mal saberia, dizer naquele momento o que estava sentindo ou mesmo pensando. Estava tão desorientada, eram tantas sensações diferentes, tantas dúvidas em sua mente que não podia explicar, nem para si mesma, o que se passava dentro de si. Queria chorar mas achava que não tinha mais lágrimas. Queria pensar de maneira positiva mas nem sabia o que o futuro lhe reservava.

A única coisa que ela tinha, naquele momento, era um nome : Uchiha Sasuke. . .

Suspirou forte, estava a ponto de surtar quando a lembrança das palavras de sua mãe surgiu-lhe repentinamente como uma brisa quente num dia de verão. Percebeu, naquele instante, que aquele sentimento era o que estava, no fim das contas, lhe sustentando. Sentiu vontade de vê-la e assim decidiu que o faria, mas ainda precisava de algo para prender os cabelos.  Foi rapidamente até  a casa de banho, sabia que havia deixado uma presilha vermelha ali que combinaria exatamente com suas roupas e tratou logo de procura-la. Fuçou em algumas gavetas até finalmente acha-la e já estava retornando ao quarto quando assustou-se ao deparar-se com alguém, sentado em sua cama, esperando-lhe com uma expressão serena na face:

– Naruto ?! – Arregalou suas orbes esmeraldinas. – Como .. Quero dizer .. O que faz aqui ?

– Eu vim para te ver . . . – Respondeu-lhe com tranquilidade enquanto seus olhos se cruzavam pela primeira vez. – Por acaso, você estava indo em algum lugar?

– Eu ... – Hesitou quando sentiu que não queria estar em mais nenhum outro lugar se não ali, ao lado dele.

O silêncio tomou, naquele mesmo instante, conta de todo o quarto. As orbes azuis e as verdes se fitavam intensamente enquanto as expressões de ambos se completavam.  Sakura já sentia como se suas forças se esvaíssem no instante em que as lágrimas já se formavam em seus olhos. O chão foi sumindo debaixo de seus pés, seu corpo estremeceu, seus lábios entreabertos não emitiam som algum e tudo parecia girar . Já deixava o corpo desfalecer, já sem forças para continuar quando as mãos fortes de Naruto a apararam.

– Sakura-chan ?

Tudo que se ouviu, depois disso, foram os soluços abafados da princesa contra o peito do irmão. Mais do que depressa, Naruto a apertou entre seus braços e sentiu seus olhos marejarem enquanto as lágrimas de sua irmã molhavam sua camisa branca. Seus ombros tremiam, seu corpo se encolhia e, por longos minutos, ela chorou todos aqueles sentimentos tão confusos.

Naruto, por sua vez, ficou em silêncio todo aquele tempo. Ele não sabia em que estado a encontraria quando decidiu vê-la pela manhã mas, mesmo consciente, teve o coração despedaçado por aquela cena. Queria confortá-la mas não tinha as palavras certas. Queria apoiá-la mas sabia como fazê-lo. Então, quando ela chorou, ele apenas a abraçou e tentou, ali, transmitir tudo o que queria a ela mas que não sabia como, até então.

Aos poucos Sakura foi se acalmando enquanto o aperto no coração de Naruto ia se aliviando. Mesmo depois que ela se distanciou para olhar em seus olhos, as mãos dele continuaram envolvendo-a após secarem momentaneamente sua face molhada. Sakura, todavia, não o afastou pois assim como as palavras da mãe, a presença dele a confortava profundamente. Ficaram mais algum tempo, apenas se olhando, até que os primeiros sorrisos brotaram em ambos os lábios. Se entendiam, mesmo sem palavras.

– Naquele dia .. Você já sabia, não é mesmo ? – Mesmo com a voz fragilizada, levemente embargada pelo choro, Sakura finalmente se pronunciou.

–  Hnn. – Viu o irmão assentir. – Me desculpe, mas não era algo que cabia a mim ...

– Eu sei. – Sorriu fracamente. – Mesmo assim, você ainda tentou me animar. Obrigada . . . – Agradeceu sinceramente.

Enquanto ambos se olhavam os primeiros raios de luz entravam no quarto, iluminando seus semblantes e suas expressões, agora mais leves. A princesa continuou com um sorriso contido nos lábios enquanto Naruto acariciava seus cabelos. Seus olhos, todavia, não haviam se desvencilhado um só instante.

– Naruto ... – Voltou a chamar-lhe. –  Você poderia me dizer como ... Como ele é ? – Perguntou timidamente.

– Sasuke ?

– Hnn.

– Ele. ..  – Pensou. – Ele .. é complicado. – Respondeu e, no mesmo instante, viu a expressão da irmã passar de surpresa para deprimida. – Antes, ele ... Ele  era assim, exatamente, como nós. Não tinha os fardos e as responsabilidades que ele tem agora e ... – Hesitou. – .... Também não carregava as tristezas e as dores que têm hoje.

– Dores ?

– Hnn . – Entristeceu-se ao lembrar. – Vocês serão marido e mulher, então não cabe a mim falar sobre elas. Você provavelmente irá conhecê-las muito melhor do que eu, mas ... – Segurou a irmã, com firmeza, pelos ombros. –  ... O que você precisa saber agora é que Sasuke é muito mais do que aquilo que se vê.

– Mais do que se vê ? O que está querendo dizer com isso? – Fez-se desentendida. – Onde está querendo chegar com tudo isso?

–  Você sempre faz perguntas demais... – Riu.

– Mas é que- – Foi interrompida por um leve toque em sua testa.

– Quando você conhecê-lo de verdade, vai entender o que estou dizendo. Apenas continue exatamente como está agora e seja você mesma. Eu tenho certeza que tudo vai ficar bem.

As palavras serenas e a voz suave com a qual Naruto lhe falava ecoavam no ar enquanto mais raios de luz iluminavam sua face e o largo sorriso que ele lhe esboçava. De repente, Sakura identificou aquele mesmo calor de antes, invadir novamente o seu peito e aquecer o seu coração. Assim como quando estava com sua mãe,  sentiu que suas dúvidas e seus medos não mais importavam. Tudo o que precisava, naquele momento, era continuar ao lado daqueles que amavam. 

Era hora de deixar o destino agir por si próprio.

 

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Reino do Fogo

 

A noite caía no Império Uchiha, trazendo consigo uma forte tempestade. Com um dos cotovelos apoiados ao beiral da janela e o queixo levemente apoiado sobre uma das mãos fechadas em punho, Itachi observava com tranquilidade o cair da chuva de seu escritório, enquanto aguardava pela chegada de quem esperava. Seus olhos serenos, perdiam-se em meio as sombras da noite enquanto suas expressões permaneciam inalteradas. Quem o via daquela forma, não poderia imaginar sobre as responsabilidades que o mesmo carregava em suas costas.

O vento forte soprou contra a janela, causando certo barulho. No mesmo instante, o som forte de passos foi ouvido dentro do escritório, atraindo de imediato a atenção do primogênito. Ao se virar, Itachi deparou-se com Sasuke, parado próximo a entrada. Deu uma boa olhada na figura do irmão, que vestia uma camisa negra, ligeiramente aberta na altura do peitoral, cujas mangas estavam dobradas sobre os cotovelos, assim como usual. Seus cabelos estavam levemente bagunçados, suas mãos se escondiam dentro dos bolsos de sua calça também negra e sua expressão, como sempre, se mantinha fechada. Na altura de sua cintura, o brilho da lâmina negra de sua Katana* sempre era um atrativo para os olhos de aliados e, por conseguinte, o pior pesadelo de seus inimigos.

Para qualquer outra pessoa que estivesse diante de Sasuke, talvez não fosse possível ver nada de diferente nele. Fisicamente, era claro para Itachi que não havia. Talvez algumas novas cicatrizes ou mesmo alguns músculos mais protuberantes. Entretanto, o primogênito podia ver de longe a carga de ódio que o futuro Imperador carregava. Sempre fora assim. A cada vitória da Anteiku, a cada vez que Sasuke voltara vivo para casa, seus olhos estavam cada vez mais opacos, frios e menos benevolentes.

Seria um destino imutável ? Talvez, com as reviravoltas do destino, não.

– O que quer de mim, Itachi ? – Sasuke foi quem tomou a palavra enquanto o primogênito sentava-se de maneira confortável em uma poltrona.

– Seus modos parecem cada dia piores. – Comentou, sem qualquer expressão na face, enquanto via o mais novo se aproximar. – Acredito que a convivência com criminosos e assassinos, deva resultar nisso. – Referiu-se aos membros da Anteiku, nome dado ao poderoso Exército Uchiha.

– Sem rodeios, Itachi. – Seu tom de voz era imponente. – Por que me chamou aqui ?

De acordo com as ordens do pai, o primogênito iniciou suas explanações sobre toda a situação ao futuro Imperador. Itachi contou a Sasuke sobre a inquietude da Aliança a respeito da troca de poder no Fogo,  explicou sobre a proposta de casamento enviada, comentou sobre as suposições dele e do pai sobre os possíveis motivos, até finalmente comunica-lo sobre a decisão absoluta de Fugaku em nome do Império:

– Casamento ? – Indagou.   

– Exatamente. De acordo com a decisão tomada por nosso pai, você está oficialmente comprometido a se casar com uma das filhas dos Imperadores da Aliança. – Completou suas explicações anteriores. – Pense nisso, como uma de suas novas obrigações como futuro Imperador.

– Obrigações ? – Seu olhar era frívolo. – Minha única obrigação aqui refere-se ao comando da Anteiku. Eu não tenho nenhum interesse nesse acordo.

– E quem disse que isso tem a ver com os seus interesses ? – O tom de voz de Itachi permaneceu o mesmo, todavia, seu semblante havia fechado-se por completo. – Este casamento é um interesse do Imperador,  limite-se portanto a acatar a ordem recebida.  – Fez uma pausa. – Você ainda não tem poder sobre este Reino.

–  Poder ? – Trincou os dentes. – Não espere tanto de mim.  Diferente de você, eu nunca desejei esta condição. – Sugeriu sem qualquer polidez.

– Isso não está em discussão. – Direcionou ao mais novo um olhar colérico.

– Eu sei que não. – Riu-se cheio de ironia e amargor. – Nunca esteve, não é mesmo?!  

Após as palavras trocadas, ambos os irmãos passaram a se encarar por algum tempo. Suas expressões nada diziam, entretanto seus olhares estavam repletos de significados. Itachi sabia muito bem que Sasuke não tinha a menor intenção de tomar mulher alguma por esposa e muito menos constituir família, provavelmente em função do tipo de vida que levava.  Por isso as reações alteradas, as farpas trocadas e as indiretas lançadas. Sasuke estava em total desacordo a tudo que recaíra sobre si e por tal motivo esbanjava grosseria e abusava de seus melhores tons de ironia.

Ainda assim, não havia pois o que fizesse que pudesse mudar aquela condição. Isso era, sem dúvida, o que o fazia se sentir profundamente contrariado pela impotência diante da situação.

Apesar da rápida leitura dos fatos, Itachi não se preocupou com possíveis transtornos ou rebeldia da parte dele – ele já o teria feito antes, visto que era um homem bruto e impaciente –. Independente do que lhe recaísse, o primogênito sabia o quanto o irmão era obediente à hierarquia Uchiha e, em especial, a autoridade do pai. Não ousaria se revoltar contra as ordens do Imperador, mesmo que estas lhe afetassem tão cruelmente quanto julgava ser. Ainda assim, pensou que valia o aviso:

– Espero que estejamos entendidos, Sasuke. – Quebrou o silêncio. –  Acreditarei que agirá como homem e cumprirá seu dever junto ao Reino que governará em breve.  

– Eu não dou a mínima para o que acredita. – Viu o mais novo esconder as mãos nos bolsos da calça escura que trajava. – Mas tranquilize-se. Diferente de você, eu tenho princípios. –

Sasuke não voltou a se pronunciar e, após uma nova troca de olhares com irmão, iniciou uma caminhada silênciosa até a saída. De seu assento, Itachi, apenas ignorou as ofenças recebidas e tornou a concentrar-se em suas atividades, jugando-as mais dignas de sua atenção que a infantilidade do outro. Estava acostumado, no final das contas, às grosserias do mais novo.

Foi tomando o bico de pena em uma das mãos e um longo pergaminho na outra, mas não pode, de fato, seguir com o que prentendia. Novamente, a voz masculina lhe atraiu, uma última vez, a atenção:

– Quem é ela ? – Ergue o olhar quando questionado, se deparando com o mais novo de costas, ainda parado à porta.

–  Achei que não lhe interessasse saber. – Não evitou a provocação.

–  Eu fiz uma pergunta. – Foi ríspido. – Quem é ela ?

–  Pois bem. – Riu-se – É a princesa da Folha, filha de Uzumaki Minato. Não deve se lembrar de-  

– Sakura.  

– Oh, parece que- – Ia dizendo, de cenho franzido, quando viu-se sozinho no cômodo. – ... se lembra. – Terminou depois de ouvir o som da porta que fora fechada com brusquidão.

Em silêncio, Itachi abandonou seus óculos de grau sobre a madeira nobre da mesa, deixando de lado os documentos e atas que pretendia avaliar enquanto as sobrancelhas arqueadas e o cenho franzido ainda não haviam de desfeito em sua face.

 “Talvez aquele casamento merecesse um pouco mais de sua atenção.” – Foi o que pensou enquanto olhava para a porta por onde Sasuke, minutos antes, havia passado.


Notas Finais


Bom, por enquanto foi isso ..

Desculpem os erros e Até o próximo ;)


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