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História A flor do inverno (Revisando) - Liberdade


Escrita por: HikariNatsume

Notas do Autor


Desculpem a imensa demora!
Espero que gostem e desculpem qualquer erro de portugues

Capítulo 4 - Liberdade


Fanfic / Fanfiction A flor do inverno (Revisando) - Liberdade

O brilho da lua iluminava todos os cantos do reino, a madrugada estava fria e acolhedora, todos dormiam tranquilamente e no castelo também, exceto é claro por Cordélia que estava mais acordada do que nunca e caminhava de um lado para o outro em seus aposentos, pois estava ainda mais irritada do que de costume e o motivo de sua irritação tinha nome, Lupus:

Cordélia: Maldição! Por que ele não veio?  Estou vendo que terei que apelar para minha magia!

A rainha esbravejava em voz alta enquanto abria a pequena gaveta do seu criado mudo, depois de vasculhar um pouco ela retirou de lá seu punhal dourado e o escondeu entre seu decote, ela ajeitava cuidadosamente o espartilho a fim de acomodar a arma branca que carregava consigo, mas ao se virar para trás fora surpreendida por Lupus.
O caçador estava de pé próximo á porta da sacada, mantinha os braços cruzados e as mãos escondidas pelas mangas de seu longo casaco negro, os cabelos castanhos se espalhavam pela palidez de sua face e pareciam dançar junto á brisa gélida que por ali passava, seus olhos rubros brilhavam como chamas e encaravam Cordélia com seriedade:

Lupus: Soube que você queria me ver, aqui estou...

Cordélia: Pensei que não viria mais – Cordélia analisou o jovem á sua frente da cabeça aos pés – eu quero lhe fazer uma proposta muito boa, por favor, sente-se

Lupus puxou uma poltrona de veludo que estava próxima e a virou ao contrário se sentando de maneira que pudesse apoiar os braços nas costas da cadeira:

Lupus: Prossiga... – ele apoiou o queixo no antebraço e manteve o olhar fixo na rainha

Cordélia: Quero que faça uma coisa para mim – Cordélia encheu uma pequena taça com licor e ofereceu um pouco para Lupus que recusou fazendo sinal negativo com a cabeça, após se sentar a rainha continuou a falar – Quero que mate uma garota!

Lupus: A sim, matar alguém, como quer que eu o faça? - o sorriso em seus lábios era de pura ironia.  

Cordélia: Deixe me ser mais clara – fez uma pausa bebericando o licor – Eu quero que você a cace, que a torture, que faça com que ela sinta tanto medo que morra antes mesmo de ser atingida por sua espada!

Lupus: Para que chamou à mim para tal trabalho tendo um exercito pronto para cumprir qualquer uma de suas ordens?

Cordélia: Não quero que essa maldita derrame seu sangue imundo em minhas terras - respirou fundo e indicou com os dedos um baú que estava próximo á sua cama - Traga - me alguma parte dela, qualquer parte, eu lhe recompensarei muito bem; mil moedas de ouro, vários rubis e esmeraldas, um pagamento especial para uma missão especial.

Lupus: E de quem se trata?

Cordélia: Uma criada rebelde, logo pela manhã ela saíra para um passeio acompanhada de minha dama de companhia e assim que estiver distante o suficiente ficará sozinha e é ai que começa a sua diversão, ela estará perdida, um alvo fácil para você!

Lupus: O que a faz pensar que ela irá se perder? – o jovem fitou Cordélia de forma minuciosa - a não ser que ela não tenha contato com nada além desses muros.

Cordélia: Alguns cuidados foram tomados, tive de ser muito cautelosa  – Cordélia havia se assustado com as palavras do jovem caçador e não havia percebido que estava sendo analisadas, mas não se deixou perceber – Mas isso importa pra você? Vai aceitar o trabalho?

 Lupus demorou alguns instantes, mas aceitou a proposta da rainha e acertou todos os detalhes do plano com ela, depois de tudo combinado o jovem caçador foi embora deixando Cordélia com um sorriso triunfante nos lábios.


A luz da lua logo deu espaço aos primeiros raios de sol e Lin mal podia esperar por eles, a jovem estava tão ansiosa que havia preparado tudo desde a noite anterior, suas tarefas já estavam feitas e seu vestido estava pronto, seu entusiasmo era tanto que ela mal terminou seu banho e correu para se vestir, ela sentia um misto de felicidade e duvida, estava tudo muito bom para ser verdade, mas ela preferia ter fé.
O vestido era simples, mas muito belo; longo, feito de seda num tom de verde bem claro, porem com uma caída leve que contornava suavemente as curvas de seu corpo, as mangas de seda transparente cobriam parte de seus ombros e seguiam contornando seu busto com delicadeza dando á jovem um ar angelical.
Lin uniu algumas mechas de seu cabelo e os prendeu um pouco acima da cabeça com uma pequena presilha prateada coberta por cristais azuis, ela a havia guardado consigo desde a infância. Ao ver seu reflexo num pedaço de espelho quebrado a jovem quase não se reconheceu, o vestido que ela tanto teve cuidado para consertar havia ficado perfeito, seus olhos se encheram de lágrimas, não só por se sentir bela, mas também pelo valor inestimável da vestimenta, Lin se sentia honrada por vestir algo que fora de sua mãe.

Relga bateu na enorme porta de ferro anunciando sua chegada como em todos os dias, mas ao destrancar a porta se assustou com o que viu, a dama de companhia nunca havia visto Lin usando roupas decentes ou com os cabelos devidamente penteados, estava tão acostumada a ver a jovem trajando retalhos que quase levou a mão á boca em sinal de espanto, depois do choque as duas seguiram até o pátio principal e Relga deu as instruções do passeio:

Relga: Iremos caminhar um pouco pela floresta, mas não podemos demorar muito, alguma dúvida?

Lin: Não, estou até levando um lanche para nós – uma cesta com frutas e pães estava em suas mãos – eu a preparei ontem à noite com a parte que me correspondia ao jantar.

Relga: Você deveria ter jantado! – a expressão em seu rosto era de preocupação

Lin: Eu comi uma maçã, já me acostumei á comer pouco

Relga sempre cumpriu todas as ordens de Cordélia sem questionar, mas às vezes  se sentia incomodada com algumas das ações de sua rainha e nunca gostou muito da ideia de manter Lin prisioneira, menos ainda entendia o que estava prestes á fazer, mas as ordens de sua rainha eram claras e sua missão consistia em levar Lin para dentro da floresta e abandona-la lá.
Sem pressa Relga e Lin seguiram para longe dos portões do castelo, a jovem princesa olhava tudo á sua volta com atenção, dez anos haviam se passado e muita coisa havia mudado desde sua infância, para Lin aquilo tudo era novo e lhe dava sensação de liberdade, uma liberdade que á muito não via. Depois de alguns minutos caminhando as jovens chegaram á uma clareira rodeada por enormes pedras e muitas espécies de flores, elas cresciam até entre os troncos de algumas arvores ali presentes, Lin estendeu a toalha que trouxe e começou a arrumar as coisas para o lanche até Relga quebrar o silêncio:

Relga: Feliz aniversário Lin, desejo que sua vida melhore daqui para frente! – Relga abraçou a jovem que sorriu e agradeceu, depois de alguns instantes ela tomou coragem e fez uma pequena encenação – Eu deixei a torta que preparei para hoje na cozinha, eu vou busca-la e não me demoro, fique aqui por perto.

Relga sentiu uma pontada em seu peito depois de ter mentido, mas ordens eram ordens, ela foi se distanciando aos poucos sem olhar para trás, seja lá o que fosse acontecer a única coisa que conseguia pensar era em como aquilo havia sido um ato cruel e desejava do fundo do coração que nada de ruim acontecesse á Lin.
Por outro lado Lin parecia estar no paraíso, os olhos da jovem brilhavam de felicidade, ela queria poder se multiplicar e estar em todos os cantos da floresta, tudo o que via era motivo de alegria ;um esquilo numa arvore, uma borboleta voando, o simples cair de uma folha seca, aquilo tudo era lindo para ela e mesmo não sendo nada de novo era especial e representava sua liberdade, a liberdade que havia perdido desde seus oito anos de idade.

Lin tentava não caminhar para longe, ela queria realmente ter ficado parada esperando por Relga, mas a curiosidade estava tomando conta de si e ela conseguia ouvir o que parecia ser o som de água caindo, mesmo achando errado a princesa decidiu seguir o som até sua origem, depois de caminhar um pouco e passar por uma trilha estreita coberta pela vegetação, Lin se deparou com uma paisagem magnifica e sentiu seu coração quase explodir no peito.


Era uma cachoeira cercada por pequenas quedas d’agua formando um lago de águas cristalinas e este se moldava em volta de rochas, flores e a vegetação próxima, as arvores que haviam em volta eram enormes e com uma vasta folhagem, pareciam querer esconder aquele pequeno paraíso, mas mesmo grandes e imponentes as árvores não conseguiam impedir a passagem dos raios de sol que timidamente atravessavam as folhas e se refletiam por toda a extensão do local dando á ele um ar místico, quase surreal, Lin pensou estar sonhando e quase não acreditava no que via e no doce aroma que sentia.
Ela caminhou lentamente sobre algumas rochas e se aproximou da água tocando-a e se perdeu no tempo contemplando o lago, a água era tão transparente que ela conseguia enxergar claramente alguns pequenos peixes que por ali nadavam.

O lugar irradiava paz e Lin e poderia permanecer ali por muito tempo, porém seus devaneios foram interrompidos por uma voz masculina que ela não conhecia:

Lupus: Lin

A jovem olhou assustada e fitou o rapaz a sua frente sem conseguir esboçar qualquer tipo reação, nunca em sua vida havia visto alguém tão bonito, com traços tão bem feitos que pareciam ter sido desenhados por alguém; os cabelos do rapaz eram desalinhados e lhe davam um ar selvagem bem distinto de suas vestes em tons escuros que bem alinhadas e de tecido fino.

 Confusa e receosa, Lin não não conseguia raciocinar direito e tentava desviar o olhar da criatura diante de si, precisava pensar numa maneira de fugir dali se fosse necessário, havia lido muitos livros e conhecia muito sobre quase tudo, pelos menos o suficiente para saber que a beleza do rapaz á sua frente não era humana e que só poderia se tratar de um anjo ou um demônio e bem, anjos não possuem olhos escarlate...


Notas Finais


Até o prox cap


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