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História A flor e o beija-flor. - Capítulo quarenta e dois.


Escrita por: bialu

Capítulo 43 - Capítulo quarenta e dois.


Ela não sabia por que, mas Henrique parecia a estar ignorando. Quer dizer, até sabia o por que... Realmente, a ideia de tomar um café com o ex namorado, logo agora, quando ela e Henrique estavam conseguindo se acertar e se entender, era meio estranha. Mas, ainda assim, ficava um pouco chateada com a ideia de que estivesse desconfiando dela. Tudo bem que não se conheciam há tanto tempo, mas eles já tinham conversado tanto, longas horas via WhatsApp, já sabiam tanto um sobre o outro que ela não cogitava a ideia de que ele não conhecesse as reais intenções dela.

De qualquer forma, ela decidiu que a vida precisava seguir. Afinal, podia ser que realmente ele só estivesse ocupado mesmo.

“Quando você puder falar, me avisa. Estou indo trabalhar.”, ela mandou e travou o celular.

A vida não podia parar.

Seu pai tinha a liberado do trabalho por quanto tempo achasse necessário, mas ela achou que a mordomia de ser a filha do patrão já era um grande motivo para que os outros funcionários a desqualificassem como profissional, por isso achou justo retomar ao serviço naquele mesmo dia.

Chegar no hotel aquele dia fora estranho, uma vez que todos os funcionários lançavam-lhe um olhar de pena. Alguns chegaram até mesmo a expressar seus sentimentos. Ela sabia que deveria sentir-se grata com a solidariedade de todos, mas seu orgulho a deixou envergonhada e, quiçá, um pouco agressiva. Sentia-se exposta. Todos sabiam da sua dor? Bom, se sim, deveriam saber que simplesmente não era da conta deles tudo o que ela tinha passado durante os últimos dias. Era a sua vida pessoal, ora.

- Luiza? – Os dois toques na porta e a voz conhecida cortaram-lhe os cruéis pensamentos.

- Entra. – Ela respondeu do outro lado, enquanto tentava livrar-se da pilha de papeis em cima da sua mesa.

A porta abriu-se e Mariana adentrou ao recinto com um sorriso suave que não mostrava seus dentes alinhados. Luíza observou enquanto a amiga fez o caminho de sentar-se na cadeira à sua frente e confortavelmente cruzar as pernas e apoiar os cotovelos de maneira completamente preguiçosa. Não pôde evitar dar um sorrisinho também.

- Preciso de férias. – Mariana resmungou, finalmente e viu Luíza dar uma risada – Como você está?

- Bem. – Ela respondeu – Vi o Marcos e ele está se recuperando.

- Que bom. – Mariana sorriu com sinceridade e continuou encarando a amiga.

Luíza permaneceu calada, como quem espera uma próxima pergunta. Mas, a pergunta não surgiu. Ela, então, deu de ombros e continuou mexendo nos papéis na sua mesa.

- Por que, então, você me parece pensativa? – A amiga quebrou o silêncio, enfim – Se não é o Marcos, com o que você poderia estar preocupada?

- Por que você acha isso? – Luíza rebateu, levantando os olhos novamente para a amiga.

- Porque eu te conheço.

Luíza deu um longo suspiro e relaxou sob a cadeira.

- Acho que o Henrique está chateado comigo porque tomei um café com o Mateus hoje. – Ela falou, finalmente, mas não encarava a amiga. Encarava um ponto qualquer à sua frente.

- Por que acha isso?

- Ele não falou mais comigo. – Luíza parecia desanimada.

- Talvez esteja ocupado. – Mariana tentou contornar;

- Ou talvez esteja mesmo chateado.

- Bom, é uma opção. – A amiga deu de ombros – Mas, vocês podem conversar e se acertar.

- Sim. Vamos conversar. – Luíza concordou.

Após alguns segundos em silêncio, Luíza continuou:

- Você acha que isso vai dar certo?

- Você quer que dê? – Mariana a encarava com seriedade.

Luíza pensou por 5 segundos, mas sabia que não precisava pensar. A resposta era tão claro.

- Eu quero muito. – Ela respondeu e sentiu a voz embargar um pouco. Por Deus, não queria chorar, queria?

- Então, vocês farão dar certo. – Mariana disse, inclinando-se sob a mesa a fim de segurar na mão da amiga. Seus olhos a encaravam com toda a serenidade que Luíza precisava sentir – Não se preocupe. Vocês se gostam e farão isso funcionar. É novidade, claro, mas vocês vão encontrar um jeito.

Luíza assentiu, querendo confiar nas palavras de Mariana e apertando sua mão, agradecida aos céus por tê-la em sua vida.

 

***************************

 

A distância era algo terrível e já era a milésima vez que Henrique pensava isso naquele mesmo dia. Mas que droga! Por melhores que fossem as tecnologias, as mensagens de textos e os áudios não conseguiam decifrar olhares ou demonstrar a sinceridade dos tons de vozes.

Tinha passado um final de semana maravilhoso ao lado de Luíza e, nunca tinha pensado a respeito, mas era tão bom poder tocá-la, ouvir o som da sua risada e olhar nos seus olhos. Falar por telefone não era a mesma coisa. Não vê-la ou saber o que pensava fazia que ele se sentisse inseguro e ele detestava se sentir assim.

Ele sabia que tinha recém se separado fisicamente dela, mas as dúvidas já permeavam os seus pensamentos de uma maneira absolutamente hostil.

Henrique não tinha dúvidas dos seus sentimentos por ela. Sabia que gostava dela com toda sinceridade que poderia gostar de alguém, mas ao mesmo tempo questionava-se se poderia aguentar por muito tempo a ideia de não conseguir explorar dela muito mais do que as telas de seus celulares poderiam permitir.

Luíza tinha uma vida também. E depois de voltar do Rio de Janeiro ele conseguia entender isso. E precisava aceitar que ela não era completamente sua. Ela não era só a menina incrível que ele conheceu no hotel e se apaixonou.

Ela tinha uma história, amigos, família, ex namorados, trabalho, prioridades e, certamente, atitudes com as quais ele não concordaria...

Era uma pessoa de verdade, não uma idealização. E sabia que se quisesse fazer isso dar certo – e sabia que queria muito, teria que lidar melhor com isso.

Olhou a tela do celular mais uma vez e viu as chamadas perdidas dela, além de algumas mensagens que mandara. Ele não havia atendido porque nem ele mesmo sabia o que estava pensando, se estava sendo injusto ou egoísta. Só sabia que precisava dar um tempo para reorganizar os próprios pensamentos.

Decidiu sair do quarto, de onde ainda não tinha saído desde que chegara, e socializar um pouco com o irmão. Já fazia alguns dias que não tinham uma conversa decente. Juliano sempre conseguia iluminar os seus pensamentos e era isso que precisava.

- Nim? – Henrique disse enquanto aproximava-se do irmão, que estava jogado em um sofá qualquer da varanda de casa e mexia no celular distraidamente.

- Oi? – Juliano respondeu, levando os olhos até o irmão, que jogou-se no sofá ao lado – Finalmente saiu da toca, margarida. Achei que você viria correndo me contar do final de semana quando chegasse em casa.

Henrique relaxou os músculos com uma risada leve.

- Estava cansado.

- E aí? Como foi? – Juliano perguntou, a fim de cessar a própria curiosidade.

- Ótimo. – Henrique disse com sinceridade – A Luíza é a mulher mais incrível que eu já conheci.

Juliano conteve o riso e continuou:

- E está com essa cara por quê? – Ele ergueu uma das sobrancelhas.

- Que cara?

- Essa aí.

- Qual?

- Henrique, se você não quiser conversar como uma pessoa normal, vaza, fio. – Resmungou.

Henrique deu uma risada em resposta e decidiu ser honesto com o irmão mais novo.

- Não sei se eu sei me relacionar a distância com alguém. – Confessou – Ela estava tomando um café com um cara hoje e eu fiquei puto. Isso mesmo. Logo depois de chegar em casa, completamente apaixonado.

Foi a vez de Juliano dar uma gargalhada e jogar uma almofada que acertou em cheio o braço de Henrique.

- Deixa de ser trouxa, moleque. – Respondeu, ainda rindo – Deu certo até agora. Por que não daria?

- “Até agora”... Uau! Quantos anos a gente conversa por WhatsApp, hein? É realmente incrível essa nova trajetória. – Henrique ironizou fazendo Juliano rir ainda mais.

- Só estou dizendo que tem potencial para dar certo, Henrique. – Juliano falou como se fosse óbvio – Acho que vocês não chegariam a esse ponto se fosse só uma atraçãozinha boba dessas que acontecem às vezes nos hotéis em que a gente circula.

Henrique permaneceu em silêncio.

- Você está apaixonado por ela?

Viu o irmão mais velho assentir com a cabeça, sem murmurar qualquer palavra.

- Você sabe há quanto tempo não se apaixona por alguém, Henrique?

Henrique agora virou-se para encarar o irmão.

- O que isso tem a ver?

- Vale a pena tentar. – Juliano disse dando de ombros – Se você está apaixonado, Henrique, é alguém que vale a pena.

No fundo, Henrique sabia que sim. Era só um dia confuso. Aquele pós-momento-perfeito que sempre acontece com todo mundo. Conversaria com Luíza naquela noite. Acertariam as arestas que ainda estavam soltas. Tudo ficaria bem e logo eles se encontrariam novamente.


Notas Finais


Sim! Apareci! DO NADA!
Estou inspiradíssimaaaa. Por favor, por favor, por favor... Se tiver alguém, aparece aí!!!
Quero muito uma companhia para continuar escrevendo essa estória que eu AMO muito, hehe.
E me digam: Já lidaram com relacionamento à distância? Quais dicas vcs dariam pra quem enfrenta um?


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