1. Spirit Fanfics >
  2. A flor e o beija-flor. >
  3. Capítulo vinte e sete.

História A flor e o beija-flor. - Capítulo vinte e sete.


Escrita por: bialu

Capítulo 27 - Capítulo vinte e sete.


“Estou bem. Obrigada por entender e me desculpe por não poder ir até o Tocantins. Estou no meu apartamento e não sei se você falou sério quando disse que vinha para o Rio... Mas, enfim...”, depois disso, Luíza enviou a sua localização e, aparentemente, não pegou mais no celular. Henrique só viu a mensagem quando o avião pousou no aeródromo do Rio de Janeiro.

Depois de desligar a ligação com Luíza, algumas horas atrás, ele pediu ao piloto do seu avião que voltasse imediatamente para Goiânia a fim de busca-lo e leva-lo para o Rio. Teve que contar com a compreensão dos pais e do irmão quando explicou que não iria mais para a fazenda, mas todos pareceram entender, haja vista que Henrique estava tenso e inquieto.

Não sabia por que ficou tão preocupado com Luíza ou em que momento ela se tornou alguém tão importante para ele a este ponto, mas fato é que o choro dela, mesmo que por telefone, o incomodou de tal maneira que ele se viu obrigado a atravessar dois estados para vê-la. Ainda não sabia exatamente o que havia acontecido, mas sabia que houve uma morte e, por Deus, ele não era tão insensível assim.

Henrique desceu da aeronave já com a sua mochila nas costas e, de lá, seguiu direto para a rua, a fim de pegar um taxi. Entregou-lhe a localização que Luíza enviara e o taxista seguiu pelas movimentadas ruas do Rio de Janeiro até o endereço devido.

Chegaram a um prédio residencial de grande porte, bonito e muito bem localizado. Henrique tentou ligar, mas Luíza não atendeu as suas chamadas. Decidiu arriscar, então. Explicou ao porteiro que procurava por uma Luíza, mas não tinha qualquer informação além dessa, não sabia sobrenome, nem nada disso, e o porteiro foi muito solícito em interfonar para as duas Luízas que conhecia no prédio. Uma delas, uma senhora de 45 anos, a qual Henrique confirmou que não era a sua Luíza. E, a segunda, desta vez a sua Luíza, não atendeu a nenhuma das 3 chamadas do porteiro.

Na quarta vez, a vozinha infantil atendeu.

- Oi?

- É a irmã menor dela. – O porteiro disse, direcionando-se à Henrique – Ela não tem autonomia para autorizar sua entrada.

Henrique bufou.

- Pelo menos tente. – Ele pediu.

- Bom dia. Dona Luíza está? – O porteiro perguntou.

- Ela está dormindo. – A menina respondeu do outro lado.

- Tem um rapaz aqui procurando por ela, mas só posso deixa-lo entrar com a autorização dela. – Ele explicou.

- Como é o nome dele?

- Henrique. – O porteiro respondeu.

- Ela já autorizou. – A menina respondeu como uma perfeita adulta – Ela disse para mim que estava esperando por ele.

- Você tem certeza?

- Claro que sim!

O porteiro riu. A pequena loirinha sempre fora muito engraçada. Encarou Henrique que tinha os olhos fixos nele e, bom, pensou que o cara era famoso e não podia estar querendo fazer algum mal. Além disso, a garotinha garantiu que Luíza o esperava. Então, autorizou a entrada de Henrique e lhe disse o número do apartamento.

Henrique agradeceu, prometeu um agrado ao porteiro e seguiu rumo ao elevador. Que ironia! Ela morava no 7º andar. O mesmo andar que o seu apartamento no hotel, quando se conheceram. Riu com o próprio pensamento. Quando a porta se abriu e ele pisou os pés no sétimo andar, a pequena garotinha já o esperava com a porta do apartamento aberto.

Ela era pequenina, loirinha, com os olhos cores de mel, que Henrique rapidamente identificou serem iguais aos de Luíza e tinha a mão na cintura, como quem estava impaciente. Henrique não pôde não rir com a cena.

- Oi. – Ele sorriu para a menina.

- Oi. – Ela também sorriu.

Henrique aproximou-se e abaixou-se para ficar da sua altura e estendeu a mão. Ela apertou com sua mãozinha pequena e parecia tímida.

- Tudo bem? – Henrique disse e ela concordou com a cabeça – Você é ainda mais bonita pessoalmente.

- Obrigada. – Ela sorriu – Você também é bonito.

Henrique jogou a cabeça para trás em uma gargalhada.

- Não ria alto. – Júlia o repreendeu – A Luíza só conseguiu dormir agora e você já quer acorda-la?

- Me desculpe. – Ele respondeu em tom bem humorado.

Então, se lembrou do motivo pelo qual estava ali. Júlia o guiou para dentro do apartamento. Lá, a decoração era simples e elegante, bem como ele esperaria de Luíza. Alguns porta-retratos com fotos de momentos felizes com sua família e amigos e, ele já conseguia até mesmo sentir o cheiro doce dela ali.

Júlia abriu a porta do quarto de Luíza, onde ela dormia encolhida na enorme cama e Henrique sentiu uma enorme vontade de abraça-la quando observou, pela feição, que tinha um sono cansado. Decidiu que não deveria acorda-la, então, acomodou-se no sofá lá fora e aproveitou o momento para conversar com Júlia.

A pequena explicou que Marcos era amigo de Luíza há muito tempo e agora “estava dodói” e por isso Luíza estava triste e sua mãe pediu que ela ficasse com a irmã para animá-la um pouco. Acrescentou ainda que Luíza havia chorado um pouco, mas as duas tomaram leite com achocolatado e Luíza conseguiu descansar.

Henrique sugou o máximo que podia, mas aquilo era tudo que ela, uma criança de seis anos, sabia.

- Agora eu quero saber... Você é namorado da Luíza? – Júlia perguntou com o olhar curioso e fez Henrique rir.

- Eu? – Henrique franziu as duas sobrancelhas – Por que está perguntando isso?

- Porque eu vi vocês conversando no telefone. – A menina bufou – O dia inteiro! – Ela acrescentou – Eu não sou mais bebê, eu consigo perceber as coisas. Não é isso que os namorados fazem?

Henrique gargalhou com a perspicácia que uma criança de seis anos poderia ter.

- Nós não somos namorados. – Ele esclareceu – Mas, eu gosto muito da sua irmã. Você acha que ela seria uma boa namorada para mim?

Os olhinhos infantis de Júlia ficaram surpresos e, logo em seguida, a menina abriu um sorriso divertido. Ela se parecia tanto com Luíza.

- Acho que sim. – Ela disse, divertindo-se.

- Mesmo? – Henrique a incentivou a falar – Por que você acha?

- A Luíza é muito legal. – Júlia respondeu, como se fosse óbvio – Ela sempre me leva para a praia e, também, para a piscina.

- Por isso você acha que ela seria uma boa namorada? – Ele a instigou.

- Lógico! Você não gosta de ir à praia não? – A menina revirou os olhos e Henrique gargalhou.

- É claro que sim. Só estou perguntando. – Ele deu de ombros – Eu adoraria ir à praia com sua irmã.

- E comigo. – Júlia remendou.

- E com você também, claro. – Henrique completou.

- Como é ir à praia sendo famoso? – A menina perguntou, intrigada.

Henrique impressionou-se com o raciocínio rápido e a pergunta quase adulta de Júlia e não podia deixar de divertir-se com tudo.

- É igual a ir à praia sendo você. – Ele respondeu, mas ela não pareceu satisfeita com a resposta.

- Você faz as mesmas coisas que todo mundo faz na praia?

- Depende. O que todo mundo faz na praia?

- Bom... – Ela passou as mãos pelo cabelo loiro – Nós tomamos água de coco, brincamos na areia, brincamos de bola e também tomamos banho de mar.

- Eu também. – Henrique esclareceu – Você vai ver que sou igual a você.

- Mas, você é famoso. – Júlia cruzou os braços em tom de desafio – E eu não sou.

Henrique gargalhou.

- E o que você acha que os famosos tem de diferente?

- Não sei... Eu não sou famosa! Como eu vou saber? – Ela debochou dele e os dois riram.

Os dois permaneceram conversando por mais algum tempo e, a cada frase, Henrique se surpreendia com a pequena à sua frente. Era realmente encantadora. Luíza tinha razão em ser apaixonada pela irmã e falar dela com tanto carinho.

Depois de algum tempo, ligaram a TV e começaram a ver um desenho animado que passava e Júlia não demorou a adormecer, apoiada no ombro de Henrique. Ele próprio já se sentia sonolento.  Mas, o barulho de leves passos no corredor o despertaram. Luíza devia ter acordado.

Ele levantou-se delicadamente do sofá, confortando Júlia ali, torcendo para não acordá-la, e seguiu corredor à dentro.

Encontraram-se no meio do corredor.

Luíza assustou-se e até pensou que poderia estar sonhando quando viu aquele homem alto e familiar encarando-a com olhos contentes. Ela abriu um sorriso involuntário. Seu coração saltou. Seu estômago revirou-se. 

Sem dizer qualquer palavra, o abraçou.

Henrique a envolveu em um abraço caloroso, e enquanto depositava um beijo no topo de sua cabeça, sentia o cheiro bom que vinha dos seus cabelos invadindo-lhe as narinas.

- Eu não acredito que está aqui. – Ela disse ainda escondida nos braços dele.

- Não consigo pensar em nenhum lugar onde eu gostaria de estar agora. – Henrique respondeu e Luíza sorriu.

Levantou o olhar para encará-lo e Henrique percebeu que os olhos, outrora tão vivos e brilhantes dela, agora estavam pequenos, inchados e um tanto quanto sem vida, mas, ainda assim, no profundo deles, ele conseguia ver uma pontinha de felicidade por poder encará-lo, bem ali.

Luíza selou seus lábios e pensou no quanto era bom sentir o gosto dele outra vez. Henrique foi carinhoso e gentil com ela, tratando-a com o cuidado que ela parecia precisar naquele momento.

- Obrigada por vir. – Ela disse depositando um último beijo estalado nele e entrelaçando seus dedos nos dele – Você não sabe o quanto eu estava precisando disso.

Henrique deu um meio sorriso e, com a mão que estava livre, tocou a ponta do nariz dela.

- Conte comigo. – Disse, fazendo-a sorrir.


Notas Finais


Capítulo fofinho pq sou dessas, hahaha.
Quem gostou de Henrique e Júlia? Mto oti, hahaha.
Adianto que (acho que) vão gostar do próximo capítulo hein...
Quem tá aí?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...