História A Fuga da Galinha Popó e o Pintinho Piu; MinSung - Único; Faz pô pó pó de novo pra você ver!

Han Jisung descansava seus pés sobre a almofada vermelha e fofinha que estava sobre sua mesinha de centro. Suas pernas cruzadas e seu queixo levemente erguido traziam um ar de superioridade enquanto assistia ao canal de fofocas da tv aberta. Era por volta das duas da tarde de um domingo ensolarado, um dia lindo de céu azul com algumas nuvenzinhas decorando o céu.

 O Han se sentia supimpa, havia acabado de limpar sua casa de rico que ele tanto lutou para ter. Apenas aquela sala dava sua antiga casinha inteira mais um pouco da de sua antiga vizinha, móveis claros — sempre tomando todo cuidado pra não manchar nada — assim como as paredes, sendo uma delas apenas de vidro, esta que tinha lindas cortinas de cetim, que no momento estavam abertas para a vista do vasto jardim verdinho — junto do quintal, mas Jisung acha mais chique falar jardim. E por falar em quintal, lá era onde Lee Minho se encontra, passando a vassoura recheada de sabão pelas cerâmicas antiderrapantes, em uma limpeza de cansar o braço só de olhar. 

— Esquilinho, meu amor. — O Lee chegou perto do sofá, tomando cuidado para não sujar o mesmo de sabão, caso contrário, muito provavelmente, perderia os dedos — Cadê o rodo que você usou pra limpar os banheiros? 

Jisung custou a olhar o outro, focado na apresentadora que falava da vida de algum famoso. 

— Lá na lavanderia, perto da máquina… 

Minho deu de ombros, caminhando para mais adentro da casa, indo pro outro lado, onde ficava o cômodo citado. 

O Han estampava a expressão de deboche em seu rosto, como se dissesse "Mas essa aí não engana ninguém, todo mundo sabe que se faz de coitada na frente das câmeras mas por trás não vale o champanhe que bebe" para a televisão. Isso até sua atenção ser levemente tomada por um barulhinho estranho, porém não desconhecido. Virou levemente o pescoço para a porta de vidro que a pouco seu namorado quase que marido havia passado, dando por encarar o ser pequeno que mexia a cabeça pausadamente. Jisung encarou aquilo, mas encarou bem fundo aqueles olhos sinistros calmamente, antes de gritar: 

— MINHO TEM UMA GALINHA NA NOSSA SALA! MEU DEUS, SOCORRO! 

[Três dias atrás no quintal do vizinho; 11h37min]

— Vai, Minho. Vai! Mais rápido, homem! Mete fundo nesse negócio logo… Ai meu Deus, aaai! 

— Jisung, cala a boca. Vão ouvir você! 

— Mais tá doendo, Lino! 

— Aguenta mais um pouco, eu tô quase lá… 

— Mais rápido! 

— Foi! Consegui, peguei. Consegui, rapaz! — Minho colocou o último ovo dentro da sacola, se apressando a sair daquele galinheiro apertado. 

Jisung, que se esticava entre segurar a porta que só abria por fora e espionar se o seu vizinho voltava, suspirou aliviado assim que pôde soltar a porta que machucava seus dedos, saindo de fininho do terreno alheio do seu vizinho do lado junto a Minho, que carregava uma sacola lotada de ovo de galinha. Os dois pilantras aproveitaram que Christopher havia ido dar banho em suas galinhas do outro lado da casa para pegar alguns ovinhos de graça. Poxa, só queriam fazer uma omelete pro almoço, nada tão extraordinário a ponto do Bang ao lado reclamar… Eram apenas cinco ou seis ovos a menos, ele nem ia dar falta… 

— Acha que alguém viu? — O loiro entrou em casa olhando em volta, vendo se algum curioso estava por perto. 

— Que nada, eu fui ninja e catei tudo ligeiro. Ninguém vai perceber… 

[Atualmente…]

— COMO QUE ESSA GALINHA ENTROU AQUI? AI MISERICÓRDIA! — Jisung já se encontrava em cima do sofá, tendo Minho perto da escada que dava para os cômodos de cima com o rodo na mão, tentando aos poucos se aproximar da ave. 

Por falar nela, a galinha continuava parada no mesmo lugar, parecendo analisar o território antes de agir. E foi só mexer um pouco o pé para que o loiro se exaltasse de vez, saindo correndo pela sala. E não é que a galinha foi atrás? 

Jisung apertou o passo ao perceber que estava sendo seguido, assim como também aumentou o volume da sua voz enquanto gritava desesperado. Minho, simplesmente subiu uns degraus da escada, tentando se camuflar na parede para que a galinha traiçoeira não o visse e ele pudesse a pegar de surpresa.

— Galinha, juro que não quis comer seus filhotinho! Eu juro que- AH! — Deu um pulo, passando por cima do sofá, a com peninhas foi atrás — MEU SOFÁ! SAI DE CIMA DO MEU SOFÁ, GALINHA! — Jisung até pensou em ir pra cima da coitada, afinal ela estava em cima do sofá que ele deu uma fortuna, mas desistiu assim que a galinha fez Pó bem alto.

— Sua galinha desgramada! QUER VIRAR CANJA, É? Pois é o que vai acontecer se encostar uma asinha no meu Jisung! FAZ PÔ PÓ PÓ DE NOVO PRA VOCÊ VER! Sua- AARG! — Minho brotou atrás da galinha, levantando o rodo na intenção de lutar, entretanto, a de asinhas brancas meio amarronzadas era mais esperta, avançando contra o Lee, este que saiu correndo junto de Jisung para o quintal. 

Aí já não se sabia mais se era a galinha atrás deles ou eles atrás da galinha. Provavelmente a primeira opção. 

— Popó, amor! Venha cá, meu dengo! — Uma voz surgiu do portão, que, inclusive, estava aberto, ao que parece, chamando carinhosamente a ave — Popó, passe pra cá agora! Ande! 

Era Christopher Bang, o vizinho que criava galinhas da casa ao lado. 

O mesmo, percebendo a desobediência de sua filha galinha, começou a correr atrás da mesma, com as pernas abertas e um tanto flexionadas, com as mãos para frente tentando agarrar Popó. 

— TIRA ESSA GALINHA FEDIDA DE TRÁS DE MIM. MINHO, ME AJUDA! 

— SUNG ELA QUER ME MATAR! 

— FEDIDA É A SENHORA SUA MÃE! — Christopher disse indignado, pulando para tentar alcançar a Popó — Popó, para de ser desobediente! 

Só foi o tempo de Jisung escorregar no sabão que antes Minho limpava para galinha subir em suas costas, gritando "pô pó pó" afoitamente, momento perfeito para o Bang a agarrar de vez nos braços. 

— Jisung, meu esquilinho! — O Lee ajudou o namorado a se levantar, o abraçando — Essa doida fez alguma coisa pra você? Te machucou? Olha que eu faço uma canja dessa depenada pro nosso jantar! 

— Você não vai relar um dedinho na minha Popó! Oxi, te enxerga maluco. — O vizinho chegou perto, todo agarradinho com sua filha. 

— Sua galinha queria é dominar o mundo com um plano mirabolante, isso sim! Ela quase matou o meu namorado! 

Chris deu de ombros, marchando para fora da casa, passando pelo portão emburrado. Minho tratou de levar Jisung para dentro, este que fez cara de choro assim que viu o estado de seu sofá. Os pézinhos daquela depenada estavam marcados ali. 

— Minho, ela sujou meu sofá! Ela só pode ter vindo por vingança que a gente roubou os ovos dela… — Fungou, em um drama dramático — Como que essa galinha entrou aqui dentro de casa, misericórdia? 

— Então… — Coçou o pescoço, tentando disfarçar — Acho que eu deixei o portão aberto enquanto lavava o quintal… 

Jisung falaria mais alguma coisa, isso se não ouvisse novamente a voz de seu vizinho gritando, entrando pelo portão, que continuava aberto, correndo atrás de um pintinho. 

— PIU, SEU PINTINHO FUJÃO, VOLTA AQUI NO PAI! PIIIU! 

O loiro suspirou, olhando aquele toquinho entrando em sua sala, puxando ar pra poder correr novamente. 

— TIRA ESSE PINTO DAQUI. ALGUÉM ME AJUDA, ELE QUER ME MATAR! MINHOOO!