História A fúria da luz - Como treinar o seu dragão - Capitulo 8

No céu azul, acima das nuvens, está Lousie e Apple voando. Já se passaram alguns dias do aniversário de Soluço e do beijo do casal. Não é que Apple anda evitando Melequento, ela está sempre por aí com a dragão, explorando o céu, mas Melequento anda pensando que ela se arrependeu e que está o evitando.
Voando, Melequento desabafa com Dente de anzol que está a todo minuto resmungando.

— Eu não entendo, Dentinho, ela some, nunca está em casa, na oficina ou com Soluço. Nem mesmo com os dragões na academia. Ela odiou, né?! Eu devo beijar muito mal. Droga seu Melequento idiota e...

Dente de anzol para de voar e fica planando olhando para os lados. Melequento também começa a procurar, seja lá o que for que Dente de anzol viu. Das nuvens, surge um dragão branco. O viking abre a boca espantado. Dente de anzol começa a voar logo atrás do animal, buscando explicação. 
Melequento percebe que alguém está no dragão, mas o manto branco está cobrindo. O dragão branco olha para trás, percebendo estar sendo perseguido e solta uma bola de plasma, se camuflando logo em seguida. O viking grita e volta voando para Berk.

— Um fantasma!

Melequento grita, chamando atenção dos cavalheiros que estão na academia.

— Eu vi, eu vi, juro que vi.

— Viu o que, Melequento? — Astrid pergunta.

— Um fantasma branco, tão branco quanto as nuvens.

— Vem cá, Melequento, você caiu do Dente anzol e bateu a cabeça? — Soluço questiona.

— Você não está entendendo.

— Você talvez tenha visto um Transformasa — Perna de peixe diz — O que é estranho, eles não deveriam estar na ilha e não aqui perto de Berk. Estamos na época em que eles chocam.

— O Melequento confundiu um Transformasa? — Cabeça dura começa a rir do amigo.

— Eu estou falando sério gente. Não era um Transformasa, era branco e grande e sumiu dentro de uma bola de fogo.

— Espera aí, o quê? — Soluço grita — Eu acredito em você.

O silêncio surge na academia. Todos olham com espanto para o Haddock.

— Já era, o nosso futuro líder não será tão bom quanto o Stoico espera — Cabeça quente.

— Não, gente, calma. Eu acredito nele porquê eu também vi esse dragão. Eu estava voando a noite e vi e ele sumiu no fogo. O Banguela estava comigo, né amigão?

Banguela concorda, deixando Astrid confusa.

— Então você está dizendo que em algum lugar no céu tem um dragão que some no fogo?

— Sim, isso.

— Você comeu algo estragado?

Soluço dá de ombros resmungando e contando mais uma vez o que viu. Melequento acrescenta detalhes. Os cavalheiros olham com espanto. Banguela bufa e sai da academia tentando pegar velocidade para voar sozinho.

— O que o Banguela está fazendo? Ele não voa sozinho.

Cabeça dura diz chamando a atenção de todos. Banguela consegue planar por um ou dois minutos sozinho e usa isso para atirar a plasma e voar em sua direção, sumindo no ar. Os cavalheiros olham para todo lado procurando pelo Fúria da noite, que reaparece planando em direção a academia, mas cai quando bate no pilar.

— O quê em nome de Thor foi isso?

Astrid está de boca aberta, assim como o resto do grupo.

— Foi isso, foi isso que o dragão fez — Soluço diz indo até o amigo e acariciando sua cabeça — Logo essa dorzinha passa.

— Então caso resolvido, foi o Banguela que eles viram e como ele nunca fez isso de desaparecer antes?

Cabeça dura joga o capacete no chão, com raiva.

— Isso significa que não sabemos nem metade sobre o Fúria da noite — Perna de peixe diz.

— Vai ver o Melequento e o Soluço sempre souberam e esperaram até agora para nós dizer isso e fizeram essa péssima apresentação — Cabeça quente diz.

— Mas não tem como ter sido o Banguela, ele estava aqui conosco e o Soluço e esse dragão que eles viram é branco. Provavelmente deve ser da espécie do Banguela — Astrid diz.

— Ou se for uma fêmea? — Perna de peixe questiona.

— O que seria uma fêmea? — Apple entra na academia, sendo seguida por Steve.

— Estamos falando de um dragão que vimos — Soluço diz — Um Fúria da noite branco.

— O quê? Como assim Fúria da noite?

— Talvez esse dragão que Melequento e Soluço viram seja da espécie do Banguela, eles somem no tiro de plasma — Perna de peixe explica para a amiga.

— Banguela faz isso? 

— Ele fez agora mesmo para a gente. Ele sumiu e reapareceu.

Apple olha cismada para o grupo. Ninguém pode saber de Lousie, não por agora.

Apple está mais uma vez no céu voando com Lousie. Está com uma manta branca, para que ninguém a reconheça. Fez um sela, para poder voar mais confortável na dragão. No meio do voo, Lousie para de repente e começa a rosnar. Apple a questiona e então vê barcos indo para Berk, barcos os quais incomodam Lousie e a adolescente não reconhece. Decidiu voltar a Berk e avisar o irmão. Pousou atrás de casa.

— Lousie, fique aqui e...

Apple é pega de surpresa quando a Fúria da luz se camufla como se fosse um Transformasa. Ela ainda tem muito o que aprender sobre a amiga.

— Há navios vindo para cá.

Apple solta de uma vez para Astrid que está arrumando a cauda de Banguela. Sem nem pensar, a loira monta no dragão e voa para observar o que a amiga viu. Ela conta quatro barcos chegando ao porto. 

— Há barcos chegando em Berk.

Ela grita para os cavalheiros na academia. Soluço vai até a vila e desce até o porto, sendo acompanhado por vikings. 
Do barco, sai um homem com rosto deformado e parece ser cego de um olho.

— Saudações, vikings, julgo serem Berkianos.

— Quem é você? — Soluço pergunta.

— Julgando pela sua perna, deve ser Soluço Haddock, o treinador de dragões. Eu sou  Ryker e estou caçando uma coisa minha que está com vocês.

— Não há nada seu aqui.

— Tem sim, um dragão que está nessa ilha me pertence.

— Todos os dragões que há nessa ilha pertence aqui. Estão marcados e contados. Sabemos o que entra e sai daqui — Soluço se aproxima.

Apple vê de cima o irmão de frente com o cara desconhecido. Ela escuta um voo, no céu está Lousie que começa a atirar nos barcos. 
Ryker olha com raiva para Soluço, seus barcos estão sendo destruídos sem mais nem menos. Pelos tiros todos julgam ser o Fúria da noite, mas Soluço fica espantado quando vê o Banguela com a namorada no caminho do porto, parados, olhando para o céu, procurando quem está disparando. 
Ryker entra em seu barco, ordenando que saem logo. Soluço olha para o céu, vendo o dragão branco, que some assim que dispara mais uma vez. Dessa vez, o ato foi visto por Astrid, que agora acredita nas palavras de Soluço e Melequento.
Os vikings se reuniram no Grande salão, para o jantar. Alguns estão falando sobre Stoico ter saído para buscar o presente perfeito para a filha. Os cavalheiros estão procurando nos livros, algo que fale sobre o dragão que foi visto mais cedo, menos Melequento. Ele viu Apple sair do salão de fininho e agora está a seguindo.
Ela está carregando uma cesta de peixes. O Jorgenson pensa que pode ser para Steve, mas o vê dormindo ao lado da Batatão na porta da casa do Perna de peixe. A seguiu por mais uns minutos e a viu entrar em uma caverna atrás de Berk.
Entrou calmo, para não chamar atenção, mas não olhou para o chão e chutou uma pedra.

— Quem está aí?

Ele escuta Apple perguntar. A jovem viking não é nada boba e fez armadilhas no chão da caverna para saber quando alguém entrasse lá. Melequento percebeu as armadilhas e desviou, mas gritou quando viu espinhas de peixe a sua frente, assustando Apple e por reflexo, Lousie o atacou, pegando pela camisa e o suspendendo no ar.

— Lousie, não, larga ele.

A dragão rosnou, mas por fim o soltou, fazendo ele cair de uma altura considerável.

— O que é isso?

— É uma dragão, Meleca.

— Uma? Tem mais?

— Não, é uma fêmea, por isso falei uma. O que você está fazendo aqui?

— Eu te segui. Você saiu escondida e quis ver o que você...

Melequento se levanta e vê a fera branca do lado de Apple, reconhecendo em seguida.

— Foi ela que eu vi mais cedo e sumiu como o Banguela fez.

— Ela se chama Lousie e é uma Fúria da luz, bem diferente do Banguela.

— Uau. O Soluço e a galera tá se matando lá procurando nos livros e você já deu até nome para ela. Seu irmão tem que ver isso.

— Não, por favor, Melequento. Não conte a ninguém.

— Por quê? Não pode mandar em mim. Ninguém manda em um Jorgenson.

— Se contar para alguém sobre a Lousie, eu conto para o Soluço que me beijou e ele vai arrancar sua cabeça.

— Nossa, meu beijo é tão ruim que virou chantagem.

— Ele não é ruim.

— Então por que me evitou todos esses dias?

— Para proteger a Lousie. Aquele caçador de mais cedo está atrás dela. Me doeu não ter te abraçado mais, acredite, eu gosto de você.

— Nossa. Soluço me mata.

— Eu não vou deixar.

Apple abraça Melequento, lhe dando um selinho. O viking ficou vermelho de vergonha, arrancando um riso da garota.