1. Spirit Fanfics >
  2. A Ganância de uma Fada >
  3. A Gentileza de um Ladrão

História A Ganância de uma Fada - A Gentileza de um Ladrão


Escrita por: Karinaisa

Capítulo 1 - A Gentileza de um Ladrão


Fanfic / Fanfiction A Ganância de uma Fada - A Gentileza de um Ladrão

Floresta do Rei das Fadas

 

Ban POV’s

 

            – Se desistiu da imortalidade, porque continua aqui? – Ouvi a voz doce e infantil perguntar, e na voz de qualquer outra pessoa aquela pergunta teria soado rude, mas não na dela, ela era gentil demais para ser rude e seu tom de voz mantinha apenas a curiosidade.

            Me ajeitei contra o tronco no qual me escorava e ponderei manter os olhos fechados, fingindo que ainda dormia, mas ela saberia que estou mentindo, portanto me resignei a abrir uma brecha entre as pálpebras semi cerradas de preguiça antes de responder.

            –Por você. – Respondi com simplicidade, vendo-a flutuar para trás, surpresa.

            –Por mim? – O rosto pálido da fada se tornou ruborizado e ela ajeitou os cabelos atrás da orelha com timidez. – Por quê?

            –Porque eu não tenho a eternidade para procurar por coisas boas, por isso não posso me dar ao luxo de desperdiçar as coisas boas que me acontecem, e você, Elaine, é a melhor coisa que já me aconteceu.

            Eu estava naquela floresta há sete dias e desisti da fonte da juventude no primeiro, eu só queria passar mais tempo com ela e sabia o quanto aquilo era egoísta. Eu não era digno de estar naquele lugar, nem deveria estar tomando o tempo dela em me vigiar mesmo já sabendo que eu não tinha nenhum interesse no cálice. E eu juro que tentei por horas me sentir culpado para ir embora, mas é lógico que deu errado, já que foi o resto da vida inteira que me fez assim. Sou ganancioso demais para ser altruísta e toda minha vontade me manda ficar.

            –Ban...

            –Um dia eu vou te roubar pra mim, Elaine.

            –Você sabe o quanto eu gostaria de ir com você, mas se eu não proteger a fonte a floresta vai...

            –Não se preocupe com isso, Srta. Algum Tipo de Princesa*, eu vou encontrar o seu irmão e vou trazê-lo de volta, então você finalmente estará livre. – Na verdade esse pensamento tem rondado minha cabeça desde que ela falou sobre a ausência do irmão e agora está decidido, é exatamente o que vou fazer e então vou levá-la comigo, vou usar todo o resto da minha vida humana para mostrar a ela tudo que ela não pôde ver em 700 anos.

            Eu estava orgulhoso do meu novo plano de felicidade, mas quando me sentei para encará-la, ela estava ajoelhada a minha frente com os olhos cheios de lágrimas.

            –Mas se você não quiser ir, eu... – Tentei consertar o que disse, mas ela pulou em meus braços, me enlaçando pelo pescoço antes que eu pudesse terminar.

            –Obrigada, Ban. – E naquele momento eu havia entendido que ela estava apenas emocionada com a minha gentileza.

            Eu já fiz mulheres chorarem por muito motivos, mas de emoção deve ser a primeira vez, afinal, qual foi a última vez que eu quis ser gentil com alguém? Talvez essa fada tenha mesmo mudado alguma coisa dentro de mim.

            Segurei-a então pela cintura finíssima, erguendo seu corpo infinitamente leve, afastando-a para olhá-la nos olhos.

            –Você não precisa me agradecer. – Encarei o mel de seus olhos e sabia que ela podia ler toda minha mente, quando enxugou as lágrimas e sorriu.

            –Eu quero te agradecer. – Foi tudo que ela disse antes de juntar os lábios aos meus.

 

 

 

 

Elaine POV’s

 

            Ele pareceu realmente chocado com a minha atitude a princípio, mas logo seus lábios relaxaram sobre os meus, seus olhos espantados se fecharam e os músculos, antes tensos, de seus braços agora me envolviam, levando para seu colo.

            Eu não sabia exatamente como beijar alguém, mas simplesmente não pude me conter quando encarei o vermelho luxurioso de seus olhos, vendo que todos os seus pensamentos estavam exclusivamente voltados para a minha boca. O desejo dele era tão vívido que se tornou meu e agora, enquanto nossas línguas dançavam em uma valsa lenta, tão sincrônica que parecia ensaiada, eu entendia pelo menos um pouco de seus sentimentos como ladrão.

            Talvez eu tenha passado tanto tempo sozinha que não pude perceber antes, mas, às vezes, o que é dos outros parece tão absurdamente bom que desejamos que seja nosso, como eu desejo que o corpo dele seja meu, afinal, parece tão absurdamente bom...

            Os braços dele me envolviam com gentileza e suas mãos escorregavam com suavidades pela minha cintura, quando eu me ajeitei em seu colo, puxando-o para mim com mais força, aprofundando o beijo, sentindo todos os seus músculos se tencionarem ao meu redor e ele me apertou de forma quase sufocante, enquanto nosso fôlego se acabava e eu me sentia segura. Eu não estava mais sozinha.

             –É cedo demais pra dizer que eu te amo? – A pergunta me pegou totalmente de surpresa no momento que nossos lábios se afastaram em busca do ar e minhas bochechas queimaram.

            –Só nos conhecemos há 7 dias. – Respondi, como se aquilo fosse bobagem, como se eu não sentisse o mesmo.

            –Eu sou humano. – Ele riu. – Isso já é quase a minha vida inteira.

            –Ban! – Ele riu novamente e eu me emburrei ao perceber que era uma brincadeira.

            –Elaine... – ele segurou meu queixo com suavidade, levando meus olhos de encontro aos dele, tendo certeza de que eu podia ver sua alma antes de dizer –  ...eu te amo.

            –Mas foram só 7 dias e... – havia tanta sinceridade naquelas palavras que eu entrei em parafuso, mas ele me calou.

            –Foram o bastante pra saber que eu não quero ir embora.

            –Eu... Eu não eu quero que você vá embora! – A frase soou muito mais desesperada do que eu gostaria e ele riu.

            –Eu não vou a lugar nenhum, fada. Não sem te levar comigo, afinal, eu ainda vou te roub... – E novamente o pecado me acometeu antes que sua frase pudesse ser concluída e eu o beijei.

            Mas dessa vez não era um beijo calmo de exploração, era um beijo mais profundo, mais ousado, eu não sabia exatamente como defini-lo, talvez guloso, ou luxurioso... Não... era algo ainda mais atraente.

            Minhas mãos em seu peito desnudo se tornaram muito curiosas, serpenteando por seu abdômen impecavelmente definido, contornando os músculos com as unhas, enquanto ele suspirava contra os meus lábios e nossos gemidos se uniram quando suas mãos grandes escorregaram por meus seios, numa massagem cuidadosa, e ele estava sendo absolutamente gentil com o meu corpo enquanto meus dedos se afundavam ansiosos em sua pele quente, empurrando seu casaco para longe de seus ombros no mesmo momento em que ele desfazia o laço do meu vestido em minhas costas. Uma pausa pelo ar...

            “Fadas transam?” Tive que me segurar para não rir dos pensamentos dele, mas na verdade era uma dúvida bem consistente. Fadas não tem necessidade de se reproduzir, já que nossa longevidade vai além do testado, e não sofremos das tentações da carne que os humanos enfrentam. Sexo para nós, assim como dormir, é uma questão de escolha, eu, no entanto, já estou mais do que decidida.

 

 

 

Ban POV’s

 

            Ela conteve uma risada com as mãos, cobrindo a face ruborizada e eu soube que ela havia lido meus pensamentos pervertidos. Por um instante cheguei a me sentir mal por ter pensamentos pecaminosos com uma criatura tão pura e estava prestes a tirar as mãos dela, quando ela voltou a me tocar com a mesma intensidade.

            Ela sabia o que eu queria e não estava fugindo, não estava negando, não estava aceitando, e só então eu pude perceber. Ela nem ao menos estava administrando os próprios desejos, ela estava roubando os meus.

            Minhas mãos se fecharam na seda branca de seu vestido com mais firmeza e eu terminei de puxar o laço em suas costas até que o vestido se abrisse e escorresse como leite por seu corpo pequeno, contornando cada uma das curvas delicadas, e, desprovida de roupas íntimas, ela estava nua e completamente ruborizada.

            –É a sua primeira vez? – Ela corou ainda mais desviando os olhos e eu tive minha resposta. – E tem certeza de que quer fazer isso comigo?

            –Por quê? – Os olhos de mel me encararam intrigados. – Acha que não me merece?

            –Eu tenho certeza.

            –Como assim?

            –Ainda que eu pague mil anos de penitência pelos meus pecados, eu nunca serei digno de ter você. – Sua pele rosada se arrepiou contra a minha e minhas mãos a contornaram com devoção total, fazendo-a gemer. – Mas eu não sou um nobre cavalheiro, – minha boca alcançou seu pescoço e minha fala era entrecortada pelos beijos que desciam com volúpia, conquistando cada pedaço de sua pele, – eu sou um ladrão. – Ela se contorceu em meus braços quando minha língua cobriu seus seios e eu a segurei com mais força, posicionando-a melhor no meu colo para que ela sentisse a minha excitação. – E eu sou ganancioso o bastante para roubá-la para mim, mesmo não merecendo-a. – Sua resposta foi um gemido lânguido e meus lábios voltaram aos dela.

            Ela não recuou nem por um instante e eu não conseguia parar de tocá-la, sua pele quente e macia era completamente irresistível e ela não pôde gemer mais alto do que eu ao tocar a umidade entre suas pernas, totalmente maravilhado com a sensação de vê-la desfazendo-se de prazer sobre mim.

            Eu continuei massageando seu ponto de prazer com toda a gentileza que alguém como eu poderia ter, até que ela experimentasse o primeiro orgasmo de sua vida em um grito sufocado de êxtase, caindo sobre o meu peito logo em seguida, tentando recuperar o fôlego e eu a aninhei em meus braços completamente satisfeito, mas dessa vez ela tinha uma resposta para mim.

            –Você não precisa me roubar, se eu me entregar a você. – A voz doce sussurrada no meu ouvido era o eco do meu melhor sonho, enquanto as mãos dela se remexiam mais abaixo, abrindo os botões da minha calça com um pedido silencioso.  

            E eu atendi e esse pedido, segurando-a com um único braço, enquanto me livrava do que restara de minhas roupas com facilidade, já perdidamente excitado quando suas mãos me envolveram, e eu pulsava entre elas, sentindo-a me posicionar em sua entrada encharcada sem nenhum pudor, pronta para se afundar ali.

–Elaine... – Eu a impedi antes que ela pudesse concretizar o movimento, segurando-a pelo quadril, com medo de que ela se machucasse, mas ela apenas segurou minhas mãos com carinho, alinhando nossos olhos mais uma vez.

–Me faça sua, Ban.

 

 

 

Elaine POV’s

 

            A dor era pungente... dilacerante... A dor nos olhos dele era quase insuportável.

            A dor que ele sentia em me ver com dor encheram meus olhos de lágrimas...

            –Eu te amo. – Eu não sei porque escolhi aquele momento para dizer a verdade, afinal o sentimento estava tão absolutamente claro agora que chegava a ser cretino verbalizar, mas de alguma forma eu precisava acalmar o sofrimento dele que triplicava o meu.

            –Eu também te amo.

            Seus braços me envolveram com mais força, sua boca voltou a distribuir beijos pela minha pele e lentamente os movimentos se intensificaram a medida em que nossos corpos de ajustavam. De certa forma ele nunca chegou a me soltar e, embora minhas pernas estivessem apoiadas nas suas, as mãos grandes, firmes e quentes nunca deixaram meu quadris, limitando o movimento a uma forma cuidadosa e cadenciada, que começava a fazer com que minha temperatura subisse exponencialmente.

            Logo eu já me movimentava quase completamente sozinha, de forma errática, mas ambiciosa, buscando pelo mais que ele me cedia aos poucos até que algo dentro de mim fosse atingido, me levando até o céu e me fazendo ver estrelas, e, ao perceber, ele juntou os próprios movimentos aos meus, insistindo naquele ponto especifico até que uma massa sólida de prazer passasse a se acumular no meu ventre de forma desesperadora, me obrigando a mover-me mais e mais rápido em busca do ápice. Deixei que o meu corpo me levasse até o prazer supremo e só então eu percebi. Aquilo não era ansiedade, nem gula, nem luxúria, era ganância.

            Ganância por prazer. Ganância pelo Ban. Ganância de fazê-lo sentir tanto prazer quanto ele havia feito comigo. E era esse o pecado que dominava todo o meu ser enquanto eu o cavalgava incansável para tê-lo escorrendo por minhas pernas.

            –Elaine... – E o meu nome foi a única palavra da qual ele se lembrou ao alcançar o clímax, preenchendo-me com seu prazer, sufocando os gemidos contra os meus lábios e puxando-me para seu peito.

            –Ban... – Consegui dizer em meio a um sussurro, enquanto ainda recuperávamos o fôlego, encarando os olhos de raposa que me davam toda a atenção do mundo. – Eu te roubei primeiro...

            –Serei eternamente seu.

 


Notas Finais


*Quando Elaine conta para Ban que seu irmão é o Rei das Fadas, Ban pergunta se ela é algum tipo de Princesa e ela responde: “Sim, sou algum tipo de Princesa”.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...