História A garota da cadeira a frente. - Capítulo 1

Colégio Aldera

07:15 AM

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    O dia não poderia estar sendo mais monótono, era segunda-feira, Bakugou já havia praticado seu bullying diário antes da aula tocar, o professor chegou na hora.

Tudo como sempre ocorria, nada de especial apesar de ser o primeiro dia de aula do seu último ano do colegial.

A emoção de rever todos depois das férias e da passagem de ano deve ter ficado no ano passado mesmo, a emoção resolveu não vir esse ano.

    Midoriya olhava fixamente para a cadeira a sua frente, ninguém ousava se sentar nela, no primeiro ano do colegial uma garota se sentava a frente de Midoriya e sempre estava a reclamar de sua mania de resmungar, mas de repente ela faltou um dia. Ela havia sido atacada por um vilão no trem que embarcava na volta para casa, no dia anterior.

E como tudo que há de ruim cai sobre Izuku naquela sala, óbvio que Bakugou não podia deixar de dizer que era culpa dele, daquele dia em diante para todos os alunos da classe aquela cadeira era amaldiçoada, amaldiçoada pela inveja de Izuku por não ter individualidade.

   Midoriya não se ofendeu de forma alguma a princípio ele até tinha achado engraçado o fato de ninguém ter sentado na cadeira da frente durante a semana, Izuku tinha um belo senso de humor e uma boa paciência. Mas a semana virou um mês, o mês virou o semestre, e assim sucessivamente até chegar ao terceiro ano.

Ele não acreditava que realmente seus colegas levaram o comentário do loiro explosivo a sério, era a coisa mais infantil que ele já ouvira. Aquilo era ridículo, digno de um pirralho do primário.

Mas uma batida na porta da sala interrompeu suas divagações.

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- Com licença, essa é a sala 3A? - uma garota com o uniforme perfeitamente alinhado e com uma expressão confusa abriu a porta perguntando ao professor.

- É sim, senhorita? - o professor respondeu esperando a jovem informar-lhe como se chamava.

- S/N, (U/N) (S/N) - ela diz com um sorriso aliviado por não ter entrado na sala errada pela segunda vez naquela manhã.

- Ah sim, a aluna nova.- ele diz lançando um olhar reprovador. - Sinceramente, achei que já não mais compareceria. Está atrasadíssima, mas como é seu primeiro dia de aula e eu estou com bom humor, vou permitir que permaneça e assista a aula, pelo bem de seu desenvolvimento acadêmico espero que o atraso não se repita. Vamos! Entre! Se apresente adequadamente a sua nova turma.

A garota concorda com um movimento de cabeça e entra na sala fechando a porta atrás de si.

- Venha para a frente. - diz o professor dando espaço para que a garota se posicione no meio onde todos os seus colegas possa vê-la.- Agora se apresente a nós.

- Olá para todos! Eu sou (U/N) (S/N), mas podem me chamar somente de (S/N), eu não gosto de formalidades, não é comum ser chamado pelo sobrenome no meu país. Eu tenho 16 anos, e como vocês devem desconfiar eu não sou daqui, eu vim do Brasil e...- A garota já estava começando a se empolgar ao falar de si mesma.

-Porra, como fala essa pirralha estrangeira.- Reclamou o garoto de cabelos loiros e olhos vermelhos sentado na cadeira com os pés na mesa.

- Bem... E sobre você, qual seu nome hein loirinho? - a garota perguntou colocando as mãos na cintura com uma expressão nada satisfeita.

- Quem sou eu? Eu sou a pessoa que você jamais vai querer desafiar! Meu nome é Bakugou Katsuki, decore bem vadiazinha.- Ele respondeu com desdém.

- Nome feio, gostei não.- A garota respondeu com sinceridade

O loiro assumiu uma expressão assustadora e cerrou os punhos, cerrando os dentes ele fala: - Vá para o diabo que te carregue!

- Vá você! - diz a garota imediatamente, sem dar tempo para o loiro sequer dizer mais alguma coisa.

A sala então foi dividida entre alunos com expressões de surpresa e de puro divertimento. Quem ousaria desafiar Bakugou? E ao mesmo tempo quão hilário é ver o loiro sendo desafiado por uma novata sem qualquer posição de importância na escola, ela era absolutamente nada, uma recém-chegada, ainda saberia seu ligar entre os milhares de alunos, mas com certeza entre todos eles Bakugou ocupava o topo, o topo da popularidade, o topo da força, e o topo da inteligência, o loiro era considerado um monstro, era destaque não importa no que.

Surpreendente Midoriya fazia parte dos que estavam achando a situação engraçada, com a mão na boca tentando abafar sua risada, mas foi fitado pelo loiro furioso.

- Hein? Nerd de merda! Tá rindo do que? Perdeu a noção de perigo? - o loiro gritou forçando pequenas explosões na palma de suas mãos. - Vou te quebrar todo seu inútil do caralho.

Com isso Midoriya engoliu em seco, imediatamente contendo sua risada, a turma, a recém-chegada e o professor estavam lhe encarando depois da súbita ameaça de Bakugou.

- Já chega! Isso aqui ainda é uma sala de aula, e eu ainda sou o professor, como alunos aprendam a ter respeito pelo local de aprendizado e pelos seus professores! - disse o professor exaltado. - Senhor Bakugou contenha-se, respeite a mim e a seus colegas! E quanto a senhorita S/N ponha-se no seu lugar! Vamos retomar a aula.

Com isso o loiro sentou no seu lugar com uma expressão nada satisfatória, abrindo seu caderno e destacando um folha ele pôs- se a escrever.

- Senhorita, por favor sente-se. - ele diz apontando para a única cadeira vaga.

A jovem segue o rumo indicado pelo professor sentando-se a frente de um garoto de cabelos esverdeados.

Ao invés de sentar e prestar atenção na aula, ela imediatamente se vira para o garoto que estava copiando a lição do quadro.

- Oi, tudo bem? - ela pergunta com um sorriso simpático.

- Hum? É comigo? - ele questiona parando de escrever e olhando para os lados.

- Bem, suponho que não há mais ninguém atrás de mim. - ele diz finalizando com uma risada.

- Err... Tudo sim, bem-vinda a propósito, não ligue para o Kacchan ele é assim mesmo. - ele fala voltando a escrever.

- Tão bonito e tão desagradável... - ela diz torcendo a boca.

- Você se acostuma! - ele diz ao apagar alguma palavra da folha.

- Eu não vou me acostumar com esses coices nunca! Ele que experimente tirar onda pra cima de mim. - ela diz balançando o pescoço pra esquerda e pra direita de um jeito engraçado.

- Tirar onda? - ele diz parando de apagar e fitando a garota confuso.

- Deixa pra lá, é uma gíria. - ela responde se virando para frente. 

- A propósito, eu acho melhor você não confrontar ele assim novamente, ele tem tendências meio violentas. - ele diz largando a borracha e voltando a escrever.

- Eu vou correr o risco, a propósito você não me disse seu nome. - ela diz se virando para trás novamente.

- Eh? Eu sou Midoriya Izuku, perdoe a minha falta de modos. - ele diz coçando a cabeça com um sorriso nervoso.

- Só vou te perdoar porque você é uma graça, e tem um nome bonito, e tem uma risada bonita também. - ela responde sorrindo. 

Um comentário simples mas que não deixou de dar um rubor ao rosto do esverdeado.

- Ei ei, isso aqui é pra você.- um garoto com o nariz enorme cutucou S/N entregando-lhe uma folha de papel.

A garota pegou a folha desdobrando devagar.

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Me encontre atrás da escola

no fim da aula.

Bakugou K.

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- Acho que o loirinho não gostou muito de mim.- a garota diz olhando fixamente para o papel. - Azar o dele!

Ela olha em volta para ver se o dono do bilhete estava olhando, e para sua surpresa ele estava olhando fixamente para ela, então a novata amassa o papel e se levanta indo jogar na lixeira, fazendo com que o loiro soltasse um pequeno rosnado de insatisfação.

Ela retorna a sua cadeira virando para o aluno esverdeado.

- Ei Midoriya! - ela chama o garoto, que imediatamente passa a lhe dar sua atenção.

- Sim? - ele responde esperando que ela prossiga.

- Seu pai é pirata? - ela pergunta sorrindo.

- Err... Não? - ele responde com uma expressão óbvia. - Por quê?

- É que você é um tesouro. - a novata responde com um sorriso enorme.

Apesar da cantada horrível o garoto de cabelos verdes fica ruborizado, mas para evitar uma síncope ali mesmo ele decide respirar fundo e abaixar sua cabeça para evitar que ela veja suas bochechas coradas, voltando a copiar a sua atividade.

Mesmo com a reação do garoto, a novata identificou que aquilo era apenas timidez, e não uma demonstração de desgosto.

Assim, a garota decide finalmente iniciar sua atividade escolar.