História A Garota da casa ao lado - Mudança ao lado

“Muitas coisas não fazem sentido algum, parecem com um quebra-cabeça quando encaixamos alguma peça no lugar errado, enfim não se juntam e nos impossibilita de descobrirmos o que realmente é”.
 
Vários carros de mudanças estavam parados a uma casa ao lado da minha, fazia algum tempo que começaram a construí-la, mas nunca de fato alguém veio ocupa-la, só agora. A janela do meu quarto fica de frente a janela do quarto a casa ao lado, pelo que percebi é de uma garota, pois das poucas vezes que as cortinas estavam abertas pude apreciar a bela decoração roxa que contornava as paredes e os vários outros móveis do quarto.
Depois de algum tempo, os carros de mudança vão embora e outro carro chega, certamente era da família que iria ocupa-la. Vejo tudo isto do meu quarto, meus pais não se preocupam com estas coisas de irem dar boas vindas aos novos vizinhos, nem tampouco ficam a observar escondido como eu estou fazendo.
Minha mãe passa a maior parte do tempo em casa ela é muito calma e me compreende mais fácil diferente do meu pai que é militar, ele não dá a mínima importância para o que eu quero, sendo que me obrigou há ficar um tempo na escola militar, foi bom por um lado mesmo que no começo eu não estava de acordo, mas tive que ir do mesmo jeito, para o meu pai a minha opinião naquele momento não tinha importância, eu tinha que ir e pronto.
Logo já estava escurecendo, como era sábado não tinha nada para fazer, depois do jantar subi novamente para o meu quarto, queria ver se conseguia ver pelo menos a dona do quarto a frente do meu. Já estava me cansando de não conseguir ver nada, quando finalmente a porta do quarto da casa ao lado se abriu, uma garota loira de olhos azuis entrou observando cada detalhe daquele lugar devia ser a primeira vez que via aquele lugar que agora seria seu quarto. Ela devia ter mais ou menos a mesma idade que eu, uns 17 anos, pelo menos minha curiosidade já tinha passado um pouco, depois disso fui dormir, depois de algum tempo teria mais tempo para conhecer quem morava ao meu lado.
Domingo estava ensolarado as coisas já estavam um pouco quietas na casa ao lado depois da agitação de ontem para por as coisas de ontem, não tinha nada para fazer, afinal seria meu último dia de férias o ano letivo daria inicio amanhã, a única coisa que eu podia fazer era aproveitar o máximo porque depois com as aulas não teria tempo para fazer nada.
Por volta de umas dez horas da manhã resolvi dar uma volta pela cidade, era o que eu poderia fazer no momento, não que aqui falte opções do que fazer, só que eu não tinha pensado em nada ainda. Ao sair de casa aquela garota estava sentada em frente da sua casa, acabei resolvendo ir falar com ela.
-Bom dia, falei.
-Bom dia, ela respondeu, parece que ela só respondeu por educação, quando ela percebeu que eu estava lá fechou seu caderno, acho que devia estar escrevendo algo, mesmo assim continuei a insistir.
-Você veio de onde? Perguntei.
-De Londres, por favor, não me faça mais perguntas, pediu-me educadamente.
-Por quê? Perguntei sem entender nada.
-Não quero ter contato com ninguém, quero ficar longe de todo o mundo prefiro ficar sozinha escrevendo, respondeu-me calmamente.
-Tudo bem, falei, saindo em direção ao parque, pelo visto ela parecia bem solitária, com se quisesse criar uma barreira entre todos e ela. Andei bastante, acabei chegando em casa no comecinho da noite, depois de um banho fui jantar, depois subi para o meu quarto, as cortina da janela estavam fechadas, puxei um pouquinho a garota da casa ao lado estava tocando alguns acordes em seu violão, devia estar escrevendo alguma música ou algo do tipo, agora me dei conta que nem perguntei seu nome, nem onde iria estudar.
Acabei adormecendo em meio aos meus pensamentos, no entanto parece que não demorou muito a amanhecer, levantei ainda um pouco sonolento, me arrumei e desci para tomar café, ainda tinha tempo de sobra para que eu pudesse ir andando sem pressa alguma para a Sweet Amoris onde estudo. Depois, peguei minhas coisas e fui para lá, boa parte dos alunos já haviam chegado, acho que era o único dia que ninguém gostava de chegar atrasado, mesmo que não seria dada nenhuma matéria ou atividade avaliativa, além de algumas atividades dinâmicas para nos entretermos.
-Bom dia, eu sou o professor Faraize e estarei com vocês até o fim do ano letivo, ensinarei português para vocês, Faraize disse, não sei por que ele insistia em dizer isso todo ano, todos já nos conhecíamos e pelo que pude perceber até agora não havia ninguém de diferente.
-Com licença, a diretora entrou na sala acompanhada de uma garota, a mesma garota que havia se mudado para casa ao lado da minha.
-Essa é a Bryana Hunter, ela acabou de se mudar para cá estudará com vocês, a diretora disse sorridente, ela sempre ficava assim quando algum aluno novo chegava, para ela era como se ganhasse o dia, porque mostrava o quanto sua escola era reconhecida.
-Oi, Bryana disse timidamente, bom agora pelo menos sabia seu nome, e não precisava se referir a ela com a “garota que mora ao lado”.
-Pode sentar-se onde você quiser, a diretora disse, a Bryana caminhou até a última carteira, a única isolada de todas e se sentou ali, ela passou quase a aula toda escrevendo em um caderno de capa roxa, o mesmo que ela estava ontem, então acabei chegado a conclusão que roxo era sua cor favorita e que seu nome era um pouco estranho se bem que o meu também não era lá grande coisa até hoje me pergunto de onde foi que meus pais tiraram o nome Kentin, então acho que não tenho direito de questionar o nome dela.
Sinceramente alguma coisa me fazia acreditar que ela escondia alguma coisa, não que eu seja curioso mas queria muito descobrir o que era, o que de fato levaria uma pessoa a se isolar do mundo?