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História A Garota das Visitas Noturnas - Uma Conversa Na Calada Da Noite


Escrita por: Anonymous-san

Notas do Autor


OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOUUUU, foi maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaal amores de minha vida insosaaaaaaaaaaaa!
Desculpa mesmo gente, eu sei que eu gosto de enrolar, mas férias chegaram e BAM! Tempo livre.
Vou atualizar mais essa história, e vou começar uma MarkSon, pra quem é fã de K-pop, porque sim.

Capítulo 7 - Uma Conversa Na Calada Da Noite


Fanfic / Fanfiction A Garota das Visitas Noturnas - Uma Conversa Na Calada Da Noite

Breaking the Habit - Linkin Park

Apenas mais um dia entediante e calmo no hospital, e Kageyama não conseguia mais aguentar a monotonia do ambiente, que parecia apenas afundá-lo ainda mais em seus pensamentos autopiedosos. Sentia-se inútil deitado naquela cama, três dias depois de sua chegada no instituto e tudo o que fazia era ficar remoendo suas atitudes no "tal dia". O problema era que, refletir, principalmente nesta situação, não iria dar em nada.

Memories consume

Like opening the wounds

I'm picking me apart again

Memórias consomem

Como feridas abertas

Estou me criticando novamente

Primeiro que mal tinha a mínima ideia sobre o paradeiro do garoto menor, então não tinha como correr atrás dele e tentar, mais uma vez, abrir o jogo e colocar as cartas na mesa. Ele mal podia deixar o quarto, ainda por cima.Por isso, de que adiantava ele ficar ali, deitado como um inválido, acorrentado ao passado e à coisas para as quais não havia mais volta? 

I hurt much more

Than anytime before

I have no options left again

Eu sofro muito mais

Do que nunca antes

Não há mais opções outra vez

A coisa era que: ele não tinha nenhuma outra opção.

Não era decisão sua sair dali ou não, até porque seu corpo extremamente debilitado certamente o iria impedir de dar um passo além daquela cama que passou a odiar ainda mais durante as poucas horas que esteve ali, consciente. 

Ah, merda, lá vou eu de novo. Me afundando num poço de merda, eu já fui melhor que isso. Quando foi que eu me deixei levar pela autopiedade?

Não sabia; na verdade, ultimamente não vinha sabendo nada. Não tinha nenhuma resposta, estava mais confuso do que costumava ser diante de momentos críticos. Talvez o melhor amigo o afetasse muito mais do que ele imaginava,e isso assustava-o, e muito. Estava acostumado demais a ter controle sobre suas emoções, que a mera ideia de alguém que o pudesse desestabilizar facilmente era aterrorizante.

Afinal, quem não tinha medo de perder o controle? Não era como se ele fosse único, mas este fato não amenizava a tensão que carregava nos ombros.

Clutching my cure

I tightly lock the door

I try to catch my breath again

Segurando firmemente minha cura

Eu tranco bem a porta

Tento recuperar o meu fôlego

Não. Chega. Nada de pensar nisso. Estou cansado dessa rotina.

Finalmente fazendo algo com o qual estava acostumado, entrou em uma sala segura dentro de sua própria mente, e trancou a porta. Aquele ali era o seu reino, seu lugar seguro, era ali que se sentia bem. Não o incomodavam, não lhe gritavam e nem batiam, e muito menos o olhavam com olhos brilhantes e bochechas adoravelmente coradas. Ali, podia finalmente agarrar-se ao que considerava sua cura: a paz, o vazio sem pensamentos, sua própria companhia e nada mais.

Engraçado como insistiam em afirmar, como se todas as pessoas tivessem um doutorado em psicologia e comportamento humano, conseguiriam entendê-lo se ele se abrisse mais. Nunca ouvira tanta besteira saindo de uma boca, e olha que escutava seu pai, todos os dias com um novo pensamento arcaico e preconceituoso. Ora, Kageyama mal entendia a si mesmo, como os outros podiam ser tão convencidos ao ponto de afirmar isso de maneira confiante? Se fosse de outro modo, aquela sala segura nunca teria de existir.

Cause inside I realize

That I'm the one confuse

Por que, lá dentro, eu compreendo

Que sou o único confuso

Mas o mundo não era um mar de rosas, muito menos um oceano de entendedores da complexidade do ser humano. E se fosse, o mundo esta acabado com uma seca devastadora. 

Kageyama riu com seu usual humor negro, e sentiu que estava voltando aos trilhos pouco a pouco. Era isso, voltaria aos velhos hábitos e tudo ficaria bem antes de deixar aquele hospital. Por enquanto, ia apenas aproveitar a paz de seu isolamento, mas seus planos foram parcialmente frustrados quando ouviu ruído e uma voz conhecida resmungando algo.

- Kageyama-kun, está acordado? - indagou Anne, com a cabeça aparecendo pela fresta da porta.Quando virou a cabeça para a porta, a mulher tomou aquilo como um sim e adentrou o quarto, sendo seguida por um rapaz alto. - Ótimo, você tem uma visita. Pode entrar, sr. Oikawa.

Merda.

- Hey, Kage-kun*, cansou de viver à sombra da sociedade e decidiu se matar? - brincou o moreno - Por que você está péssimo, meu amigo.

- Desde quando viramos amigos, Tooru? Eu não me lembro disso. Mas você está engraçado como sempre.

- Eu venho elaborando mais meu arsenal de piadas, que bom que notou. -  Oikawa era sempre assim, nunca levava as coisas a sério. 

A enfermeira deu privacidade aos dois, e o visitante sentou na cadeira ao lado da cama em que estava. Kageyama o olhou incomodado, mas no fundo estava surpreso por ver a única pessoa que não esperava. Ainda não conseguia entender por que o outro estava ali.

- Você quer alguma coisa? - questionou, só podia pensar nesse motivo para o moreno estar ali.

- O que eu iria querer de um debilitado como você? Não kageyama, eu não quero nada - comentou com um olhar sério, que surpreendeu ainda mais o efermo -, apenas vim ver como você estava.

- Esse não é você, Oikawa... Tem algo errado?

- Tem, algo muito errado comigo - disse, subitamente irritado. - Como você foi capaz de me preocupar assim, seu idiota? Eu larguei o treino quando soube que estava machucado...

- Bem, eu também fiquei surpreso ao acordar nessa cama de hospital! Acha que eu tenho alguma culpa? - inquiriu, igualando seu humor ao do outro. - Eu também não queria estar aqui!

- Eu sei, porra... Eu sei, mas achei que ia perder você, como daquela outra vez...

- Pensei que você tinha esquecido de mim, achei que me odiasse... - lembrou de coisas da sua infância, eventos passados que eram impossíveis de esquecer - por isso me importunava na escola.

- Eu nunca seria capaz de te odiar, seu burro. Não quando eu já te considerei como um irmão..

- Então por que se afastou? - indagou Kageyama. - Por que me deixou quando viu o que ele foi capaz de fazer?

- Eu... estava assustado, mas teria voltado se pudesse. Só que meus pais descobriram que, você sabe, e me mandaram para um internato em Londres para me afastar do Iwaizumi. Você não foi o único que eu acabei por deixar para trás, sabe?

-- \\ --

Eles não tinham mais do que onze anos quando se conheceram. Kageyama logo se aproximou do garoto que era o melhor jogador de vôlei da sua escola. Oikawa Tooru era um garotinho excêntrico, assim como o próprio Tobio, e eles se deram muito bem. O maior cuidava dele como seu próprio irmão, e um laço muito forte surgiu entre os dois, que ignoraram a mera diferença de dois anos e passaram a andar grudados por aí.

Kageyama considerava o outro como seu mentor, e começou a aprender com ele sobre o vôlei, e muitas outras coisas. Não, eles não se apaixonaram, nem se beijaram, mas se apoiaram em cada descoberta. Por isso não foi diferente quando o mais velho descobriu sua orientação sexual.

Tobio o aceitou e o apoiou quando a família tradicional do garoto não o fez. Esteve ao lado do Oikawa quando ouvia os pais e seus comentários preconceituosos sem poder se revelar para a família.

A família do próprio Tobio não era muito diferente, já que o patriarca dos  Kageyama era um homem extremamente machista e homofóbico.

Um dia, eles não foram cuidadosos o bastante. Apenas um dia, eles esqueceram de trancar a porta do quarto. Apenas um dia de guarda baixa, e tudo que eles escondiam veio a tona.

Nessa tarde, os garotos estavam no quarto, e o Kageyama mais novo estava deitado com a cabeça no colo do amigo, chorando suas lágrimas grossas enquanto recebia carinho em seus cabelos negros. Eles estavam sendo descuidados, e o Tooru sabia disso, mas não podia deixar de consolar o amigo quando este fora claramente rejeitado e ofendido por um dos "amigos".

Por isso, permitiu que aquele momento de fraqueza continuasse. Ainda se culpava do resultado, da raiva no rosto do homem quando abriu a porta e viu o filho no colo de outro homem. Nada impediu o pai do moreno de ser consumido pela raiva, e espancar o filho por simplesmente ser confortado por um garoto.

Nem mesmo o próprio Oikawa. Ele fugiu de lá, e foi correndo para sua casa, pedir ajuda da família. Claramente estava desesperado, ou isso nunca teria passado por sua cabeça.

É claro que seus pais não ajudariam uma bicha, concluiu tarde demais. O que eles fizeram, na verdade, foi tirá-lo de lá, pois tinham recebido uma mensagem de um pai intrometido, contando que o Tooru estava de intimidades com um tal de Hajime Iwaizumi.

Eles simplesmente o separaram das pessoas que ele mais gostava: Hinata e Iwaizumi.

Principalmente de Iwaizumi.

-- // --

- Voltei no começo do ano, mas ainda não tive coragem de falar com o Hajime. E eu não acho que ele queira me ver... 

- Você não sabe, cara. Deixa de ser burro - falou Tobio, e o outro levantou a sombrancelha -, ele te amava, porra. E não me olha assim, você sabe que é verdade.

- Se eu sou burro, Tobio, você é uma grande anta. - Oikawa riu da indignação do amigo, sentindo uma nostalgia dos bons e velhos tempos de sua amizade. - Mas, pelo menos eu te amo. Pena que eu não sou ruivo, nem baixinho...

- Eu te odeio - disse, corando violentamente - e só não te bato porque gosto do Iwaizumi.

- Você não me bate é porque eu sou lindo, Kageyama, admita que dói menos.

- Nem vem...

- Meninos, é fim do horário de visita - interrompeu o médico, que acabara de entrar no quarto. - Oikawa precisa ir para que você possa descansar, Kageyama.

- Boa noite, Tobio - despediu-se o moreno, saindo pela porta.

- Boa noite, Tooru -respondeu.

-- \\ --

O quarto estava escuro, e Kageyama não conseguia enxergar quase nada em sua frente. Devia estar dormindo, sim, mas sua mente não permitia, acordando-o inúmeras vezes até que decidiu se manter acordado até o outro dia chegar. Ouviu o barulho da janela se abrindo, e se assustou quando uma pequena garotinha entrou no quarto, que recebeu uma luz precária por causa da iluminação externa do hospital.

- Olá. - disse a menina, caminhando até uma pequena cômoda ao lado oposto de Kageyama e se sentando em cima desta. - Como vai?

O silêncio se fez no quarto enquanto Kageyama tentava decifrar o que estava acontecendo. Seria aquilo um sonho ou seria realidade, e havia mesmo uma menina no seu quarto? Não conseguia identificar os traços dela, e isso apenas aumentava sua crença na primeira hipótese.

- Então, não vai me responder? - indagou ela novamente. - O gato comeu a sua língua?

- Qual é o ponto de se responder uma ilusão?- respondeu o moreno, pragmático como sempre. 

- Então é isso que acha que sou? - perguntou ela, divertida - Então está bem, mas eu ainda estou aqui. Por que não conversar comigo?

- Por que eu não sou louco? - retrucou ironicamente. - Boa noite.

- Não é como se você fosse conseguir dormir de qualquer jeito... 

- Wah, você é bem irritante mesmo. - Já estava cansado por não conseguir dormir, e aquela menininha, que não devia passar dos doze anos, tinha que aparecer? Mas que droga, universo.

- Meu irmão dizia isso.

- Ilusões não têm família.

- Se você diz.

Os dois se calaram, e a quietude baixou sobre o quarto novamente, mas a garota ainda não tinha deixado o recinto. Estava uma atmosfera estranha. Enquanto um tentava ignorar a presença de mais alguém, o outro aguardava pacientemente a atenção que queria. Essa briga silenciosa para ver quem iria ceder primeiro não durou muito, pois, se tinha algo de que o Kageyama não dispunha naquele momento, esse algo era paciência.

- O que você quer? - indagou impaciente, precisava de paz naquele quarto. 

- Agora? Nada - ela sorriu, seu objetivo tinha se cumprido. - Tchau, Tobio.

Ficou observando, estático e surpreso, ao que a menina simplesmente pulou janela afora. Logo sua surpresa se transformou em irritação ao perceber que a menina queria apenas que cedesse primeiro. Ela o havia vencido em seu próprio jogo.

 Eu realmente perdi para uma ilusão. Tá ai uma coisa que eu nunca pensei que aconteceria.


Notas Finais


UOUOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Eita que eu tô achando que minha escrita piorou desde o primeiro capítulo. Preciso tomar mais cuidado e escrever mais, né? Pois é.


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