POV. TAEHYUNG
Senti meu peito comprimir ao escutar aquele pedido..
Ela me fitava com uma expressão indecifrável... era uma das poucas vezes que eu não conseguia identificar seus sentimentos através de seus olhos. Nada.
Eu sabia o quanto aquilo a faria mal... eu sabia exatamente como ela se sentiria... e eu sabia como ela reagiria...
Mas eu não podia impedí-la.
Não podia negar isso a ela. Por mais que eu soubesse... por mais que doesse... É um direito. É um direito dela.
E apesar de tudo...
Ela precisa disso.
Desviei momentaneamente o meu olhar para as nuvens claras no céu, que me eram vistas pela janela. Observei-as por alguns segundos, soltando um suspiro pesado e assentindo levemente com a cabeça. Vi um único resquício de luz se apagar do rosto de ______. Ela fechou lentamente os olhos e respirou fundo, como se se preparasse.
Sentindo uma ponta de remorso, inclinei meu corpo na direção do banco da frente, pousando minha mão sobre o ombro de Namjoon, que se encontrava no volante.
- hyung... - ditei com voz mansa e ouvi o mesmo suspirar pesado.
- eu ouvi Tae. - ele disse num tom desapontado e concluí que ele se sentia da mesma forma que eu. - não acho que isso seria bom pra ela... mas não podemos impedir que veja a própria mãe no hospital. - disse e o vi olhar de relance para o retrovisor, fitando discretamente uma _____ que se encontrava pensativa no banco de trás, enquanto ainda continuava a observar as paisagens que passavam pela janela do carro.
- de qualquer jeito... estaremos lá com ela. - jin se pronunciou, apenas para que eu e Namjoon ouvíssemos. - não se preocupe Tae. - assenti. Logo voltando à postura anterior, chamando a atenção da _____ com um leve carinho em seu braço, ainda coberto pelas roupas de enfermagem do manicômio.
- ______.. - chamei. - Nós... vamos te levar para vê-la. - falei e a vi fitar o chão parecendo incerta, mas logo um sorriso triste e fechado toma conta de seus lábios.
- obrigado.
Ela disse baixinho e recostou novamente a cabeça em meu ombro.... segurando minha mão e entrelaçando nossos dedos.
Eu senti tanto sua falta ______....
(...)
Todos no carro se surpreenderam ao perceber o carro parar no estacionamento do hospital. Afinal, aquele não era para ser o nosso destino.
Jimin: o que estamos fazendo aqui? - perguntou demonstrando um olhar de estranhamento.
Jin: nós viemos.... - ele hesitou, parecia escolher as palavras. - trazer a _____ para ver a mãe dela.
Ao fim da frase do mais velho um silêncio incômodo se instalou no local. Eles sabiam o que tinha acontecido, mas não chegaram a vê-la.. apenas Namjoon e Jungkook, que estavam comigo no dia em que a visitamos pela primeira vez. ficamos por cerca de dez segundos em silêncio, até que ele finalmente foi quebrado.
Hoseok: bom!- falou o hobi abrindo a porta do carro. - então vamos. - ele disse já colocando as pernas pra fora, incentivando que todos fizéssemos o mesmo.
_____ saiu do carro e eu, logo atrás dela, também. Ela tinha um olhar tenso... dava pra ver a preocupação estampada em seus olhos.
- ei... - falei tocando seu rosto com meu polegar e ela pareceu despertar de um transe, levou um pequeno susto. - não se preocupe... ela está bem. - foi tudo que pude dizer para tranquilizá-la. E pareceu surtir efeito... vi sua expressão preocupada suavisar levemente. ela suspirou e abaixou a cabeça.
- espero que esteja certo. - disse ainda encarando o chão. - vamos...
Nós saímos do estacionamento e entramos no hospital, indo em direção à recepcionista.
- com licença, gostaríamos de visitar a paciente internada no quarto 420 por favor.
- só um minuto, vou checar. - ela fala digitando algo no computador. - está liberado. Vocês podem subir, um médico responsável estará esperando ppr vocês. - ela nos direciona um sorriso e ei agradeço.
Nos dividimos em dois elevadores e subimos até o quinto andar. O clima era tenso... podiam-se ouvir apenas nossas respirações.. em especial, uma um pouco confusa, a qual a dona segurava fortente a minha mão.
Assim que chegamos ao andar certo, caminhamos alguns segundos pelos corredores brancos até finalmente chegarmos à porta do 420, onde havia um médico, que nos recepcionou e logo em seguida nos deixou à sós. Os meninos preferiram esperar do lado de fora, não queriam invadir o espaço da ______, mas isso não pareceu confortá-la.
- você quer que eu entre com você..? - perguntei calmamente acariciando seu rosto quente, olhando nos castanhos olhos desesperados. Ela soltou o ar pesadamente pela boca e assentiu. Estávamos parados de frente à porta... _____ parecia ter travado... e eu juro quase conseguir ouvir seu coração batendo.
Deslizei minha mão sobre seu braço encaixei nossas mãos uma na outra, segurando-a firmemente e entrelaçando nossos dedos e acariciando-os com meu polegar, tentando passá-la mais segurança. Ela retribuiu o gesto, apertando mais fortemente a minha destra.
Levei minha outra mão à maçaneta da porta...
POV. (S/N)
Ao passo que Tae finalmente encontrou sua mão com a maçaneta da porta, senti meu estômago revirar... meus batimentos eram tão acelerados que eu podia jurar que a qualquer momento meu coração poseria saor para fora do peito...
Eu não sabia o que estava sentindo... era um absoluto misto de sensações ruins... eu estava com medo... medo do que eu encontraria atrás daquela porta... sentia culpa... culpa por saber que minha mãe estava nessa situação por minha causa... e por último... estava amargurada... por cogitar que poderia perder a pessoa mais importante da minha vida.
Saí de meus pensamentos ao ouvir a porta sendo aberta... minhas pernas vacilavam enquanto, a passos lentos, adentrávamos o quarto.
Foi questão de segundos....
Apenas segundos..
Para que meu mundo começasse a desabar em cima de mim outra vez.
Eu nunca poderia imaginá-la assim... nesse estado... por minha culpa. Foi até difícil pra mim.. acreditar no que via.
Ela estava pálida... sua boca rachada, seca, em um tom levemente arroxeado. Em sua cabeça haviam algimas faichas para proteger o machucado, cobrindo-a quase por completo. A respiração fraca. Pequenos tubos ligados às suas narinas levavam constantemente oxigênio ao seu corpo, e agulhas... agulhas e mais agulhas, soro e medicamentos às suas veias.
Apenas por ver tudo aquilo... já comecei a sentir a forte ardência em meus olhos, que se tornara tão comum em meu cotidiano. Logo meu rosto foi inundado pelas lágrimas quentes, escorrendo mais e mais a cada segundo. Aquela sensação andava me consumindo... era como estar sufocando... era como estar me enforcando.
Caminhei devagar até ela, sentindo como se a qualquer segundo, minhas pernas fossem me deixar completamente na mão. Tremiam. Me aproximei da cama e segurei firmemente sua mão... gelada. Não fui retribuída... ela estava ali... mas ao mesmo tempo não estava...
Ela literalmente estava apenas respirando.
Encarei seu rosto e as memorias da noite em que tudo isso aconteceu surgiram novamente em minha cabeça.
Fui eu...
Eu fiz isso com ela...
É minha culpa....
Por que....? Por que eu machuco todos ao meu redor...? Por que eu sou assim....?
Como um flash, antigo e esquecido, tudo que eu ja giz ate hoje passou rapidamente sob meus olhos... era quase como um filme sendo exibido ali... ao vivo e em cores.
Me no dia em que matei meu pai... no dia em que eu segurava a cabeça inundada de sangue da minha mãe em meu colo... do dia em que descobri ter perdido o meu bebê... e de hoje... quando matei o Mark.
Só então a minha ficha caiu...
Eu matei o Mark....
Eu tirei uma vida...
Mais uma.
Não importa o que ele tenha feito... eu jurei a mim mesma... que eu NUNCA mais... faria algo contra uma Pessoa... algo como o que fiz com meu pai...
E mesmo assim...
Eu o fiz....
Eu tirei uma vida...
Mais uma.
Aquilo foi o ápice pra mim.
Foi o momento de êxtase.
Me permiti afundar completamente a cabeça por entre os lençóis que cobriam o corpo da minha mãe... deslizando lentamente até que meu corpo atingisse o chão. Me permiti gritar... me permiti chorar.
- ME DESCULPA MÃE... POR FAVOR, ME DESCULPA POR TUDO! EU NÃO QUERIA ISSO... EU JURO... POR FAVOR... ME PERDOA... ME PERDOA MÃE... - gritei por entre as cobertas, enquanto sentia a tristeza tomar completamente conta do meu ser. Mantendo nossas mãos enlaçadas. - VOCÊ VAI MELHORAR MÃE... EU PROMETO... VOCÊ VAI CONSEGUIR... EU AINDA VOU VER O SEU SORRISO DE NOVO MÃE... EU PROMETO...
eu já respirava com dificuldade... o choro descompassado... as mãos trêmulas.
Taehyung veio até mim, me abraçando e me tirando do chão, tentando me acalmar.
- calma _____... não se culpe, por favor. Nada disso é culpa sua... fique calma... - ele dizia enquanto tentava secar as minhas lágrimas, mas a essa altura, elas já tinham um fluxo quase incontrolável. - ela vai melhorar... ela vai ficar bem.. apenas acredite... mas não se culpe, por favor. Por favor _____... - ele falava com uma voz calma, porém embargada. Senti que ele tentava segurar lagrimas também.
Mas eu não conseguia parar...
- NÃO TAE! É TUDO CULPA MINHA... VOCÊ NÃO ENTENDE.. VOCÊ NÃO ENTENDE O QUE EU FIZ.... EU NÃO POSSO ME PERDOAR... NÃO POSSO! - meus gritos saiam abafados pelo corpo de Taehyung, que circundava o meu em um abraço de consolo.
- você não fez nada _____!! Por favor, pare com isso! - ele insostia.
- VOCÊ NÃO ENTENDE!! .....EU FIZ.. EU FIZ TUDO ISSO... EU TIREI UMA VIDA TAEHYUNG....
EU MATEI O MARK!!
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