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História A Garota Deles - Ajuda


Escrita por: Fran_Hyuuga

Notas do Autor


Vamos ver qual será a ajuda que o Kyohei dará à Kayla?
Ah, sou a única que suspira por esse baterista? *u*

"Estou interessado em você. Estou interessado no que puder e quiser mostrar a mim, Kayla."

Capítulo 21 - Ajuda


Ajuda

Capítulo 21

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"Para você, que deu tudo para mim, você vai acreditar em mim mais uma vez?"

(the GazettE – Derangement)

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Os olhos escuros de Kyohei acompanhavam os movimentos ansiosos da mulher à sua frente, que parecia incapaz de conter a agitação das mãos pequenas. Depois das palavras surpreendentes de Kayla, o baterista conduziu-a a um camarim vago para que pudessem conversar em particular.

— Vou direto ao assunto, Kyohei. – A ruiva soltou um suspiro resignado, então soergueu a face e mirou-o com ar determinado. – Eu preciso de dinheiro.

De todas as maneiras que estava disposto a ajudá-la, nunca pensou que poderia fazê-lo atendendo a uma demanda financeira. Parecia tão impessoal, como um pedido de "empréstimo bancário", que o baterista se sentiu frustrado por ter acreditado na remota possibilidade de que a mulher que agora o encarava expectante o procurasse para compartilhar um problema mais íntimo.

— De quanto você precisa? – A pergunta soou com decepção, e o rapaz escondeu as mãos nos bolsos da calça jeans para não ceder ao impulso de agitá-las em nervosismo como Kayla fizera nos últimos minutos. Ele não queria deixá-la notar sua patética vontade de se envolver na vida dela de um jeito mais profundo do que meramente uma ajuda financeira.

A jovem entreabriu os lábios em clara confusão ante a pergunta, as delineadas sobrancelhas arqueando-se com graça em sua expressão de dúvida. Então, antes que Kyohei pudesse questionar o que havia de errado, Kayla presenteou-o com um sorriso cheio de ternura. O brilho quente dos bonitos olhos esverdeados era um deleite que o fazia desejar se aproximar, e o baterista teve a certeza de que seu coração agitado seria sempre uma resposta que Kayla facilmente receberia dele.

Ela suspirou, dessa vez de um jeito diferente, como se exalasse um especial contentamento pela atitude dele.

— Eu não quero o seu dinheiro. – As palavras serenas carregavam uma densa emoção que fez o rapaz se sentir orgulhoso ao identificar: aprovação. – De todo modo, fiquei feliz por saber que estaria disposto a me ajudar financeiramente, mesmo sem questionar minhas razões. – O sorriso terno permaneceu na boca rosada dela, e Kyohei agradeceu silenciosamente por isso. – Eu gostaria apenas que você me apoiasse diante do senhor Fukushima, porque pedirei a ele outros trabalhos paralelos ao contrato do Sumire. – E ao vê-lo franzir o cenho, tratou de esclarecer: – Prometo a você que darei conta do que devo, sem que as demais atividades influenciem.

— Eu não tenho dúvida sobre isso, Kayla – respondeu o baterista, ainda reservando certa preocupação por ela. Por um momento desejou questionar para qual objetivo o dinheiro seria necessário, ou por que ela ficou tão perturbada ao telefone, mas se limitou apenas a dizer: – Por que acha que minha ajuda terá algum efeito em seu pedido ao Fukushima?

— Você é o líder do Sumire e, se demonstrar sua confiança em minha competência de honrar nosso contrato enquanto realizo outros trabalhos, tenho certeza de que ele cederá. – Kyohei achou-a bastante cuidadosa por articular as coisas dessa forma e, com pesar, refletiu que o seu passado ensinou-a a agir assim, tão criteriosa quanto uma estrategista de guerra. – Você me ajudará?

Os belos olhos verdes o confrontaram e, mais uma vez, o baterista encontrou neles aquele sentimento aprisionado de medo, escondido sob a superfície aparentemente controlada de Kayla. Seu coração apertou no peito ao notar que, a depender da resposta, poderia fazê-la se sentir segura ou desamparada, mesmo que a ajuda solicitada fosse tão simples. Ela realmente temia que lhe negasse tal pedido? Achava-o tão desprezível a ponto de ser insensível à necessidade dela?

— Kyohei? – murmurou impaciente. Sem sequer perceber, ela dera um passo adiante para se aproximar dele.

Não, Kayla não o achava desprezível. A expressão confessava seus verdadeiros sentimentos. Ela sabia que ele a ajudaria, ainda que lhe dissesse tê-lo escolhido somente por ser o líder da banda. A maneira como o encarava, repleta de expectativa e, ao mesmo tempo, com uma notável confiança, revelava o que Kayla queria evitar deixar aparente.

Kyohei quase sorriu ao reconhecer. Sob aquele maldito medo que queria arrancar dela, havia algo mais em seu precioso olhar. Algo que a fizera recorrer a ele sem hesitar, que a fizera ver o melhor dele ainda que muitas vezes parecesse não se importar. Kyohei ansiou despertar algo nela, algo que a fizesse conhecê-lo além das aparências... Não esperava, no entanto, já ter conseguido esse especial feito: no fundo, de um jeito que talvez nunca expressasse em palavras, Kayla acreditava nele. Ela, que sempre estava disposta a impor distância, em algum momento percebeu poder depositar nele um pouco de sua fé.

— Eu vou ajudá-la, mas tenho um pedido. – Precisou conter uma careta desgostosa ao ver a cautela fortalecer a máscara sobre a bonita face de Kayla. Era lamentável, mas não seria tolo. Usaria essa oportunidade para ultrapassar os limites invisíveis que ela insistia em manter entre os dois.

— Qual? – Ela não perdeu tempo em questionar, afastando-se um largo passo.

— Eu não quero impor esse convite, e você pode recusá-lo. Isso não me impedirá de ajudar. – Ele suspirou por ser incapaz de fazer o mesmo que o Satoshi, que parecia disposto até a jogá-la sobre o ombro para levá-la onde queria. – Você aceitaria ir a um encontro comigo, Kayla?

Longos segundos se passaram enquanto a ruiva o estudava.

— Eu pensei que havíamos esclarecido nossas relações... – Ela cruzou os braços.

— Esclarecemos, mas... – Levou a mão à nuca em um gesto nervoso, forçando-se a continuar: – Não mentirei. Estou interessado em você. – E antes que a jovem protestasse, completou: – Estou interessado no que puder e quiser mostrar a mim, Kayla.

Ela conteve um suspiro enquanto o observava. Os longos cabelos negros, presos em um laço alto, davam ao homem à sua frente uma aparência feroz, mas seus belos olhos escuros eram gentis e sua expressão denunciava a seriedade do seu pedido. Difícil admitir, mas Kayla não era totalmente alheia ao baterista como gostaria.

— E o que exatamente o fez se interessar por mim, Kyohei? – questionou defensiva. Sua voz suave soou tempestiva, quase ultrajada, porque ela acreditava que sua única característica sedutora para todos aqueles rapazes era o maldito mistério que precisava manter. Se um dia realmente a conhecessem inteiramente, ainda a quereriam como agora?

— Sua coragem. – Ela pestanejou, surpresa pela forte convicção na voz grave. – Sua honestidade e nobreza. Sua força ao lutar pelo que acredita. Sua voz e seu senso de justiça, ainda que muitas vezes julgue a si mesma muito duramente. – Kyohei aproximou-se dela e, ousado, acariciou com suavidade o rosto feminino. – Seus olhos, tão expressivos, e toda a sua beleza. – A jovem resfolegou ao sentir os dedos do baterista contornarem seus lábios. – Kayla...

— Sim? – A jovem precisou inspirar o ar que lhe faltava para que a simples palavra surgisse.

— Saia comigo. – O jeito como dissera, desta vez, não fora questionador. Era imperativo, muito embora calmo demais para ofender.

E Kayla não soube dizer se o olhar castanho de Kyohei, tão faminto e carinhoso sobre ela, fora o responsável por sua resposta. Não soube dizer, tampouco, se as palavras dele a seduziram e deixaram em tal estado de estupor. Ela apenas notou ser tarde demais para voltar atrás quando ouviu sua própria voz:

— Eu aceito. – O sorriso vitorioso de Kyohei era tão arrebatador, com suas covinhas adoráveis, que a ruiva esqueceu-se de sentir arrependimento.

Ela apenas se permitiu sorrir de volta, ignorando o coração frenético no peito.

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Retornaram para a reunião após combinarem de procurar o empresário do Sumire assim que terminassem. Sobre o encontro, Kyohei fizera questão de agendar para a noite seguinte.

Ele parecia não querer perder tempo, mas a ruiva decidiu não questionar o motivo para tal pressa. Talvez fosse melhor que o encontro acontecesse assim que possível, para então acabar logo com isso. Aproveitaria os momentos que tivessem juntos, mas não se permitiria iludir. Manteria o controle como fizera com Satoshi, interrompendo quaisquer que fossem as intenções dele assim que a noite chegasse ao fim.

Os olhares recebidos assim que chegaram à sala de reunião foram opressores e invasivos, aos quais Kayla respondeu com sinceros pedidos de desculpas por atrasar as importantes decisões. Oreki parecia estudá-la com tamanha intensidade que a jovem remexeu-se incomodada, aproximando-se de Jaoki sentado ao seu lado à procura de uma companhia menos hostil. Ao notar que o próprio guitarrista a fitava um pouco irritado, Kayla percebeu que desta vez não encontraria refúgio em ninguém mais.

Ninguém mais além de Kyohei, pensou ao perceber que a expressão dele era a única a prometer algum acolhimento.

A reunião seguiu em uma tensa demonstração de profissionalismo, com direito ao distanciamento pessoal comum de quaisquer pessoas sem intimidade – ou profundamente chateadas umas com as outras.

Decidiram as datas para as próximas reuniões e ensaios. A partir do cronograma que a MacKen ofereceu, decidiram também quando partiriam e em quais trajetos utilizariam o ônibus para viagens de uma cidade a outra. Logo teriam uma sessão de fotos entre os integrantes do Sumire, e outra junto à Kayla para a equipe de marketing realizar a divulgação dos shows. Também filmariam a propaganda oficial dos produtos femininos da banda.

Por fim, mesmo sob a tensão, a reunião fora muito produtiva.

— Que tal aproveitarmos o estúdio para ensaiarmos nossa melodia, Kayla? – perguntou Oreki quando se levantaram das cadeiras.

A ruiva encarou-o um pouco ansiosa, especialmente por reconhecer na postura de Oreki uma clara pressão, mas não cedeu ao receio de piorar o humor dele. Precisava resolver sua situação ou seus planos estariam fadados ao fracasso.

— Desculpe – expressou recebendo demasiada atenção. – Preciso primeiro resolver uma situação pendente e depois sigo para casa. – Ignorando o calor que invadia seu rosto pelo constrangimento, voltou-se para o moreno do outro lado da mesa: – Vamos, Kyohei?

Ela fingiu não ouvir as expressões de desagrado ou as perguntas mal-intencionadas dos rapazes ao baterista, concentrando-se em torcer mentalmente para que o visor sobre o elevador logo indicasse o andar onde estavam. Alívio a invadiu quando as portas de aço se abriram e Kyohei impediu que os outros entrassem.

— Nós estamos subindo, e não descendo para a garagem como vocês provavelmente farão – avisou em uma voz cortante.

Kayla desejou voltar no tempo e fazer as coisas com mais discrição, se soubesse que o fato de seguir com Kyohei para o último andar do prédio fosse gerar tanta comoção. Pelo jeito que os membros do Sumire a observaram antes de as portas se fecharem, ela soube que a ajuda de Kyohei traria problemas próximos.

— Não se preocupe, Kayla – confortou-a o baterista assim que ficaram sozinhos. – Eles podem não entender por que estamos subindo juntos até o andar de Fukushima-san, mas não farão perguntas.

— Não são as perguntas que me perturbam. – Ela o encarou com uma expressão cansada.

— O que a perturba, então?

O jeito como os ombros de Kayla se curvaram, como se indicassem sua derrota, despertaram em Kyohei aquele intenso sentimento de proteção.

— As respostas que elas me fazem pensar.

[Continua]


Notas Finais


Ah, o Kyohei estava tão, tão… maravilhoso!
Desculpem o capítulo curto, mas não consegui escrever muito mais que isso.

Posso prometer, no entanto, que o capítulo seguinte não demorará.
Beijos~


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