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História A garota do porão - Camren - De novo não!


Escrita por: m-issbrightside

Notas do Autor


Boa noite, meus bolinhos!

Bem, o capítulo de hoje está um pouco mais curto do que o usual porque como a minha rotina tem sido bastante corrida, acredito que ficará mais fácil dessa forma para conseguir atualizar com mais frequência.

Essa parte da história é um ponto de ligação importante para a forma como as coisas irão se desenrolar, então espero que gostem e fiquem tão empolgados quanto eu para saber o que acontece em seguida.

Boa leitura e obrigada por todo o apoio até aqui, vocês tem sido incríveis <3

Capítulo 9 - De novo não!


Fanfic / Fanfiction A garota do porão - Camren - De novo não!

 

Na manhã de sábado, dois dias após o jogo das Ninfas, Camila acordou com seu coração acelerado e a blusa de pijamas completamente ensopada. A garota sentiu que deveria procurar por seus óculos para que pudesse ir ao cômodo de baixo e buscar por um de seus remédios para crises noturnas, mas ela estava com muito frio para deixar o cobertor. Ela não se lembrava de ter estado febril desde que as aulas se iniciaram, mais precisamente, depois que Lauren Jauregui voltou para sua vida. Era como se a menina de olhos verdes cintilantes fosse um tipo de anestésico para todos os efeitos destrutivos ocasionados pelos três anos anteriores de sua vida. Mas agora, Lauren não estava lá e Camila estava perdendo o controle novamente. 

Desde a incrível vitória contra o time de Washington, Lauren havia desaparecido do colégio. Primeiro, Camila pensou que ela pudesse estar repousando depois de todos os esforços exigidos pela partida, já que Normani também não havia aparecido, mas quando ambas faltaram mais uma vez na sexta-feira e Lauren ignorou todas as suas mensagens, ela começou a se preocupar de verdade. Ela sabia que não costumavam se comunicar por celular, não desde a noite em que adormeceram juntas em chamada de vídeo, mas também tinha a plena certeza de que Lauren não ignoraria suas mensagens de propósito e aquele era o motivo pelo qual ela não podia deixar de pensar que algo havia acontecido. 

Perturbada por seus pensamentos ansiosos, Camila tateou a própria cama procurando por qualquer sinal de seu aparelho celular, ela tinha a incrível mania de largar o objeto pelo colchão ao pegar no sono. Quando finalmente o encontrou, forçou os olhos para enxergar o visor e distinguir os elementos que brilhavam na tela. Lauren ainda não havia dado qualquer resposta. Ela sentiu seu peito comprimir como se o coração estivesse prestes a se dissolver e uma nova falta de ar a acometeu. 

"Então foi dessa forma que eles se sentiram", Camila pensou consigo mesma. 

O desaparecimento de Lauren de sua vida pelas últimas 48 horas fez com que uma série de pensamentos intrusivos disparassem em sua mente, e aquele era um deles. Camila imaginava que a sensação que corroía seu psicológico era a mesma que seus pais e amigos haviam experimentado quando o sequestro aconteceu. Quando ela não voltou da escola e eles não puderam encontrá-la em nenhum outro lugar. Ela não podia acreditar que o destino seria tão cruel a ponto de separá-las com uma nova tragédia, e era por isso que estava disposta a se livrar de qualquer coisa que a impedisse de descobrir o que estava acontecendo com Lauren e trazê-la de volta para a sua rotina. 

O contato de Dinah costumava ser o primeiro em sua lista, e tão rápido quanto seus sentidos a permitiram, ela buscou pelo número da garota e não hesitou em discar. Dinah era uma pessoa agitada, e portanto, ela costumava acordar cedo para caminhar com os irmãos ou acompanhar os pais em suas rotinas.

- Chancho? Que milagre aconteceu para você me ligar a essa hora, garota?

- Dinah, eu preciso que você venha até a minha casa. - Camila se esforçou para terminar a sentença.

- O que aconteceu? Está tudo bem? - a outra garota assumiu seu tom de preocupação habitual com Camila. 

- E-eu...só preciso que você venha. - quando estava em crise, Camila costumava ter dificuldades para formular frases completas e que fizessem sentido, por isso, ela preferiria conversar com Dinah pessoalmente, seria mais fácil para se fazer entender. 

- Ok, Chancho, agora você está me assustando. 

- Só esteja aqui. - Camila respirou fundo. - Por favor. 

- Tudo bem, eu estarei aí em poucos minutos. Aguenta firme. 

Camila não havia traçado um plano mental até aquele momento. Ela não tinha preparado argumentos para convencer Dinah de fazer o que ela precisava que fizessem para descobrir o paradeiro de Lauren - e consequentemente de Normani - mas esperava que a conexão entre elas fosse suficiente para que a melhor amiga embarcasse naquilo. Ela sabia que Dinah também estava preocupada com o sumiço das garotas, especialmente de Normani, mesmo que tentasse reforçar o contrário afirmando que era uma atitude típica das Ninfas, e que haviam sido inocentes demais por acreditar que uma amizade pudesse surgir entre polos tão opostos. Mas Camila não podia acreditar naquilo, não depois de sentir a respiração de Lauren contra sua pele quando seus lábios se encontraram.

A campainha tocou exatos quatorze minutos depois. Camila buscou sentar-se na cama e assumir uma postura mais saudável do que o estado no qual seu corpo realmente se encontrava, ela sabia que seus pais não iriam estranhar o fato de Dinah estar aparecendo em um sábado de manhã, afinal, a garota era quase como parte da família. 

- Bom dia, Chancho! Você está... - Dinah parou de falar quando percebeu Camila. O rosto pálido, a boca em leve tom de roxo, a roupa coberta por suor. - Meu Deus, porque você não disse antes, Camila?

De repente, Dinah estava a todo vapor. Ela avançou na direção da menina de silhueta franzina e começou a verificar a temperatura de seu corpo com a palma das mãos, tocando a testa e o pescoço sequencialmente, depois, afastou os cobertores e passou a andar de forma paranoica pelo quarto, como se não pudesse acreditar no que estava acontecendo. 

- Não me diga que isso vem acontecendo com frequência, Camila. - ela passou as mãos nos próprios cabelos ondulados - Onde estão seus remédios? Você precisa de algo urgente para febre. 

- Eles estão lá embaixo mas... - Camila se esforçou para dizer o que precisava mas antes que pudesse, Dinah já estava indo na direção do cômodo de baixo. 

Camila forçou os próprios tímpanos para tentar captar qualquer coisa que fosse dita no primeiro andar da casa, ela não queria que seus pais descobrissem, eles não podiam desconfiar de seu estado ou a fariam ficar de repouso pelo resto do fim de semana e essa seria uma das piores coisas que poderiam acontecer naquelas circunstâncias, Camila não queria e não podia perder mais tempo. Por sorte, Dinah voltou ao quarto rapidamente e nenhum alarde aconteceu durante aquele intervalo, o que significava que ela havia conseguido pegar o que precisava e decidido não tornar a situação pública. 

- Ok, você não precisa dizer nada. - a loira respirou fundo. - Eu não contei a eles porque eu sei que existe mais do que você está me contando. Então eu vou te dar uma chance. Uma chance e se você não cumprir com as regras, tudo está perdido. Eu vou lá embaixo e te denuncio. - Dinah encarou os olhos amendoados da amiga, sentando-se na beirada da cama. 

- Certo. - Camila respondeu, sentindo sua cabeça pesar. 

- Eu faço as perguntas, você responde com honestidade. Eu decido o que precisamos fazer sobre o seu estado e sobre qualquer coisa que venha em seguida. Nós tentamos estabilizar você nos próximos trinta minutos e seus pais não ficam sabendo sobre essa crise, contanto que você possa justificá-la. Se você não melhorar nesse tempo, nós vamos até eles. - Dinah esticou o dedinho, esperando que a outra garota o apertasse com o seu. 

- Feito. - Camila esticou seu dedo e cumprimentou o da amiga. 

- Há quanto tempo você vem tendo essas crises? - Dinah questionou. 

- Dois dias. - Camila esticou o próprio pescoço para trás, tentando diminuir a pressão em sua cabeça. 

- O que você acha que está causando isso? - Dinah fez aquele olhar de reprovação. O olhar que ela fazia quando já sabia a resposta mas estava esperando apenas pra ter o gosto da confirmação e poder esbravejar. 

- Não me olhe assim. - Camila puxou o cobertor para cima de suas pernas. 

- Eu faço as regras. - Dinah voltou a descobrir a garota. - Estou esperando. 

- Eu preciso encontrar a Lauren. - Camila tentou encontrar algum tipo de compaixão nos olhos da amiga. - A Lauren e a Normani.

- Ah, não mesmo, Camila! Eu não acredito que você está nesse estado por conta do sumiço daquelas duas. Você sabe o que eu penso sobre isso, você sabe que eu sempre avisei sobre o comportamento das Ninfas e o que elas fazem com pessoas como a gente. Devemos ter sido úteis para alguma coisa, a sua inteligência ou sei lá o quê que fez com que elas nos quisessem por perto, mas agora não é mais nada. E você precisa aceitar isso. Você precisa aceitar de uma vez porque... 

Mas Camila não estava mais ouvindo, seu coração voltou a bater rápido demais e agora era como se estivesse quase em sua boca, ela sentiu calafrios mais fortes a acometerem e se estivesse de pé, certamente teria desmaiado. Dinah percebeu a situação e a agarrou pelos braços, erguendo sua cabeça para tentar fazer com que se concentrasse novamente, ela soprou o rosto da amiga e disse alguma coisa sobre respirar lentamente, Camila tentou acompanhar o que a outra dizia, o que funcionou por aquele momento.

- M-e desculpe, Mila! Me desculpe mesmo. Meu Deus, você pode me ouvir? - Dinah questionou, ainda segurando o corpo da amiga. 

-Sim. - Camila respondeu de uma vez, com a respiração ofegante. 

- Vamos tomar um banho, ok? E você vai tomar esse remédio. - Dinah se levantou e estendeu as mãos para a amiga. - Depois que você estiver em roupas limpas e se sentindo melhor, nós conversaremos sobre o resto. 

Camila não estava em condições de negar qualquer coisa, então ela apenas assentiu e fez força para se levantar. O quarto de Camila era uma suíte, o que facilitou para que seus pais não desconfiassem de qualquer coisa, de fato, eles ficavam completamente despreocupados quando Dinah estava ali. Confiavam na garota mais do que em qualquer outra pessoa quando se tratava de Camila. O banho morno ajudou para que a temperatura de Camila voltasse a se estabilizar e também para que ela recuperasse um pouco mais dos seus sentidos, a cabeça ainda doía mas agora de forma suportável e era possível sentir o medicamento começando a agir. Obviamente, ela ainda se sentia ansiosa e quase desesperada, mas era como se conseguisse controlar suas sensações e confiar no fato de que as coisas dariam certo agora que Dinah estava por ali. A menina mais alta a ajudou a vestir uma roupa confortável, era uma blusa simples da banda 1975 e uma calça jeans preta em tamanho perfeito. Depois, ela fez com que Camila se sentasse na poltrona próxima a sua escrivaninha enquanto arrumava a cama da garota. 

- Como se sente agora? - Dinah perguntou, com olhar preocupado. 

- Faminta. - Camila respondeu espontâneo. 

- Ótimo. Você quer ir lá embaixo comer alguma coisa agora? - a garota maior questionou, parecendo compreensiva. 

- Quero. Mas antes nós temos que conversar. - Camila insistiu. 

- Você quer mesmo me convencer de que vale a pena ficar desse jeito por causa dela, Camila? - Dinah lançou um olhar severo. 

- Eu...eu quero que você faça isso. - Camila tentou achar suas palavras. - Por mim. 

- E o que exatamente você quer que eu faça? Que eu obrigue Lauren e Normani a voltarem a estar por perto simplesmente porque você está obcecada com essa ideia? - Dinah sabia que estava se exaltando e embora pudesse parecer o contrário, aquela era sua versão tentando se controlar para não dizer nenhuma besteira irreparável. 

- Você sente a falta delas. - Camila comentou, em tom baixo. 

- Eu não sinto. - Dinah manteve o olhar firme na outra garota. - Elas sumiram por dois dias sem dizer coisa nenhuma depois de tudo o que fizemos para que aquele maldito jogo desse certo, e Normani nem sequer responde as minhas mensagens. Eu não sou maluca, Camila. Eu entendo quando uma pessoa não me quer por perto, e quer saber? Eu vivi muito bem todo esse tempo longe dessas pessoas, eu não vou morrer por ter que fazer isso novamente. 

- Tudo bem. - Camila abaixou a cabeça. - Se você não pode fazer isso comigo, eu vou fazer isso sozinha. 

- Do que você tá falando, Camila? 

- Eu vou descobrir o que aconteceu. - ela olhou para Dinah com uma expressão inocente. - Com Lauren e Normani. Eu vou descobrir, Chechee. 

- Você não vai sossegar até que elas mesmas te digam que não nos querem por perto, não é? - Dinah ajoelhou na frente de Camila, apoiando o queixo em seu joelho. 

- Você está magoada. - Camila passou a mão nos cabelos de Dinah. - E isso significa que você se importa. 

- Eu não me importo. 

- Você não precisa admitir. - Camila continuou acariciando os fios encaracolados da amiga. - Mas o que vivemos com elas foi real, DJ. E você sabe que não fariam isso. 

- Eu não sei, Walz. Não sei mesmo. - Dinah levantou-se, caminhando para a porta. - Mas se você precisa mesmo procurar essas garotas para ficar bem, eu vou estar com você. 

Durante o café da manhã tudo correu normalmente, os pais de Camila conversaram com as garotas sobre a escola e retomaram o assunto sobre o jogo de futebol insistentemente, como se quisessem tocar em algum ponto específico, o ponto que levava até Lauren Jauregui e a súbita amizade entre as garotas. Por sorte, Sofi estava entusiasmada demais para contar para a irmã mais velha sobre a peça que estavam ensaiando "O Mágico de Oz", ela seria uma das árvores decorando a estrada tijolos amarelos, o que fez com que Dinah soltasse uma de suas risadas nada discretas. Depois da refeição, as garotas voltaram para o quarto para começar a planejar o que fariam dali para frente. 

- Eu acho que devemos começar indo até a casa de Normani. - Camila sugeriu. 

- Não! - Dinah respondeu alterada. - Quer dizer, por que não começamos pela casa de Lauren? 

- Você já esteve na casa de Normani, não é mesmo? - Camila questionou, deixando Dinah sem palavras. 

- Sim. Mas só porque eu me preocupei em um primeiro momento. 

- Ok. E então? - Camila levantou uma das sobrancelhas. 

- E então que ninguém atendeu a porta. - Dinah afirmou, claramente incomodada. 

- Tudo bem. Você sabe onde Lauren mora? - Camila pousou os cotovelos nos próprios joelhos. 

- Sim. Não fica muito longe da casa de Normani, na verdade. Eu pensei em ir até lá mas achei que seria estranho...quer dizer, eu e a Jauregui não somos próximas assim. - Dinah justificou-se. 

- Ela gosta muito de você. - Camila esticou uma das mãos, tocando os dedos da amiga. 

- Eu estou vendo como gosta. - Dinah revirou os olhos. - Então, é por onde você quer começar?

- Sim. - Camila afirmou. - Nós podemos pegar um táxi até lá. 

- Certo. Vamos fazer isso, diga aos seus pais que iremos até a praia...Broughton Beach, costumávamos ir até lá sempre antes de...você sabe. 

- Ótimo! Nós vamos descobrir onde essas garotas estão se escondendo. 

Camila soltou o primeiro sorriso dos últimos dias depois de dizer aquelas palavras, era como se uma pequena faísca estivesse novamente acesa em seu coração. Mesmo que não soubesse explicar, ainda que Dinah jamais pudesse acreditar, ela sentia no mais íntimo de si que Lauren aprovaria aquele ato, mais do que isso, ela sentia que Lauren precisava de alguém e que ninguém saberia melhor do que ela o que fazer quando a encontrasse. Camila não aceitava o fato de perder Lauren para qualquer circunstância que o destino determinasse, não sem sequer ter dito em voz alta que estava apaixonada. Não depois de ter chego tão perto disso. 

E há alguns quilômetros dali, em uma instituição de grandes paredes de concreto, muitas janelas e montes de regras, Lauren Jauregui vestia seu uniforme do Diamond School, o maior e mais renomado colégio interno de toda Portland. Ela enxugou as lágrimas que começavam a se formar nos próprios olhos e passou a mão de dedos frios pelas pedras da pulseira que carregava sempre consigo. 

"Love only", repetiu para si mesma. 

Em seguida, fechou seus olhos fortemente e tentou imaginar Camila dizendo aquelas palavras. Imaginar Camila fazendo qualquer coisa era o único pensamento que estava a salvando desde que voltara para aquele local, há dois dias atrás. Ela nem sequer pode avisar o que havia acontecido para qualquer pessoa antes que tomassem seu celular e o restante de suas coisas pessoas, e seu peito se inflamava sempre que se lembrava de que havia deixado Camila no escuro, sempre que imaginava o que a garota poderia estar pensando. Ela não poderia achar que Lauren teria sumido de propósito, poderia? Aquela hipótese corroía seus sentimentos. Lauren queria, mais do que qualquer outra coisa, atravessar aqueles muros e fugir com Camila para um lugar onde todas as impossibilidades sobre o que sentiam desaparecessem, principalmente aquelas arquitetadas cuidadosamente por sua própria mãe. 

Ela sentiu uma mão em seu ombro direito enquanto se perdia em seus pensamentos e reconheceu imediatamente aquele toque. O único toque reconhecível dentro daquele inferno particular para o qual Clara a havia mandado. Um toque que trazia lembranças sobre um novo segredo para a sua coleção. 

- Bom dia, Laur! Senti sua falta. - a garota de cabelos escuros plantou um beijo no rosto de Lauren, que agora corava por constrangimento e não aprovação. 

- Bom dia, Lucy. 


Notas Finais


E então, o que vocês acharam?


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