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História A garota do retrato - Retrato


Escrita por: Gaby_Uchiha_

Notas do Autor


Uma pequena one que eu escrevi em julho de 2015 sobre SaIno *---*
Nem lembrava mais dessa one que eu escrevi e publiquei só no Nyah, mas hoje, vendo uma fanart deles que me lembrou tanto dessa fanfic, bateu uma forte nostalgia e resolvi trazer para o Social Spirit <3
Espero que se divirtam!

*Menção também de SasuSaku e NaruHina (mas muito pontual!)

*Os personagens pertencem a Masashi Kishimoto.

*A imagem não é minha. Achei no google!

*A história é inteiramente minha, então nada de plágio hein! Aiaiai

Capítulo 1 - Retrato


É estranho olhá-la de longe e nunca ter ao menos trocado um par de palavras com ela. É estranho simpatizar com alguém que não é próximo a mim. É estranho sentir algo por alguém que nem ao menos conheço.

Foi de repente, durante uma aula de matemática que notei que a desenhava. Não teve pôr do sol, uma missão de resgate ou qualquer outra futilidade que os livros de romance inventam para que ocorra o amor ou que o rapaz note a moça bonita.

Não. Não teve nada disso...

Era uma mera e tediosa aula de matemática onde apenas menos de 10% dos alunos realmente prestavam atenção ao que o sensei dizia, enquanto outros 50% fingiam prestar atenção, mas mexiam no seu celular, outros 20% dormiam e outros 5% enamoravam-se. Ao mesmo tempo que tudo isso ocorria, eu e ela, representantes de um pouco mais de 5% da turma, ficávamos em nossos próprios mundos sem ao menos nos importar com o redor.

Seu olhar era baixo e perdido na imagem das crianças do parque além das grandes janelas de nossa sala.

Ninguém a notava. Ninguém a via. Era como se ela não existisse e só eu pudesse vê-la naquele momento em que a notara.

Olhei para o meu desenho monocromático, para o lápis ponta 2B levemente desgastado com o pó cinza do grafite sujando pontualmente a folha alva em que ela era retratada.

Por que a desenhara? Por que ela? Por que agora? O que isso significava?

Não fazia sentido. Nada daquilo fazia sentido.

Por qual finalidade retrataria uma das muitas fãs girls de um dos meus amigos? Uma fã girl que não era nem o motivo de atenção dele, já que seus olhos cor de ônix sempre desviavam e vigiavam como uma ave de rapina a rosada atenta na aula há duas cadeiras a sua frente...

Será que a desenhei por pena?

Talvez... mas não poderia afirmar, só dizer talvez.

Talvez eu tenha tido pena da garota considerada uma das mais bonitas e chamativas da escola, daquela que era uma das líderes de torcida e sempre esbanjava sorrisos para os outros e para as suas amigas...

Por que uma pessoa teria pena de alguém assim?

Ninguém sentiria... essa seria a resposta se eu não houvesse percebido algo que ninguém percebera...

Seu olhar baixo, triste e perdido pela paisagem.

Dedilhei o contorno ainda fresco do desenho à minha frente. Alguns pequenos fragmentos acinzentados daquele mineral não tão nobre como o seu alótropo diamante, como a química básica nos ensinava, manchavam meus dedos longos e finos.

Não gostava quando aquilo acontecia em meus desenhos, mas pela primeira vez não me importei...

Era como se cada grão cinzento largado daquele retrato e grudado em meus dedos pálidos fossem parte da essência daquela garota transferida para mim.

Voltei a encarar a loira tipicamente Yamanaka e a vi sorrindo fracamente ao visualizar a sua amiga morena de olhos perolados e rosto corado, que olhava furtivamente o meu amigo loiro, o mesmo que roncava e babava sem nenhum pingo de discrição, ao fundo da sala.

Franzi um pouco meu cenho para aquela visão nada agradável e voltei o olhar para as duas garotas, no entanto, dessa vez, meus ônix encontraram os celestes que se surpreenderam ao me ver notá-la.

A morena envergonhada encolheu-se de volta à sua posição inicial tentando reprimir o desgosto do amigo de seu amado ter descoberto a sua paixão platônica.

Mas...

Não era a morena que me importava, mas sim a loira que ainda sustentava o meu olhar.

Sorri amigavelmente o que a fez arregalar os olhos ainda mais surpresa. Voltei a seriedade confuso perguntando-me se havia feito algo de errado.

Como se ela lesse a minha alma, da mesma forma que eu lia a dela, a garota sorriu amigavelmente me confortando antes de voltar a olhar para o sensei em seus momentos finais de palestra sobre o seu amado mundo da álgebra.

A campa tocou anunciando o fim da aula para alegria de alguns e tristeza de poucos.

– Hã... o quê? Já é para ir para a casa? – Perguntou torpe Naruto saindo do seu mundo dos sonhos.

– Tsc. É só o intervalo, Naruto – respondeu lacônico Sasuke que já se levantava.

Voltei meu olhar para o lugar onde antes a loira estava, mas não a encontrei. Talvez já tivesse saído da sala com suas amigas.

Peguei o retrato e dobrei-o cuidadosamente, antes de guardá-lo em meu bolso.

Segui meus amigos por um tempo antes de seguir o rumo da área verde, enquanto eles iam para a fila do lanche.

Avistei a loira sentada debaixo de uma árvore abundante. Ela estava sozinha. Lia algo em seu celular sem ao menos notar a leve brisa que brincavam com seus cabelos e roupas colegiais.

Daria um belo retrato, pensei observando cada característica da cena enquanto me aproximava da moça distraída, a passos lentos. Talvez eu a desenhe quando chegar em casa...

Os olhos azuis desgrudaram-se da tela assim que parei a sua frente.

Seu cenho franziu, enquanto sua cabeça inclinava levemente para a sua direita, mostrando ainda mais os traços perfeitos que nenhum retrato mostraria por completo a sua essência.

Peguei o retrato que havia feito e estendi para ela.

Por um breve segundo, quase inexistente segundo, nossas mãos permaneceram sustentando a simples folha A4 branca dobrada, antes que eu quebrasse nossa tênue linha de contato.

Os orbes surpreenderam-se ao mirar a imagem da folha aberta, mas sua expressão foi substituída por um cálido e gentil sorriso de gratidão.

– Obrigada – disse terna olhando para mim. – É lindo! Ninguém nunca havia feito algo assim para mim antes.

Suas maçãs tornaram-se vermelhas com a confissão antes de amenizarem-se com o sorriso que lhe dei.

Afinal, os livros dizem que o melhor jeito para lidar com as situações é por meio de um sorriso, mesmo que ele seja falso...

– Prazer, meu nome é Ino – estendeu a mão direita para mim.

– Sai, prazer – falei pegando a mão quente da moça, sentindo um leve conforto por dentro com o contato antes de ser quebrado.

– Você sempre desenha as pessoas? – Perguntou risonha.

– Na verdade, não – admiti, o que a chamou atenção. – Não gosto de desenhar pessoas por não sentir a essência delas na arte como quando eu desenho paisagens ou desenhos abstratos, mas...

– Mas... – estimulou-me com um sorriso generoso.

– Hoje, durante a aula, quando eu menos esperava, vi que havia a desenhado. Acho que esse retrato deve permanecer com a verdadeira dona de sua essência.

– Então, você quer dizer que eu sou a garota do seu retrato? O retrato pelo qual você finalmente conseguiu sentir a essência da retração de uma pessoa feita por você?

– Pode-se dizer que sim. Pode-se dizer que você é a garota do meu retrato – admiti sorrindo o que fez os olhos antes tão tristes, brilharem em um misto de gratidão e felicidade.

– Será que eu terei a honra de ver novos retratos meus?

– Quem sabe, só o tempo nos dirá.

– Arigato, Sai – sussurrou agradecida.

Curvei-me levemente em uma despedida cultural, antes de dizer:

– Por nada, Ino.

Distanciei-me aos poucos dela, sentindo o peso de seu olhar na minha costa, fato este que fazia meus lábios contorcerem-se minimamente em um sorriso verdadeiro.

Eu não sabia naquela época, mas Yamanaka Ino tornar-se-ia a minha eterna garota do retrato, a mulher dos meus sonhos, a minha companheira da vida toda e mãe do meu filho...

 

FIM!


Notas Finais


Beijão pessoal! Obrigada por lerem!
Tenham uma linda semana!


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