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História A Garota Dos Meus Sonhos 2 - Prólogo: Simples Assim?


Escrita por: IzzyReis

Notas do Autor


Hey, hey, hey!
Olha quem chegou!
Bem, prometido é prometido, e como vcs realmente conseguiram que AGDMS 1 conseguisse 100 favoritos aqui está a continuação, por que eu sou uma menina de palavra!
Mas sério, vocês são demais, não sei como vcs fizeram isso tão rápido, até pq EU NEM AJUDEI COM DIVULGAÇÃO, o mérito é de vcs, e agora a minha "fama" é de vcs, seus lindos.
Aproveitem!

Capítulo 1 - Prólogo: Simples Assim?


- Você tem certeza? – me pergunta a cabeleireira pela segunda vez.

Respiro fundo e cruzo meus braços.

- Sim, pode cortar.

Fecho os olhos e sinto a maquina zumbir no meu ouvido enquanto seus dentes vibram na lateral do meu crânio. Não consigo impedir uma lágrima solitária de rolar por minha bochecha quando vejo um chumaço enorme de meu cabelo cacheado cair em meu ombro.

- É uma pena, você tem um cabelo lindo.

Resmungo algo sobre a simpatia irritante daquela mulher e levanto meu olhar para me reflexo no espelho a minha frente. Eu parecia uma criança emburrada naquela cadeira, deslocada naquele salão escuro e underground num bairro pobre de Londres. Chumaços de meu cabelo continuam a cair e aos poucos toda a lateral da minha cabeça raspada aparece enquanto a cabeleireira continua a trabalhar.

- Então, o que te inspirou a ter o DeathHawk? Admito que é bem ousado, não que não vá ficar foda. Na verdade você é tão nojenta de bonita que eu poderia passar a máquina a zero que não faria diferença.

- Não sei – respondo quase num suspiro – estava a fim de uma mudança, eu acho...

Ela puxa meu cabelo com as mãos e o prende num rabo de cavalo.

- E você foi com tudo não é?

- Hã?

- É capaz de você ficar irreconhecível quando eu terminar aqui... – ela me encara e testa minha decisão com o olhar.

A encaro de volta para o reflexo, ela tinha olhos castanhos escuros, quase pretos. Feios, se comparados aos olhos tom de mel que não saiam da minha cabeça.

- ótimo – respondo com um sorrisinho forçado.

Ela engole a seco e viro o rosto, corada.

Ajeito meu corpo na cadeira e tento ficar confortável. Aparentemente eu ficaria por aqui por mais tempo que gostaria.

- Então – continua a mulher, aparentemente incomodada com o silencio que mais me agradava – quem é o cara?

- O que?

- Quem é o cara que te ferrou menina?

Rio sem mostrar os dentes.

- Não há um cara.

Ela dá de ombros e termina um lado da minha cabeça, agora com os fios castanhos cortados rentes a pele.

- Então você não está mudando de visual para superar um cara?

- Não – digo e viro o rosto, mas quando noto a confusão no rosto dela termino – O nome dela era Isabela...

A cabeleireira desfaz meu cabelo num puxão quando a pego de surpresa.

- Oh!

- Pois é – digo.

Ela me encara de cima a baixo e diz quase num sussurro.

- Interessante...

Algo e em seu olhar e tom de voz me parecem estranhos, de repente diferentes.

Num gesto brusco ela puxa minha cadeira e me gira, no segundo seguinte, sobressaltada, eu estou de frente para ela, seu rosto a centímetros dos meus.

- Então... – ela levanta a mão até meu rosto e puxa meu queixo para o outro lado – qual o pecado de Isabela?

Respiro fundo, sua proximidade e toque me deixam nervosa, mas não de uma maneira atraente, ela cheira a cigarros e produto de cabelo.

- Longa história – digo apenas.

Ela sorri, mas não parece satisfeita em deixar pra lá.

- Vamos lá, eu tenho tempo...

Abro minha boca para mudar de assunto, mas sinto sua mão subir por meu pescoço num toque que não parecia necessário para o trabalho ali requerido, e esqueço o que ia falar.

Quando que cortar o cabelo e ser assediada viraram a mesma coisa?

Os lábios da garota descem até os meus e eu os encaro, neles só consigo ver um jogo de 7 erros entre aqueles lábios finos e os lábios macios de Ella.

- E então? – pergunta ela, sem olhar pra mim, ainda fingindo interesse apenas no meu cabelo.

Seria presunção minha dizer que aquela garota não parecia estar apenas a fim de me ver como cliente?

- Ummm – tento lembrar de como se fala – eu vim pra cá para ficar com ela, mas quando cheguei aqui ela já tinha movido em frente.

Ela reage fazendo um biquinho triste a minhas palavras, mas ela está tão perto que muito bem poderia ser um convite para beija-la.

- Então vocês tinham uma relação de longa distancia antes? – pergunta ela.

Seguro o riso.

- Bem, é... Mais ou menos.

Ela não responde, apenas fica lá com a cara grudada na minha como se esperasse algo. Seu hálito bate em meu rosto 3 vezes antes que ela desista de esperar uma reação minha. Depois ela me vira de volta para o espelho onde uma Maya muito pálida me encara de volta.

- Que merda... E você desistiu fácil assim?

- Ela sequer lembrou de mim, ela nem sabia quem eu era – as palavras saem de meus lábios antes que eu pense em dizê-las – Eu esperei por uma reação, qualquer coisa, mas não, nada. Ela não fazia idéia de quem eu era...

A garota me olha confusa e junta suas sobrancelhas enquanto pesca a máquina novamente numa mesinha ali perto.

- Okay... Então por que você simplesmente não começou de novo? Por que não foi atrás dela mesmo assim?

Abaixo meu rosto e mordo minha língua para impedir as lágrimas de virem, sinto a máquina passar pela outra lateral da minha cabeça e alguns fios voam para entre os meus dedos.

Eu não choraria mais... Eu não tinha mais olhos para chorar...

- E-eu a segui... até o aeroporto... Eu vim de tão longe pra encontrá-la e quando finalmente o fiz ela nem se deu o trabalho de ficar. Fiquei sabendo que ela tinha ido pra casa e corri atrás dela, eu não sabia o que diria, ou faria. Mas queria pelo menos tentar, fazer, qualquer coisa.

Ouço a máquina parar, mas não ouso levantar meu rosto, lágrimas ainda queimavam na minha garganta e finalmente entendo porque. Era a primeira vez que eu falava de Ella em dias, desde do ocorrido desastroso no hospital. E escolhera a melhor ouvinte também, uma cabeleireira que eu acabara de conhecer e que mais parecia entretida que empática com a versão chula de minha história impossível de amor com Ella.

- E?! – pergunta a garota quando não continuo.

Fungo minhas lágrimas e levanto o rosto, minha expressão sequer se abala da máscara indiferente que eu usava a dias.

- E eu a alcancei, bem a tempo de vê-la nos braços de outro cara, a 10 segundos de entrar em um avião com ele.

A garota ouve atenta, mas tem um delay para engolir minha história; e quando volta seu olhar para mim, vejo seus olhos cheios de pena.

Naquele momento passo a odiá-la.

Ela me encara por 3 segundos e depois desvia o olhar constrangida, como se se tivesse vergonha de me olhar agora. Ela continua o resto do trabalho em meu cabelo em silencio, e mais ou menos meia hora ela termina o corte, passando a estilizar o resto do cabelo restante ( agora cortado em um moicano de cachos).

No final eu não reconheço a mulher que me encara de volta pro espelho.

Ela dissera a verdade, eu realmente estava bonita. A garota cabeleireira era realmente boa. Ela enfeitara meu DeathHawnk com duas penas roxas escuras presa com uma trança na parte de traz do penteado. Na frente, duas tranças com mexas de tecido vermelho e azul metálicos faziam uma coroa no alto de minha cabeça. Na frente ela deixara duas fileiras de cachos, ainda no seu comprimento longo original caírem na frente e emoldurarem cada lado do meu rosto.

Linda na verdade, eu estava linda. De uma maneira meu Punk e muito exótica, com as laterais da cabeça raspadas. Mas realmente, muito foda.

- Gostou?

Balanço meu rosto, as penas escuras parecem flutuar na minha nuca, e meus cachos quicam como pequenas molas.

- Ficou ótimo.

A garota suspira atrás de mim, sua respiração bate em minha nuca e meu corpo reage com arrepios nervosos.

Mas não arrepios de prazer que eu sentiria com Ella. Não, aquilo mais me lembrava calafrios...

Firmo meus cotovelos nos braços da cadeira e esfrego minha nuca, tentando afastar aquela sensação estranha.

- Então – suspiro – quando eu lhe devo pelo visual?

Novamente ela me olha estranho, como quando descobrira sobre Isabella, ela me encara e parece pensar. Minha ingenuidade me diz que ela provavelmente estava a calcular um preço exorbitante pela obra de arte feita em minha cabeça.

Mas quem pensava em dinheiro com aquele olhar malicioso no rosto?

Antes que eu possa decifrar suas intenções, sou jogada de volta ao acento da cadeira quando ela me gira novamente de maneira brusca como fizera antes.

- Uma noite – diz ela.

Estreito meus olhos para ela tentando entender...

Aquilo era alguma gíria britânica? Por que eu estava por fora...]

- Hã?

Num movimento tão fluído que me impressiona, ela senta no meu colo, simples assim e diz:

- Uma noite comigo. Esse é o meu preço.

Sem reação eu deixo minhas mãos agarradas ao braço da cadeira e desconfortavelmente tento formar palavras para responder...

- E-eu... não... quer dizer, fico lisonjeada, mas não acho que seja uma boa idéia, que acabei de deixá-la no...

  Logo sou interrompida, e não por que finalmente o buraco que eu rezava que me engolisse tinha se aberto no pequeno salão.

Mas porque aquela cabeleireira que nem sabia o nome estava a me beijar.

E não um beijo delicado e doce, que era do meu gosto.

O beijo dela era forte, puxando meus lábios entre os dela como se me forçasse a corresponder.

Deixo o beijo rolar por quase um minuto antes de gentilmente afastá-la pelos ombros.

- Me desculpe, eu não posso – digo.

Ela entorta a cabeça e me olha curiosa.

Ok, essa não era a reação que eu esperava. Talvez fúria, ou frustração, seriam aceitáveis por eu não corresponder a seus sentimentos... Mas, curiosidade? Mas que porra?

- Posso te perguntar algo?

Tento olhá-la nos olhos, mas fica difícil com os seios dela saltando de sua blusa decotada em minha direção.

- Você está no meu colo, acho que isso te dá o direito a qualquer pergunta – repondo, nervosa.

Ela ri e apóia os braços nos meus ombros, ao contrario de minha pose dura e desconfortável, ela parecia bem relaxada em cima de mim.

- Você conseguiu tirar essa Isabela da cabeça desde do toco?

Ter a completa aniquilação do meu coração ser resumida a um “toco” dói mais que a pergunta em si.

- Não... – respondo, quase sem voz.

Ela puxa seu corpo para mais perto do meu, roçando nos quadris juntos.

- E comigo assim – ela baixa seu rosto até o meu, ficando a centímetros de distância – você ainda pensa nela?

- S-sim... eu acho...

Ela desce seus lábios até minha orelha e beija o espaço do meu ombro até meu queixo.

- E agora? – mal sussurra ela.

Finalmente consigo entender seu ponto. Quanto mais ela me instigava, menos tudo em relação a Ella parecia esmagar o meu coração, como fazia cada vez com mais força a cada merda de dia que eu passava sozinha. Sofrendo pela garota dos meus sonhos que nem sabia quem eu era.

- M-menos...

A garota ri e morde minha orelha devagar antes de voltar a me olhar de frente, sentando-se mais reta em meu colo.

- Isso se chama distrações, e é assim que você vai sobreviver á essa garota Isabela.

Minha cabeça dói com suas palavras, e o que mais dói é a razão lógica que vejo nelas.

Sem Ella, eu era pior que miserável. Eu não dormia, a comida mal tinha gosto, e até mesmo as cores do dia pareciam um monte de merda em tons cinzentos. E não tinha um maldito segundo em que a dor de sua ausência não pesasse em meu coração como uma ancora de melancolia para me lembrar o quanto eu queria morrer.

E então vinha essa garota, essa linda menina cabeleireira de cabelos curtos como de um garotinho, pretos como carvão que me queria, que me via e me queria, aqui e agora.

E eu não conseguia tê-la por que não conseguia superar alguém que sequer sabia quem eu era.

  Encaro a menina na minha frente, e por um segundo vejo-a. Ella. E naquele simples segundo tomo a decisão que mudaria todas as minhas crenças de lealdade, amor e sanidade.

- Simples assim? – pergunto.

Não sei quanto tempo estivera em meios de devaneios, perdida em questionamentos do que era certo, do que era justo. Mas o que era certo? O que era justo?

A garota puxa meu rosto e não se dá ao trabalho de responder.

Não a afasto, ou tento impedi-la quando ela me beija. Pelo contrario, eu finalmente tiro minhas mãos da cadeira e desfaço minha pose constrangida e deslocada.

E beijo-a de volta com uma violência que nem sabia que tinha.

 

Acabamos transando por todo aquele salão... Nas cadeiras, no chão, no balcão. Deixando um rastro de destruição com frascos, papeis, pentes, escovas e sabe Deus mais o que pelo caminho.

E por toda aquela noite de sexo sem compromisso ou sentimento eu não penso em Ella.

Eu não sinto dor.


Notas Finais


O first comment da fic ganha um destaque, então seja vc quem for seja criativo por que vai pra frente da page XD
E como sempre um muito obrigada a todos os meus leitores divosos que podem devorar essa nova fic que está começando, espero de coração que vcs gostem e calma que tá no começo.
Como sempre, NÃO SE ESQUEÇAM DE COMENTAR!
Beijos da Izzy! ;p


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