História A Garota Perfeita - SasuSaku - Sasuke, o visitante da comunhão

"O que há de errado? O que há de errado? O que há de errado em ser confiante?"
Confident - Demi Lovato

 

Quando Sasuke chegou em casa, já ao anoitecer, deparou-se com todos os moradores espalhados pela sala. Algo um tanto quanto incomum, considerando que não tinha visto acontecer nenhuma vez desde quando se mudou.

Então, ele se dedicou a atravessar a sala de forma discreta. Não queria atrapalhar - seja lá o que estivesse acontecendo -, ainda que sentisse que, na verdade, eles é que atrapalhariam o seu silêncio.

- Alguém deveria chamar o Uchiha. - Shikamaru opinou, vendo o garoto entrar direto no quarto. Caminho que não teria conseguido fazer, caso Ino, Tenten e Naruto não estivessem distraídos, tentando decidir aos gritos quais sabores de pizza pedir.

- O cara mora aqui agora, né. Então acho que sim. - Gaara deu de ombros, murmurando.

Por fim, o moreno encarou a rosada:

- A gente confia em você, Sakura.

Quase que por reflexo - como se estivesse apenas esperando por sua deixa -, ela levantou em um pulo, alongando-se teatralmente para sinalizar o quanto precisava se preparar para aquele desafio. Tudo sob o olhar de estranheza do Sabaku.

- Você vai? - ele retrucou.

- Claro. Quem mais enfrentaria aquela cara mal humorada? - devolveu, soltando um sorriso convencido.

- E por que não iria? - foi o Nara quem perguntou. - É ela quem sempre faz essas coisas.

O que era verdade. Até mesmo a ideia de realizar aquelas "noites de sexta" e reunir todo mundo tinha sido dela.

Na realidade, era praticamente uma das regras de convivência - exceto que essa ninguém reclamava de cumprir.

- Talvez porque eu tive que ouvir ela reclamar dele a semana inteira. “Sasuke tá me ignorando!”, “o idiota fingiu que não me viu!”, e coisas do tipo. - o ruivo explicou, imitando uma voz ridiculamente feminina. Sendo o mais próximo de Sakura da casa, sempre ouvia seus desabafos. Por isso, era de se imaginar que achasse a animação dela inesperada.

- Nós meio que fizemos as pazes. - ela confessou.

Além disso, tinha um plano para colocar em ação, e as noites de sexta lhe forneciam um bom assunto para puxar.

- Era só questão de tempo mesmo. Ela vence pelo cansaço, não ia sair do pé do coitado até ele ceder. - o Nara comentou, rindo. - Igual fez comigo.

- Na verdade, eu nem tive que insistir muito, ele só concordou. Já você, foi bem difícil, Shikamaru. - não que tivesse sido tão complicado assim, mas ela gostava de exagerar. - Uma luta só para te tirar do quarto.

Ele deu de ombros, não se sentindo nem um pouco culpado por deixar a preguiça falar mais alto. Até porque estava de bom humor - e isso pelo simples fato de que havia achado um filme perfeito. Enquanto os três idiotas discutiam pelo sabor da pizza, ele poderia escolher - em paz e sozinho - o que assistiriam, já que nem Gaara e nem Sakura eram reclamões.

- Esse bagulho nem fez sentido. Ele foi grosso com você mesmo? Sem motivo? - o moreno questionou.

- Ele me achou "fútil", eu acho. - ela respondeu, fazendo sinal de aspas com as mãos. - Falou da minha maquiagem.

- Babaca. - mesmo que já tivesse ouvido aquela explicação com detalhes antes, o Sabaku retrucou. - Sério, qual o sentido de reclamar dela gostar de maquiagem? As namoradas dele nunca usaram?!

- Também não é para tanto, cara. Deve ser só um mal entendido. - tentou apaziguar.

- Eu já resolvi, Gaa. Não precisa se preocupar. - ainda de pé, Sakura lhe lançou um sorriso antes de finalmente se virar e ir em direção ao quarto do Uchiha.

Não precisou de mais do que duas batidas para que a porta fosse aberta, revelando um Sasuke com sobrancelhas franzidas - claramente irritado com o barulho que continuava vindo da sala.

- Vai ter que se acostumar. - ela declarou assim que deduziu o motivo do incômodo explícito. - Ino e Naruto sempre discutem, e Tenten entra no meio quando o assunto é comida.

- Hm. - limitou-se a resmungar, olhando sobre o ombro dela apenas para constatar que realmente eram os três que faziam escândalo.

- A gente costuma reunir o pessoal do apê todas as sextas para comer, ver filme e conversar. - a rosada começou, preparando suas estratégias de convencimento. - Tá afim de participar?

Por uns segundos, o moreno até chegou a parar para pensar. Mas, no fim, não era como se tivesse alguma vontade de se aproximar daquelas pessoas conturbadas e barulhentas.

No entanto, assim que o "não" ameaçou sair por seus lábios, Sakura foi mais rápida:

- Vai perder a chance de provar que eu tô errada? - quando o Uchiha semicerrou os olhos, considerando se valia a pena indagar sobre o que ela falava, a garota tratou de explicar: - Porque eu ainda te acho um antissocial.

Ele revirou os olhos. Estava pronto para negar, mas, afinal, se quisesse descobrir os podres daquela garota, precisaria ter que passar por essas situações.

- Acho que posso fazer esse sacrifício.

- Ótimo! - ela comemorou, pegando em sua mão e lhe puxando para o meio da sala.

Irritante, barulhenta e animada demais. Foi o que ele constatou, ainda que estivesse se deixando ser levado.

Quando ambos chegaram, de frente para o grupo reunido na sala, a Haruno informou - cortando mais um grito que, dessa vez, viria de Tenten:

- Podem parar, é a vez do Sasuke. Pelas regras da casa, o visitante tem direito de escolher. - finalizou, apoiando uma mão em cada ombro dele. Quase como se estivesse o oferecendo.

Do ponto de vista do moreno, parecia ridículo ter uma regra daquela num apartamento, mas não mais do que nenhum deles retrucá-la.

- E aí, cara? - Naruto cumprimentou, levantando para abraçá-lo rapidamente. Ao contrário do moreno, ele adorava toques físicos. - Eu fui lá te chamar mais cedo, mas você não tava.

- E eu também não te vi. - Ino se explicou. - Mas que bom que veio! Você vai adorar as nossas sextas de comunhão.

- Pelo amor de Deus, ninguém concordou com esse nome! Parece reunião de igreja. - Tenten reclamou, revirando os olhos. - Só escolhe os sabores das pizzas logo, Sasuke. Duas grandes.

Notando o desespero dela, ele se apressou.

Será que a garota passava fome?

- Okay. Então, uma com metade do sabor que o Naruto quer e metade do da Ino. E outra com metade do seu e... - como aparentemente não havia mais ninguém envolvido na discussão, ele parou para pensar por uns segundos.

- O da Sakura. - a sugestão veio do Sabaku.

- Não precisa. - rapidamente, ela negou. - Eu como qualquer uma, e vocês não são obrigados a pedir um sabor que só eu gosto.

- Mas você não faz dieta?

- Não. - respondeu, rindo. - Alimentação saudável não é dieta. E não tem problema exagerar de vez em quando.

Depois de assistir a conversa dos dois em silêncio, o Uchiha perguntou:

- De qual você gosta?

- De abobrinha refogada. - ela respondeu prontamente. Podia até não ser um sabor aprovado em geral, mas ela adorava.

Como sempre, as reclamações não demoraram a surgir, primeiro de Tenten, seguida por outra de Naruto.

- Pelo amor de Deus, que papo de maluco!

- Sério, por que tem gente que insiste em estragar as pizzas?

Mas, para a surpresa da Haruno, o moreno confirmou:

- Pode ser essa aí.

Antes que ela sequer tivesse tempo para refletir sobre aquilo, Shikamaru questionou:

- E o filme, vai querer qual?

Sem querer estender mais, ele encarou o que já estava selecionado na televisão.

- Esse mesmo.

Rapidamente, Naruto e Tenten se jogaram no sofá maior, deitados, enquanto Shikamaru e Gaara continuaram dividindo o outro e os demais se deitaram no chão.

- Obrigada. - Sakura murmurou num tom baixo. - Não precisava mesmo.

Dando de ombros, ele devolveu:

- Eu gosto de abobrinha.

- Sério?

- Sim.

- Calem a boca aí, vocês dois! - de repente, deitada do outro lado do moreno, Ino reclamou.

- Sabe que foi o Shika que escolheu, né? - a rosada avisou, querendo desviar o foco de si.

O Nara adorava filmes históricos e, bem, era um eufemismo dizer que a Yamanaka os odiava.

Como eles conseguiram namorar durante dois anos do ensino médio? Ninguém sabia. O que era mais estranho ainda? Eles terem voltado a ser amigos tal como antes do relacionamento.

- Ah, Shikamaru! Você faz isso de propósito, fala sério!

- Presta atenção antes que você comece a não entender nada e fique perguntando. - ele devolveu, arrancando risadas.

 

Em determinado momento, Sakura se levantou para ir até a cozinha. E, por algum motivo, o Uchiha acabou se vendo atravessar o mesmo caminho.

Ou melhor, "algum motivo" não, ele tinha um plano a seguir.

- Vai dizer que também não tá entendendo? - provocou, referindo-se à Yamanaka que, em vinte minutos, havia feito um total de sete perguntas.

- Impossível. - retrucou, tirando laranjas de uma sacola na geladeira e apoiando-as na bancada. - É que as pizzas devem estar chegando, e eu não curto muito refrigerante.

- O negócio da alimentação saudável.

Imaginando os pensamentos negativos que ele provavelmente estava tendo a seu respeito naquele momento, ela sorriu, achando graça.

- Se eu disser que a aparência não é um dos motivos, estaria mentindo. Mas também não estou quando falo da saúde. Já pesquisei bastante e tenho nutricionista. Na verdade, hoje em dia todo mundo sabe que comer bem é uma necessidade. A diferença é que a maioria não se importa.

No entanto, ao contrário do que pensava, aquilo era algo que o Uchiha não discordaria. Havia visto seu avô sofrer lamentavelmente de diabete antes de morrer, e não desejava passar por aquilo de jeito nenhum.

- Quer ajuda? Troco trabalho por um copo de suco. - por fim, ele ofereceu.

Em resposta, a garota apenas lhe direcionou um sorriso radiante.

- Eu corto e você mói. - sugeriu, passando a primeira fruta para ele.

Durante o silêncio que se seguiu, Sakura só conseguiu pensar no quanto aquela era uma ótima oportunidade para investir em seu plano.

Na verdade, as etapas dele eram bem simples.

Em primeiro lugar, convencer Sasuke no dia a dia de que não era a pessoa horrível que - por algum motivo - ele imaginava.

E, em segundo, seduzi-lo.

Não a ponto de fazê-lo se apaixonar perdidamente - é claro -, mas de deixá-lo encantado o suficiente para lhe ouvir.

Qual é, era de conhecimento geral que homens prestavam mais atenção quando tinham interesse. Quem poderia culpá-la?

Então, ela se preparou, assegurando-se de que o barulho da TV continuava alto o bastante para que ninguém ouvisse qualquer ruído.

Quando o moreno terminou de moer as laranjas e se virou em sua direção, encontrou-a pronta para fingir que, coincidentemente, pretendia pegar o pote de açúcar posicionado logo atrás dele.

Contudo, a única coisa que Sakura não calculou foi a possibilidade do Uchiha segurar o liquidificador em vez de deixá-lo na bancada. Já que ninguém faria isso.

E o resultado? Bem, o que era para ser um esbarrão envolvente, transformou-se em dois seres humanos cobertos de líquido cítrico e com uma distância bem marcada pelo diâmetro do maldito liquidificador entre eles.

O que foi desanimador, e nada efetivo.

Mas nem tudo estava perdido, já que, quando ela se afastou - disposta a se desculpar como se não tivesse nada a ver com aquilo -, acabou deslizando no molhado que havia se instaurado no chão, e, por puro reflexo, ele soltou o aparelho na bancada para segurar em sua cintura.

E permaneceram assim por longos segundos - em silêncio, próximos, e trocando olhares demorados.

Bingo! Tinha dado muito certo.

Quer dizer, não exatamente. A diferença era que, em vez dele estar fascinado, ela diria que ambos estavam.

Porra, não era a sua intenção descobrir isso - na realidade, ele é que deveria -, mas de perto Sasuke ficava ainda mais bonito.

Sem raciocinar muito sobre, a rosada viu a própria atenção passar a focar no piercing que ele tinha nos lábios. E, de repente, o que ela achava estranho, parecia, no mínimo, interessante.

- Tá olhando para a minha boca? - ele retrucou, passando a língua de uma forma que fez com que o objeto se movesse.

Então, ela deu dois passos para trás, finalmente percebendo o que estava fazendo.

O plano, Sakura. Segue o plano.

- E-Eu… Desculpa.

Ôh não. Tarde demais.

Ele já estava raciocinando sobre o que havia acabado de acontecer - as sobrancelhas franzidas, assim como a demora para responder, provavam isso.

- Você deve ser muito confiante, não é? - quando o tom grosseiro veio, não restou dúvidas: Sasuke tinha deduzido suas intenções.

Olhar para os lábios - como se quisesse incitar nele o desejo de lhe beijar - não era nada discreto, e deixava na cara sua intenção de seduzi-lo.

O que era quase cômico, considerando que aquela atitude tinha sido sua única não planejada - além da perda de equilíbrio, é claro.

Diante disso, Sakura se viu sem escolha:

- Para ser sincera, eu sou sim. Apesar de você dizer como se fosse errado.

- Não é. - ele retrucou, pegando um pano e se abaixando para limpar o chão. Por mais que parecesse contraditório, nunca veria problema na autoestima dela. - Podia pelo menos ter poupado meu trabalho de moer.

- Não foi de propósito. - negou com a maior cara de pau, até ele erguer as sobrancelhas em sua direção, num claro desafio. - Não a parte do liquidificador. Nunca vi ninguém tirá-lo da bancada.

Ele soltou um sorriso lateral.

- Você não me conhece.

Quando seus olhares se encontraram outra vez, ela notou o deboche na expressão dele.

- Você tá blefando. Fingindo que sabia o que eu pretendia fazer.

O Uchiha se limitou a dar de ombros, sem desviar o foco de si.

- Tá blefando. - repetiu, com ainda mais certeza. - Para esconder que tava com medo.

Por um mísero segundo, a expressão dele vacilou. E foi o suficiente para validar seu argumento.

- Tava com medo, Sasuke, porque eu estava perto demais, não é? - continuou a provocar, aproximando-se do garoto apoiado na bancada. - O liquidificador foi para garantir que eu ficasse longe?

Mesmo que já estivesse quase colando seus corpos, ele continuava impassível. Ela consideraria a forma como ele controlava suas expressões impressionante - caso não o tivesse visto errar instantes atrás.

Além disso, o Uchiha também sabia que não havia mais como negar. Foi por isso que nem tentou, concentrando-se em empurrar levemente os ombros da garota enquanto murmurava:

- Não me importo com rostinhos bonitos. Pode ser atraente o quanto for, eu nunca vou me interessar por você.

Cedendo à vontade dele, ela se afastou, virando-se de costas para escapar de seu olhar observador.

Por um momento, ele chegou a considerar a possibilidade de ter exagerado.

Entretanto, a Haruno tornou a se virar em seguida - e, dessa vez, com um grande sorriso nos lábios.

- É o que veremos. - desafiou somente para, logo depois, agir como se nada tivesse acontecido: - E então, Sasuke, vamos terminar esse suco ou não?

Ele também sorriu. Se ela queria jogar daquele jeito, ele mostraria o quanto estava à sua altura.

 

A comida chegou no instante em que ambos voltaram para a sala. E não demorou muito para que a pizza tomasse a atenção de boa parte das pessoas para si, como era de praxe.

- Eu não acredito que você vai comer isso, Sasuke! É uma porcaria. - Naruto enfatizou quando notou, com olhos bem arregalados, que o moreno pegava um pedaço da de abobrinha.

Em resposta, ele deu de ombros.

- Alguém além da Sakura tem que comer, e eu gosto.

- Você não sabe o que tá perdendo. - Tenten retrucou, de boca cheia, enquanto mostrava a parte de calabresa. Seu bom e velho clássico preferido.

- Ele não sabe, mas eu sei muito bem: o filme! Será que vocês podem comer de boca fechada? - Shikamaru reclamou, irritado com o fato daquele assunto estar se estendendo.

- Aí fica difícil, cara. Como eu vou mastigar? - Naruto questionou.

- E desde quando precisa de boca aberta para mastigar? Achei que fosse falta de educação. - quando Sakura devolveu, o Uzumaki finalmente se viu sem resposta, notando o nível do ridículo de seu argumento.

- Ninguém mandou escolher um filme que precisa prestar atenção para entender. - Ino se intrometeu, voltando a atacar o amigo.

- Difícil um filme que não precise nem ouvir as falas para entender. - apenas com a intenção de provocá-la, Gaara comentou.

- Idiota.

Quando Sasuke sentiu uma cotovelada discreta em sua costela, encontrou o olhos verdes da garota de cabelos tingidos em si.

- Viu? Eu disse que era muito mais divertido do que ser antissocial.

Como sempre, ela era estranha, e irritante. Quer dizer, eles obviamente estavam fingindo demência quanto aos jogos - que, visivelmente, tinham -, mas ela era boa demais nisso. Quase ao ponto de fazê-lo acreditar em sua sinceridade.

No entanto, como - ao menos naquela frase - ela tinha um pouco de razão, ele deu o braço a torcer:

- É, mais ou menos. - murmurou, consciente de que seria o bastante para que fosse entendido.

Todos ali eram infantis, era verdade. Contudo, ele não seria hipócrita de reclamar quando, na realidade, cada um de seus amigos também era.

 

No fim, apesar do incidente planejado na cozinha ter falhado, Sakura ainda considerava que a noite havia gerado um pequeno avanço em seu plano.

O Uchiha claramente não estava mais incomodado com seus amigos, o que o faria sair mais do quarto. Ou seja, mais oportunidades de esbarrões pelo apê.

Além disso - mesmo que ele tivesse descoberto sua artimanha -, ela não era tola a ponto de não perceber o tesão recém aparecido no olhar dele. O primeiro passo para que fosse notada com segundas intenções.

Era assim que homens funcionavam, afinal.

Pouco tempo depois do filme acabar - após muitos pauses irritados de Shikamaru pedindo por silêncio -, todos voltaram para seus respectivos quartos.

Quando estava pronta para entrar no seu, a Haruno avistou Sasuke parado na porta ao lado. Surpreendentemente lhe encarando sem nem se esforçar para disfarçar.

Assim, ela se apoiou na parede, cruzando os braços e fazendo questão de piscar de uma forma sedutora. Foi quando ele notou que havia sido pego no flagra.

- Boa noite, Uchiha. - o tom provocante soou.

Bem, ele já tinha descoberto mesmo, então ela teria que ser um pouco mais explícita em seus joguinhos.

- Boa noite, Sakura. - mais uma vez, o moreno deixou claro que corresponderia a seu desafio. Sem demonstrar nenhum vacilo de sua parte, entrou no cômodo.

Ela teria rido - porque ele, obviamente, não sabia o que estava por vir -, contudo, antes que chegasse a isso, viu Gaara parado logo atrás, também entrando no próprio quarto - e ele não parecia nada satisfeito.

- É sério? - retrucou, com as sobrancelhas franzidas. Após assistir aquela cena, não havia demorado a compreender as intenções de sua amiga. Ainda que as considerasse insanas.

- Depois a gente conversa. - foi o que ela devolveu, correndo para deixar um beijo em seu rosto. - Boa noite, Gaa.