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História A genética não é rosa - Capítulo 1


Escrita por: MirajaneSaan

Notas do Autor


Olá, bem vindo ao meu surto, caso já tenha lido algo parecido, é apenas isso parecido, ela é total surto e criatividade minha.
AVISO DESDE JÁ! Não sei quando vou atualizar os próximos capítulos.
Outra informação, esse capitulo tem gatilho de assédio no trabalho, se você for sensível, por favor não leia, preserve sua sanidade.

Capítulo 1 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction A genética não é rosa - Capítulo 1

SAKURA

 

Estava a cinco minutos tentando arrumar a peruca castanha em minha cabeça, a vida de esconder meu cabelo de verdade acabava comigo, mas precisava disso, precisava de um emprego, ser aceita na sociedade, então por que não para de pintar o cabelo, Sakura? Vocês perguntam, e a resposta é simples: Não quero.

Faz parte de mim agora, o cabelo colorido é quem sou, quando chego tarde da noite, essa sou eu e é isso o que importa.

Finalmente consegui encaixar a maldita cabeleira, hoje irei a mais uma entrevista de emprego, em uma empresa de grande renome na cidade — talvez no país — e com um CEO pra lá de conhecido. Se conseguir esse emprego poderei manter a kitnet que moro no subúrbio, vou conseguir economizar bastante e terei dinheiro para voltar para casa. Minhas economias já estão no fim, então não posso falhar.

Fitei o relógio barato na parede, já estava quase ficando atrasada, ainda teria que pegar o metrô, um ônibus e andar um pedaço, pensando melhor estou atrasada.

— Merda! — resmunguei alto.

Maldito nervosismo que me atrapalhou a colocar a bendita peruca.

Peguei minha bolsa e sai correndo o máximo que podia, apesar de estar de saltos e uma saia executiva, já estava acostumada a isso, essa era uma grande habilidade de ser mulher, duvido que um homem consiga, quero dizer… duvido que algum machista consiga, é fácil diminuir uma mulher quando seu pau e cérebro são pequenos.

Após pegar um metrô lotado, um ônibus sem lugar vago e andar alguns minutos, havia chegado na porta do prédio onde seria minha entrevista.

O arranha-céu era inteiro de uma empresa, e pelo que vi andando um pouco pelo saguão, parecia ter muitas empresas terceirizadas, que alguma me contrate e que não seja para lavar privadas! Nenhum preconceito, já fiz muito isso, mas o salário não ajudaria para o que preciso.

Peguei o elevador e fui até o andar que a recepcionista havia indicado, caralho, que lugar alto, quantos andares, fácil se perder nesse lugar.

No andar que desci era outra recepção, mas diferente do saguão, essa só não estava completamente vazia, pois tinha uma mulher atrás de uma mesa, a sala tinha um formato redondo, com algumas portas nela, e seguindo reto assim que saísse do elevador, uma porta grande e preta, parecia ser uma sala importante.

— Oi, bom dia, eu vim para a entrevista. — expliquei com um sorriso gentil, assim que cheguei a moça atrás da mesa grande.

— Ah, oi, bom dia, você pode se sentar, já vão chamá-la. — falou de forma gentil retribuindo meu sorriso.

Me sentei como pediu, o sofá era tão macio, melhor que minha cama.

Esperei por alguns minutinhos, nenhum outro candidato apareceu, aquilo foi bizarro, não sabia se estava em vantagem ou desvantagem, aquela sensação era horrível.

O telefone da recepção tocou e logo foi atendido, a mulher cochichou algumas coisas e logo se dirigiu a mim, falando que podia entrar na porta grande. Agradeci e segui. Segurei a maçaneta, uma onda de ansiedade passou pelo meu corpo, tenho que parecer o mais convincente e competente possível.

Abri a porta, senti meu coração acelerar, inferno de ansiedade. Quase fiquei cega pela claridade que vinha da janela, a parede inteira era coberta por vidro, a imagem da cidade deveria ser um espetáculo dalí.

Meus olhos pousaram no homem em pé atrás da mesa, ele estava sozinho na sala enorme, era desnecessário uma sala daquele tamanho para um homem só. 

A medida que caminhava em sua direção fui reparando suas feições, alto, bonito, cabelos pretos de tamanho médio, os olhos me lembravam a pedra obsidiana, porra, que homem bonito. 

Sua atenção estava toda voltada para o papel em sua mão esquerda, ou era direita? Levando em consideração que escrevo com a direita e ele está me espelhando… isso ele está segurando com a direita! Porque bom… ele não tem a mão esquerda, nem o antebraço esquerdo, isso é um pouco sinistro.

Parei atrás da cadeira de frente para sua mesa, rapidamente observei os cantos da sala, era bem bonita e decorada, com uns sofás em um canto, várias estantes com livros e poucas plantinhas, a vista atrás dele era realmente deslumbrante, tudo lá embaixo parecia tão pequeno. Mesmo que minha mente dissesse que era errado olhar as coisas dos outros, a ansiedade gritava por informações, lá estava eu olhando a mesa do homem, que por um acaso era o dono da empresa, MERDA!

Ninguém me avisou que o CEO me entrevistaria.

Pensando bem, ninguém me avisou nada, apenas recebi uma ligação no final da tarde de sexta, pedindo para comparecer na segunda de manhã, cá estou, de frente pro CEO da empresa mais requisitada do mercado, dono de uma marca milionária — quase bilionária, vi no jornal antes de vir para cá —, não posso fracassar.

O CEO largou o papel e me encarou, parecia estar mal-humorado e cansado, alguém precisava de uma soneca e alguns carinhos.

Ele pediu que me sentasse, sentou também e se apresentou, seu nome: Sasuke Uchiha.

Sasuke fez perguntas sobre meu currículo, minhas experiências e perguntas típicas de entrevista, sempre muito sério, respondi o mais profissional que conseguia, não estava preparada para dar de cara com o chefe!

Ele se levantou, caminhou até minha frente e tornou a sentar em cima da mesa dessa vez, sua mão esfregou a testa, ele parecia realmente cansado e precisava muito de uma bela soneca.

— Sakura, preciso saber a verdade, por que quer esse emprego?

Porque eu preciso para não passar fome, senhor, a crise lá fora está feia, está maluco? Não posso ser sincera, preciso desse emprego, caralho.

Engoli seco, comecei a lembrar das respostas que encontrei no Google.

— Porque eu… — comecei, mas fui interrompida.

— Não, para, — falou impaciente — a verdade, quero a verdade, estou cansado de mentiras, sabe por que você era a única ali na recepção? — apenas neguei com a cabeça — Porque ninguém quer esse emprego, já passou várias pessoas por aqui, nenhuma aguentou mais que um mês. Não estou a fim de contratar alguém que vai embora com um mês de trabalho.

Confesso, senti minha espinha gelar, o quão ruim esse trabalho pode ser? Como ninguém fica mais de um mês?

— Eu… — minha voz vacilou, mas que se dane essa merda, serei sincera — Eu preciso de dinheiro! Eu preciso de emprego, seja lá o quão difícil for, eu aceito o desafio.

Uma das sobrancelhas ergueu, acho que não esperava minha sinceridade.

— Está dizendo que aceitaria toda a pressão do trabalho, por causa de dinheiro?

— Sim. — por alguns segundos, analisei minha resposta, é loucura responder assim e não saber quantos irei ganhar — Espera, quantos vou ganhar? 

Ele procurou um papel em sua mesa, me entregando em seguida, não era o salário de um executivo dali, mas com certeza não era o valor de quando limpava privadas, tirando os extras, se fosse para ser humilhada por aquele valor, faria, sem sombra de dúvidas, já fui humilhada de graça, pagando me sinto tranquila.

— Sim, eu aceito, prometo que não vou decepcionar, se quiser posso começar hoje mesmo.

Seus olhos me encaram fixamente, pareceu não entender, porém não questionou.

— Ok, está com sua carteira de trabalho aí? — apenas assenti — Ótimo, assim que sair vá na moça ali fora, peça instruções para ir ao RH, diga que eu a mandei e que será minha nova secretária. Você começa amanhã.

Concordei novamente com a cabeça, puta que pariu, meu coração vai explodir.

Levantei e sai da sala pedindo licença, e fiz como Sasuke pediu, quando informei a mulher ela pareceu forçar o sorriso, aquilo era pena de mim?

Entrei no elevador e fui ao andar do RH, diferente daquela recepção, aqui parecia outro lugar, todas as paredes eram de vidro, não havia um pessoa parada, silêncio parecia algo impossível ali, a iluminação dava vida ao ambiente.

Fui ao recursos humanos, havia três pessoas na "sala", todos me encararam como se fosse uma estranha, de fato eu era. Falei o que Sasuke tinha pedido, eles se entreolharam, analisaram por uns segundos e uma gargalhada uníssona se espalhou no ar.

— Eu dou um mês pra essa aí. — um rapaz falou.

— Isso é muito tempo! Acho que uns vinte dias. — disse outro rapaz.

— Quinze dias, eu dou quinze dias. — disse uma mulher que sentava perto da porta.

Não os conhecia, talvez por isso aquilo afetava tanto, os comentários e as gargalhadas me deixava mais furiosa, quem eles pensam que são para dizer que não vou durar? Quem diz isso é apenas eu! 

De acordo com os cálculos ruins que fiz na cabeça, um ano seria necessário, conseguiria dinheiro suficiente para voltar para casa.

— Mas quem durou quinze dias não foi aquela garota… 

Antes que o rapaz pudesse continuar, bati com minha carteira na mesa da mulher, enquanto me observavam de maneira estranha, eu os fitava de maneira furiosa.

— Vocês não sabem de nada, quem determina o tempo que vou desistir, sou eu! Não sou essa mulher que vocês pensam, vou surpreender vocês. Agora assinem minha carteira.

Talvez eu tenha sido babaca, talvez, todavia estou pouco me fudendo, eles mereceram, sei que vou conseguir, não posso deixar que ninguém abale minhas estruturas, já fui muito machucada.

O olhar estranho continuou sobre mim, mas a mulher pegou a carteira e disse que poderia voltar para pegar até sexta-feira, fiz um crachá, aparentemente iria precisar não só para ser reconhecida, mas para usar o elevador e outras coisas. Li e assinei alguns papéis, todo aquele processo de contratação, no RH me disseram que eu faria um exame admissional ainda aquela semana, apenas para ficar guardado nos arquivos.

Após terminar tudo, sai do prédio, encarei a rua por alguns minutos, tentei absorver tudo o que estava acontecendo.

Contratada, depois de semanas… estava oficialmente contratada, em uma empresa boa ganhando um salário aceitável.

Não contive meus pulos de alegria, parei e levei as mãos a boca para tapar o sorriso bobo.

Seja como for o futuro, preciso gastar o resto das minhas economias em um vinho barato para comemorar, farei algo delicioso para comer, essa contratada merece.
 

1 MÊS DEPOIS

 

Inferno, a minha vida tinha virado um verdadeiro inferno.

Fazia um mês que estava trabalhando para Sasuke, também fazia um mês que não comia direito e dormia mal, nesse período desenvolvi a habilidade perfeita de correr em cima de saltos, tá chorando, Clarie Dearing? (Sim, essa é a mulher que corre mais que um T-Rex).

Nesse último mês, fiquei diversos dias até tarde, achei que os sábados seriam exceção, porém só tive dois sábado de exceção, um deles porque trabalhei até o almoço. Domingo passava tão rápido que nem o via, vou explicar o motivo: dormia o dia inteiro, tentava recuperar o sono da semana, e sucesso? Nenhum!

No dia-a-dia chegava tão cansada que caia na cama e dormia, acordava no meio da noite para tomar banho e dormir mais tranquila, quando acordava, o que me fazia ficar em pé era apenas a força do meu ódio e o dinheiro.

Nesse momento, estava encostada na parede, esperando Sasuke Uchiha chegar, enquanto isso cinco imbecis formavam um círculo em volta de mim, fazendo cantadas idotas e ridículas, me assediando da maneira mais torca e idiota, apenas encarava a parede atrás deles, presa no devaneio de como seria pisar no testículo de cada um com um salto agulha, prazeroso eu diria.

Não era a primeira vez que esses idiotas faziam isso, mas todo dia rezava para que fosse o último. O que o pobre não faz por dinheiro, não é mesmo? Talvez…

— Que porra é essa?

A voz me acordou, fitei o rosto de Sasuke entre os homens, que logo saíram quando viram sua presença ali. 

O loirinho de cabelos curtos e olhos azuis chegou em seguida, esse nunca conversei, mas já o vi em reuniões e diversas vezes na sala de Sasuke, o único que arrancava sorrisos sinceros do CEO.

— Eu perguntei, que porra é essa?! — gritou, seu rosto escasso de melanina estava vermelho — Não quero nenhum de vocês assediando minha secretária, estão ouvindo?! Algumas já foram embora por causa de vocês, não vou perder outra.

Malditos desgraçados, fizeram isso com outras mulheres? Isso é deprimente.

Sasuke se dirigiu a seu lugar na mesa, o rubor sumia lentamente do rosto, porém outra pessoa agora tomava aquela cor, o loiro, Naruto parecia um tomate, as sobrancelhas franzidas entregavam sua ira.

— Porra! A cabeça de vocês é oca por dentro, deve fazer muito eco aí dentro, que merda vocês pensam que estão fazendo? Vocês continuam fazendo isso porque não é a mãe, não é a esposa, muito menos a filha de vocês. Eu tô isso aqui ó — ele fez uma pequena fresta entre o polegar e o indicador — de cancelar o contrato de vocês, isso aqui, façam mais uma merda que vão rodar.

Uou, eu toleraria mais um assédio para vê-los no olho da rua, isso seria confortante, nada melhor do que ver pessoas idiotas sentindo as consequências dos seus atos.

Os homens estavam tão constrangidos, nem levantar o olhar eles ameaçavam, confesso, ver cada um assim me fez soltar um sorriso diabólico.

— Sakura, se algum deles fizer algo a você de novo, chame o segurança, não só eles, qualquer outro, o filho da puta vai ser jogado para fora do prédio, e vai passar uma bela noite na cadeia. Entendido?

Apenas assenti, ver Naruto me defender daquela forma era reconfortante, nunca imaginei isso dele, afinal, não conversamos, estou sempre ocupada quando aparece.

Após os dois chefes acalmarem os nervos, a reunião foi iniciada, apenas por ser importante, tinham coisas pendentes a serem resolvidas e não poderia passar de hoje.

Durante a reunião, às vezes me pegava imaginando com salto agulha pisando no testículo de cada desgraçado, quando acordava do devaneio, a dúvida de se tinha perdido muita coisa importante martelava minha cabeça.

Com o termino da tortura, digo, reunião, Sasuke foi para sua sala e lá eu estava para atender suas ordens, santo dinheiro.

— Antes de ir, Sakura, preciso que me faça um favor.

— Sim?

— Sei que você lembra o rosto e nome daqueles merdas, quero que envie um e-mail para cada dono das empresas, diga que eles têm até quarta-feira para mandar outros representantes, de preferência mulheres, caso contrário vou cancelar os contratos e rasgá-los.

Mordi as bochechas, caralho, ele está falando sério e eu pensando em como ele rasgaria os papéis.

Assenti antes de sair da sala, mandei os e-mails antes do almoço, depois dele, dois confirmaram mandar novas representantes, também garantiram penalizar os cretinos. Uma grande vitória para três mulheres, eu e as duas contratadas, elas com certeza ganharam promoção e eu paz.

Apesar de ser uma segunda, o dia tinha valido a pena, voltei contente aquele dia para minha kitnet, não importava o quão cheio estava o ônibus e o quanto meus pés me matavam naqueles saltos, saber que Sasuke e Naruto estarão ali para me apoiar, isso não tem preço.


Notas Finais


Espero que gostem desse surto.
Não sei quando vai vir o próximo capítulo, apenas estou aproveitando a loucura, agradecer a Gabriela e ao me namorado que me apoiam kkkkkk, e a Alban tbm, mesmo ela não sabendo que estou postando kkkkkk

Até breve, amores!


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